-Assina para mim, Alex. -Avery mandou quando encontramos os três mosqueteiros no final da aula.

-Advertência?! O que você fez? -Ele disse olhando para o papel. 

-Problema na prova prática de química. -Ela respondeu rolando os olhos. 

-Por que eu deveria? -Alex disse com cara de peixe morto. 

-PORQUE EU SEMPRE ASSINO AS SUAS, ALEXANDER! -Ela gritou. 

-Nossa, ok. -Ele disse com uma cara de susto. -Canetaaaa... -Ele disse alguns segundos depois esticando a mão. Avy pegou uma caneta da bolsa e entregou para ele e ele ainda usou as costas dela como mesa. Esse moleque... -Pronto! -Ele informou devolvendo a advertência. 

-Obrigada. -Ela disse falso. 

-A gente vai indo antes que ela arrume mais confusão e me foda junto com ela, vocês sabem, né? Sou um menino rebelde. -Alex começou a falar para a gente. 

-É, claro que sabemos. Se a Soph tivesse um... -Encarei ele. -...você sabe, um desses que imagino que você tenha, ela seria você. 

-Mentira, aquele capeta em corpo de gente é pior. -Prescher disse. 

-Vem logo, Alex. -Avy chamou o irmão depois de se despedir de mim e ir andando em direção a saída. 

-Eu vou também. -Dylan avisou sorrindo para a gente e correndo atrás dos gêmeos. Me deixou sozinha com o Prescher que do jeito que ficou bravo não duvido que possa me assassinar a qualquer momento e ai viver feliz para sempre com a sua vida totalmente sem Soph como era antes de eu cair de paraquedas na mesa do almoço da casa dele ou talvez eu corra e salve minha vida e vou para um hospício tratar desses meus problemas mentais. 

-Problemas na prova prática? Problemas me lembram você. -Prescher disse perto do meu ouvido com um tom ameaçador e depois começou a andar em direção a saída. 

-Não foi só culpa minha. -Disse alto o suficiente para ele ouvir. 

-Você fode você mesma e fode todo mundo junto com você. Eu não duvido  que aprontou alguma coisa e deixou a Avery levar toda a sua culpa. -Ele disse parando de andar e olhando para mim. Eu não respondi nada e ele foi embora. 

Todo o caminho de volta para a casa, que fiz andando, fiquei pensando no que ele disse e é tudo verdade. Eu só me fodo e fodo todo mundo junto. Talvez eu devesse voltar com a minha vida anti-social. 

[...] 

-Soph, não quis pegar carona com a gente? -Prescher mãe disse me assustando quando sai do elevador. 

-Resolvi andar um pouco... 

-Você quer almoçar? 

-Não, obrigada. -Eu disse indo em direção a porta do meu apartamento. 

-Então depois você vem para cá. Está de castigo, lembra? 

-Aham, lembro sim. -Disse concordando com a cabeça e entrando para dentro. 

 Achei comida congelada na geladeira e foi isso o meu almoço. Quem sabe eu acabo morrendo com as artérias do coração entupidas e faço um favor para a humanidade? E eu também odeio ter que almoçar no de novo no meio da tarde quando eu chego em casa...

Terminei de almoçar fui para a casa dos Prescher, ficar em casa ou ir lá é a mesma merda mas pelo menos eu tenho o Dave lá e também evito minha mãe falando um monte no meu ouvido por ter fugido do castigo e vai ser assim até a semana que vem já que minha mãe não me deu mais nenhum castigo além daquele de antes: sem tv, computador, celular...

[...]

"Não nasci para viver em sociedade e não acho que conviver comigo vai ser bom para você. 

 Soph. " 

Esse é o que dizia o bilhete que eu deixei no armário da Avy. Conviver comigo só está fazendo ela se dar mal e daqui a pouco ela acaba no fundo do poço tentando me proteger e eu não quero isso, eu já estive lá e não é nada bom. 

[...] 

-O que é isso? -Ela chegou perguntando me mostrando o bilhete com o "rompimento" da nossa amizade em um dos intervalos das aulas. 

-Ser minha amiga não é bom para você e oque aconteceu na prova ontem é a prova disso. 

-Para de ser idiota, Soph. -Ela disse balançando a cabeça negativamente parecendo não acreditar no que eu estava dizendo. Eu tenho certeza que ela achou idiotice. 

-Que bobagem! Não importa oque você disser ou fizer, eu NÃO vou deixar de ser sua amiga. 

-Avy...

-EU NÃO VOU DEIXAR DE SER SUA AMIGA, N-Ã-O, ENTENDEU? NOSSA AMIZADE NÃO VAI ACABAR DESSE JEITO. -Ela meio que gritou quase sem respirar. Ela se mexia e balançava as mãos que nem uma maluca. -Bom, vou ir para a aula agora. -Ela disse alguns segundos depois agora parecendo mil vezes mais calma. Ela se virou e foi andando pelo corredor e eu fiquei olhando até ela sumir. 

Depois disso eu passei mais de um mês fugindo dela: ficava escondida no banheiro até a hora que o sinal do inicio das aulas batia, fugia sempre que via ela no corredor, ignorava os bilhetes e sempre que ela vinha falar comigo aparecendo de surpresa e ela chegou até ir dias seguidos na minha casa, quando minha mãe estava lá eu mandava ela dizer que eu não estava apesar de ser meio obvio que eu estava e quando minha mãe não estava eu nem atender a porta atendia e depois ela acabou desistindo. 

Foi quase a mesma coisa com os meninos, eles sabiam do que aconteceu entre mim e o Prescher então por causa das exigências dele eles só vinham falar comigo quando ele não estava junto, oque acabou me ajudando na volta da minha nova velha vida anti-social, e quando eles apareciam eu conversava o mais rápido que podia e dava um jeito de fugir. A única pessoa, ou idiota zoando com a minha cara, que eu não consegui espantar foi o admirador secreto, muito pelo contrário agora ele mandava mais bilhetes ainda. 

Claro que nesse tempo eu também me meti em confusões, mas porque sou tonta mesmo. Nada fora do meu comum. 

Fico o dia todo vendo desenho e dormindo e agora até estudar eu estudo, acredite se quiser. Minhas provas semestrais estão chegando e já começaram com a contagem regressiva para o Natal mesmo faltando mais de um mês.