– Vou contigo Julia – Emilio disse se levantando e dando um beijo na minha mãe.

Para evitar meu ataque de ciúmes por isso, me virei e sai andando. Sai no portão, e olhei pros dois lados. Não havia carro nenhum.

– Cheguei, obrigada por me esperar ok Julia? – Ele disse, irônico.

– De nada – pausa – Roubaram seu carro – disse tentando não rir.

– Roubaram nada, eu que vim a pé – pausa – assim não pode de jeito nenhum recusar minha companhia – ele sorriu.

– Eu posso começar a gritar, sempre tem polícia aqui por perto – disse e comecei a andar.

– E o que eles vão fazer? Me prender? – ele acelerou o passo e me acompanhou.

– É, eu posso falar que você estava me assediando, e como você é maior de idade... se fudeu. – sorri maliciosamente.

– Você não teria coragem de fazer isso – ele cruzou os braços.

– Portanto nem tente chegar perto de mim – viramos a esquina.

– Mas, eu acho que...

– Hum, - resmunguei.

– Acho que, quando a pessoa gosta e quer, isso não é considerado um assedio...

– Por que? Quem fez isso?

– Quer um espelho?

– Espelho? Pra que? Eu quero só saber quem foi... – respondi cínica.

– Pra você olhar seu reflexo e ver quem é... – ele fechou os olhos.

– Ah, então quer dizer que sou eu? – pausa –HAHAHAHA seu engraçadinho, NUNCA – ri ironicamente e o fuzilei depois.

– Bom, tá na cara Julia, para com isso.

– Parar? Eu não to fazendo nada...

– Tá sim.

– To?

– Tá, tá me evitando,

– E o que mais eu poderia fazer?

– Me querer.

– Besta, pra que eu iria te querer? Pra sofrer mais?

– Sofrer? Eu nunca te fiz sofrer.

– É verdade, já faz – disse fechando a cara. Chegamos na escola, e não dei mais nenhuma palavra com ele.

Segui direto pra sala de aula, e me sentei só lado do Dudu. Passamos todas as três primeiras aulas conversando, sobre tudo, sei lá, foi divertido. Tirou meu tédio e minha vontade de dormir.

A Rafaela havia faltado e o Luiz também, portanto passei o recreio com o Dudu e os amigos dele.

– Dudu, vai sair nesse final de semana? – disse na ultima aula tediosa.

– Não... por que?

– Tá afim de ir pra fazenda comigo? A Rafa e o Luiz – pausa – e o Emilio vão...

– Eu, eu vou, to afim de sair dessa cidade, eca. – ele disse, fazendo uma careta na parte do “eca” .

– Então ok, acho que estamos indo hoje... me liga a tarde que eu confirmo, ok?

– Ligo sim Ju – ele sorriu.

O sinal tocou, e eu sai correndo.

Senti alguém segurar meu braço assim que sai no portão.

Olhei, e vi Emilio. Seus olhos me hipnotizando, não consegui me soltar.

– Me solta por favor? – puxei meu braço.

– Ah não Ju, para de fugir de mim – seus olhos castanhos ficavam claros no sol, hum, nunca percebi isso – por favor, to falando serio.

– E eu mais serio ainda senhor Emilio Eric, eu estou na verdade te implorando pra parar com isso! – puxei de novo eu braço.

– Parar, com o que? – seu cabelo balançando era uma coisa de louco. Estou ficando mais hipnotizada.

– Com isso?

– Isso? – Ah, não vou resistir, para Emilio de me seduzir assim com essa boca – eu não sei o que é... – provoquei.

– Eu te mostro – seus dentes, ai, eu já mandei parar de me seduzir Emilio, serio

– Mostra? – provoquei mais.

– Claro – pausa – de me evitar assim – ele se aproximou mais de mim, nossos lábios se aproximando, sua mão vindo em direção a minha cintura.

Olhei disfarçadamente para o lado, e vejo alguém. Empurrei Emilio.

– Julia, eu falei pra parar! – ele resmungou. Por que será que nervoso ele fica mais bonito ainda?

– Caham – tossi.

– Oi Ju, to interrompendo alguma coisa e... – Gabriel chegou perto de mim, olhando para Emilio – É, acho que não...

– Está sim, com licença? – Emilio disse me afastando de Gabriel.

– Estou? – ele olhou pros dois lados – cadê a Marina? – perguntou. Tive a maior vontade de rir.

– É... – Emilio gaguejou – nos estávamos conversando e você chegou!

– Acho que vocês andam conversando muito de perto – ele se virou.

– Olha, já estou indo ok Julia? Não estou afim de discussões, Tchau e até mais tarde – Emilio se virou e saiu andando.

Graças a deus, consegui tirar essa peste de mim. Acho que vou contratar o Gabriel para ser um segurança particular .q

– Então, o que tá fazendo aqui? – perguntei dando o braço a ele e fomos andando.
– Eu, sei lá... primeiramente que eu queria andar atoa. E segundo que eu queria te ver – ele corou – e aí eu vim aqui ver se dava sorte.
– até parece que eu sou tão importante assim pra você vir aqui na escola só pra me ver ne?
– Mas é serio – ele sorriu – sei lá, você é diferente.
– Diferente?
– É, diferente... – pausa –Diferente das outras.
– No sentido... ?
– No sentido que você não é... igual a elas. Sei lá, não sei explicar, não me faça forçar meus neurônios – ele riu e eu também. Tá, foi uma piada sem graça.

– Se você diz... – respondi e ele sorriu. Peguei meus fones de ouvido e coloquei McFly pra tocar.

– Gosto dessa musica, a letra é linda – ele sorriu. Porque estou sendo tão seduzida pelos meninos hoje?
– Eu também – afirmei, e ele começou a cantar.
– ‘Cause I’ve got you, to make me feel stronger – ele cantava alto, e ria junto comigo. Comecei a cantar junto com ele. As pessoas que passavam na rua estavam olhando assustadas, deve ser por causa de nossas vozes desafinadas e lindas – Lê-se terríveis.
Chegamos em casa, e ele olhou pra mim.
– Não quer entrar dessa vez?

– Não, obrigada. Não quer ir lá em casa? – ele disse.
– Só depois das duas...
– Ok, te espero lá e não aceito um não como resposta – ele sorriu.
– Se você diz... – dei um beijo na sua bochecha e recolhi meus fones de ouvido. Ele atravessou a rua, e eu entrei em casa.

[...]