- Tá, tudo bem... – ele fez cara de derrota. 
- Tenho que ir, vamos hoje as oito ok? Você vai no carro comigo e minha mãe, e meus amigos. 
- Ok, só me ligar – ele sorriu e se levantou. 
Fomos andando até o portão. 
- Até daqui a pouco – sorriu e me deu um beijo na bochecha 
- Até – retribui – obrigada – atravessei a rua e entrei em casa. 

Cheguei em casa, e me joguei no sofá da sala. Telefone, telefone, cadê cadê? 
Fui procurar o telefone, estava atrás da TV. Não quero nem sabe como foi parar lá. 

telefone on 
- Luiz? 
- O próprio. 
- Vagabundo, porque num foi na aula? Estava vadiando ontem ne? 
- Quase isso. 
- Serio? 
- Não. Eu sai ontem, fui pro shopis. 
- Hum... 
- Com a Larissa – não acredito, ele falou Larissa? 
- Oi? Falou comigo? 
- Aham. 
- Larissa? A amiga do Dudu? 
- A própria. 
- O que vocês estavam fazendo lá, só os dois? 
- Fomos no cinema 
- Por isso que hoje ela estava dormindo na sala... 
- É. Foi muito bom, depois te conto os babados. 
- Babados? 
- É, coisas. E aqui, eu vou contigo hoje ok? 
- É, foi pra isso que te liguei também. 
- É. Estarei na sua casa as 19:00 , beijos. 
- Beijos 
Telefone off

Não, o Luiz não deve ter dito Larissa, to ficando doida? Eu preciso ficar sabendo disso, mas como esperar? Até lá já estou sem unhas e sem cabelos, completamente. 
Liguei a TV, e fiquei vendo qualquer coisa. 
Ouvi o portão se abrir, e minha mãe estacionar o carro. Ela veio andando, eu podia ouvir o salto clep clep clep no chão. 
- Julia? 
- Oi mãe! – disse levantando a cabeça do sofá, ela se sentou no outro lado do sofá. 
- E ai, o Gabriel vai? 
- Vai, nós vamos que horas? 
- Hoje as 20:00 , já falei com o Emi, e com seu pai. 
- Hum, vou avisar a Rafa então. – me levantei e fui pro meu quarto. 
Liguei pra Rafaela, e ela afirmou estar na minha casa as 19:30 no máximo. É, eu estava feliz. Agora só faltava confirmar com o Gabriel e estava tudo pronto. 

Peguei o celular e liguei pro Gabriel. Ele confirmou comigo, então eu tinha que me arrumar, eram 18:20. 
Entrei no banheiro e fiquei mofando lá debaixo do chuveiro. Sai e me enrolei na toalha. Peguei minha mala pequena e abri em cima da cama. 
Separei algumas roupas, calcinhas, sutiãs, dois shorts, quatro blusas, uma calça jeans, um pijama, casaco, biquíni, tênis, meia, chinelo e sandália. Estava de bom tamanho. Fui ao banheiro e peguei meu shampoo, escova de dentes, pente, hidratante, um rímel e um blush. Coloquei tudo junto com uma toalha dentro da mala e fechei. Hora de escolher minha roupa pra ir. 
Peguei uma bata qualquer, uma mini saia jeans, calcei uma sapatilha melissa. Fui ao banheiro, passei um perfume, uma maquiagem muito básica, e coloquei meu relógio e uma pulseira, acompanhada de um colarzinho fofo. Soltei o cabelo, e peguei minha bolsa. Terminei de me vestir e desci correndo puxando a mala. Olhei no relógio, já eram 19:10. 
- Mãe, to pronta – disse chegando na cozinha e me sentando na mesa. 
- Vou colocar sua mala no carro. – ela veio em minha direção e logo após saiu puxando minha mala. 
- Pego a barraca grande? 
- Peguei – ela berrou. 
Fui até a geladeira e peguei um leite. Coloquei no copo com Nescau, e voltei pra mesa. 
Tomei devagar, não estava com fome. 
A campainha tocou, mas minha mãe foi atender. 
Continuei com meu leite, e o Emilio e o Dudu entraram na cozinha. Dudu se sentou ao meu lado esquerdo e Emilio no direito. Os dois ficaram me encarando. 
- O que foi? Nunca viram alguém tomar Nescau? 
- Já sim, mas é tão legal – Emilio deu um sorriso. 
- Engraçadinhos – virei o copo e terminei de engolir. 

Eles continuaram me encarando. 
- Perdi alguma coisa? – Luiz entrou na cozinha todo espatifado, com uma roupa extravagante, uma mala enorme, tudo que se pode imaginar de chamativo ele estava usando. 
- Nossa Luiz, vai pra onde? – Dudu perguntou. 
- Vou pra night – ele piscou – mentira coração, eu sou prevenido – sorriu. 
- Até demais pro meu gosto... – Emilio exclamou baixo. 
Dei um risinho. 
- Mas então ne Luiz, leva essa sua mala amarelo-passarinho lá pra minha mãe por no carro – disse me levantando. 
- Ok, já volto amores – ele saiu, e eu fui até a pia colocar meu copo. 
- Mas então ne Ju, que horas nos vamos? 
- Só esperar a Rafa chegar... 
- Já estou aqui – ela chegou sorrindo. Estava linda, usava uma camisa xadrez com uma regata por baixo, uma bota de salto até quase no joelho, shorts, chapéu – em plenas 20:00 da noite, que lindo – colar, pulseira, uma bolsa rosa e um batom vermelho lindo e perfeito. Sua roupa era linda.
- Agora não falta ninguém... – pausa – ou melhor, sim, falta. 
- Falta? 
- Falta o Gabriel. 
- Gabriel? – Emilio fez uma careta
- Gabriel vai? – Rafaela arregalou os olhos
- Quem é Gabriel pelo amor? – Dudu fez uma careta duvidosa muito engraçada. 

- Ah, Gabriel é um amigo meu Dudu – sorri – Vou chama-lo pra podermos ir, um minuto. Rafaela vai comigo! – Sai puxando ela até a porta. 
- Ele vai mesmo? 
- Vai – sorri. 
- Hum, que bafafá que vai ser... Até o Dudu que nem nunca viu o menino já tem olhar de ciúmes, agora eu imagino o Emilio – ela começou a rir. 
- Engraçadinha, o Gabriel é só meu amigo, o Dudu é meu amigo, e o Emilio ultimamente não é nada pra mim. Portanto não terá problemas – ou pelo menos eu acho. 
Chegamos na casa do Gabriel, e eu toquei o interfone. Ele desceu correndo, nem atendeu. Abriu o portão e sorriu. 
- Sabia que era você – me deu um abraço. 
Rafaela olhou com a boca aberta. 
- Não vai me apresentar? – ela me deu uma cotovelada quando Gabriel me soltou. 
- Ah é, Gabriel, essa é a Rafaela. 
- Mas pode me chamar de Rafa – ela estendeu a mão. 
- Prazer Rafa, Gabriel – ele deu a mão e sorriu. Separei os dois. 
- Mas então ne, vamos logo, estamos atrasados – sai puxando um em cada braço até chegar em casa. 
Gabriel colocou suas malas dentro do carro. 
- Podemos ir? – minha mãe perguntou. 
- Aham, vou chamar o Emilio e o Dudu – entrei dentro de casa.
Eles estavam sentados na mesa do jeitinho que deixei antes. Eles estavam se encarando. 
- Vamos meninos? – disse dando uma palma pros dois acordarem do transe. Acho que funcionou. 
- Vamos – responderam juntos e se levantam. 
Chegamos lá fora, minha mãe, o Gabriel e o Luiz estavam conversando. 
- Vamos gente? – minha mãe disse indo fechar a porta da cozinha. 
Entramos no carro, e Emilio e Dudu saíram andando. Eles iam os dois sozinhos. 
- Eu não vou na frente – exclamei. 
- Nem eu – Rafaela disse. 
- Eu sou visita – Gabriel disse sorrindo. 

- Luiz você vai! – apontei pra ele. Ele fez biquinho – sem discussões – e começou a rir.