– Podia ficar mais...

– E correr o risco? Não, amanhã a gente se fala – ele me abraçou.

– Tudo bem ne... – Rafaela disse, cruzando os braços.

– Mulher ciumenta! – Luiz disse, e puxou ela. Demos um abraço em grupo. Que clichê, credo.

Mas é bom, muito bom.

Nos soltamos, e eu fui levar Luiz no portão. Ele saiu, e eu fechei, voltando pra sala.

Rafaela não estava lá. Subi pro quarto.

– Obrigada por me largar sozinha tá bom AMIGA – disse entrando no quarto e vendo ela mexendo no meu armário – o que quer aí Rafa?

– Eu? Preciso de uma roupa pra tomar banho, RÁPIDO, antes que sua mãe chegue.

– Ah é, esqueci – pausa – fique a vontade – abri a outra porta do armário e peguei uma roupa qualquer e uma toalha. Entreguei outra toalha pra Rafa, e fui pro banheiro da minha mãe. Tomei um banho rápido, só não mais rápido por causa do cabelo cheio de nós. Sai do banheiro com a toalha na cabeça, e fui pro meu quarto. Me sentei na cama e fiquei esperando a Rafaela sair. Liguei a TV e fiquei tentando prestar atenção.

Ela saiu logo depois, vestindo uma roupa que eu nem sabia da existência dentro do meu armário.

Ela me olhou assustada, deve ser pelo fato de eu estar novamente usando um short. Mas, sei lá, acho que estou gostando de usar.

Ouvimos um barulho de chave, e logo depois passos na escada. É, minha mãe chegou.

– Rápido, rápido – Rafaela puxou a coberta da minha cama, e eu entrei lá debaixo em menos de 5 segundos /sou foda.

Ela se sentou no chão ao meu lado, e ficamos olhando uma pra cara da outra, tentando não rir.

– Meninas! – minha mãe gritou.

– Oi mãe – tentei forçar a voz mais rouca que consegui. Nem percebi, minha voz já tinha voltado um pouco ao normal.

– Tudo bem com vocês? – ela entrou no quarto.

– Oi tia – Rafaela disse, sorrindo.

– Oi Rafa! – minha mãe disse e foi dar três beijinhos de bochecha com bochecha nela. Ai.

– Tudo bem? – ela perguntou.

– Tudo sim Rafa – ela sorriu – e com você? – veio até mim e colocou a mão na minha testa – melhorou filhota?

– Também...

– Melhorei mãe, to bem melhor.

– Se comportaram bem meninas?

– Logico mãe, sem nenhuma bagunça, passamos a tarde inteira no quarto – cruzei os dedos debaixo da coberta, tentando não rir.

– Hum, que bom, estariam perdidas se tivesse alguma bagunça nessa casa – ela se virou, mas voltou a se virar pra nós de novo – vai dormir aqui Rafa?

– Não sei tia

– Quer?

– Sim, ela quer – respondi por ela, e ela sorriu.

– Vou ligar pra sua mãe – ela saiu do quarto.

– Ufa! – Rafaela disse rindo – espero que ela não resolva dar uma blitz na casa INTEIRA mesmo – eu ri.

Minha mãe voltou no quarto e disse que a mãe da Rafa tinha deixado ela dormir aqui. Amém.

Ela saiu e disse que iria comprar alguma coisa pra gente comer, já que aqui nunca tem nada, é. .q

Rafaela se levantou, e foi até meu notebook.

– Vou mexer, ok?

– Fique á vontade – em deitei na cama, e fiquei vendo TV, até minha mãe chegar.

– Meninas! – ela berrou.

– Oi mãe!?

– Vem comer, comprei pizza – ela gritou. Me levantei da cama correndo, estava varada de fome.

– Anda Rafa, vou desmaiar – voltei até a cadeira da escrivaninha e puxei ela. Descemos correndo, e a pizza estava em cima da mesa. Muito bom.

– Mãe, eu te amo – disse, e ela riu.

Peguei uma fatia de pizza com a mão, e comi rápido. Depois peguei outra e comi mais devagar, enquanto as outras duas comiam pedacinho por pedacinho e me olhavam assustadas.

– Que foi, nunca viram uma pessoa com fome não? – disse com a boca toda suja, pegando o copo de refrigerante e virando na boca depois.

– Você tá parecendo um animal Julia – minha mãe disse, e começou a rir junto com Rafa.

– Gracinhas – falei e voltei a comer minha fatia de pizza. Acabou e eu peguei outra.

Comi, comi e comi até quase estourar.

– Ai, vou explodir!

– Também, 3 fatias grandes de pizza ne Julia? – Rafa disse me olhando assustada.

– Logico, é a fome – disse e fui até a pia lavar minhas mãos.

– Vou subir, quero dormir – disse, e Rafa se levantou.

– Também vou – ela sorriu, e colocou seu prato na pia, me encontrando na escada logo depois.

Entramos no quarto, e arrumamos as camas, já eram 21:30.

Nos deitamos e ficamos conversando, até mais ou menos umas 22:15. O outro dia seria longo, muito longo.

– Boa noite Rafa – disse e me virei.

– Boa noite Ju, sonhe com o Emilio e não se lembre do incidente do galo na cabeça – Ah, peste! Eu tinha me esquecido desse galo, e agora ele voltou a doer. E ela vai me irritar até a morte com isso.

Vou é dormir mesmo.

Sonhei com... bem, com o Emilio.

Com nós dois no banheiro, mas sem o Luiz interromper. Ah, eu não devia ter sonhado isso, não MESMO.