– Ah... – respondi, e olhei para frente. Emílio vinha em minha direção.
– Luiz! Entra no banheiro, rápido – empurrei ele para dentro da porta do banheiro masculino – sim, estávamos de frente para os banheiros – e entrei correndo no banheiro feminino.
Esperei alguns minutos, e coloquei a cabeça para fora da porta.
Emílio estava lá. Voltei para dentro.
– Não acredito que vou ter que ficar aqui até acabar o recreio. Meu esperado recreio – resmunguei, indo me sentar no banco do vestiário.
Depois de esperar mais uns 10 minutos perdidos do meu precioso recreio, o sinal toca.
– Graças a deus – falei sozinha.
Fui andando, tranquilamente, até que saio na porta do banheiro e dou de cara com quem? Emílio.

– Estava a sua espera – ele disse, malicioso.

– Que incrível! Eu não! – falei me virando e indo andar.

Ele me puxou pelo capuz do casaco.

– Emílio me solta! Eu tenho que ir pra aula. – falei

– Cabular aula é legal, nunca fez isso? – ele perguntou, ainda malicioso.

– Não por um motivo idiota! – respondi.

– Eu não sou um motivo idiota... Nem meu beijo que eu sei que você não para de pensar nele.

– Olha, eu vou fingir que não ouvi isso tá bom? – pausa – E, se acha que, eu ainda estou pensando naquela cagada sua, tire o cavalinho da chuva – me virei para ele.

Ele se aproximou de mim, segurando em minha cintura, e colando nossos corpos. Direcionou sua boca até meu ouvido, e disse numa voz “suave”.

– Eu sei que você gosta, então, por favor, não se faça de difícil – comecei a dar tapinhas no ombro dele, tentando me afastar, mas era impossível, ele era mais forte que eu.

– Emilio, posso ir para minha aula ou é difícil? – disse fazendo força para me soltar. Minha cintura devia estar roxa, porque ele apertava e fazia força, e doía muito. – Você está me machucando!

– Ui – ele respondeu. CARA, ELE ERA IDIOTA ATÉ PASSAR MAL.

– Emílio! – gritei.

– Grita meu nome de novo? – ele disse, sorrindo com malicia.

– Não vou gritar nada!

– Grita vai – ele apertou mais minha cintura – vamos...

– Emílio! – gritei involuntariamente, estava doendo muito.

– Era isso mesmo que eu queria – ele disse, direcionando seus lábios em direção aos meus. Tentei escapar, ou virar o rosto, mas era impossível, ele era muito rápido. Ele primeiro me deu um selinho, e depois passou a me beijar. Resolvi ceder, não conseguiria sair dali mesmo. Quando viu que eu cedi o beijo, ele soltou minha cintura. Rapidamente me afastei.

– Cara, como você pode fazer isso? – disse afastada dele, afinal ele podia me agarrar novamente, e eu não queria mais marcas.

– Do mesmo jeito que você pode me fazer te desejar. – Ele respondeu. Revirei os olhos e me virei, indo em direção á minha sala.

– Te encontro na saída – ele gritou. Não dei confiança, fingi não ter ouvido.

Olhei no relógio, eu estava 8 minutos atrasada, teria sorte se conseguisse entrar na sala. Sai correndo, o mais rápido que eu pude.

Cheguei na porta da sala bufando.

– Com licença? – falei olhando para o professor.

– Onde estava? – ele perguntou.

– é... no banheiro, estava cheio demais. – menti, apesar de que eu estava mesmo no banheiro.

– Pode entrar... Mas espero que não se repita, - ele disse, com aquela cara de peixe dele. Entrei na sala, ainda ofegante, e me sentei de dupla com Rafa. Luiz estava na nossa frente, sentado ao lado do Daniel, o garoto que o Luiz quer pegar – e que não é gay igual a ele.

– Onde você estava? Eu vi que você mentiu para o professor... - Rafaela disse baixo, me encarando - Alguma você estava aprontando. - ela levantou uma sobrancelha.

– Eu? – coloquei a mão no pescoço – Nada. – falei com a maior tranquilidade, minhas mentiras infalíveis.

– O banheiro estava vazio. – ela disse.

– E o Coiso estava na porta – Luiz se virou para mim, me lançando um olhar desafiador – e por acaso, vocês dois tem um mini-enrolation ne queridinha? Hun, já até sei... – ele colocou o dedo na boca.

Dei uma gargalhada da cara dele. O professor olhou para nós. Sorri discretamente, e voltei a olhar para meu caderno.

– Mas, vocês desconfiam de mim demais. Eu simplesmente estava no banheiro, e pronto acabou – falei baixo, anotando as coisas no meu caderno e fixando meus olhos nele.

– Sei, sei... Vai, admite logo que você estava se agarrando com ele! – Rafa falou.

– Isso mesmo, eu sei que você não consegue mentir para nós. Pros outros eu não sei ne...

– Tá, ele me agarrou, só isso – falei continuando a olhar pro meu caderno.