The Demigods escrita por Liza Salles


Capítulo 10
Jenny e Darcy


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora. Estava em mês de prova, ainda estou pra ser sincera, e sim, na minha escola agora as semanas de prova duram um mês. Espero que gostem desse capítulo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/308649/chapter/10

- Então... Foi isso. – Disse Henry.

- Darcy, você matou alguém... E ele era bonito. – Disse a Jamie. – Como você conseguiu?

- Pessoal, estamos todos cansados, a missão foi longa e tanto eu quanto a Darcy adoraríamos tomar um banho e descansar. – Disse Jenny.

Quíron concordou com ela e separou a multidão.

Jenny após tomar banho, entrou no chalé. Foi o banho mais relaxante que ela tomara em semanas. Essa missão havia acabado com ela, em todos os sentidos. Ela se aproximou de pessoas que nunca imaginaria perto.

 Jenny pegou o livro que estava em sua mochila. Era um de Harry Potter, o seu favorito, e abriu na ultima página. Lá ela tinha guardado a foto que haviam tirado naquele lago na Pensilvânia, antes de eles terem que sair correndo para o Canadá. Foi o momento que ela mais gostou, todos se divertindo. Henry até a abraçou no lago.

Ela suspirou enquanto olhava a foto. Era como se ela estivesse naquele dia, no lago, com a Darcy, o Finn e o Henry novamente...

Bateram na porta.

- Posso entrar? – Disse Darcy abrindo a porta o suficiente para poder colocar a cabeça dentro do chalé.

- Claro. Estou sozinha aqui.

Darcy entrou, fechou a porta e sentou-se na beirada da cama de Jenny.

- Obrigada por ter mudado de assunto.

- De nada. Você faria o mesmo por mim. Agora me conte o que realmente aconteceu naquele dia. Você não o mataria por matar.

- Basicamente ele se declarou pra mim e eu o matei. – Seus olhos começaram a encher de lágrimas. – Eu o matei... Ele me olhou com aqueles olhos brilhantes e eu enfiei uma adaga em sua barriga. Deuses por que? Por que logo ele? Eu sou um monstro... Uma sanguinária qualquer. Eu que devia ter morrido lá, assim ele viria para o acampamento no meu lugar. Ele não é uma pessoa má, está apenas tentando proteger a família das maldades da Quíone. E eu o matei.

- Darcy, calma. Respire. Pare de pensar nisso.

- Como eu posso não pensar nisso? Eu vi a dor em seus olhos, seus lindos olhos azuis, vi o sangue no chão. Vi sua dor quando me despedi dele e sabe qual o pior? Eu gosto dele, ele não sai da minha cabeça. – Ela olhou pra cima e piscou duas vezes. – Ele não fez por mal, eu entendi as razões dele. – Suas lágrimas marcavam caminhos por suas bochechas.

Ela deitou no colo de Jenny e continuou a chorar.

- Darcy, minha ruiva, irei contar uma história para você. – Ela disse enquanto passava a mão no cabelo de Darcy tentando acalmá-la.

“Era uma vez um belo reino no mar, onde o Rei Tritão morava com suas lindas sete filhas, a mais nova era os olhos do rei, o bem mais precioso dele, seu nome era Ariel. Ela gostava do mundo humano, ela sempre ia até a superfície tentando achar algo que pudesse levar consigo. Certa vez, ela viu um navio. Sua curiosidade foi tanta que ela teve que se aproximar e ver o que estava acontecendo. Era uma festa e tinha um homem brincando com um cachorro. Seus olhos não saiam do lindo homem de olhos azuis que não tirava o sorriso do rosto. De repente começou um furacão e o navio começou afundar, muitos conseguiram se salvar, mas Eric ( o homem dos olhos azuis) queria salvar o navio tanto que ele quase morreu. Ariel o salvou e o colocou em terra firme, ela se gostou tanto de Eric que cantou uma música enquanto ele estava desacordado e voltou para o mar. Eric acordou querendo saber quem era aquela linda mulher que o havia salvado e quando a achasse se casaria com ela. Ariel acabou brigando com o seu pai porque ele não concordava com o fato dela amar um humano e ela foi até a Úrsula, a bruxa má do mar. Úrsula a transformou em humana com o acordo de que ela ficaria humana por três dias e que o príncipe devia beijá-la, se isso não acontecesse ela voltaria a ser sereia e pertenceria a Úrsula e como pagamento, Ariel tinha que lhe dar sua linda voz. Ela acabou encontrando com o príncipe e apesar de não poder falar conseguiu ir encantando-o aos poucos. Quando eles estavam quase se beijando, Úrsula resolveu intervir. Ela se transformou numa linda moça e pegou a voz da Ariel. Eric ao ouvir Vanessa (Úrsula disfarçada) ficou enfeitiçado e falou para todo o reino que era ela a moça com quem iria se casar. No momento do casamento o colar com a voz da Ariel quebrou e ela recuperou a sua voz, só que havia passado os três dias do prazo e ela virou uma sereia. Úrsula a carregou para o mar. Tritão fez um acordo com Úrsula para tomar o lugar da filha, feito isso, Úrsula virou a rainha dos mares. Eric tentando salvar sua amada acabou matando Úrsula. Tritão vendo a filha triste a tornou humana e assim ela pode se casar com o príncipe Eric e os dois viveram felizes para sempre.”

- Por que você me contou a história da Pequena Sereia? – Perguntou Darcy.

- Porque além do fato dela ser ruiva assim como você, essa história mostra que nem sempre o mal ganha. Você pode não ter o Finn, mas tem várias pessoas aqui no acampamento que desejam o seu bem e querem te fazer feliz.

- Você foi a melhor coisa que me aconteceu nessa missão. Eu ganhei uma amiga que eu realmente posso confiar. Muito obrigada Jenny. – Ela abraçou Jenny. – Mas agora eu a deixarei sozinha. Você, assim como eu, está muito cansada. Até o jantar.

Darcy levantou-se e saiu do chalé. Jenny aproveitou que estava sozinha e dormiu um pouco.

Jenny começou a sonhar que estava em uma floresta onde só tinha galhos, era tudo retorcido e era tudo igual. Ela sentia que estava andando em círculos há horas e não conseguia achar a saída. Ela resolveu subir em uma das árvores, uma que não parecia estar despedaçando, e viu uma janela, bem lá no alto, e ela foi escalando até lá. Como a janela estava aberta, ela entrou. Era um quarto, muito frio por sinal, e muito organizado. Ela olhou para o chão e viu poças de sangue, ela seguiu o sangue e viu um garoto encostado nos pés da cama. Ela virou para ver quem era o garoto. Finn. Era o Finn. A porta se abre, era Quíone.

- Finn, meu amor, o que aconteceu com você?

Ele ainda estava respirando, apesar de parecer muito difícil.

- Ela... Me... Atacou... – Ele puxou a respiração. – Me... Ajuda...

Quíone apertou um alarme que tinha perto da porta e vários soldados apareceram de imediato na porta.

- Chamem um médico. Agora! E eu quero que reforcem a guarda do castelo.

- O que aconteceu senhora?

- Enquanto aqueles pestinhas estavam aqui, nós sofremos um atentado. – Ela começou a olhar para os lados. – Tem alguém aqui. – Até que seus olhos se fixaram em Jenny.

Ela saiu de perto do Finn e veio caminhando até Jenny, ficando a alguns centímetros de distância.

- Você... É a segunda vez que eu a vejo bisbilhotando a minha vida. Só que dessa vez você não sairá ilesa.

Sua respiração começou a congelar e ficava cada vez mais difícil puxar o ar, até que ela começou a tossir.

- Isso, sua espertinha. Está cada vez mais difícil respirar, não está? Está sentindo seus pulmões implorarem por oxigênio, está?

De repente, a imagem começou a ficar mais distante, como se fosse um filme antigo. Até que sumiu.

- Jenny. – Alguém a sacudia. – Acorde, está na hora do jantar.

Ela piscou umas três vezes até que conseguiu ver quem a estava acordando.

- Anna? Você voltou?

Annabeth, minha irmã, estava me encarando.

- Sim, voltei no começo da semana. Me avisaram que você tinha voltado, vim para o chalé, mas você estava dormindo.

- Percy também voltou? – Perguntei me levantando.

- Não, a missão não acabou ainda, mas eu me acidentei muito grave e me obrigaram a voltar, ou melhor, foram me buscar. Fiquei a semana inteira numa cama de hospital comendo ambrósia. Voltei para o chalé hoje de manhã. Na hora que você chegou eu estava ajudando a cuidar dos feridos, então nem consegui sair.

Ela abraçou a irmã.

- Anna, eu fico muito feliz por saber que você voltou. Eu senti muito a sua falta e eu preciso te contar umas coisas, mas acho melhor deixar pra mais tarde, afinal eu estou faminta.

Nos Sentamos à mesa do nosso chalé. Era um pouco estranho voltar à rotina, pelo menos Jenny pensava assim, estar comendo com seus irmãos, olhar ao redor e ver todas as famílias juntas e rindo, ver o Henry sozinho. Ela o olhou por tempo de mais que seus olhares se encontraram. Ela desviou. Anna ao reparar nisso, abraçou a irmã e sorriu.

O jantar foi, basicamente, igual a todos os anteriores. Comer, conversar, rir, cantar e dar oferendas aos deuses.

Os filhos de Atena foram para o chalé. Annabeth dividia um beliche com Jenny, Jenny dormia embaixo.

Anna foi para a cama da irmã, e aproveitando que o chalé estava um pouco barulhento, conseguiu conversar com a irmã.

- Jenny que troca de olhares foi aquela? Você também caiu nos encantos dos cabeças de algas?

- Para de besteira Anna. Ele é só um amigo que eu fiz na missão.

- Essas missões...

- Mas não fique preocupada, não será cunhada do seu cunhado. E de qualquer forma, eu o acho muito lerdo pra mim.

- Isso é o que veremos Jenny, mas agora vamos dormir. Amanhã teremos que acordar cedo, aula de arco e flecha.

- Sério? Sou péssima em arco e flecha. Queria rouba bandeira.

- Quem sabe não estamos com sorte? – Ela abraçou a irmã. – Boa noite Jenn.

- Boa Noite, Ann.

Darcy acordou um pouco sonolenta. Ela havia sonhado com a maldita caverna, de novo. Ela se levantou, foi até o espelho, pegou sua escova. E tentou ajeitar o cabelo que estava muito bagunçado. Colocou uma calça legging e a blusa do acampamento. E saiu do chalé fazendo o menor barulho possível para não acordar ninguém.

 Ela ficou andando pelo acampamento, ela precisava relaxar um pouco, precisava tirar da cabeça o sonho que a deixava tão triste. Ela foi até o salão de treinamento e pegou um arco e flechas, era o único instrumento que ela realmente gostava, apesar de ser péssima. Ela mirou no alvo preso à parede e errou, por alguns centímetros de distância.

- Se você quiser acertar no alvo, tem que mirar nele.

Ela virou para trás pra ver quem era.

- Bom dia, Jack. – Ela sorriu. – O que você acha que eu estou fazendo?

- Qualquer coisa, menos mirando no alvo. Deixa eu te ajudar. – Ele foi por trás de Darcy e a ajudou a mirar no alvo, fazendo com que ela acertasse.

- Obrigada, eu acho. – Ela sorriu meio sem jeito.

- Você acordou cedo hoje.

- Sim, é meio difícil dormir quando se tem muitos pensamentos na cabeça.

- Um deles seria sobre mim?

Ela riu.

- Bobo.

- Eu senti sua falta, Darcy. Fiquei preocupado com você. E confesso que fiquei com ciúmes ao ouvir a história de como foi a sua missão.

- Não precisa ter ciúmes, afinal Finn está morto...

- Eu não acredito que você o tenha matado. Essa não é você, quem você quer proteger com essa história?

- Eu fiz aquilo, ok? Não estou feliz por isso, e não aguento mais as pessoas me julgando, ou me olhando de forma estranha.

- Não estou te julgando, apenas não acredito que tenha sido você. Mas não quero conversar sobre isso... Você é só minha agora. – Ele se aproximou dela e a abraçou. Ele tentou beijá-la, mas ela virou a cabeça.

- Desculpa Jack, mas não estou com cabeça pra relacionamentos agora. Sinceramente, relacionamento é a ultima coisa que eu quero no momento. Vamos continuar do jeito que está, ok? Eu gosto de tê-lo como amigo, mas não estou pronta pra ter algo a mais que isso.

- Como sempre, né Darcy? – Ele deu um beijo em sua testa. – Deixarei você sozinha com seus pensamentos.

E ele saiu.

Jenny continuava dormindo. Seu despertador havia tocado tinha alguns minutos, mas ela continuava dormindo, ou melhor, tendo outro pesadelo.

-AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA. – Ela gritou.

- Jenny, está tudo bem? – Disse Annabeth pulando no chão.

- Eu tive um pesadelo.

- Como foi?

- Quíone... Ela me deixava ser ar, eu não conseguia respirar...

- Calma. – Anna sentou e deixou a irmã em seu colo. – Foi só um sonho. Não aconteceu de verdade. Calma.

- O que aconteceu? – Perguntou Ed, um irmão delas.

- Pega um copo de água pra Jenny.

Ele correu pra pegar a água. E como ele sabia que a Jenny gostava de gelo com água, sim, gelo com água, ele demorou um pouquinho.

- Pronto. – Ele disse entregando o copo pra Anna.

- Aqui Jenn, bebe a água.

Jenny sentou na cama e bebeu a água. Ela estava bem mais calma e sua respiração tinha voltado ao normal.

- Que horas são? – Jenny perguntou.

- Oito e meia. – Respondeu Anna.

Jenny deu um pulo da cama.

- Estamos atrasadas. Detesto acordar atrasada. – Ela pegou a primeira blusa do acampamento que viu e amarrou o cabelo.

Todos foram para a sala de treinamento. Jenny não chegou tão atrasada quando imaginava.

- Eu quero que vocês se dividam em grupos, chalé contra chalé, e peguem uma espada e um escudo. Hoje treinaremos a defesa e o ataque. – Disseram os irmãos Stolls.

No fim ficou: Chalé de Ares, de Zeus e de Apolo contra Chalé de Atena, de Poseidon e de Hermes. Os outros chalés preferiram ser a plateia.

- Escolham um de cada grupo para começar a batalha. – Disse Connor.

OS dois grupos se fecharam numa rodinha para decidirem quem ia.

- Jenny, escolhe alguém. – Disse Annabeth.

Ela olhou para todos que estavam ali.

- Henry.

Ao ouvir o nome dele, ele ficou todo feliz, ele adorava lutar.

- Quem são os dois que iniciarão a luta? – Perguntou Travis.

- Eu. – Disse Henry fazendo pose de herói.

- Eu. – Disse Roy filho de Ares.

- Argh! Eu odeio aquele cara. – Disse Jenny.

- O que ele fez? – Perguntou Annabeth.

- Ele me irrita e eu não sou muito fã dos filhos de Ares.

Eles pegaram as espadas e os escudos e se prepararam para a luta.

Ao sinal dos irmãos Stolls, a luta começou. E junto com ela a gritaria.

- Henry. Defende. Isso. Aaaaah!

- Roy, vamos cara. Tu vai deixar esse filho de Poseidon ganhar de você, ele nem é o Percy. Aee!

Depois de quase uma hora assim o Roy ganhou. O que deixou o Henry muito irritado, ele é muito competitivo.

Darcy se levou e saiu. Jack foi atrás dela.

- Está tudo bem?

- Sim, só estou um pouco cansada e sem clima nenhum para ver pessoas batendo umas nas outras.

- Ok. Qualquer coisa me chama que eu vou correndo.

- Brigada Jack. Você é um ótimo amigo. – Ela o abraçou e saiu.

Entrou em seu chalé e pegou o seu diário. Fazia tempo que ela não escrevia nele, desde que havia matado o Finn.

Querido Diário.

Está péssimo aqui, todos me olham como se eu fosse uma criminosa, uma assassina. Eu sei que eu sou, mas não quero que as pessoas me olhem assim pro resto da vida. Eles esqueceram quem eu fui nos últimos quinze anos e estão me julgando pelo o que eu fiz nos últimos dias. Não sei quanto tempo irei aguentar isso.

- Você gosta de escrever nisso, hein?

Darcy paralisou. Não podia ser. Essa voz, ela reconheceria essa voz não importava quanto tempo passasse. Ela virou lentamente e olhou para a pessoa que estava parada na porta de seu chalé. Ele a olhava com aqueles olhos azuis que a derretia por dentro e aquele sorrisinho de lado.

- Finn?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Demigods" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.