Acho que vou ligar pra Rafa agora, é.

telefone on
– Oi?
– Oi Rafa.
– Oi Ju!
– Como tá?
– Bem, e você?
– É, to bem...
– O que foi?
– nada, só te liguei atoa... – ri.
– Ah... Mas e ai, fiquei sabendo que sua mãe terminou com o Emilio?
– Quem te contou?
– O Emilio contou pro Dudu, que contou pro Lucas, que contou pra mim, e o Emilio também contou pros colegas dele, que já espalharam pra escola inteira.
– Meu Deus.
– Pois é... Mas espalharam outra coisa também...
– O que?
– Que você é a próxima!
– Próxima o que?
– Vitima do Emilio.
– Ah, ele vai me matar é? — começamos a rir.
– Não, mas ele disse que vai fazer qualquer coisa pra te conquistar agora...
– Aham, vai sim. Aquele galinha dos infernos!
– Eu não duvidaria... — ela riu.
– Então deixa ele vir pra ver o que tá esperando ele...
– Mafiosa! —pausa — mas e ai, mudando de assunto, como vai o namorico a três? — ela riu.
– Vai... bom, vai bem. Até agora tá rolando mais com o Gabriel.
– Por que? E o Dudu?
– O Gabriel mora mais perto, e passa mais tempo comigo...
– Ah, o Dudu mora mais longe ne...
– Mas amanhã ele não perde por esperar...
– Eita nóis, esperar o que?
– Ah, sei lá. Amanhã vou pegar ele de jeito — começamos a rir.
– Nossa Ju, sua personalidade mudou junto com seu cabelo é?
– Não sei, mas to desconfiando que sim — rimos.
– Louca! Mas sei lá, a festa vai ser boa... Pelo menos pra mim é. E acho que pra você também.
– haha, vai sim, vai ser bem construtiva...
– Sei sei.

– Adivinha quem vai dormir aqui hoje?
– O Emilio.
– Tonta.

– O Gabriel?
– O próprio.
– Que lindo ! — ela disse empolgada — não se esqueça que EU, UNICAMENTE EU, serei a madrinha do filho de vocês, tá?
– Por que tá falando isso?
– Uai, ele vai dormir ai, e você é meio sonsa, e ai... conversa vai, conversa vem, e PAM! Aconteceu! E a criança vem depois...
– Sua besta. Nós não vamos fazer nada de errado aqui...
– Até um certo ponto não... Você vai ver quando chegar a hora, se você vai querer ser santa.
– Você tá experiente ne?
– To não...
– É, tá não — disse bem irônica.
– Mas agora falando sério, você ainda é... ?
– Sim, sou. Por que?
– Porque sei lá... deu vontade de perguntar, o assunto...
– E você?
– É... hm...
– ...
– não.
– Não?
– Não. Mas, isso é pra ser mantido em segredo, ok?
– Tá. Logico que sim — disse, e a campainha tocou — Rafa, vou ter que desligar, o Gabriel chegou.
– Tá ok, boa sorte pros dois e... se acontecer alguma coisa não deixa de me contar — ela riu, e eu a acompanhei.
– Tá, beijos
telefone off

– Oi meu amor! — disse pulando em seu pescoço assim que abri o portão.
– Nossa, tá empolgada em? — ele riu, e me deu um beijo no canto da boca.
– To não — sorri me soltando.
Entramos em casa, e fomos pra sala. Eu já havia colocado dois sacos de dormir e travesseiros, para podermos ficar por lá mesmo.
– Nossa, já arrumou tudo?
– Já, eu sou muito prática — sorri e me sentei. Ele jogou a mochila no sofá, e os filmes também.

– Então, vamos ver os filmes? — ele sorriu, se sentando no sofá.
– Vamos — sorri, me levantando — o que trouxe para nós?
– Sei lá, um monte.

– Quero assistir esse — peguei uma comédia romântica no meio dos outros, e coloquei no dvd.
Fui me sentar no sofá, e ele se abraçou em mim. Seu cheiro era... muito bom, apesar de meu nariz sofrer um pouco, há.
Tentei prestar atenção no filme, mas era impossível com ele do meu lado. Eu não conseguia parar quieta, nem ele. Parecia que tínhamos alguma coisa para falar, mas nada acontecia. Tentei prestar atenção por mais um tempo, até que consegui. Mas ele tirou ela logo em seguida.
– Tá mesmo afim de ver o filme? — ele deu uma risada.
– Não sei, e você? — ri.
– É pra ser sincero?
– É — dei uma gargalhada baixa.
– Não — ele franziu a boca, e começamos a rir.
– O que vamos fazer então? — olhei pra ele.