"Apenas um olhar, mistério...
Confuso de entender
De que me vale ser sincero
Se o destino me afasta... de você?"
(Nx Zero – Apenas um olhar)

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Bella PDV

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Comi minha comida em silêncio. Não era um silêncio agradável; muito pelo contrário, era completamente incômodo.

E o pior, não era o silêncio. O pior era ter que agüentar aqueles olhares dele e não poder corresponder. Que definitivamente, era o que eu mais queria fazer naquele momento! Mas se eu correspondesse seus olhares, eu acabaria me deixando levar com sorrisos; e depois dos sorrisos, eu provavelmente já estaria perdendo o foco com seus olhos penetrantes, e não quero nem imaginar no que daria depois disso!

Porque bem... Imaginar era bom demais! E não queria acabar me iludindo. Quando eu acordasse pra realidade, ou melhor, quando ele me abandonasse de novo, o baque já seria grande o bastante sem ter feito ilusões.

- Bella, eu não suporto esse silêncio entre nós, por favor, fale comigo! Por favor, me perdoe!

- Porque motivo eu teria que te perdoar?

- Bella, já é ruim o bastante com minha consciência me repreendendo o tempo todo. Não vai me fazer admitir em voz alta, não é?

Eu sabia sobre o que ele estava falando. Ele devia estar querendo pedir desculpas por tentar me iludir de novo há poucos minutos atrás. Ótimo! Pelo menos meu gelo, pareceu fazer ele entender que não estou disposta a me entregar a ele.

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ALICE PDV

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Por incrível que pareça, depois de algum tempo conversando, e tentando demonstrar simpatia por ele. Acabei descobrindo um lado realmente legal do senhor Julio. Fala sério, aquele cara era hilário!

- OK, – disse entre risos – conte-me mais uma dessas cantadas toscas que você já testou.

- Hmmm – ele parou para pensar – já sei! Essa é a sua cara: o que esse bombonzinho está fazendo fora da caixa? – ele disse, segurando minha mão e arqueando uma sobrancelha, tentando parecer sexy.

Não agüentei. Caí na gargalhada.

Não por causa da cantada, mas sim por causa da sua cara de idiota.

- Você é a lua do meu luau, – ele continuou – quando te vejo... só digo: uau, uau!

Eu ri.

Meu deus, podia ficar pior?

- Já deu certo alguma vez? Alguma dessas cantadas, quer dizer.

- Claro! – ele respondeu, orgulhoso – “meu bem, você é o ovo que faltava na minha marmita”. Essa é tiro-e-queda! Elas gamam na hora!

Deus! Com que tipo de mulher ele costuma andar?

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EDWARD PDV

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Eu não queria forçar as coisas com Bella. Mas quando estou ao seu lado, não consigo pensar direito. Perto dela, a única conclusão que consigo chegar, é a de que fui muuuito idiota, bem, na verdade, idiota é pouco, comparado ao tamanho da minha estupidez, quando resolvi deixá-la.

Mas como demonstrar isso pra ela?

Como mostrar, que quando a abandonei foi por amor?

Eu sabia o que fazer. Sempre soube! Mas o medo falava mais alto.

Medo de ser rejeitado? Medo de magoá-la? Medo de me magoar?

Não sei. Talvez sentisse todos esses medos. Talvez nenhum deles.

Já estava formulando umas respostas em minha cabeça, para quando ela começasse a me dizer frases nada educadas, para o que eu estava preste a fazer.

Não me importava o que ela iria dizer depois; não me importava nem com a reação do idiota do Jacob Black quando ele descobrisse que eu havia a beijado. Por mais que ela não me correspondesse, eu tinha que tentar! Eu tinha que tentar ser feliz, pelo menos mais uma vez! Sou egoísta demais, para me preocupar com se ela irá sofrer ou não com isso.

Bem, egoísta não é exatamente a palavra. Afinal, eu meio que acreditava que não iria a magoar.

A verdade, é que uma vozinha bem no meu íntimo, me diz que de alguma forma ela irá me corresponder, e logo depois, irá correndo para casa terminar com seu marido. Essa mesma voz me diz também, que após isso ela virá correndo para os meus braços, e eu não vou me preocupar se tiver que passar o resto de minha existência tentando protegê-la, de seja lá o que for.

- Bella? – disse baixo, debruçando sobre a mesa para que meu rosto ficasse próximo ao dela.

Será que o meu sussurro, próximo ao seu rosto, causa nela a mesma reação que causara, há cinco anos atrás?

- S-sim? – ela gaguejou.

Bom sinal!

- Se importaria, se eu fizesse uma coisa? – perguntei da mesma forma de antes.

Escutei seu coração acelerar.

Bom sinal!

- Depende... – ela disse, com dificuldade.

Ela fechou os olhos, suspirando, enquanto eu aproximava nossos rostos. Que ela, por sinal, também havia diminuído um pouco da distancia lentamente.

Bom sinal!

Já havia encostado nossos narizes, quando...

- HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA

- Mas que merda é essa? – Bella acordara de seu transe, com a risada escandalosa de Alice.

Alice me paga. Ah se paga!

Olhamos em direção a sua mesa, e ela chegava a jogar a cabeça pra trás, de tanto que ria.

- ALIIICEEEEEE! – gritei, enviando-lhe um olhar mortal.

Ela fez uma careta, me mostrando a língua.

Bella pareceu perceber o que estava preste a acontecer entre nós, e então ela recuou.

- Hum, er... me desculpe por isso! – ela disse, mexendo no cabelo, disfarçando o nervosismo.

- Não precisa se desculpar por uma coisa que você queria fazer!

- Você não está ajudando muito. Sabe disso, não sabe?

Ficamos sem falar nada por um bom tempo, e quando voltamos a conversar, foi como se nada daquilo tivesse acontecido. Ficamos falando banalidades, como no dia anterior na clareira. Era bom estar assim com ela; apesar de querer mais do que tudo tê-la em meus braços.

- Vamos? – Alice perguntou, aparecendo na nossa mesa do nada.

- Sabe que vamos ter uma conversinha, não sabe? – disse, sem poupar fúria em minha voz.

Ela me ignorou.

- Faça das palavras dele minhas, dona Isabella!

Bella recuou abaixando a cabeça, enquanto passávamos pela porta. Alice se despediu do tal Julio com um aceno antes de entrar no carro.

Sentei no banco do motorista, Alice estava ao meu lado e Bella no banco de trás.

- Então, – Alice começou, virando-se para direcionar seu olhar para Bella – como você prefere morrer? Saiba que não somos acostumados a dar opção de escolha! Estou fazendo uma exceção.

Pelo retrovisor, pude ver Bella revirar os olhos. – Alice, eu sei tão bem quanto você, que você não é acostumada a matar pessoas, coisa nenhuma!

- Se eu fosse você não teria tanta certeza. – Alice fechou a cara, como uma criança que acaba de ser contrariada.

- Vamos parar com isso, Alice? Se alguém aqui tem que ser morto por algum motivo relacionado ao restaurante; esse alguém é você!

- Não enche Edward! – ela fez bico, cruzando os braços na frente do corpo.

Provavelmente ela ainda não sabe do meu quase-beijo com a Bella. Se ela soubesse, com certeza não estaria agindo assim!

- Bella, – ela voltou a falar – você pode escolher entre descer por um escorrega repleto de lâminas afiadas; me deixar cortar seu corpo em pedaços de 10 centímetros, com uma cerra elétrica, até não sobrarem mais partes reconhecíveis suas ou você prefere que eu simplesmente morda seu pescoço, até sugar todo seu sangue?

Ela não respondeu. Bella ficou variou, de um leve rubor, passando por um tom branco-pálido, até chegar à cor verde.

Ela não estava acreditando que a Alice estava falando sério, estava?

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BELLA PDV

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Alice definitivamente é louca!

Deus, como uma coisa pequena daquela pode guardar tanta raiva?

Quando ela falou em me morder, eu fiquei completamente surpresa. Se eu escolhesse a mordida, mesmo sabendo que – infelizmente – ela estava blefando, será que ela me morderia?

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