Capítulo O5 - Beijo Inesperado

3 de Dezembro, Londres

Beijo e Baile de Máscaras

Bateram na porta, interrompendo meu choro. Ignorei, mas a pessoa que estava do outro não parecia se importar se eu respondia ou não, pois abriu a porta na mesma, me obrigando a engolir meu choro.

Adivinhe quem era? Megan.

– Megan, sai! – Eu gritei, não dando hipótese de Megan sequer falar. Não estava com paciência para ouvir sua voz irritante.

– Calma! O que se passou? – Megan perguntou, colocando sua mão em sua cintura. Eu me perguntava como eramos irmãs, sendo tão diferentes assim.

– Se passa que você não sai de meu quarto! – Eu gritei levantando minha mão esquerda em direcção á porta. Me dirigi á janela, levando minha franja para trás.

Senti umas mãos – as de minha irmã – em meus ombros.

– Luna…eu estou tentando. – Megan disse me fazendo olhar ela.

– Então…apenas não tente. – Eu respondi calmamente. Fui até meu armário, abri uma pequena gaveta e atei meu cabelo em um rabo de cavalo. Fui em direcção á porta e abri ela, vendo Kyle do outro lado, com sua mão no ar, pronto pra bater na porta. – Saia. Seu namorado veio buscar você.

– Na verdade, eu vim falar com você. – Kyle me corrigiu. Megan veio até mim e me olhou. Seguidamente, abanou sua cabeça negativamente e saiu pisando forte. O motivo, era desconhecido por mim.

Kyle entrou no quarto rapidamente. Foi até á janela, em passos apressados, com sua mão no queixo e um ar de preocupado. E de seguida, voltou até mim.

– Pode seguir o mesmo caminho que ela seguiu. – Me referia a Megan.

Kyle hesitou, mas em um gesto rápido e nada esperado, colocou suas mãos em minha cara, beijando meus lábios delicadamente. Meus pêlos se levantaram, e minha vontade de continuar o que ele havia começado era muita. Eu ainda não havia esquecido Kyle, totalmente. Ele deslizou suas mãos, que antes estavam em minha cara, para minha cintura, me puxando para ele.

Reparei, que o sentimento não era mais o mesmo, da minha parte. Ainda era algo forte, como um touro, mas já não era o amor que tinha a força de um tornado. Kyle, foi parando o beijo, pois estava ofegante.

– Porque você fez isso…- Eu queria falar em forma de pergunta, mas não consegui. Ainda estava chocada.

– Luna, me perdoa, por favor. – Kyle pediu, segurando minha cara.

Meu coração palpitou, e minha cabeça gritava não.

E desgrudei dele e um flashback, apareceu em uma nuvem branca em minha mente.

– FlashBack –

Estava segurando o ramo de margaridas que Kyle me havia oferecido. Eram simplesmente lindas, e eram as minhas favoritas. Cheirava elas sem parar, enquanto seguia o caminho para a casa de meu namorado. Megan continuava tendo sessões pelos Estados Unidos, e continuava sendo o orgulho da família. Mas agora, eu nem me estava importando tanto. Eu tinha Kyle, e ele era meu tudo.

Como, eu queria fazer uma surpresa para Kyle, fui pelo jardim de trás. Iria agradecer suas flores, e ficar um pouco com ele, antes da hora do almoço. Abri a porta grande de vidro, que sempre estava aberta, e entrei em silêncio. Uns suspiros se ouviam daqui. Talvez Kyle, estivesse cansado de jogar basquete, pois ele costuma ir no jardim, jogar sozinho. Quando os suspiros se intensificaram, e mudaram de som, eu percebi que não era alguém ofegante, devido a exercício físico. Segurei as flores com força, e andei mais até ao sofá da sala. Eram de lá que vinham os gemidos ou suspiros.

Olhei por cima, e vi a imagem mais horrível que uma garota pode ver. Vi meu namorado e minha melhor amiga, se beijando. Amber, estava de lingerie e Kyle de boxer. Concerteza, estavam chegando nos finalmentes. Nem notaram minha presença, pois minha voz se tornou inaudível. Uma lágrima escorreu de meus olhos e eu continuava olhando aquela cena, que rasgava meu coração como se rasga uma folha de papel.

– Kyle…- Eu deixei o seu nome sair em um sussurro desgostoso. Solucei e levei minha mão direita á minha testa.

Logo, eles notaram minha presença. Se levantaram mais rápido que um avião, e Kyle veio em minha direcção, enquanto Amber se estava cobrindo.

– Luna. – Kyle me chamou. Encolhi meus braços. Meu choque era tanto. Agora eu estava chorando rios de mágoa.

– Kyle…- Eu deixei sair seu nome de novo.

– Luna, amor. – Kyle falou segurando meus braços. Logo os sacudi e a raiva se apoderou de meu corpo.

– Seu vagabundo! Eu te odeio! Como você pode fazer isso? – Eu gritei chorando. – E você? – Apontei para Amber, que se encolhia no lençol. – Sua traidora! Eu te odeio! Morra!

Fui até Amber, e puxei seus cabelos, descontando toda minha raiva. Kyle me segurou. Eu continuava falando coisas, que vinham na minha cabeça. Coisas que nem eu estava percebendo.

– FlashBack Off –

A dor que eu senti foi tanta, e ninguém deu valor. Ninguém me veio falar que ele que estava perdendo, ou que tudo isso iria passar.

A mágoa, se apoderou de meu corpo de novo e eu não consegui realizar o sentido da palavra perdão.

– Sai, Kyle. – Eu disse.

Kyle saiu, sem falar nada. Minhas lágrimas escorriam, e eu me atirei para a minha cama, afogando meus desgostos em minha almofada.

4 de Dezembro, Londres

Acordei, e olhei meu relógio. Eram horas de levantar meu corpo daquele colchão macio que me faz ir até ao vale dos sonhos. Fiz minha higiene oral, me vesti e desci as escadas, pronta pra ouvir palavras da minha família.

– Sempre a mesma coisa, com aquela família! – Meu pai falou, um tanto preocupado.

– Mas papai, é a família de Kyle! Por favor! – Megan, pediu.

– Megan, como agente vai fazer isso, em umas horas? – Meu pai perguntou aflito. – Não vai dar.

– Vai. Eu e Luna saímos, e você manda aqueles serviços virem organizar tudo! Por favor papai! – Megan suplicou.

– Não sei, filha. – Meu pai hesitou.

– É até uma boa oportunidade para a Luna! Por favor! – Megan continuou suplicando, usando meu nome.

– Você acha? – Papai tentou confirmar.

– Acho sim. Ela encontra um garoto lindo e larga esse…pobre. – Megan disse e eu logo me senti na obrigação de me manifestar.

– Cala a boca, Megan. – Falei, rangendo meus dentes.

– Luna, Megan quer organizar um baile de máscaras. Foi ideia da família de Kyle. Nossos amigos, amigos deles. Vai ser algo grande! – Meu pai me informou, desta vez, já não preocupado mas sim entusiasmado.

– Que bom. Se divirtam. – Eu falei, me dirigindo para a cozinha.

– Não, não. – Megan disse, vindo depressa em minha direção. – Você vai. É sua obrigação.

– Não é não. – Eu respondi, cruzando meus braços.

– É. É obrigatório toda a família e amigos aparecerem. – Megan disse, fazendo pose de pessoa inteligente, o que era algo que ela não era.

– Me diga como você vai buscar a mamãe? Falou que é obrigatório toda a família aparecer. – Eu falei.

– Outra vez essa desculpa, Luna. – Megan suspirou.

– Sim, outra vez. – Eu finalizei.

Fui até á cozinha e comi minhas panquecas, juntamente com meu suco de laranja fresco.

– Você vai. – Meu pai apareceu na cozinha.

– Mas – Ele me interrompeu.

– Você vai. – Ele disse com voz autoritária, me fazendo bufar.

Um baile de máscaras. Eu não gosto nem um pouco disso. Terei que encontrar um vestido, e pela conversa que eu escutei, tenho que encontrar ele, hoje.