Desventuras No Amor escrita por Alanis Beliato


Capítulo 3
Capítulo 3 - Tatuagens




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O lugar era bem arejado e escuro, as poucas luzes que haviam lá eram de uma tonalidade meio avermelhada, eu tinha que admitir, o local tinha estilo, mesas redondas de mármore, cercada por cadeiras, uma pequena pista de dança, que por sinal, estava lotada, vários barman’s fazendo seus malabarismos, e por fim, todos os tipos de bebidas e strippers que você podia imaginar. Eles tinham uma diversidade incrível de mulheres, desde loiras a ruivas, baixas e altas, e isso apensas dificultavam as coisas para mim, como é que eu ia achar minha stripper misteriosa no meio daquela mulherada toda?  Tá, ela tinha cabelos e olhos castanhos, mas quantas dessas não havia naquele lugar?

Sentei-me derrotado e fiquei apenas observando o movimento. Chegava até ser engraçado ver moleques com uns 18 anos chegando naquelas mulheres vividas com um papinho de “Ei, você é linda, quanto é que eu tenho que pagar pra ter você na minha cama?”.

Fiquei sentado ali cerca de meia hora, uma vez ou outra eu dava um gole no meu Martini, o tempo não parecia passar, olhei em meu relógio e já se passava das sete. Ouvi alguns murmúrios de que haveria um “show” dali a pouco, não custava nada esperar, eu não tinha nada pra fazer mesmo.

As poucas luzes avermelhadas que havia no bar foram diminuindo e uma luz forte e branca focou no centro do palco que havia em frente à pista de dança ao lado da cabine do DJ. Lá havia três coisas: Uma cadeira, um pole-dance e uma mulher. Endireitei-me na cadeira e foquei os olhos na mulher que se movimentava com eficácia no instrumento, ela, além de ser uma ótima dançarina, era uma grade ginasta, os movimentos que ela fazia eram incríveis, me fez ficar boquiaberto.

Sem tirar os olhos da dançarina me levantei e me aproximei da pista onde alguns caras assanhados jogavam dinheiro no palco para ela.

O show não durou tanto quanto eu esperava, o quê me desapontou, pois foi à única coisa que me enterteu a noite toda. A dançaria passou por mim e graças ao seu coque mal feito, eu pude perceber uma pequena tatuagem em sua nuca… Uma tatuagem tribal, igualzinha a que a minha stripper misteriosa tinha ontem. Era ela. Jura Edward?

 Ela estava no bar tomando água, com todas aquelas façanhas que ela havia feito no palco a garota devia estar cansada. O quê eu faria, não dava pra chegar nela e falar “E aí, lembra de mim? Transamos ontem” não tinha lógica aquilo, eu estar naquele bar atrás de um stripper também não tinha. Não foi só porque tivemos uma noite juntos que eu fosse significar algo pra ela e ela significar algo pra mim.

“Mas tinha algo por trás daquela mascará, algo que eu estava realmente a fim de conhecer”.

Lembrei-me das minhas próprias palavras que eu havia pensado assim que decidi vir atrás dela, isso me deu um pouco de coragem para, pelo menos, chegar perto dela.

Sentei-me dois bancos depois do dela, ela parecia meio dispersa das coisas que aconteciam a sua volta, então me permiti dar uma olhadinha de canto de olho só para me certificar, e para minha surpresa, ela também me encarava, virei o rosto envergonhado, mas ela continuou me encarando. Será que ela também havia me reconhecido? A luz não era lá tão favorável, mas ela parecia se familiarizar com meu rosto.

— Bela… Tatuagem — Eu precisava começar de algum jeito.

A minha stripper misteriosa sorriu e levantou-se de seu lugar veio em minha direção.

— Também gostei da sua — Falou ela enquanto desabotoava alguns botões de minha camisa, deixando meu ombro e um pouco da minha tatuagem amostra.

É, ela havia me reconhecido.

— Então… — Eu não sabia como prosseguir.

— É, eu me lembro de você. Na verdade, eu te notei assim que você chegou.

COMO?

— Eu não te vi, na verdade, só te reconheci por causa da tatuagem, já que ontem não pude vê se rosto.

E ainda não podia, porque ele ainda estava coberto por uma mascará.

— Pensei que você fosse meio… Lerdinho, mas, felizmente, você percebeu a minha dica. Prendi o cabelo apenas na intenção de que você notasse minha tatuagem, já que a ficou admirando-a ontem

Ela não deixava escapar nada e isso me deixava nervoso.

— É uma tatuagem muito bonita.

— Parece nervoso, tem algo te incomodando? — Ela falou enquanto olhava para os lados.

Eu quis gritar “Sim, tem sim, você!”.

Droga! A presença dela me deixava… Desvairado, eu não sei, a voz dela era de um tom melodioso e melancólico, era música para os meus ouvidos, ela ainda esperava uma resposta quando percebi a quão alta ela estava, ontem a noite ela me parecia ter 1.68 por ai e agora ela estava quase me ultrapassando e olha que tenho 1,85.

— Puxa… Você está tão alta.

— A é mesmo, são esses saltos, pois é eles são gigantes — Ela falou enquanto se apoiava em mim para tirar os sapatos — Então, o quê te trás afinal?

Pensei em mim e uma coisas para dizer o motivo da minha vinda até o seu local de trabalho, mas nenhuma delas me pareceu convincente o suficiente. Nada mais justo do que dizer a verdade

— Eu queria te ver de novo — Admiti meio envergonhado.

— Por quê?

— Por quê? Bom, eu também não sei, quando souber eu te falo.

— Veio aqui para me ver sem saber meu nome ou como sou?

— Parece que sim.

— Se eu não tivesse te dado à dica, você acha que me notaria no meio de todas elas? — Falou enquanto gesticulava para as mulheres que trabalhavam com ela

— Sei lá, acho que sim.

— Por que veio?

— Já disse que não sei, eu só… Eu só queria te ver de novo — Mas que droga, onde é que ela queria chegar?

— Mas por quê? O quê tivemos ontem foi só, sei lá, uma noite? Estávamos bêbados, bom, pelo menos eu estava, e quando se transa com alguém que você não conhece não se deve ir atrás da pessoa, nunca te falaram isso?

— Na verdade não — Eu não estava entendendo metade do que ela me dizia, eu apenas observava seus lábios com uma vontade imensa de beijá-los ali mesmo

— Hã, valeu a pena? — Perguntou ela passando a mão entre os cabelos e desmanchando o coque mal feito.

— O quê?

— Ontem, ué... Acho que essa é a única explicação obvia para você estar aqui, então, valeu ou não valeu?

— Por que essa seria a explicação obvia? — Não fazia sentido, ou eu que não prestava atenção no que ela dizia.

— Bom, se valeu a pena você veio aqui atrás de uma segunda dose. Então valeu ou não valeu? Responde, mas que droga.

— Valeu, e pra você?

Ela suspirou algumas vezes e novamente passou a mão pelos seus cabelos castanhos, não pude deixar de notar que eles não estavam tão desgrenhados assim.

— Pode se dizer que sim

— E a única explicação obvia para isso é que você quer repetir a dose também — Falei sorrindo ao perceber que ela estava corando

— Ei! — Foi só o quê ela conseguiu dizer

Aproximei-me um pouco mais dela, eu não sei bem o quê pretendia fazer, eu apenas agi.

— Saí comigo?

— Costuma convidar estranhas para sair?

— Não. E você, costuma aceitar a sair com estranhos?

— Não muito — Ela sorriu timidamente.

— Então, saí comigo?

— Aparece aqui amanhã — Sibilou enquanto sentava-se no banco.

— Tá — Foi só o quê consegui dizer — É melhor eu ir, até amanhã.

— Tchau — Ela se levantou e estava indo em direção, ao que parecia ser, um banheiro.

— Ei! Espera — Falei pegando-a pelo braço e a virando para mim — Posso pelo menos saber qual é seu nome?

— Swan! Por enquanto, só Swan — Sibilou com a voz mais serena possível.

— Swan — Repeti, esse nome, sobrenome, seja lá o quê for, ficaria guardado na minha cabeça.

— E o seu? — Perguntou ela com uma pontada de curiosidade

— Cullen! Edward Cullen

— Gostei — O sorriso dela ia de orelha a orelha — Bom, melhor eu ir.

 Ela se virou e tomou o seu caminho, e eu devia fazer o mesmo, mas antes eu observei Swan até que ela sumisse no meio da multidão.

 Swan!

 Eu já havia conseguido o quê eu queria: sair com ela seria apenas um bônus. Pensando sobre o assunto me virei e fui para casa.

Swan’s POV

 Ele era bonitinho, parecia ser gente boa, porque não aceitei sair com ele logo de cara? Ah é, porque esses bonitinhos são sempre os piores. Eles dizem que querem algo com você, mas no final da noite só querem te levar pra cama, ainda mais quando se tem uma profissão igual a minha, no fundo, eles só querem prazer, o quê fazia eu me questionar era, porque o bonitinho, o Edward, veio atrás de mim? Já havíamos tido uma noite, que por sinal entrou na lista das minhas noites favoritas, o quê mais ele queria?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. COMENTEM bastante e se puderem, por favor, DIVULGUEM a fanfic, obrigado.



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