Segundo Massacre Quaternário escrita por BatataReal


Capítulo 8
Inimigo


Notas iniciais do capítulo

Qual será o placar que Haymitch conseguira?



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Estou indo em direção ao elevador até que alguém me para rapidamente, uma pacificador apontando uma arma sobre minha cabeça e ele fala:

— Guarde os machados!

Os machados! Tinha me esquecido, estava indo em direção ao elevador com os machados, o que eles pensariam que eu ia fazer com eles? Matar algum tributo do meu distrito ou talvez meus mentores? Totalmente sem graça volto e coloco os machados em seus devidos lugares tentando pensar em o que teria acontecido naquela sala, uma apresentação magnífica que deixou os Idealizadores chocados ou uma apresentação comum e as palmas foram de ironia.

Entro no elevador totalmente desorientado, aquela apresentação me deixou um pouco tonto, não estou conseguindo conectar o que estou pensando, demoro certo tempo para aperta o botão do meu andar. O elevador chega rapidamente e entro em direção à sala de estar, todos estão lá menos Maysilee e Carly que devem estar tendo suas apresentações agora, Pount se levanta como que vai perguntar algo, mas me viro sem dar o direito dela falar algo e vou ao meu quarto.

Jogo-me na cama tentando saber o que os Idealizadores pensaram talvez uma nota tão baixa que irão me ignorar nos Jogos e isso possa me ajudar de algum jeito ou uma nota muito alta que todos Carreiristas comecem a olhar pra mim de outro modo. Lembro que em outro ano, um garoto de apenas doze anos ganhou umas nota quatro e conseguiu patrocínios.

Só Brock ou Pount irão poder me dizer qual nota eles estimariam talvez os machados fossem um tipo de isca que eu peguei uma isca que pode ser uma coisa terrível, os machados me ajudaram a fazer uma boa apresentação e isso pode influenciar em minha nota. Não me lembro de nenhuma Edição dos Jogos onde tivessem armas especiais como aqueles machados, com truques. Por que não pensei antes? Sinto-me um peixe que comeu a isca e agora está sendo puxado para fora d’água para ser devorado.

Pount me chama para jantar, acho melhor ir, talvez com Lucas, Carly e Maysilee falando do que fizeram ninguém se lembre de mim.

Sento-me em silêncio e aceito o que uma Avox está me oferecendo, não quero comer nada, mas estamos nos últimos minutos finais e preciso estar bem alimentado ao entrar na Arena. James começa puxar assunto falando dos boatos que estão surgindo sobre como a Arena ia ser, um deserto, uma floresta enorme, mas Brock interrompe para saber o que fizemos nas nossas apresentações.

— Como foram?

— Matei vários bonecos – diz Lucas.

— Fui veloz e ágil – diz Carly.

Brock fica ouvindo e balançando a cabeça.

— Arremessei algumas facas e errei várias – diz Maysilee triste.

Todos da mesa se viram com um olhar de espanto para ela. Lucas, Carly e eu sabíamos que ela não estava muito interessada nesta estação no Centro de Treinamento.

— Você não pode ter feito isso, eu disse para você fazer alguma coisa relacionada à sobrevivência.

— As facas, me chamaram atenção quando as vi quando entrei, eram prateadas e refletiam um brilho que me deixou encantada, não resisti.

— Você errou muita? – continua Brock.

— De dez acho que errei quatro.

Agora Maysilee é a caça e eu vou ser o caçador.

— E você Haymitch? – pergunta Pount.

— Brinquei com alguns machados – respondo.

— Brincar? Você não pode brincar com isso.

Quando começo a falar que os machados tinham um tipo de corda que eu podia arremessar e trazer os machados de volta para mim todos ficam encantados menos Brock que fica sério.

— Você sabe que não irá ter um desses na arena? – diz Brock ironicamente.

— Nunca vi, mas vai que é a minha vez – respondo tentando ter um pouco de esperança.

— Armas falsas, assim chamam na Capital. São armas que são feitas para chamar a atenção dos tributos, que certamente irão usar e elas terão coisas especiais, como facas que viram boomerangs e voltam espadas que pode soltar a lâmina que corta em longa distância e várias outras armas. Os tributos que usam elas ganham poucos pontos e acabam perdendo os patrocinadores ou não ganhando nenhum – explica Brock.

— Eles bateram palmas – respondo.

— Isso não quer dizer nada, eles podem estar te criticando, debochando de você que usou uma arma falsa.

Engulo a comida por obrigação, tudo o que Brock falou volta em minha cabeça e não consigo esquecer. O assunto na mesa some, só conversamos quando todos estão satisfeitos e vamos para a sala assistir os placares dos tributos.

Tudo está bem. Minha família está à salva. Alice irá ter uma vida pela frente, Miguel irá crescer indignado com a morte de seu irmão e minha mãe tentará esquecer, tudo irá ficar bem.

Os Tributos Carreiristas, naturalmente, conseguem notas de sete a onze. Fico surpreso quando a garota que me chamou a atenção do Distrito 1 ganha um dez fico mais assustado com ela. Os outros tributos conseguem notas baixas, quatro e no máximo seis. O Distrito 12 como de costume é o último. Estou quase indo para meu quarto e não ver a nota, estou tremendo muito, meu rosto surge na televisão e fica mais difícil esperar a nota.

Sete!

Pount dá um pequeno berro e todos começam a me cumprimentar.

— Não é a melhor nota, mas podemos trabalhar com isso – diz Brock.

Fico agitado e quase não consigo ficar quieto no sofá. Lucas consegue seis, não consigo ver a nota de Carly, mas acredito que tenha sido quatro e Maysilee consegue cinco.

A partir de agora, eles são meus inimigos.

— Parabéns – diz Maysilee vindo em minha direção.

Apenas ignoro-a e vou pro meu quarto, estou cansado, o dia foi longo e intenso. Na arena, preciso decidir quem serão meus inimigos, não sei qual é minha relação com Maysilee, tudo é estranho, começar uma amizade faltando poucos dias para nós morremos. Não quero criar laços afetivos com ela, isso irá me prejudicar, não sei se ela é minha parceira ou uma inimiga e talvez nessa indecisão ela pule em cima de mim com uma faca e corte minha jugular.

Vou ao banheiro, escovo meus dentes e deito na cama que está mais aconchegante que nos últimos dias, o sono vem rápido e tudo fica escuro.

Estou acordando, o sol bate na janela de minha casa e persegue meus olhos, estou no Distrito 12. Olho para os lados, mas não vejo ninguém. Tento levantar do pequeno colchão e fico cambaleando de um lado para o outro até encontrar uma mesa para me apoiar. Estou sozinho, não encontro ninguém em minha casa e no Distrito 12, está tudo muito calmo e com um ar de tensão. O sol muito forte em minha cabeça está me deixando cadê vez mais tonto, vejo uma garota com cabelos loiros correndo em minha direção, é Alice e ela está chorando. Abro os braços para ela, mas ela apenas ignora e corre em direção a sua casa, famílias começam a surgir do mesmo caminho que Alice veio.

Fora o Dia da Colheita.

— Todos circulando – ouço um Pacificador apontando sua arma para as famílias que saem da Praça em silêncio.

Corro em direção as famílias querendo procurar Miguel e minha mãe, mas só consigo ver eles quando chego à Praça, uma enorme poça de sangue está em volta de meu pequeno irmão que está no colo de minha mãe. Corro e tento falar com minha mãe, mas ela não me escuta, ela não me vê, ela não me ouve. E escuto outro tiro e vejo minha mãe caindo.

Acordo com a respiração rápida e muito suado. Tudo era um pesadelo, obrigado. Vou ao banheiro e lavo meu rosto tentando esquecer o que tinha sonhado, mas está muito difícil. Pount bate em minha porta para me avisar que temos que acordar porque não podemos perder nenhum minuto. Amanhã á noite acontecerão nossas entrevistas televisionadas. James deve estar preparando algo bem especial.

Tomo uma chuveirada rápida e me dirijo á sala de jantar. Todos estão na mesa, menos eu. Sento-me ao lado de Pount e sou servido por uma Avox. Uma sopa de legumes com carne é a refeição de hoje.

— Como iremos treinar para a entrevista amanhã? – pergunto.

— Irei treinar cada um individualmente, então irei dividir o tempo do dia para que ninguém fique prejudicado – diz Brock.

— Mas e Pount? – pergunto, pois nessas circunstâncias qualquer dica irá nos ajudar.

— Deixe-a descansar – responde Brock.

Olho para Pount como se eles estivessem fazendo uma brincadeira comigo, estamos querendo patrocinadores, iremos lutar por nossas vidas e ela está cansada? Eu que devia estar cansado. Pount tenta desviar meu olhar fulminante sobre ela, mas não consegue e acaba falando:

— Vai querer Patrocinadores com essa arrogância?

— Cala a boca, você está cansada, não precisa falar nada – respondo.

Poderia matá-la com está faca que está sobre minhas mãos, mas acho que não iria conseguir muitos Patrocinadores deste modo. Pount e todos da mesa estão chocados com o que falei, mas era isso que ela queria ouvir. Estou querendo lutar por minha vida e vou passar por cima de qualquer um que tente me parar.


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Notas finais do capítulo

Comente sobre o que posso melhorar, caso tenha gostado favorite a história e recomende para seus amigos. Isso ajudará a divulgar minha Fanfic e mais pessoas poderão desfrutar da história de Haymitch. Lembrando que todas Sextas sai um capítulo novo, o chamado #QuaterQuellDay (Dia do Massacre Quaternário). Me siga no Twitter: @BatataReal.