Crush – David Archuleta

BELLA POV.

Eu fui andando lentamente até a porta de casa e me sentei nos degraus que antecediam a porta. Chorei, chorei muito mais do que quando perdi meus pais, a dor era sem tamanho. Meu coração não se aquietava, talvez a felicidade não fosse destinada a mim.

Eu escutei o barulho de um carro entrando na rua a toda velocidade, mas não seria ninguém de casa, pois todos estavam na festa. Ainda era cedo, eu acho. O carro estacionou, levantei os olhos para ver onde e era o volvo do Edward.

Eu desligo o telefone nesta noite

Algo aconteceu desde primeira vez, lá no fundo.

Foi rápido, muito rápido.

Porque a possibilidade de que você um dia sentiria

O mesmo por mim

Era coisa demais, simplesmente demais.

Não estava nem um pouco me importando se ele viria aqui ou não, que se dane! Estou farta de tudo nessa vida! O meu choro estava mais que compulsivo, ouvi passos se aproximando de mim, mas eu sabia muito bem quem era por isso não levantei a cabeça para ver.

- O que você faz aqui, Edward? – perguntei ríspida e sem olhar para ele.

- Como sabe que sou eu? – ele indagou curioso.

- Não importa! – disse mais uma vez no mesmo tom e me virando para olhá-lo.

- Vim atrás de você, Bella! – disse tocando em meus ombros – Desde que te encontrei no baile da escola eu não parei de pensar em você, Bella! – ele disse todo fofo.

- Em mim uma ova! – exasperei – Na garota mistério!

- E as duas não é você?! – ele indagou irônico.

- Não importa Edward, você só gostou de mim pela aparência. – disse triste.

- Engano seu, gostei de você pela sua personalidade, por não ser como a maioria das garotas da escola. – ele disse tocando em minha face.

Por que eu continuo fugindo da verdade?

Tudo em que eu penso é você

Você me hipnotizou, tão fascinado, e eu só tenho que saber

Fiquei muda, será que ele falava a verdade? Ou eu seria mais uma de suas conquistas?

- Eu adoro o seu jeito Bella, preciso ter você em minha vida. – seus olhos brilhavam para mim.

Mas, eu não me renderia tão fácil...

- Pra quem sempre me maltratou na escola, você está me saindo muito bem. – ironizei.

- Perdoe-me por isso, não fazia por mal... – suplicou – Tinha que transparecer ser outra pessoa.

- Um idiota popular? – debochei.

- Isso mesmo. – ele sorriu triste.

Você já pensou, quando está sozinha,

Tudo o que podemos ser, onde isto pode ir?

Estou louco ou me apaixonando?

É real ou apenas outra paixão?

Você suspira quando olho pra você,

Você está se segurando do jeito que eu estou?

Porque eu estou tentando, tentando fugir

Mas eu sei que esta paixão nunca vai ir embora...

Ficamos em silêncio por alguns instantes, não conseguia encará-lo. Saberia que se o olhasse, ele saberia que eu estava completamente apaixonada por ele.

- Bella, podemos ficar juntos? – ele me pegara de surpresa com essa.

- Como juntos, Edward? – indaguei.

- Juntos, oras. – ele bufou.

- Sinto muito Edward, mas não. – olhei para o chão – No fim da história quem irá sair machucada serei eu, prefiro evitar sofrimento.

- Não pense negativo, Bella. – ele levantara o meu rosto segurando em meu queixo.

Já passou pela sua mente quando estávamos saindo,

Passando tempo, garota, éramos só amigos?

É algo mais, é algo mais?

É uma chance que temos que agarrar,

Porque eu acredito que nos podemos transformar isso

Em algo que dure para sempre, para sempre.

Fiquei perdida por instantes naquela imensidão verde esmeralda que me fitava intensamente. Poderia me perder naqueles olhos que não me importaria. Fomos nos aproximando centímetro por centímetro, lentamente. Pude sentir seu hálito fresco invadir minhas narinas que apreciaram o cheiro.

Nossos narizes se tocaram suavemente, nossas bocas estavam a milímetros de distância. Minha respiração já estava falha e meu coração batia freneticamente. Edward roçara seus lábios nos meus, me transmitindo uma sensação nunca experimentada em toda a minha existência.

Esse simples toque de lábios me causara arrepios, era como se uma onde de eletricidade tivesse percorrido meu corpo inteiro, eu já não possuía mais razão e nem sabia onde estava. Simplesmente sabia que queria aprofundar esse beijo.

Você já pensou, quando está sozinha,

Tudo o que podemos ser, onde isto pode ir?

Estou louco ou me apaixonando?

É real ou apenas outra paixão?

Você suspira quando olho pra você,

Você está se segurando do jeito que eu estou?

Porque eu estou tentando, tentando fugir

Mas eu sei que esta paixão nunca vai ir embora...

Instantaneamente, meus braços passaram ao redor do pescoço de Edward, e o mesmo enlaçara a minha cintura me puxando delicadamente para mais perto dele. Minha boca se entreabriu mais, permitindo a conexão completa do beijo e deixando que nossas línguas se encontrassem finalmente.

E foi como se houvesse uma explosão dentro de mim, me aproximei mais dele, fazendo emitir um suspiro indesejado. Deus! Eu podia me perder naqueles lábios... A sensação era magnífica, mas eu não podia continuar mais com aquilo. Não podia me deixar levar com aquelas simples palavras doces.

Por que eu continuo fugindo da verdade?

Tudo em que eu penso é você

Você me hipnotizou, tão fascinado,

E eu só tenho que saber

- Não. – sussurrei o empurrando – Não posso Edward, não desse jeito. – disse atordoada.

- Por que Bella? Você estava gostando, eu sei... – ele me olhava confuso.

- Beijar desse jeito, qualquer um pode... – disse.

- O que você quer que eu faça  acreditar em mim? – ele pegara em minhas mãos.

- Prove. – disse séria – Prove que gosta de mim realmente, talvez assim eu acredite. – concluí já me levantando.

Edward me olhava sem entender, fui para porta de casa e a abri. Entrei e Edward continuava do mesmo jeito.

  Você já pensou, quando está sozinha,

Tudo o que podemos ser, onde isto pode ir?

Estou louco ou me apaixonando?

É real ou apenas outra paixão?

Você suspira quando olho pra você,

Você está se segurando do jeito que eu estou?

Porque eu estou tentando, tentando fugir

Mas eu sei que esta paixão nunca vai ir embora...

- Boa noite, Edward. – disse fechando a porta, sem esperar resposta.

Subi para o meu quarto e pela janela vi Edward caminhar até seu carro e sem demora sair. É humanamente impossível Edward Cullen provar que gosta de mim, fato.

EDWARD POV.

Ainda não podia raciocinar com o que havia acabado de acontecer naquele batente. Que beijo foi aquele, meu Deus do céu? Ela tinha uma essência de morango que me levava à loucura só de relembrar.

Ela pediu para eu provar que gostava dela, certo? Pois então Isabella Swan, prepare-se para ser conquistada. Deixei que ela passasse o restante do fim de semana pensando que eu não provaria que era merecedor de si mesma. Fiquei a arquitetar planos e a afugentar uma Rosalie Hale que não largava do meu pé. Ela era burra ou o que? Será que não entende que eu não a quero?

A segunda-feira amanheceu fria em Forks, acordei cedo e bem disposto para executar a primeira parte do meu plano. Sorri ao tentar imaginar a expressão de Bella. Não esperei nenhum dos meus irmãos e saí cedo de casa, fui dirigindo calmamente até a residência da minha princesa.

Vi as gêmeas saírem de casa e em menos de dois minutos Bella saía pela porta da casa. Quando ela me viu ficou estática e eu dei o meu melhor sorriso para ela.

- O que você faz aqui? – ela me indagara, ainda com a cara de surpresa.

- Bom dia pra você também, Bella. – respondi sorrindo cinicamente pra ela.

- Bom dia, dá pra me responder? – ela fica tão linda quando está irritada.

- Você não me mandou provar? – a olhei e percebi que ela ficara surpresa novamente.

Bella não acreditava mesmo que eu ia provar a ela que eu seria merecedor de sua companhia, pelo menos de início.

- Vamos à escola juntos? – indaguei esperançoso.

- E aparecer em público com você? – revidou incrédula.

- Por que não? – perguntei.

- Edward, − respirou fundo – você sabe como é a nossa escola.

- E daí? – sorri torto.

- Tem certeza que quer aparecer na escola acompanhado por mim? – ela me perguntava atônita.

- Mais que certeza. – respondi, abrindo a porta do meu carro para ela.

Ela ponderou por um momento, mas entrou. Fechei a porta e me dirigi para o banco do motorista. Fomos o caminho inteiro em silêncio, assim que estacionei, Bella queria sair logo. Mas, esperto como eu sou, travei as portas do carro.

- Você vai sair junto comigo, Bella. – a olhei séria.

- Por que isso, Edward? – ela me perguntara quase num sussurro.

- Porque eu vou provar que sou digno de você, Bella. – acariciei seu rosto e roubei-lhe um selinho.

Saí do carro e abri a porta pra ela. Bella ainda estava meio confusa com tudo, mas saiu como se nada tivesse acontecido. E todos os olhares daquela pacata escola se voltaram para nós dois, ser popular é uma droga em certos momentos. Passei os braços por sua cintura e fomos caminhando para dentro da escola.

- Não olhe para eles, Bella, não se importe com nada. – sussurrei em seu ouvido.

- Como não olhar, Edward? – ela me olhou, irritada.

- Não se irrite com isso! – pedi – Vou deixá-la na porta de sua sala de cálculo, como fazemos biologia antes do intervalo, iremos almoçar juntos. – sorri contente.

Dei-lhe um beijo na testa assim que chegamos à porta de sua sala, ela não reagiria bem a um beijo nos lábios, mas futuramente... Quem sabe? Sei que Bella ainda estava muito confusa, mas eu iria provar para aquela cabeça dura que realmente gostava dela, a se ia. Ou não me chamo Edward Cullen.