Emilio narrando

Me sentaram em uma maca, e eu fiquei fitando o nada. O medico veio, e conversou comigo. Bom, ele disse que a dor passava com remédio, então ele me deu um copo com uma coisa muito amarga para eu tomar. Quase vomitei, mas, eu estava quase morrendo, o pé do Eduardo é forte e me machucou. Terminei de tomar, e o médico me mandou deitar na maca e esperar o Eduardo. Fiquei lá, olhando pro teto e tentando escutar o que o povo tanto falava em todas as cortininhas.

De repente, a do meu lado se abre.

– Emilio! – Eduardo disse, com a boca inchada.

– O que foi? – me virei pra ele.

– Podemos conversar? – ele olhou serio pra mim.

– Fique a vontade, estou aberto para desabafos – sorri ironicamente.

– Besta... Mas enfim, olha... Só uma perguntinha...

– Hun...

– Você tem alguma coisa com a Julia ne?

Gelei.

– E-eu? Por que? – gaguejei.

– Porque tá na cara! – ele disse.

– Mas não tenho nada c...

– Emilio, para de mentir porque não da certo.

– Da minha boca não sai nada – franzi os lábios.

– Olha... – respirou – se você me dizer, eu não conto pra ninguém. Mas eu só quero saber o que tá rolando...

– Não posso confiar tanto.

– O que quer pra confiar em mim?

– Nada...

– Pode ter certeza, se eu contar, eu fujo de casa e te dou tudo que é meu, e eu nunca mais volto a falar com ninguém que tenha algum parentesco com você – ele arregalou os olhos.

– Assim eu conto...

– Então conta logo!

– Tá, sei lá... É que eu gosto dela. Só isso...

– E vocês ficaram?

– Huuuuun – dei um gemido e ele deu uma pequena risada, voltando a ficar serio logo depois.

– Fala... !

– Tá, ficamos. Mas só uma – pausa – duas – pausa – três – pausa – tá, 4 vezes!

Ele arregalou os olhos.

– 4 VEZES? – agora ele gritou.

– Cala a boca! – sussurrei alto.

– Tá bom, tá bom. Eu não vou elevar o tom de voz, mas eu não acred...

– Algum problema rapazes? – A enfermeira veio até nos.

– Nada, nada... – Eduardo respondeu.

– Já estão liberados... – pausa – aqui está o certificado que o – olhou pro papel – senhor Emilio Eric tem que assinar. – ela me entregou dois papeis.

Tá, eu agora sou responsável pelo Eduardo? ¬’

– Ok.

– Podem se dirigir até a portaria por favor... – ela abriu as cortininhas, e eu me levantei. Eduardo veio logo atrás.

Chegamos na portaria, assinei os papeis, e saímos.

Fim da narração de Emilio

Estávamos esperando os meninos do lado de fora, e eles saíram. Os dois com cara de desconfiados, é, alguma coisa aconteceu ali. Eduardo segurava um papel na mão, e estava com um pequeno corte no canto da boca.

– O que deu lá? – perguntei, sorrindo.