Era segunda-feira, e mesmo não querendo, Lia precisava ir a aula. Claro que ela não iria suportar ver o lugar de Dinho vazio, mas ela teria que ir, senão sua vó e seu pai arrancavam sua cabeça.Se arrumava desanimadamente. Quando estava pronta, Ju passou em sua casa para irem a escola. Ao se encontrarem, Ju dá um abraço bem forte e reconfortante em Lia. As duas seguiram para o Quadrante. Ao chegarem lá, Ju encontra Gil e cumprimenta ele com um selinho. Gil recebe Lia, abraçando-a também. Logo Laura e Bruna, que também estudavam no Quadrante, e também eram colegas deles, aparecem e abraçam Lia, que retribui. Logo chegam Fatinha, Orelha, Fera e Pilha, e também a reconfortam. Fatinha fica ao lado de Lia, e afaga seu braço. Orelha, Pilha e Fera apenas a acompanham. Todos da sala, que estavam na frente do colegio, a observam piedosos. Lia fica feliz com todo o apoio dos amigos.

Lia: Obrigada, gente, por todo esse apoio. Sei que não deve tá sendo fácil pra vocês também.

Orelha: Com certeza não..

Fatinha: Mas, a gente sabe o quanto você tá sofrendo.

Bruna: E queremos que saiba, que pode contar sempre com a gente, viu prima?

Todos concordam

Laura: Verdade, a gente vai estar sempre aqui. Não se pode perder as esperanças.

Lia assente com a cabeça.

Todos seguem para a sala. Durante toda aula, Lia não prestou atenção. Ficava apenas observando a classe vazia que era ocupada pelo Dinho. Lia sentia-se desanimada para tudo. Chegou o recreio, e todos estavam em uma rodinha. Todos conversavam animadamente, apenas Lia estava quieta. Laura percebeu.

Laura: Lia, não fica assim. O Dinho não ia gostar de te ver desse jeito.

Lia: Não tem outro jeito pra ficar. Eu não consigo pensar em outra coisa.

Laura: Lia, você tem que se animar

Lia: Me animar como, Laura? o Dinho tá no hospital, em coma. Como você quer que eu me anime?

Laura: Eu sei, Lia. O Dinho é meu primo, é uma das pessoas mais importantes nesse mundo pra mim, e sem ele, eu também não sei o que fazer. Mas, eu também não desanimo. Penso com todas as minhas forças que ele ficará bem, se recuperará, e daqui um tempo, estaremos conversando novamente, como antes. Você tem que acreditar nisso tambem

Lia: Poisé. Foi mal, mas é que eu não consigo, Laura

Bruna, que estava ouvindo tudo, se mete na conversa.

Bruna: A Laura tem razão, Lia. Não adianta ficar assim. Tenha calma. Ele vai acordar, você vai ver.

Lia: Tomara que vocês estejam certas. Olha, obrigada, por tudo

Bruna: Que isso, Lia. Imagina

Laura: Não precisa agradecer. A gente não vai te deixar na mão

Lia abraça as duas, que retribuem o abraço.

.........

7 semanas se passam. Dinho continuava no mesmo estado, não dava nenhum sinal de que iria acordar. Lia estava um pouquinho menos desanimada, mas seguia indo ao hospital todo dia, e ficava no mínimo uma hora. Ela era muito dedicada com ele, sempre que as enfermeiras chegavam para fazer exames, Lia ajudava no que era preciso. Mas além de fazer tudo isso, ela seguia com a rotina de sempre. Todas as noites antes de dormir, ela rezava para que Dinho acordasse. Ela também tocava guitarra em sua homenagem, e não junto de Gil, porque ela sabia que Dinho não iria gostar. Ela continuava desabafando com a sua guitarra, mas fazia algum tempo que ela não tocava com sua banda virtual.Alice e Mário viraram íntimos de Lia. Como Lia visitava sempre Dinho, eles foram tendo cada vez mais afeto por ela. Lorenzo também, ia aceitando cada vez mais os sentimentos da filha por Dinho.Lia também estava tendo todo o apoio dos amigos. Todo o dia eles a convidavam para sair, para irem ao Misturama, a praia,a sociais, e em todos os lugares possíveis. Eles estavam sendo bons amigos.

Todo dia, Lia saía do colégio, almoçava em casa, e ía para o hospital ver Dinho. E lá estava ela mais uma vez naquele quarto de hospital, cuidando dele.Lia estava deitada com Dinho, segurando sua mão. Ela cantava uma musica que compôs em homenagem a ele. Falava que ele iria acordar, e que tudo voltaria a ser como antes, a unica coisa que mudaria, seria que ela mudaria sua atitude com ele. Ela faria sempre companhia a ele, e nunca deixaria ele só.Ela acariciava seus cachos com a outra mão. Sorri para ele

Lia: Você não imagina o quanto eu sinto sua falta. Por que você não acorda, Dinho? 

Algumas lágrimas escorrem pelo rosto de Lia. Ela o beija pela primeira vez desde que eles terminaram o namoro. Ela sentia dor e saudade naquele pequeno beijo, e ela deita a cabeça em seu peito.Lia, que ainda segurava sua mão, sente um certo aperto na mesma. Lia levanta a cabeça e o olha

Lia: Dinho?