Lost Memory escrita por Dri Viana


Capítulo 8
Chapter Eight


Notas iniciais do capítulo

Meninas cada vez mais fico encantada com os reveiws de vcs, serio eles são dez!! E aqui mais um capitulo pra vcs, espero q gostem.



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As crianças já tinham ido para a escola há cerca de meia hora mais ou menos, Sara tomava seu café enquanto Shirley preparava mais um pouco de café para quando Grissom viesse fazer a refeição da manhã, algo que não demorou já que ele apareceu naquele momento por ali.

A empregada foi a primeira a notá-lo parado na porta da cozinha olhando Sara com cara de mea culpa.

— Bom dia, Dr. Grissom!

Sorrindo com amabilidade, Shirley lhe cumprimentou, usando mais entonação na pronúncia do nome do patrão para avisar a esposa dele de sua presença.

Sara apenas o olhou rapidamente e voltou sua atenção ao café que estava no fim. Ainda estava chateada e até ressentida com ele pela pequena discussão que acabaram tendo ontem por culpa mesmo de Grissom.

— Bom dia ... Shirley!

Ele respondeu um tanto sem jeito e entrando na cozinha. Parou perto da mesa e olhou para Sara, mas ela sequer retribuiu o olhar. Tal comportamento frio dela incomodou o esposo. Julgou aquilo como sendo consequência do ocorrido ontem a noite. Talvez merecesse aquela sua frieza. A forma como vinha agindo e a distância que impunha a ela e os filhos, que só queriam lhe ajudar naquela situação toda em que se encontrava, faziam-no ser mais do que merecedor daquele "gelo" da esposa, e quiçá de bem mais do que isso.

— Bom dia, Sara!

Suas palavras saíram meio acanhadas e em um tom baixo, que mais pareceu um sussurro. 

— Bom dia!

Ela respondeu seriamente e mantendo seu olhar longe de Grissom.

O homem suspirou com aquela nova demonstração de frieza da esposa. Seu olhar flagrou Shirley olhando dele para Sara.

Shirley tinha ficado com dó de seu patrão, mas também entendia a razão de Sara ter aquele comportamento com ele. Sua patroa havia lhe contado sobre a discussão deles ontem. Mas Shirley sabia que era questão de pouco tempo para sua patroa esquecer a chateação que sentia pelo marido e aceitar suas desculpas, que ela lhe contou que ele pedido ontem mesmo.

Grissom desviou o olhar de Shirley e contornando a mesa foi se acomodar na cadeira de fronte a Sara, que permanecia sem olhar para ele. Era como se Grissom nem estivesse ali.

Tentando amenizar a situação e quebrar o clima tenso entre os patrões, Shirley foi até Grissom lhe servir o café que havia acabado de preparar para ele.

— Aqui, senhor. Fiz aquele cafézinho do jeito que gostava: bem quente, com pouco leite e pouco açúcar.

— Obrigado.

— De nada!

Se dirigindo agora a sua patroa, Shirley quis saber dela o que ia querer que fizesse para o almoço. Sem cabeça para tal escolha do cardápio do dia, a ex-perita avisou que deixaria isso nas mãos da empregada. Afirmou que confiava em suas escolhas para as refeições.

— Então farei o almoço preferido das crianças.

— Perfeito!

A campainha tocou e Sara pediu a Shirley que atendesse a porta para ela. Disse que deveria ser Catherine que ficou de vir vê-la para lhe entregar algo. Tão logo a empregada saiu da cozinha, Grissom numa tentativa de quebrar o "gelo" imposto a ele pela esposa e também, não conseguindo conter a curiosidade, quis saber de Sara quem essa tal de Catherine.

— Ela é uma amiga nossa. Trabalha com você há anos no laboratório. É como se fosse uma irmã pra você, já que são amigos há mais de vinte anos.

Ela contou em resumo e ainda completou, dizendo:

— Catherine também é madrinha da Jully.

Em uma fração de segundos, Grissom viu entrar ali na cozinha juntamente com Shirley outra mulher. Ela era loira e assim como os demais uma total desconhecida para o homem desmemoriado.

Catherine encontrou os amigos a mesa. Primeiro cumprimentou Sara com um abraço e assim que desfizeram o cumprimento seu olhar foi direto em Grissom, seu amigo e irmão, que estava sentado do outro lado da mesa. Assim como Sara quando viu em Grissom o olhar vazio que ele tinha ao acordar desmemoriado, Catherine enxergou a mesma coisa que a amiga ao bater os olhos no supervisor. Ele não a reconhecia e aquilo lhe atingiu.

Eles se conheciam há quase metade de suas vidas e ele não se lembrava de sua amiga de anos. Catherine não podia negar que tinha a remota esperança de que talvez, Grissom se recordasse dela ao se verem. Mas oras, se ele não se recordou da mulher e muito menos dos filhos que moravam com ele, iria se recordar de uma amiga? Claro que não! Só que lá dentro de si Catherine chegou a acreditar que isso fosse possível, mas dolorosamente constatou que o contrário.

Tentando não demonstrar a tristeza que era vê- lo e saber que ele não a reconhecia, Cath deu a volta a mesa indo até seu amigo para cumprimentá-lo normalmente enquanto segurava-se para não chorar do ocorrido com ele.

— Oi, Gil!

Um sorriso forçado estampava seu rosto.

— Oi!

Ele respondeu olhando bem a mulher a sua frente. Em seguida se levantou da cadeira e lhe estendeu a mão para cumprimentá-la melhor. Só que a loira o surpreendeu ao lhe abraçar. Por um breve instante, ele não soube o que fazer e ficou estático tendo aquela desconhecida abraçada a si. Mas passado o susto do gesto iniciado por ela, Grissom meio sem jeito resolveu retribuir o gesto de carinho.

De onde estava Sara apenas observava os dois. Era sabido pela morena o grande carinho e afeto que Catherine tinha por seu marido. Aqueles dois se conheciam há mais de duas décadas, mais tempo que Sara era casada com ele. Entre seu marido e a amiga eram anos de amizade, cumplicidade e companheirismo. E podia imaginar que devia ter doído em Catherine não ser reconhecida por Grissom, assim como, foi para a própria Sara não ser reconhecida pelo marido.

Vendo-os naquele abraço, ela se recordou que logo no começo, quando chegou para trabalhar no laboratório e conheceu Grissom, pensou que Catherine e ele tivessem algo, pois o cuidado, o carinho e a enorme intimidade que havia entre ele e Catherine dava a entender isso. Por vezes, ela os via andando para cima e para baixo pelos corredores do laboratório criminal. Eles não se largavam! E ela que já sentia algo por seu até então chefe, se via sentindo ciúmes dele por vê-los juntos a todo instante, e ainda mais porque na época não costumava se dar bem com Catherine.

Só que os meses foram passando... Sara foi ficando amiga da loira e vendo que aquele carinho, cuidado e intimidade todo que via entre ela e Grissom não tinha fins amorosos como julgou. Tratava-se apenas de carinho de amigos, que se conheciam há anos e se davam bem como poucos.

Ainda abraçados, Grissom pode ouvir Catherine lhe sussurrar que ela, os outros amigos dele juntamente com Sara e seus filhos, lhe ajudariam e fariam tudo que fosse possível para que ele recuperasse suas lembranças. Depois disso ela desfez o abraço deles e ao olhá-la, Grissom pode ver que os olhos azuis da tal Catherine estavam cheios de água. Estranhamente aquilo lhe atingiu tal qual estava lhe atingindo à indiferença que Sara estava mantendo com ele.

Após o momento dos dois, Sara pronunciou, convidando Catherine a tomar café antes delas conversarem.

— Adoraria, mas vou ter que recusar o convite. Não não posso demorar, Sara. Vim só pra te entregar o que consegui com Albert e também pra ver o Gil, já que ontem não foi possível.

Ela olhou de maneira carinhosa para o velho amigo.

— Tudo bem! Eu já acabei o meu café. Se quiser nós podemos conversar na sala será melhor.

— Claro!

— Vamos então!

Antes de seguir Sara, Catherine se despediu de Grissom com outro abraço e só então se retirou da cozinha juntamente com a esposa de seu amigo.

O supervisor não deixou de se sentir mais incomodado ainda com o fato de Sara seguir lhe ignorando daquele jeito. Ela não falou com ele e nem lhe olhou antes de sair dali.

Suspirou triste e melancólico.

— Esse "gelo" dela com o senhor logo passa.

Ele olhou para Shirley estupefato com sua fala. Até havia esquecido de sua presença ali.

— Sempre passa, pois ela não consegue ficar muito tempo sem falar com o senhor.

Shirley sorriu-lhe e foi então cuidar de seus afazeres. Quanto a Grissom, ele resolveu tomar o restante do seu café que era melhor e mais tarde, quando talvez a esposa estivesse menos chateada, ele falaria com ela e lhe pediria desculpas novamente por ontem. Só esperava que dessa vez ela aceitasse suas desculpas.

Assim que se acomodaram no sofá, Catherine tirou de sua bolsa o pequeno papel com o nome e número de um neurologista dado por Albert, o médico legista do laboratório. Ela explicou que o médico indicado era amigo de Al e um dos mais conceituados profissionais em casos como o de Gil. E ainda contou, que além do neurologista, Albert também lhe deu o número de mais dois médicos, um Psicólogo e um Psiquiatra.

Ao ouvir sobre o psiquiatra, Sara questionou a amiga se seria mesmo necessário levar o marido a um e não só ao psicólogo. Catherine lhe explicou que elas tinham que tentar todos os médicos possíveis para tentar ajudar Grissom e com isso, Sara acabou concordando em levar o marido ao psiquiatra também.

 

~~~O~~~

Sozinha em seu quarto para onde tinha vindo depois que Catherine foi embora, fato ocorrido há um bom par de minutos, Sara tratou de ligar logo para os médicos com o intuito de já agendar com os profissionais as consultas ao marido o mais rápido possível. Não podiam (e nem ela queria) perder tempo!... Na primeira ligação conseguiu agendar para amanhã às cinco da tarde o Psiquiatra. Já na segunda foi o neurologista, mas este ficou para segunda-feira da semana que vem, pois o médico não está no país por conta de uma conferência médica a qual foi participar no Canadá. E por fim na terceira ligação conseguiu agendar o psicólogo para sexta-feira da semana que vem também, porque este era o único dia que deu para ser encaixada a consulta, já que segundo a atendente do consultório o médico estava com a agenda bem cheia de pacientes por esses dias todos. Sexta era a brecha que tinha. Então que fosse!

Quando Sara desligou o telefone desta última ligação ouviu duas batidas na porta do quarto.

— Entra!

Autorizou, pensando que fosse Shirley que quisesse alguma coisa, só que não era ela... Era Grissom!

— Podemos conversa por um instante?

Grissom quis saber dela com a metade do corpo para dentro do quarto.

Quando acabou de tomar seu café pouco tempo depois da saída de Sara da cozinha junto com Catherine, Grissom ainda permaneceu a mesa por mais algum bom tempo até que Shirley retornou para saber se ele já havia acabado para ela poder tirar a mesa e começar a preparar o almoço. Confirmando que já tinha terminado, ele se levantou da cadeira e se retirou da cozinha. Ao passar pela sala não encontrou mais Sara por ali. Subiu para o quarto de hóspedes e por lá permaneceu pensando por um tempo. Sara tinha razão no que lhe disse ontem! Ele estava se isolando dela e dos filhos. Afastando-os dele, quando devia estar fazendo o contrário. Só que era difícil para ele se aproximar deles ou deixá-los se aproximar. Não sabia lidar com uma família que era dele, mas a qual ele sequer lembrava. Criar laços requeria tempo! Sua perda de memória era ainda muito recente. Ele ainda estava em estado de adaptação com aquela sua realidade. Até quando aquilo duraria, não tinha a menor ideia.  Mas por hora tentaria uma boa convivência com aquelas pessoas, bem como, se aproximar delas. E para isso primeiro precisava se desculpas com a esposa por seu comportamento não só de ontem, mas também pela forma como vinha se portando desde que despertou desmemoriado.

Foi com esse e mais outro propósito que Grissom estava ali parado na porta do quarto esperando pela resposta  positiva da esposa quanto a seu pedido  de conversa.

Sara encarou bem o marido parado ali, fitando-lhe com seu olhar pedinte e triste. Viu seu aborrecimento com ele cair por terra.

Se antes, quando Grissom estava perfeitamente bem e sabia quem ela era para ele, Sara não conseguia ficar o ignorando por tanto tempo. Agora que seu marido se encontrava naquela situação delicada e vulnerável, precisando mais ainda dela, conseguia menos ainda!

— Podemos sim, Gil!

Por dentro ele gostou de vê-la sorrir carinhosamente para ele.

— Também quero e preciso conversar com você sobre uma coisa. Aproveitamos que nossos filhos não chegaram da escola pra fazermos isso agora. Entra!

Ela o convidou e ele entrou no quarto. Após fechar a porta, Grissom se aproximou da cama onde Sara estava sentada com as pernas esticadas e as costas apoiadas a cabeceira amadeirada do móvel.

— Não quer sentar?

Ela recolheu as pernas e lhe deu espaço para se acomodar ali, já que ele permaneceu de pé perto da cama.

Por um segundo Grissom hesitou um pouco em se sentar com ela na cama, mas no fim acabou cedendo e se acomodando a frente de Sara. Porém, mantendo certa distancia da esposa.

— O que quer conversar comigo, Gil?

Se ele a procurou e disse primeiro que queria conversar com ela, Sara o deixaria falar primeiro e depois diria a ele o que queria.

— É sobre ontem a noite, Sara.

Ele fez uma pausa e Sara gesticulou com a cabeça para que ele prosseguisse e assim Grissom fez.

— Sei que tenho sido repetitivo nisso, mas... Quero te pedir desculpas de novo, Sara. Você tem razão em tudo que me disse ontem. Só que não tem sido nada fácil pra mim ter que interagir com pessoas que não me lembro quem são. Sinto- me um completo estranho entre vocês, mesmo vocês sendo da minha família.

— Não somos DA SUA FAMÍLIA. Nós somos A SUA FAMILIA, GIL!

Ela o corrigiu e ele assentiu.

— Exatamente!... Não lembrar quem sou, quem são vocês e nem reconhecer o lugar onde moro e as demais pessoas que fazem parte da minha vida... me deixa perdido e sem rumo.

Ele encarou um ponto qualquer do quarto buscando palavras para explicar a esposa o que se passava dentro dele.

— É como se eu tivesse entrado em outro planeta onde todos são estranhos pra mim, Sara.

A mulher apenas ouvia, pois sabia que era isso que ele queria dela naquele momento: ser ouvido. 

— Queria que entendesse um pouco o fato de eu não conseguir interagir com vocês. Não é algo proposital e sim, por não saber como fazer isso.

— Então nos deixe te ajudar nisso, Gil!

Ela não resistiu e soltou tais palavras atraindo o olhar de Grissom para si.

Devagar, a esposa se aproximou mais dele e repousou sua mão sobre a dele, que se encontrava descansando sobre a borda do colchão.

— Olha... nossos filhos e eu podemos fazer com que não se sinta tão estranho aqui. É só você não se isolar de nós como tem feito.

Ele baixou a cabeça e olhou para a mão dela que agora já segurava a dele entre as suas. O toque macio daquelas mãos era bom e lhe reconfortava de uma forma, que também acalmava e arrepiava. Com seu polegar, ele acariciou de leve as costas de uma das mãos da esposa. Sem que o homem visse, Sara sorriu com aquele gesto carinhoso feio pelo marido. Grissom tinha o costume de fazer isso sempre que estava se rendendo ao que ela geralmente lhe pedia.

Voltando o olhar a esposa, Grissom respirou fundo. Curiosamente, não conseguia se ver negando aquele pedido ou até mesmo qualquer outro que ela lhe fizesse. Parecia errado negar aquilo à ela. Ainda mais lhe olhando como ela estava.

— Vai nos deixar te ajudar?

— Vou! E também tentarei não me isolar mais de vocês, Sara.

Ele pôde ver o lindo sorriso que ela deixou escapar quando disse isso e gostou daquilo.

— Só peço que tenha um pouco de paciência com a minha dificuldade em interagir, Sara. É tudo novo pra mim. Terei que reconstruir laços com vocês dos quais não lembro.

— Eu sei. E nós juntos vamos reconstruir esses laços, amor.

Ele assentiu.

— Também tem outra coisa que queria te pedir, Sara.

— O quê? Pode pedir o que quiser, Gil.

Ele hesitou por um momento naquele pedido que estava prestes a fazer. Porém algo dentro de si lhe encorajou a seguir em frente. Até porque tal fato tinha sido difícil de lidar. Não queria que tornasse a acontecer.

— Eu queria que... Você não me... ignorasse mais como fez hoje durante o café. Eu me senti tão mal com isso.

Ela foi quem se sentiu mal agora. Seu peito até se apertou diante do que ouviu e da forma como seu marido falou. Ele realmente parecia mal com aquilo. Apertou a mão dele e na sequência uma de suas mãos foi de encontro a seu rosto, deslizando por ele de maneira carinhosa, que fez Grissom até fechar os olhos.

— Te peço desculpas por isso. Eu ainda estava chateada pela nossa discussão, por isso agi daquele jeito. Mas prometo que não faço mais aquilo. Não era minha intenção te fazer se sentir mal.

No fundo, ela achou que por seu marido estar do jeito que estava, ele não fosse sentir o jeito com o qual ela lhe tratou. Até chegou a imaginar erroneamente, que talvez ele nem chegasse a se importar. Mas foi o contrário!

— E também me desculpe pelas palavras duras que te disse ontem. Saiba que vou tentar ser mais paciência com você, está bem?

Ele abriu os olhos e balançou a cabeça positivamente enquanto lhe deu um sorriso tímido. Era o sorriso que ela mais amava nele. Se bem que tudo nele, ela amava. Desde suas esquisitices até seu gente metódico de ser.

Sara sabia que se desculpar com o marido era o certo a fazer. Assim como ele errou, ela também cometeu seus erros. Não podia ficar agindo da forma como agiu com ele. Seu marido precisava dela e ela o tratando daquele jeito de mais cedo, não ajudava em nada.

Grissom entendeu o motivo da esposa e aceitou suas desculpas. Após o acerto entre eles, Sara contou ao marido sobre os médicos que Catherine tinha conseguido com um amigo deles. Entretanto, a morena não especificou quais seriam esses médicos... Ainda!

— Acha que esses médicos podem descobrir por que fiquei assim?

— Espero que sim. Há pouco liguei para os números que ela me trouxe e consegui agendar um dos médicos pra amanha à tarde, os outros ficaram pra semana que vem. Você vai, não é?

Ele não respondeu.

— Gil é para te ajudar.

— Ok! Eu vou!... Mas qual médico é esse de amanhã?

Ela hesitou em contar, pois não sabia se ele reagiria bem ao ouvir qual era o médico.

— Sara qual é o médico?

Ele cobrou já que ela não lhe respondeu.

— Trata-se de... Um Psiquiatra.

A cara que ela o viu fazer, foi exatamente a que imaginou e temeu ver nele. Houve um instante de silêncio até Grissom se pronunciar dizendo que não iria aquele médico.

— Por que não?

— Não estou louco pra ir nesse médico, Sara. Apenas perdi a memória. Pra quê tenho que ir num Psiquiatra?

Emburrou-se o homem deixando explícito seu descontentamento diante de tal fato.

— Gil toda ajuda é bem vinda. Precisamos ouvir o que ele pode dizer sobre seu caso. Não custa nada irmos nele.

— Mas eu não vou, Sara. Nesse médico eu não vou, sinto muito.

Ele se levantou nervoso. Nem pensar que iria a um psiquiatra.

— Mas, Gris...

— Não insista por favor, por que se não vamos discutir de novo.

Ele a interrompeu não dando margem para que ela completar sua fala.

Sara percebendo o estado já nervoso do marido e sua veemente rejeição quanto ao médico, decidiu não insistir mais no assunto. Deixaria Grissom se acalmar e depois voltaria a tentar fazê-lo aceitar ir a esse médico com ela.

— Tudo bem! Não precisa ficar nervoso. Não vou insistir por hora. Mas seria muito bom você se consultar nesse médico. Temos que buscar toda a ajuda possível pra solucionar seu caso. Não importa se essa ajuda venha de um psiquiatra ou qualquer outro médico que não te agrade. Ajuda é ajuda!... E já que você não quer ir, eu vou sozinha falar com o médico sobre o que lhe aconteceu.

Ele suspirou feito um garoto emburrado e não ousou comentar nada a respeito ficando apenas calado.

— Ao Neurologista e o Psicólogo você vai, não vai?

— A esses eu vou.

Somente ao psiquiatra que estava fora de cogitação!

— Ótimo!

Satisfeita com sua resposta Sara sorriu para ele, que estava de pé perto da janela do quarto, lhe olhando de braços cruzados.


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Notas finais do capítulo

Sei q a fic tem sido ate agora bem triste, mas não se preocupem q as coisas vão começar a melhorar apartir do proximo. O Gil vai começar a se aproximar mais da familia dele.
Bjs e ate o proximo!!!