Powerfull - Session 01 escrita por Amanda Ragazzi, LiKaHua


Capítulo 12
Capítulo 12 - Primeiro dia Parte I


Notas iniciais do capítulo

Kath: Oi gente, aqui vai mais um capítulo pra vocês. Novamente peço desculpa pela demora, mas já expliquei meus motivos. Para compensar o tamanho do cap anterior esse esta um pouco maior e com mais "emoção". Espero que vocês gostem!
Talvez o próximo demore porque tenho que cuidar dos capítulos dos outros livros e a Mandinha ainda não apareceu :/
Boa Leitura!



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POV Andrew

Lauren marcou uma espécie de reunião para conversar sobre a Sharon, lógico que o assunto em questão não foi convidado para a reunião, segundo Calleb ela estava perdida em alguma parte do castelo olhando o horizonte completamente desligada da realidade, se é que em algum momento ela vivia em um mundo fora do seu. Lauren era a garota mais fascinante que eu já havia visto na vida, eu costumava ser do time “não me envolvo”, mas isso ficava aparentemente mais difícil quando eu ficava diante dela. O seu senso de controle e justiça eram fascinantes pra mim, a sua maneira enérgica e ao mesmo tempo tão doce de lidar com as situações, ela era maravilhosa.

Nos encontramos em uma sala perdida na ala sul, provavelmente era uma antiga sala de reunião com o conselho real pois havia uma enorme mesa retangular bem ao centro rodeada de cadeiras em uma madeira negra e talhados à mão. Ao fundo uma lareira e sobre ela alguns livros e um relógio. Ao lado da sala havia uma enorme estante e alguns sofás era um ambiente sério e ao mesmo tempo aconchegante. Lembrei-me de registros da história que contavam sobre a reunião geral da jovem herdeira do trono para reivindicar o direito de assumir o trono sozinha independendo de casar-se.

Quando se certificou que estávamos todos ali, Lauren posicionou-se na cadeira central e fez sinal para que a gente se sentasse. Por alguma razão eu não conseguia tirar meus olhos dela e a preocupação nos mesmos era evidente. Calleb como sempre estava a um passo de dormir, Jessica continuava com a mesma vitalidade de sempre, mas havia um resquício de preocupação em seu semblante também. Mathew era o único evidentemente tranquilo que parecia procurar por alguém, como presumi: Sharon.

– Bom gente... - Lauren começou. - Eu chamei vocês aqui porque temos... O resto da nossa vida juntos como uma turma e acho que todos tem de saber o que está acontecendo.

– A Sharon tentou me matar! - Jessica despejou com certo gosto ao ver a reação de espanto de todos nós.

– Jessica! - Lauren repreendeu-a. - Isso não é verdade.

– Ah não? Então como você chama o que você viu lá dentro? Se não fosse por você eu teria morrido sufocada!

– Isso é ridículo! - Mathew falou quase gritando do outro lado da mesa.

– Esperem, eu vou explicar.

Até mesmo eu estava surpreso com aquilo, eu vira pouco da Sharon, o tipo de garota na dela que não gostava de ser importunada por ninguém, mas chegar a tentar matar alguém? Era difícil acreditar, mesmo depois de ver o duelo entre as duas na estrada, ela parecia ter pleno controle sobre o que estava fazendo, não pareceu em nenhum minuto querer matar a Jessica. Lauren respirou fundo e começou.

– Quando chegamos aqui, conheci uma das minhas colegas de quarto, Sophie. Ela tem o dom de ver a distancia. Contei a ela sobre a magia da Sharon, ela me disse que podia ser perigoso, e que a origem do dom da Sharon podia ser um problema para nós. Vocês sabem que... Sharon e Jessica não se deram bem desde o começo...

– Mas a Jessica provocou a Sharon. - Mathew falou visivelmente chateado.

– Falando o garotão apaixonado. - Jessica implicou.

– Já chega! - Lauren pediu. - Ontem quando levei a Jess até o quarto dela eu não sei bem o que aconteceu, mas eu sei o que eu vi, a Sharon mantinha o olhar fixo nela, como se a estivesse sufocando sem mover um músculo.

– Ela parecia... Fora do seu próprio controle, possuída por alguma coisa.

– Quando eu entrei no quarto e chamei o nome dela, era como se por um instante ela tivesse acordado... E simplesmente pareceu assustada com a situação, era como se antes não fosse ela.

– Olha gente, eu conheço o bastante da Sharon para saber que ela nunca machucaria ninguém! Acho que isso não passa de uma intriguinha da Jessica porque perdeu uma batalha ridícula! To indo.

Andrew atravessou a porta irritado. Lauren respirou fundo e falou finalmente:

– Temos que descobrir de onde vem a magia da Sharon... E se for o caso, precisamos ajudá-la. Mas para isso eu preciso de vocês.

– Eu topo. - Falei.

– Eu to dentro. - Calleb falou bocejando.

– Ta bom... Ta bom... - Jessica concordou um pouco contrariada.

– Vou conversar com Sophie para saber se ela ainda tem alguma informação que possa nos ajudar.

Todos levantaram e começaram a sair, tínhamos vinte minutos antes da primeira aula. Me aproximei de Lauren antes que ela cruzasse a porta:

– Lauren...

– Sim?

– Você quer... Sair comigo mais tarde?

– Para onde Andrew? Nao podemos sair das dependencias da escola...

– Quem disse?

Ela sorriu e eu entendi como um sim.

– As 23h no muro leste.

A primeira “aula” que teríamos era de defesa pessoal. Claro, nada comparado aos cursos que tem por ai que ensinam mulheres frágeis a fugir de grandalhões que as imobilizam e maridos furiosos que batem nelas. As garotas ali não eram nem um pouco frageis e menos ainda casadas, o que significaria que seria uma aula muito, muito interessante.

– Bom dia garotos.

O professor era um cara forte, alto de cabelos pretos e pele absurdamente branca. Tinha um cavanhaque, olhos castanhos e trajava uma espécie de uniforme azul.

– A aula de hoje é mais uma apresentação, aqui nós vamos testar os seus limites e instintos de sobrevivência. Em primeiro lugar quero que formem duplas.


POV Mathew

Duplas, ótimo! Era a minha chance de me aproximar da Sharon. Caminhei até ela que estava atrás de todo mundo, quieta com os braços cruzados apenas observando o professor. Ela não fez menção de sair quando me viu o que era de fato um bom sinal.

– Podemos fazer dupla?

– Se isso não passar da aula. - Ela me cortou.

– Vemos isso depois. - Retruquei.

Andrew e Lauren ficaram juntos assim como Calleb e Jessica. As outras duas garotas formaram dupla, uma tinha longos cabelos castanhos pintados com mechas azuis e a outra era um pouco estranha, mesmo assim não deixava de ser bonita, havia algumas sardas em seu rosto contrastando com os cabelos ruivos e os olhos acinzentados.

– O Objetivo de vocês é atravessar o campo leste e me trazer três dos cristais espalhados por lá, sem usar nenhum dos seus dons. E acreditem, eu saberei se usarem e saberei quem usou!

– Ele não parece estar brincando. - Falei baixinho.

– Não se apressem, tem cristais suficientes para todos, apenas cuidado com as armadilhas.

Fiz um gesto para que Sharon passasse na frente, percebi os olhares dos demais sobre nós, mas não me importei. As duplas se dispersaram pela floresta e nós seguimos pelo norte, as árvores altas davam a impressão que estávamos no meio de uma floresta, o sol batia por entre os galhos formando feixes de luz, ela caminhava calmamente com as mãos nos bolsos da jaqueta então me arrisquei a puxar assunto:

– Você é difícil assim com todo mundo ou está me dando tratamento especial?

– Não é seguro me irritar e você sabe disso. - Ela falou cortante.

– Eu não sei porque insiste em manter as pessoas longe de você, eu sei que você é mais do que aparenta.

– Qual é o seu dom?

– O que?

– O que você faz?

– Eu sou veloz, tecnopata e...

– E o que?

– Entre outras coisas. - Falei calmamente.

– Você não sabe o que é ser como eu. Não sabe nada sobre mim...

– Eu sei que você não é esse monstro que estão pensando que é.

– E se eu for?

– Provavelmente eu estaria morto a essa altura.

– Como eu tentei fazer a Jessica morrer ontem?

– Então é verdade? - Parei de frente para ela forçando-a a me olhar. Os olhos verdes me fitaram com insegurança, mas eu consegui ver a sinceridade neles;

– Eu não queria machucá-la... Ainda to tentando entender o que aconteceu. É que ela... Gosta de me irritar! Parece que não consegue me deixar quieta!

– Olha de mim, você não precisa se esconder... E eu não quero que se esconda...

– Vamos por ali...

Ela falou passando por mim em direção à uma nascente que havia a poucos metros de nós. Sorri, de alguma forma eu sentia que ela se sentia da mesma forma perto de mim, desde o incidente na estrada, quando me aproximei dela pela primeira vez, ela não me afastou, de alguma forma Sharon sentia que podia confiar em mim e isso me fazia bem, era assim que eu queria mantê-la, perto.

– Onde esconderia cristais que não quisesse que encontrassem? - Ela me perguntou.

– Sinceramente eu não faço ideia.

– Claro que faz, mas seu cérebro está ocupado com outras coisas no momento, incapaz de pensar com racionalidade.

– Você é boa demais não acha?

– Me elogiar não vai fazer eu te dar uma chance.

Ela me olhou sorrindo e colocou as mãos dentro da água abaixando-se devagar.

– Aqui...

Puxando as mãos da água com certa força, Sharon me mostrou a pedra que brilhou refletindo a luz do sol.

– Bom trabalho.

– Com ela fica mais fácil achar as outras.

– Como assim?

– Cristais se comunicam se forem parte de um todo... Tudo que precisamos é do sol para ter uma direção.

– Como sabe tudo isso?

– Escreveria um livro com tudo que você não sabe.

Erguendo a pedra para o céu ela deixou que a luz solar atravessasse o cristal e em segundos, diante dos meus olhos um feixe forte de luz apontou para uma árvore do outro lado do rio.

– Ali está.

– Nossa... Muito bom! Sem magia, sem nada?

– Magia não é brinquedo Matt... As vezes pode ser sua ruína.

Ela parecia séria ao falar aquilo, mas eu estava ocupado demais refazendo o som da voz dela me chamando de Matt. Entrando dentro do rio ela virou-se pra mim:

– Você vem ou não?

– Espera. - Nesse momento uma queda de lógica se deu em minha mente. - Está fácil demais...

– Como assim?

Nesse instante ergueu-se do rio uma criatura enorme de pedra e água, Sharon olhou-o visivelmente surpresa e esquivou-se do primeiro golpe da criatura lançando-se sobre mim que a segurei. Nossos olhares se cruzaram, ela estava tão perto... A criatura soltou um rugido feroz:

– Péssima hora pra bancar o Romeu!

Me empurrando para o lado ela nos livrou de outro golpe certeiro do monstro. Era a criatura mais estranha que eu já havia visto, metade dele era de pedra, a outra metade de água. Mirando sobre nós a mão de água ele lançou um jato forte de água derrubando-nos.

– Armadilhas né? - Falei. - Aquele professor deve tá curtindo com a nossa cara!

– Acha mesmo? - Ela perguntou irônica. - Vem por aqui.

Subimos uma rocha que se aproximava do rio, para nossa sorte a criatura parecia ser um tanto cega também. Seguimos por trás até ela se virar e mover as ondas do rio de forma que nos derrubassem, Sharon puxou-me pelo pulso até a margem e corremos o máximo que pudemos.

– Da próxima vez que achar as coisas fáceis demais uma dica: Fica na sua!

Ela falou respirando fundo e sacudindo os braços na esperança de tirar o excesso da água. Caminhamos juntos até a árvore marcada pelo cristal e ela parou por um momento, o silêncio cobria cada centímetro do lugar o que não era bom. Sharon abaixou-se tirando um punhal do coturno que usava e abriu um buraco no tronco arrancando de dentro o cristal. Ela olhou para o céu nesse momento:

– Ouviu isso?

– Isso o que?

– Droga Matt, limpa a sua mente e me esquece por um segundo! Presta atenção...

Nesse momento eu ouvi, parecia rosnados... A nossa volta. Estavamos cercados. De repente de todos os lados apareceram lobos enormes, com dentes pontiagudos e escorrendo baba. Eles se aproximavam calmamente, Sharon e eu ficamos encostados de costas um pro outro.

– Diz pra mim que tem alguma habilidade com luta.

– Ta bom... Jiu jitsu. E manejo adagas.

– Ótimo! Vamos precisar de tudo isso agora!

Puxei uma adaga de dentro do bolso da perna da minha calça e me preparei para enfrentar os lobos. Eles avançaram sobre nós, empurrei um longe e foi quando vi Sharon, ela arremessou um dos animais contra uma árvore com um único golpe, nesse momento me senti meio fraco e comecei a me defender com mais vigor, um dos lobos me pegou desprevenido caindo por cima de mim, enterrei a adaga em seu peito lançando-o para o lado, nesse momento o corpo dele se desfez bem ali diante dos meus olhos.

– É só uma ilusão Sharon...

Ela ainda brigava com um deles.

– Uma ilusão que machuca de verdade!

Em um golpe incrível ela virou-se num gesto digno de filmes de ficção científica girando e atingindo o animal com o punhal em um golpe que o lançou longe.

– Não sabia que era tão boa com lutas...

– Como eu disse, dá um livro com tudo que você não sabe.

Ela falou continuando a andar.



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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Eu quis tirar um pouco essa "má impressão" da Sharon.
O que acham que vai rolar nesse encontro da Lauren com o Andrew? E a Sharon com o Mathew hein? Sentiram o clima? Espero que tenham gostado :D
Até mais!
Reviews por favor *-*



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