Ficamos andando pela orla umas 2 horas, já estava escurecendo então o Paul fez questão de me levar em casa.

– Não precisa, Paul. Como você vai pra casa depois, vai estar tarde , dorme lá em casa, arrumo uma caminha no chão da sala pra você, quer?

– Vai te incomodar, e outra, a minha irmã veio de Minas ontem e tá lá em casa…

– A Nancy? E você nem ia me falar né?!

– É, a Nancy. Eu ia falar, mas você não deixava, sempre que eu ia você começava a falar de novo!

– Também não é assim. - Disse rindo, mas era verdade, sou que nem um papagaio, quando começo a falar ninguém me para. Ri do meu pensamento e ele me olhou.

– Ta ficando doida menina? - Cai na gargalhada e ele também.

– Tava pensando cá com meus botões.

– Ah é, sobre o que?

– Sobre como eu falo.

– Ah ta.

Chegamos no meu prédio, subimos o elevador e paramos em frente a minha porta.

– Tchau Ju.

– Tchau Paul.

Fui dar um beijo em sua bochecha mas sem querer ele virou na hora e demos um selinho.Tenho certeza que fiquei vermelha.

– É, foi mal - Disse ele coçando a cabeça.

– Me desculpa também.

Entrei no apartamento e fechei a porta rápido. Fui escorregando pela porta e pus meu dedo sobre a boca.

Me levantei e olhei pelo olho mágico para ver se ele ainda estava ali, mas não o vi, fui até a cozinha e peguei uma maçã, e fui andando para o meu quarto, estava tão desligada do mundo que se o chão abrisse e eu caísse no buraco nem daria conta. Entrei no quarto, me meti embaixo da coberta e acabei adormecendo. Acordei com um barulho vindo da rua, olhei pela janela e vi uma ambulância, fui até ela e vi Alexis inconsciente, corri para vê-la mais de perto mas fui barrada pelo enfermeiro.

– Sou irmã dela! - Disse e ele me deixou ir.

Fiquei olhando para ela, seu rosto pálido e uma expressão séria na cara me fizeram entrar em pânico. Me levantei do banquinho que tinha dentro da ambulância e comecei a andar de um lado para o outro, como o carro estava em movimento, dava uns tropeços.

– Menina, você tem que ficar sentada! - Dizia o enfermeiro.

– Não dá, moço!

– Tente ou vou ter que te dar uma injeção com calmante.

Me sentei, mas balançada minhas pernas como louca, até que senti uma picada no braço e começou a tudo ficar preto.

Acordei em um quarto todo branco, olhei pra o lado e vi Alexis deitada numa cama de hospital, tentei me levantar, mas não consegui, pois tinham posto soro no meu braço, o arranquei “Não preciso disso!” e fui até Alexis, peguei sua mão e sussurrei seu nome.

– Alexiis - A vi tentando abrir seus olhos, ela estava sem forças até para isso. - Pode ficar de olho fechado mesmo, princesa. Ale, me perdoa?

Ela curvou a boca, como se quisesse saber o motivo, então respondi:

– Por não ter prestado atenção em você e por falar grosso.

Ela ficou quieta, o que me deixou nervosa, mas depois deu um sorrisinho. O médico entrou e disse:

– Percebo que você tirou o soro..

– Já estou melhor.

– Então tudo bem, poderíamos conversar sobre a sua amiga lá fora?

– Claro.

Ele abriu a porta e concedeu a passagem. Do lado de fora..

– O que ela tem, doutor?

– Calma, ela desmaiou por falta de alimentação, o que fez com que ela ficasse fraca, e por algum motivo emocional!

Olhei pra baixo, me lembrando da nossa briga.

– Ah. Ela já vai ter alta?

– Amanhã de manhã uma enfermeira vem aqui, para levá-la para fazer alguns exames, se estiver tudo certo podem ir!

– Ok, eu poderia passar a noite aqui?

– Não é necessário, mas se você quer..

– Quero sim!

– Então pode.

Passei a noite acordada, no meio dela mandei uma mensagem avisando o Paul que não talvez não poderíamos almoçar na casa dele, ” Por que? :(” “Porque a Alexis e eu estamos no hospital, ela desmaiou na entrada do condomínio quando estava voltando para casa!” ” Mas ela já está melhor?” “Ela teve um desmaio, amanhã saberemos se ela melhorou, está tomando soro!” “Ok, me manda notícias, beijos. Fica com Deus. E vê se dorme hein?!” “Vou tentar, beeeijo. Fica com Deus também!” Olhei para Alexis e ela parecia uma anjinho dormindo, depois de alguns minutos consegui dormir.