Segundo Massacre Quaternário escrita por BatataReal


Capítulo 7
Habilidades


Notas iniciais do capítulo

O treinamento irá começar, como será Haymitch irá se sair com sua sessão particular?



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A noite fora difícil, pesadelos sobre minha família me atormentaram, meu irmão morrendo de fome, minha mãe sendo morta por pacificadores, Alice se matando por não conseguir sustentar sua família sozinha. As cenas dos pesadelos ficam em minha cabeça, não consigo esquecer, tudo parece tão real. Levanto-me eu vou em direção ao banheiro, tomar um banho quente e tentar esquecer tudo o que acontecera, aperto vários botões no painel do chuveiro que me joga jatos de águas quentes e frias que vão oscilando e que fazem relaxar, uma espuma com o cheiro de pétalas de rosas começa a ser liberada pelo o chuveiro. Não demoro muito para já estar sobre a máquina que solta os jatos de ventos quentes, poderia passar horas, eu posso passar horas.

Pount não avisou que horas devíamos estar para o café da manhã, ela deve estar querendo que fiquemos confortáveis, pois iremos precisar de toda energia e disposição nos treinamentos que irão começar.

A manhã na Capital está surgindo, o Sol começa a aparecer lentamente da janela de meu quarto, acho que já está na hora de ir comer alguma coisa. Vou até o closet que tem já uma roupa preparada para mim, short preto, uma blusa azul e um sapato muito confortável.

Estou saindo do meu quarto quando ouço Pount falando:

— Eles entraram em coma?

Começo a rir tão alto que até quem estava dormindo deve ter escutado.

— Cheguei. O que tem pra comer? – pergunto.

Ou eu acordei muito cedo, ou acordei muito tarde, na mesa só se encontra Pount, Maysilee e Brock. Assim fico mais confortável já que não precisarei olhar para cara das duas criancinhas do meu distrito.

— Pão de queijo, salsichas, chocolate quente, sucos, tudo o que você quiser – responde Pount.

Do lado da cadeira se encontra um Avox, pergunto para ele se posso me sentar e ele balança a cabeça em afirmativa. Sento-me à mesa, pego um prato e vou botando tudo o que eu quero comer. Estou comendo uma coxa de peru selvagem com as mãos até que Pount dá um grito:

— Modos Haymitch!

Ignoro a bronca e continuo comendo a coxa que está deliciosa, de que outra forma eu iria comer a coxa? Percebo que Pount está me encarando e com nojo da maneira que estou segurando a coxa, e para irritá-la mais ainda, lambo meus dedos que faz com que as suas sobrancelhas saltem de sua cara. Todos estão comendo até que Brock arrasta seu prato lentamente para o meio da mesa.

— Preciso saber como vocês querem ser treinados – diz Brock.

— Mas você que tem que saber isso – responde Maysilee.

— Vocês estão em duplas. Ele só quer saber se vocês irão treinar juntos — explica Pount.

Olho para Maysilee que abaixa sua cabeça, eu nunca vi ela como uma aliada nos Jogos, eu não teria coragem de matá-la, não posso formar uma aliança com alguém que eu terei de matar futuramente, eu e Maysilee viramos amigos, mas estamos nos Jogos, nada disso poderia ter acontecido me envolvi com ela e agora tenho mais que inimigos, tenho uma amiga que é pior que um inimigo. Maysilee não responde, então terei que falar por mim.

— Eu quero treinar sozinho – digo olhando para Maysilee que logo levanta a cabeça e olha em direção a mim.

— E tudo que aconteceu entre nós? – pergunta Maysilee.

— Um erro que está sendo concertado – respondo.

Não posso me envolver com ela, tenho que diferenciar amigos de inimigos, meus amigos ficaram no Distrito 12, aqui todos são meus inimigos, terei de matar um por um para poder voltar para os braços de Alice, para meu irmão e para minha mãe. Alice, minha namorada que eu defendi sempre, seus olhos azuis que me acalmavam em dias agitados, seus cabelos loiros lisos como o vento que passa sobre nossos corpos quando corremos que agora deve estar estudando sobre o Distrito 12 na escola, pensando em como eu irei tentar sobreviver nos Jogos, só queria poder dizer a ela mais uma vez, eu te amo.

— O Haymitch é forte, ele trabalhava na mina – diz Maysilee.

— E eu tenho certeza que vai ter pedra pra eu tacar na cabeça dos outros tributos – respondo.

—Hmmm – escapa da boca de Brock analisando.

— Maysilee é veloz, ganhara várias competições na escola – respondo mostrando as habilidades que ela também tem.

Maysilee olha para mim com muita raiva e fala para Brock

— Haymitch conseguia carregar carrinhos de mão com mais de 50 quilos com pedras da mina.

— Maysilee escala rapidamente brinquedos que quase ninguém conseguia.

Nós dois estamos brigando, a cada vez que a respondo consigo ouvir minha voz subindo de intensidade, mostrando minha raiva, poderia acabar com ela agora, pegar uma faca da mesa e jogar em sua direção.

— Haymitch, você irá para cornucópia pegar armas e Maysilee você terá de pegar uma mochila e correr da cornucópia o mais rápido possível – diz Brock fazendo cálculos com os dedos sobre o ar.

Eu me imaginava correndo da cornucópia, agora tenho uma nova tática, enfrentar os Carreiristas. Pount não me dera uma tática, apenas dicas, mas agora terei de seguir o que Brock falou minha força física não seria suficiente, isso eu já imaginava, uma arma pode fazer a diferença.

— Então Haymitch, no treinamento quero que você fique o máximo que puder treinando com as armas, espadas, facas, arcos, lanças, tudo o que puder. E Maysilee, quero que você aprenda tudo sobre plantas e coisas básicas, mas preciso saber se vocês tem alguma habilidade muito boa.

Eu e Maysilee balançamos a cabeça em negativa.

— Treinem o máximo que puderem se esforcem, não tenham medo de mostrar suas habilidades e durante suas sessões particulares com os Idealizadores dos Jogos mostrem tudo o que forem capazes, uma nota boa pode fazer muita diferença.

Limpo minha boca com o pano e me levanto da mesa.

— Não se esqueçam que dez horas quero todos prontos – diz Pount.

Estou entrando no meu quarto quando Maysilee puxa meu braço:

— Por quê? Por que você fingiu ser meu amigo? Eu confiei em você.

— Eu não fingi nada, estou pensando nos Jogos e você não está na lista de aliados, ninguém está.

— Mas...

Fecho a porta antes que ela termine. Se eu e Maysilee formos aliados, será mais difícil matá-la, laços de amizade durante os Jogos podem atrapalhar tudo e estou evitando isso. Sento na cama e fico pensando em Alice. Os minutos passam rápido e faltam apenas cinco minutos para as dez horas, escovo os dentes rapidamente e vou para o elevador. Maysilee, Pount e Brock estão no elevador.

— Que bom que você chegou, iríamos deixar você dormindo – diz Pount.

— Não estava dormindo – respondo.

As salas de treinamento ficam no subsolo do edifício e com os elevadores a viagem não dura mais do que um minuto. As portas se abrem e tem um ginásio repleto de armas e obstáculos para treinarmos, os tributos já estão se reunindo em um círculo retesado. Todos os tributos têm o número do seu Distrito no braço, enquanto observo o ginásio alguém cola o número 12 em meu braço.

Todos estão presentes e uma mulher forte e magra, como uma Carreirista chamada de Atala dá um passo á frente e começa a explica como tudo irá acontecer. Os peritos de cada habilidade irão ficar em suas estações. Nós podemos transitar de uma estação para outra quando quisermos. As estações são divididas, algumas de sobrevivência, outras de combate e há vários assistentes á disposição se quisermos patricar com algum parceiro.

Atala começa a ler a lista de estações de habilidades, mas não consigo prestar atenção, estou olhando para cada Tributo Masculino e Feminino, cada inimigo que terei de enfrentar na arena. Por sorte, todas as meninas são menores do que eu e os meninos apenas três são maiores do que eu. Os três são carreiristas. Estou mais animado, mas tenho que ter cuidado com os Carreiristas, principalmente a menina do 1, ela que me chama a atenção todas às vezes, ela está lá com seus parceiros de Distrito ouvindo atenciosamente o que Atala diz.

Estou pensando que tenho sorte de ser forte e posso matar vários destes tributos com a força física e uma arma, uma faca quando Maysilee sussurra em meus ouvidos:

— Vá lá com seus amigos Carreiristas.

Olho para os Carreiristas que ficam intimidando os outros mais fracos, eles conseguem cortar a cabeça de bonecos, acertarem o coração e qualquer lugar que eles queiram, eles nunca erram.

— Estou indo – respondo me dirigindo a estação de combate.

Como os Carreiristas dominam as estações de combate, está cheias, e pelo visto sou o único tributo que ousa treinar lá. Logo um treinador aparece me oferecendo facas. Subo em um tipo de palanque e o treinador fala que irão aparecer bonecos com marcas onde devo tacar as facas. O primeiro boneco aparece com uma bola redonda apontando para sua coxa, eu arremesso a faca, mas acabo acertando sua barriga. Outro boneco com a mira no coração, eu acerto o ombro e no terceiro boneco com a mira em sua cabeça eu acerto o seu peito. Fico na estação mais de uma hora até conseguir acertar três bonecos nos alvos corretamente. Vou para a estação de espadas e machados onde treino a decapitar tributos, muito divertido e por último jogar lanças.

Vejo que Maysilee está em uma estação de armadilhas, ela está com dificuldades. Vou para a estação correndo e tento ajudá-la:

— Deste jeito você vai se matar – digo rindo.

— Então mostre como se faz – diz ela largando a armadilha no chão.

O treinador me indica onde devo ligar um ponto em um lugar e consigo, a armadilha funciona e consigo prender um tributo de cabeças para baixo, claro um boneco.

— Aprendeu? – digo para Maysilee.

Ela ri e fica com as bochechas vermelhas.

Vou em silêncio de uma estação para outra tentando aprender tudo o que os treinadores estavam querendo ensinar. Eu e Maysilee conseguimos habilidades com armadilhas como acender fogueiras, fazer abrigos, encontrar água, mas só eu consegui habilidades com combate corpo a corpo com machados e espadas. Tentei levar Maysilee para treinar, mas ela mal aguentava segurar uma espada e no arremesso de facas ela quase acertou um treinador.

Os Idealizadores dos Jogos apareceram no primeiro dia. Homens e mulheres com roupas estranhas da Capital, eles se sentam em arquibancadas elevadas que circundam o ginásio e já observei alguns olhando para os Tributos Carreiristas, eu queria acenar para eles prestarem atenção em mim, mas achei que seria algo ridículo.

O Café da manhã e o jantar são servidos nos andares, mas o almoço era servido em um lugar fora do ginásio, os quarenta e oito tributos comem juntos e dividem as comidas. Carrinhos com várias comidas ficam espalhados pela sala, um carrinho tem mais comida que a comida que consigo comer durante um mês no Distrito 12. Os Tributos Carreiristas se reúnem de um jeito estranho para poder mostrar superioridade aos outros tributos, mas eles não conseguem me intimar. A cada olhar que eles jogam para mim eu retribuo com uma garfada bem cheia de comida, mastigo olhando com muita força até eles pararem de me olhar.

Maysilee joga sua bandeja na mesa e fala:

— Oi Carreirista.

— Oi – digo friamente.

Depois do dia que fechei a porta em sua cara, não consegui pedir desculpas e não quero formar uma aliança com ela, Brock não disse nada sobre alianças, continuarei seguindo suas dicas já que Pount está ocupado repassando a rotina.

No segundo dia, enquanto estou na estação de camuflagem Maysilee me dá uma dica:

— Acho que você está sendo observado mais do que devia.

Olho para o alto para saber se é dos Idealizadores, mas seus olhares não estão para mim, quando viro para o lado observo três carreiristas olhando com os braços cruzados para mim. Eu queria poder ir lá e brigar com eles, mas essa não é a hora.

— O do meio, é do Distrito 3, seu nome é Maik – diz Maysilee.

Tento ignorar seus olhares, mas não é todo dia que você está sendo observado igual uma caça prestes a ser morta, saiu da estação de camuflagem em direção a de combate, treino de espadas. Os olhares dos Carreiristas me perseguem, eles me seguem. Procuro Maysilee e acho-a em arremesso de facas e pergunto a ela:

— O que devo fazer?

— Tente surpreende-los, eles não te deixam em paz, acho que você será um caça fácil.

Quando os Carreiristas começam a me olhar, subo para arremessaras facas, estou muito bom e consigo acertar os 3 bonecos e peço ao treinador que seja mais difícil. Os bonecos aparecem e desaparecem rapidamente, e taco facas sem parar, quando fico com apenas uma faca o último boneco aparece com uma mira pequena no pé e consigo acertar, olho para os Carreiristas que estão com suas bocas abertas.

De volta para o andar, Pount, Brock e James não me deixam em paz, eles querem saber tudo o que aconteceu, eles perguntam durante o café da manhã e o jantar, não consigo descansar, muito menos Maysilee, Carly e Lucas. Temos que contar tudo o que aconteceu, um olhar de um Idealizador, uma faca que não acertamos. Conto sobre Maik, um dos Tributos Carreiristas, Brock diz que isso será um problema para mim na arena.

Quando finalmente conseguimos escapar das perguntas, sussurro para Maysilee:

— Obrigado.

Ela entra em seu quarto e fecha a porta, deve estar se vingando.

No terceiro dia de treinamento, na hora do almoço começam a nos chamas para nossas sessões particulares com os Idealizadores dos Jogos. Distrito após Distrito, primeiro o tributo masculino, depois o tributo feminino. E assim horas se passam e a sala vai ficando cada vez mais vazia. Quando chamam os últimos tributos femininos do Distrito 11, nós ficamos sozinhos.

— Boa sorte para vocês, digo sorrindo para os outros.

— Vai lá Haymitch e não se esqueça de decapitar alguns bonecos – diz Maysilee rindo.

Eu não sei o que Maysilee treinou muito, eu só a vi em algumas estações e as principais era de sobrevivência então apenas sorrio para ela.

Uma voz robótica chama pelo meu nome e eu vou em direção ao corredor que vai ao ginásio.

Os Idealizadores dos Jogos estão se divertindo, mas estão cansados e bêbados. Como somos o último Distrito eles querem ver algo que chame a atenção, algo novo. Vejo o ginásio, tem uma plataforma com arremesso de facas, machados e espadas. Pego dezoito facas no total e coloco dez em meus dedos e apenas oito na cintura. Os bonecos começam a aparecer rapidamente, como eu treinei eu bato com o dedo na faca que se encaixa facilmente em minha palma da mão e taco rapidamente no alvo e consigo acertar todos os alvos. Olho para os Idealizadores e de mais de vinte, apenas cinco estão batendo palma para mim. Tenho que fazer algo.

Pulo da plataforma rapidamente e pego 2 machados, eles tem um botão que ao apertar o cabo é quebrado e você pode jogar os machados em uma distância longa e eles voltam. Tenho certeza que estes machados não irão ter na Cornucópia, pois iria abrir uma diferença muito grande, mas isso irá servir para um bom show. Vou em direção aos bonecos e aperto os botões. Os machados caem no chão com força e fazem um barulho alto que faz chamar a atenção dos Idealizadores. Arremesso um machado em direção a um boneco em minha frente e consigo decapitar sua cabeça, o machado volta e se gruda ao cabo, giro e acerto o ombro deste boneco e rodo com o outro machado decapitando dois bonecos ao mesmo tempo. Olho rapidamente para os Idealizadores que estão fascinados. Aperto os dois botões e giro com os machados que acertam vários bonecos, aperto os botões, os cabos ficam normais e jogo os dois machados no chão fazendo uma rachadura no ginásio.

Idealizadores começam bater palma para mim e caminho diretamente para a saída.


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Notas finais do capítulo

Comente sobre o que posso melhorar, caso tenha gostado favorite a história e recomende para seus amigos. Isso ajudará a divulgar minha Fanfic e mais pessoas poderão desfrutar da história de Haymitch. Lembrando que todas Sextas sai um capítulo novo, o chamado #QuaterQuellDay (Dia do Massacre Quaternário). Me siga no Twitter: @BatataReal.