Passamos o resto da aula tentando fazer o trabalho, e o professor recolheu. As duas ultimas aulas também foram em silencio.
E demorou, muito. Talvez porque eu queria tanto que a tarde chegasse, que meu cérebro fazia o tempo não passar de jeito nenhum.
Até que enfim, o sinal tocou.
– Vamos Ju? – Rafaela disse.
– Vamos, vai lá pra casa ne?
– Aham. E a gente vai almoçar no shopping – ela sorriu, e saímos andando.
– Aonde vão? – Luiz perguntou.
– No shopping, fazer compras, uma tarde de beleza, eu e a Julia – ela sorriu.
– Posso ir? – ele sorriu de orelha a orelha.
– Uai, pode...
– Que horas?
– A gente te liga – eu disse, e senti uma mão tampando meus olhos.
– Adivinha quem é? – uma pessoa, com a voz fina, disse.
– Gabriel?
– Quem? – a voz mudou, e não era a do Gabriel. Não mesmo.
– Emilio, sai, não to com papo pro seu lado – tirei as mãos dele – após fazer muita força – e me virei.
– O que te mordeu?
– Suas palavras – respondi, e me virei de volta. Rafaela e Luiz já haviam saído.
Traíras .q
– Julia, espera! – ele segurou meu braço com força e me virou para ele.

– O que você quer? – levantei uma sobrancelha.
– hum... você – ele sorriu.
– Escolhas erradas, atitudes erradas, recompensas erradas – pausa – agora com licença que eu tenho um compromisso. – sorri sínica.
– Compromisso? Com quem?
– E eu lá te devo alguma satisfação? – pausa – Ah! Faça-me um favor ne Emilio!
– Ju, não aguento mais!
– Não aguenta o que? Tá arrependido é? – o fuzilei.
– Não aguento mais te ver com outro... Não aguento mais querer te beijar...
– Uma hora você acostuma! – sorri.
– Como? Se você toda hora está com um? – pausa – e o que aquele Gabriel está fazendo aqui?
– Nada que te interessa Emilio, agora, eu estou atrasada, beijos, tchau – puxei meu braço com força, mas ele me puxou de volta.
– Já me soltou? – gritei.
– Antes uma coisa... – ele se aproximou.
– Não, Emi-l-lio! – gritei, um pouco gaguejando, e me debatendo contra seus ombros.
Ele se aproximou, e ficou cerrando seus lábios nos meus. Eu não resistia a aquilo, não mesmo.
Continuei tentando me soltar, e soltando alguns resmungos.
– Algum problema? – ouvi a voz salvadora do Gabriel quando ele se aproximou, e eu estava batendo loucamente no Emilio.
Ele me empurrou.
– Nada Gabriel, não liga pra esse idiota, vamos embora – me soltei com força de Emilio, e agarrei o braço de Gabriel.
Ele pode me proteger, perdeu Emilio! Muarrarrarra . Parei
– Vamos então... – Gabriel me segurou com força.
Me virei pra trás, e coloquei língua para Emilio. Tá, eu sei que isso é mais que infantil, mas foi espontâneo.
E ele me mandou um beijo, com acréscimo de uma piscada sedutora.
Mas eu tenho que resistir a isso, muito!

– O que estava fazendo ali com o Emilio? – ele me fuzilou, quando saímos da escola.
– Eu nada, ele me agarrou – fiz cara de assustada.
– Tem certeza?
– Tenho uai, porque mentiria para você? – arregalei os olhos.
– Hum... não sei... – pausa – mas eu confio em você – ele sorriu.
– oown – resmunguei, me agarrando em seu braço.
Fomos andando até Rafaela que nos esperava no portão da escola. Agarrada com o Lucas.
– Tchau amor – o Lucas disse, dando um beijo na Rafa – Tchau pessoal – sorriu para nós.
– Tchau – respondemos em coro.

– Hm, beijo? – pausa – amor? – indaguei, rindo.
– Para tá Julia! – ela começou a rir.
– Uai, me fala aí, o que tá rolando? – sorri.
– Uai, você é tonta?
– Não
– Então você já deve ter percebido...
– Que você tá ficando com o Lucas? – pausa – É, já percebi sim.
– Parabéns, agora vamos – ela puxou meu braço, e eu sai puxando o Gabriel.
Fomos a pé, e conversando, até chegar na porta da minha casa.
– E então Ju... Vai sair? – Gabriel perguntou.
– Vou sim, infelizmente...
– FELIZMENTE! – Rafaela gritou.
– Tá, eu vou sair... felizmente – revirei os olhos.
– Ah, pra onde?
– Surpresa – pausa.
– E você terá uma surpresa mais tarde também – Rafaela riu.

Entramos em casa, e ele foi pra sua.
– Mãe? – gritei.
– Oi Ju! – ela sorriu ao chegar na cozinha.
– Bom, eu e a Rafa...
– Vamos no shopping, porque a Ju quer comprar roupas, muitas roupas, e nós vamos ao salão de beleza... – Rafaela me atropelou.
– Sério? – ela arregalou os olhos.
– Sim – sorri.
– AH QUE LINDO! – ela deu um berro, e veio se agarrar em mim.