- Mas depois você se deu mal, bem feito – sorri.

- Nossa... – ele franziu os lábios – na verdade, depois disso, eu queria me vingar de você sabe... Por você ter começado com essa brincadeirinha com meus sentimentos...

- Ah, acha que eu estava brincando com seus sentimentos? Ou era você?

- Era você. Depois que sua mãe terminou comigo, você começou a ficar com o Gabriel.

- Eu já estava ficando com ele há um tempinho.

- Tudo bem, mas continuando... E você também começou a ficar com o Eduardo. Mas como assim? Eu não entendo, você queria os dois?

- É, mas... Olha, deixa eu falar serio... Na verdade, eu queria ficar com o Dudu. Mas queria ficar com o Gabriel. Então, me sugeriram de ficar com os dois ao mesmo tempo – falei direcionando meus olhos aos seus.

- Tá vendo? Você esteve na mesma posição que eu – ele sorriu – mas e agora, o que vai fazer? O Dudu foi embora, e não volta tão cedo...

- Agora eu vou ficar com o Gabriel... Porque eu amo ele – sorri.

- E você... me ama? – ele perguntou confuso.

- Amo Emilio. Por mais que isso me prejudique, eu te amo. Como ninguém – disse olhando para a grama e passando minhas mãos de leve no chão.

- Eu também te amo – ele sorriu de canto – muito.

- Mas agora estou muito indecisa, não quero falar sobre sentimentos – pausa – você realmente não vale tanto a pena para mim Emilio, eu não tenho confiança em você – disse me levantando – vamos tomar um sorvete? – sorri.

- Vamos sim – ele sorriu e se levantou, pegando em minha mão e entrelaçando nossos dedos. Tudo bem, nada demais.

Compramos dois sorvetes, e voltamos a nos sentar no gramado. Conversamos mais um pouco, e eu acho que todo meu ódio que estava acumulado sobre Emilio, passou. Agora estávamos bem um com o outro. Quero dizer, relativamente, sim.

Umas 17:30 resolvemos ir embora, e ele me deixou em casa.

Entrei em casa, e fui para meu quarto. Me sentei na poltrona, e liguei a TV. Pensei bastante.

Em qual Emilio eu acabara de conhecer. O Emilio diferente, o outro lado de alguém que eu pensava que conhecia bem, mas pelo contrário. Ele atrás daquele rostinho bonito, daquele corpo perfeito, era uma pessoa sensível. Por trás da galinhagem, ele podia despertar um pouco de fidelidade dentro de nós. Era simplesmente, diferente.

- Oi filha, cheguei – minha mãe bateu na porta do quarto.

- Olá mamãe – sorri.

- Como está?

- Estou bem... Sai com o Emilio hoje – permaneci sorrindo.

- Serio? – ela se assustou – e como foi?

- Foi bom, descobri um outro Emilio que eu não conhecia.

- Jura?

- É. Ele é diferente – não percebi, mas um largo sorriso foi aberto em meu rosto.

- Espero que se deem bem – ela riu – eu já disse, mas vou repetir, vocês formariam um lindo casal – sorriu.

- Ah vá – disse e ri – eu não pretendo ficar com ele mãe

- Ué, tudo pode acontecer... – ela disse, e saiu do quarto.

Fiquei o resto do dia pensando e vendo TV, depois comi alguma coisa, e desmontei na cama. Eu estou numa coisa de dormir que da até medo.

Bom, os outros dias foram a mesma coisa. Eu acordava com Gabriel me ligando nos dias de semana, a tarde saia com ele, ou com Emilio, a noite ficava em casa, ou ia pro shopping com minha mãe – quando ela não estava muito ocupada saindo com o Ricardo. O Dudu e ligava todos os dias me contando como estava sendo no Canadá, e eu contava como estava aqui.

A Rafaela e o Lucas assumiram namoro. O Luiz estava ficando serio com a Larissa, acho que ela realmente deu um jeito nele. O Felipe, começou um suposto namoro com a Leticia. Eu e o Gabriel, estávamos muito bem, e o Emilio, estava solteiro. Ele havia me prometido não ficar com ninguém, e pelo menos perto de mim ele não fazia isso. Mas longe, eu não duvido nada.

Duas semanas se passaram depois que o Dudu foi embora, e já estava tudo normal.

Acordei ás 10:30, querendo MUITO voltar para meu sonho. Estava bom, tinha o Gabriel, o Emilio, o Dudu e a Rafa. Era alguma coisa divertida. Mas tudo bem, nós sonhamos todos os dias.

Me levantei da cama, e fui tomar um banho. Era sábado, e o Gabriel me disse que tinha uma surpresa a me fazer. E sim, estou curiosa.

Me vesti com um vestidinho floral curto, e uma melissa preta básica. Amarrei o cabelo em um rabo-de-cavalo alto, e passei uma maquiagem de leve. Peguei meus óculos escuros – os de grau já haviam sido trocados por duas lentes de contato faz tempo – e minha bolsa. Eram 11:00. Gabriel me pegaria em casa ás 11:30.

Liguei o computador, e fiquei lendo tweets das pessoas. Até que ouvi a campainha tocar. Olhei pela janela, era o Gabriel, estava na frente do jardim, arrumado. Estava lindo.

- Mãe, to indo ok? – disse passando por ela na sala. Ela estava sentada, ao lado do meu pai.

- Boa sorte – ela sorriu – que horas volta?

- Hm, não sei – falei um pouco confusa.

- Quando voltar temos uma surpresa para você – Meu pai disse sorrindo.

- Ok – sorri – tchau gente – disse e sai de casa.

Sai no portão, Gabriel estava me esperando sorrindo, com uma flor na mão.

- Nossa, que romântico – disse sorrindo olhando para ele.

- É o amor, faz isso com as pessoas – ele sorriu – com sua licença – ele disse, posicionando a margarida suavemente sobre minha orelha, eu sorri.

- Que linda – disse passando meus dedos delicadamente sobre as pétalas.

- Como você – ele disse, e me deu um selinho.

- Aonde vamos? – perguntei.