Minha vida anti-social continua, já vai completar dois meses, quer dizer, ia até alguém chegar e atrapalhar tudo:

–SOPHIEEEEEEEEEEEEEEEE... -Eu estava no meu quarto ocupada fazendo nada quando ouvi minha mãe se esgoelar.

–O QUE ÉÉÉÉ? -Me esgoelei de volta.

–VEM AQUIII....

–JÁ VOU...-Estava com muita preguiça de levantar dali.

–AGORA! -Agora ela está começando a parecer uma mãe, que merda, né? Uma mãe bem chata que um dia vai ser uma daquelas velhas chatas.

Me levantei e fui procurar ela, olhei em todos os cômodos e ela não estava em nenhum até que achei ela na porta que foi o último lugar que eu resolvi olhar e também era óbvio, devia ter pensado nisso antes.

–Que foi? -Perguntei com a cara de peixe morto.

–Sophie? -Ouvi uma voz no corredor, cheguei perto da porta e vi a Prescher mãe na porta do apartamento dela.

–Ah, oi. -Respondi super animada.

–Não vai na festa do Chris? -Ela perguntou vendo o meu lindo pijama de vaquinha e eu me lembrei da festa do Prescher que ela me convidou umas semanas atrás.

–Eu nem sabia que ela tinha sido convidada. -Minha mãe informou me olhando com cara de tonta parecendo que foi um milagre eu ter sido convidada para a festa e parecendo que foi o fim do mundo eu não ter contado para ela.

–A m...Senhora Prescher me convidou algumas semanas atrás. -Informei minha mãe rolando os olhos. O que isso tem de tão importante?

–E você não vai? -Neguei com a cabeça. Agora ela está surpresa. Acho que ela não se deu conta de que eu não estou mais falando com o Prescher faz meses. Ela não entendeu que eu me afastei de todo mundo, mesmo que tenha sido ele que tomou essa decisão.

Já ia dar as costas e voltar para o meu quarto quando o Prescher apareceu e minha mãe me puxou de volta.

–Feliz aniversário, Chris! -Minha mãe disse e abraçou ele.

–Obrigado senhorita Carter. -Ele riu tímido.

–Tenho uma coisa para você. -Minha mãe disse e entrou para dentro e pegou alguma coisa em cima do sofá. Ele abriu e era um skate.

–Obrigado. -Ele agradeceu agora animado.

–Desculpe atropelar o antigo. -Minha mãe disse e eu queria rir. -Ah, foi a Sophie que escolheu. -Claro que é mentira e eu não quero mais rir.

–Valeu, Sophie. -Ele disse e sorriu para mim. Ou ele está sendo educado na frente das nossas mães, ou ele não está com raiva, ou dá para comprar ele com presentes.

–Ah, é...de nada. -Agora eu corri para dentro.

Christopher POV

Eu já tinha me arrumado para a minha festa de aniversário que os meus amigos me deram de presente depois de fazerem uma "vaquinha" sabe-se Deus lá com que dinheiro e eu tenho 100% de certeza que eles vão acabar usando isso contra mim mas foda-se.

Fui para a porta onde eu achei a minha mãe e para variar ela estava conversando com a senhorita Carter e quando cheguei mais perto vi que a Sophie também estava lá.

–Feliz aniversário, Chris! -Senhorita Carter disse e me abraçou.

–Obrigado. -Agradeci sorrindo.

–Tenho uma coisa para você. -Ela disse entrando para dentro do seu apartamento e depois voltando com um embrulho com uma forma estranha. Abri e era um skate novo. Da hora. -Ah, foi a Sophie que escolheu. -Puta que pariu, a Sophie que escolheu? Só pode ser zoeira com a minha cara. Nunca imaginei ela escolhendo um presente para alguém, muito menos para mim.

–Valeu, Sophie. -Sorri.

–Ah, é...de nada. -Ela disse e saiu correndo para dentro.

–Ela está agindo meio estranho ultimamente. O que aconteceu? -Minha mãe perguntou para a senhorita Carter.

–Não sei. Ela não me conta nada do que acontece na vida dela, na verdade ela me odeia desde o meu divórcio com o pai dela. Ela sempre foi rebelde e sempre andava sozinha, quando mudou para cá fez uma amiga na escola mas um tempo atrás ela se afastou da menina. Eu nem imagino oque passa na cabeça da minha própria filha. -A senhorita Carter respondeu com uma cara de preocupação.

–A Avy? -Perguntei sobre a amiga que ela tinha falado.

–É, acho que o nome era alguma coisa assim. Logo agora que eu pensei que ela ia ter amigos e tudo ia se resolver.

Estou pensando seriamente no possibilidade dessa anã tonta ter feito isso por minha causa. Depois eu que sou babaca.

–Ela não quer ir na festa, Chris. -Minha mãe informou.

–Ah é? -Perguntei e elas concordaram com a cabeça com um olhar que parecia dizer "vai falar com ela, Christopher" ou talvez seja culpa mesmo.

–Vou falar com ela. -Disse e entrei dentro do apartamento, parei na frente da porta do quarto dela e a porta estava fechada mas só virei a maçaneta e ela abriu. -Parece que você ainda não ouviu falar em fechadura, né? -Eu disse e acho que ela se assustou, quer dizer tenho certeza. Ela se sentou na cama.

–Por que você está aqui? Não vai para a sua festa? -Ela perguntou.

–Vou e você vai também. -Respondi.

–Eu? Mas...

–Aquele dia eu estava com raiva e fui falando as coisas sem pensar, eu não queria mesmo você perto de mim mas agora isso já passou, não estou com raiva e talvez eu até tenha sentido a sua falta as vezes e pelo negócio na escola, aquilo daquela prova, não era para você se afastar da Avy, não era nem para você ter ligado para aquilo que eu disse. -Interrompi ela.

–Você tinha razão. -Ela disse baixo e olhando para as próprias mãos. Me sentei do lado dela.

–Anã bobona, eu não tinha não, sou o Prescher nojento, o babaca, lembra?

–Parece que você fala umas boas verdades quando está bravo.

–Ninguém merece uma vida assim, Soph. Sem a Avy você faz oque?

–Sempre foi assim quando eu não morava aqui ainda. -Ela deu de ombros.

–Mas não precisa mais ser. Anda, levanta...-Disse levantando e puxando o braço dela. -Vaiiii...você vai na festa comigo...andaaaaa...

–NÃOOOOOO....EU NÃO QUERO....NÃO....ME SOLTA. -Ela reclamou enquanto tentava soltar o braço.

–Quer sim e vai ser por bem ou por mau. -Disse pegando ela no colo e levando até o banheiro e ela se sacudia igual a uma maluca.

–Você vai se atrasar e eu não quero ir. -Ela disse agora parando de tentar usar a força e começando a argumentar, mas nem adianta ela tentar que eu não vou desistir enquanto ela não for comigo, nem que eu leve ela carregada e usando pijama.

–Dou uma de noiva e porque não? Não sou digno da sua presença na minha festa? -Zoei com o fato de estar segurando ela estilo noiva e usei chantagem emocional com aquela cara de cachorro que caiu da mudança.

–Você é muito chato, sabia? Eu vou. -Ela rolou os olhos, coloquei ela no chão e ela entrou no banheiro.

Fui para o corredor de novo e avisei que ela precisava de ajuda para se arrumar.