Amor Do Presente Ou Do Passado? escrita por Mary e Mimym


Capítulo 3
Onde eu estou?


Notas iniciais do capítulo

Antes que fique confuso, Elesis irá acordar no nosso século, irá estranhar muita coisa, iremos dar uma pausa nos acontecimentos do séc. XIX, será como se ela ainda estiver inconsciente, iremos especificar os séculos nos próximos capítulos. Boa leitura!!



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–Elesis!!

Ronan e Ryan tentaram encontrar quem estava chamando e quem era essa tal Elesis.

–Será que... – o alaranjado foi interrompido.

–Essa menina tentou fugir!? Só pode! Ela estava desesperada gritando para o cavalo andar. – o azulado pôs as mãos na cabeça. – Não disse, ela é uma louca.

–Calma Ronan, não sabemos direito. Acho melhor avisarmos quem está chamando-a.

–Mas eu não sei onde eles estão.

Quando Ronan terminou de falar, os dois ouviram sons de cavalos se aproximando e mais gritos chamando por “Elesis”.

Jin foi o primeiro a avistar a menina, desceu do cavalo e correu até a mesma.

–O que pensas estar fazendo com ela?! – indagou o ruivo dirigindo-se a Ryan.

–Ela caiu e eu só tentei ajudar.

–É! Essa louca acabou caindo do cavalo, ele só a ajudou, você precisa ser mais educado. – disse Ronan um tanto incomodado com o ruivo.

–Cale-se! A pergunta não foi para você! – Jin encarou o azulado.

–Pois deveria nos agradecer por termos salvado essa louca!

–O único louco que vejo aqui é você! Não altere a voz ao falar com o filho do Marquês! Mantenha o seu respeito diante a um nobre como eu!

–Ah! Eu acho que deveria ser o contrário, você deveria respeitar o Ronan. – Ryan defendeu o amigo.

–Respeitar um nada!? Nunca! – Jin falou num tom de desdém.

–Não precisa dizer nada, Ryan, quando for a hora ele saberá quem eu sou e mostrará mais respeito. – Ronan disse sério e Jin caiu na gargalhada.

–Isso foi piada? Eu? Respeitar você?! – o ruivo ria mais ainda.

Logo depois Sieghart apareceu, ainda montado em seu cavalo, avistou Jin.

–Criança! Encontrou a Elesis?

O ruivo olhou para trás e viu o moreno.

–Eu a encontrei, Sieghart! Ela está aqui!

Ele logo desceu do cavalo e correu em direção ao ruivo. Ryan e Ronan se afastaram um pouco.

–Elesis! – Sieghart se agachou e segurou a menina – Você nos deixou preocupados...

–Ela logo, logo estará bem, o Alado ficou nervoso, algo deve ter o assustado, ele ficou afoito e ela acabou caindo dele, bateu com a cabeça, mas o Ryan já fez cessar o sangramento.

–Eu agradeço aos dois. – Sieghart referiu-se a Ronan e Ryan, Jin não gostou disso.

–Acho que mesmo assim deveriam leva-la ao médico. – disse o alaranjado.

–Você vai ficar boa... – sussurrou Sieghart.

–E casar-se logo comigo. – Jin falou alto, para que Ronan ouvisse.

–Acha mesmo que ligarei para o que você fará com ela depois que despertar? Há! Ela fugiu? Porque se foi, entendo seus motivos. – disse o azulado sorrindo debochado.

–Como ousa falar nesse tom comigo!?

–O filho do Marquês não sabe se defender?!

–Jin! Acalme-se! Já encontramos a Elesis, ela não irá mais fugir e sim, irá casar-se com você. – Sieghart tentou acabar com a pequena discussão, mas não teve sucesso.

–Vossa autoridade está passando dos limites comigo, acho melhor abaixar a cabeça diante mim, ou melhor, ajoelhar-se diante mim!

–Nunca. Não submeto-me a qualquer um.

–Qualquer um!? – Jin avançou em cima de Ronan, o mesmo permaneceu parado.

–Ou, ou! Calma! A menina ainda está desacordada. – Ryan olhou para o amigo – Ronan, vamos embora, vosso pai deve estar furioso com sua demora.

–Ok... – o azulado olhou para Elesis e depois para Sieghart – Cuide dela... Faça-a feliz, o que duvido muito se deixa-la casar-se com ele.

–Você é muito insolente mesmo! Agora vá para a sua humilde casinha, com o seu papai furioso e peça a ele que lhe ensine a ter mais educação ao falar com alguém como eu.

–Aprender a falar com um esnobe como você?! Tenho algo melhor a fazer.

Ryan puxou o amigo para que continuassem andando, mas Jin não deixaria aquilo barato.

–Vai para casa, covarde! Não tem peito para debater comigo. – o ruivo estava com ódio em seus olhos.

–Criança, não sabes com quem está falando. – avisou Sieghart – Deixe-o em paz, devemos avisar Elscud e voltar para casa.

Jin concordou, ainda com um sorriso vitorioso no rosto, porque Ronan não disse nada até aquele momento, porém, o aviso de Sieghart foi dito um pouco tarde.

–Você me chamou de covarde? Não deveria ter feito isso! Empunhe sua espada!

–Acha que vou lutar contra você?!

–Está com medo, por acaso? – Ronan riu – Acho que o covarde aqui é você!

–Ronan, não provoca. – murmurou Ryan.

–Essas crianças não sabem como é brigar de verdade... – dito essas palavras, Sieghart colocou Elesis no chão, cuidadosamente, e pegou sua espada da bainha. – Querem mesmo lutar?

–Eu já tenho meu alvo, e não é o senhor.

–Não perguntei apenas a você. – o moreno olhou para Ronan - Refiro-me aos dois.

–Não é necessário intervir em nossa luta, só se o ruivinho não souber empunhar uma espada e precisar de ajuda. – Ronan estava com raiva e não media o que falava.

–Não irei lutar contra você! – Jin também estava com raiva e encarava friamente o azulado.

–Porque tem medo!

–Não é isso! Eu não saio por aí com uma arma em minha bainha.

–Como não!? Se fores um nobre, como diz, não é bom sair a noite sem ter uma espada, você pode encontrar algo perigoso no caminho...

–O único perigo que vejo aqui é você. – Jin o encarou.

–Jin! Pare com isso! Vá até a cidade e chame por Elscud, agora! – ordenou Sieghart já impaciente com aquela briga. – Se não obedecer-me, os dois sentirão a minha fúria e eu não tenho piedade.

–Sim senhor. – o ruivo fitou novamente Ronan e depois montou em seu cavalo e saiu – Ainda iremos nos encontrar novamente, azulado.

–Como você deixou que sua filha se casasse com ele? – indagou Ronan.

–Não tem medo de mim, de falar desse jeito comigo?

–Sei que o senhor é mais forte que eu, ainda mais na fúria, como mesmo disse, mas o que falei não é mentira e sabes disso.

–Bem, hoje seria o noivado dos dois, mas Elesis fugiu. Acho que ela pensa como você. E... Eu não sou o pai dela. Meu filho foi procura-la na cidade.

–Como essa louca já está bem, eu irei para casa.

–Espera! – Sieghart o chamou e Ronan apenas olhou para trás – Não vai levar seu casaco?

–Ah! Não precisa, ela estava gelada, ficamos com receio que ela pegasse um resfriado e está frio, não se preocupe.

–Obrigado. Antes de ir, eu posso lhe pedir uma coisa?

–Claro.

–Fique longe de Elesis, não arruma mais confusão com nossa família. Não conheces o Marquês, mas pôde conhecer Jin, e são a mesma coisa. É para o seu bem, filho.

–Tudo bem, não irei atravessar mais o caminho de vocês.

Ronan e Ryan foram embora, Sieghart olhou para a ruiva, que continuava inconsciente. Logo depois Elscud e Jin chegaram.

–Como está minha filha? – perguntou Elscud.

–Bem. Melhor irmos para casa. Elena deve estar muito preocupada.

Jin percebeu que a menina estava tentando abrir os olhos e avisou a Sieghart e Elscud.

–Vejam! Elesis está recobrando a consciência!

–Filha! – Elscud a abraçou.

A menina tentava abrir, mas não conseguia.

–Elesis! – ela ouviu alguém gritar seu nome, mas não identificou a voz. – Vai ficar tudo bem.

–Onde... Onde eu... – a ruiva estava fraca, sua voz saiu baixa – Onde eu estou?

–Pode ficar tranquila, os médicos já disseram que você terá alta hoje mesmo.

–Alta? O que? – Elesis finalmente abriu os olhos e uma luz a “cegou” – Aaaah! Tire isso de perto de mim!

A ruiva pôs as mãos nos olhos e sentou-se na cama.

–Calma, sem escândalos, estamos num hospital.

–Onde?! – Elesis abriu seus olhos e viu um menino de cabelo azul, com rabo-de-cavalo - Ei! Eu o vi, foi você quem passou por mim e Alado.

–É... Eu sei que me viu. E... Alado? O Alado não estava comigo, o deixei em casa, mas pode ficar tranquila, ele está bem.

–Ufa! Meu cavalo está na sua casa? Como... – o rapaz a interrompeu.

–Cavalo? Tá brincando, né Elesis?

–Sim! Alado é o meu cavalo!

–Você é meio sem criatividade para dar o nome de um cavalo de Alado, mas não vamos discutir isso, até porque você não tem um cavalo e precisa ficar de repouso, foi atropelada se esqueceu?

Ronan saiu do quarto do hospital, Elesis deu uma olhada e percebeu que não estava em casa, pois o lugar era totalmente estranho, tinha luzes, o quarto era branco, uma máquina que a irritava com um barulho estressante, algo injetado nas costas de sua mão que era ligado a uma bolsa com água? Era um líquido transparente. Sua cama era diferente, o quarto em si era muito diferente para ela.

–AAAAAAAAAAAAH! – Elesis gritou ao perceber que não estava em casa, muito menos em seu quarto. – Cadê meu pai, onde está o Duque? E minha mãe?! Cadê o Bernard?! Lire! Arme! Onde eu estou?

Ronan ouviu os berros da ruiva e entrou no quarto.

–O que foi?

–Onde eu estou? Que planeta é esse? Isso foi algum tipo de bruxaria?!

–Elesis, você está num quarto de hospital, se recuperando do seu atropelamento.

–Não! Onde eu vivo não tem nada disso! – a ruivo balançou a mão querendo tirar a agulha. – Esse lugar é muito estranho! Eu quero voltar para a minha casa!

–Não! Sua louca! Você precisa do soro! – Ronan segurou a mão dela – Para com isso. E você voltará para casa, espera um pouco!

–Soro? Isso parece água!

–Mas é soro. Está te hidratando. Não tire isso.

–Você não manda em mim!

–Fale baixo, já falei que estamos num hospital, você tá muito estranha, Elesis.

–Como sabe meu nome? Eu... Eu nem te conheço!

–É claro que me conhece, sua louca! Acho que bateu forte com a cabeça, irei chamar seu médico.

–Faça isso, o doutor William irá dizer tudo o que está acontecendo.

–Pelo menos sabe o nome do médico. – Ronan ia saindo até se lembrar de algo – Ele está numa cirurgia agora, droga!

–Quem é você? E em que mundo estou? – a ruiva se encolheu na cama.

–Você está no planeta Terra e eu sou o Ronan. Satisfeita?

–E onde está o Duque? E o Marquês?

–Duque? Marquês? Pera... Que século você acha que estamos? Ei! É o século XXI agora, não existe mais isso de Duque, Conde, Barão, etc. – o azulado riu, pensou que fosse piada.

–Século XXI? Como? Eu não vivo essa época, eu sou do século XIX!

–Tá bom, Elesis. A pancada foi mesmo forte.

–Desliga essa coisa!

–O que?

–Que fica fazendo som de coração, isso é irritante! – a ruiva tampou os ouvidos;

–Isso está indicando seus batimentos cardíacos! Que por coincidência se chama Monitor Cardíaco! – o azulado passou a mão no rosto.

–Onde está Sieghart? E Bernard?

–Estão na escola, dando aula!

–Aula? Desde quando Sieghart e Bernard dão aula?

–Desde que começamos a ter aula com eles. Olha só, descansa. Depois conversamos mais.

–Espera! Onde estão as minhas amas?

–Hã?

–Minhas criadas! Mas não gosto de chama-las assim.

–Hã?

–Ai seu burro! Lire e Arme!

–E desde quando elas são suas amas, criadas, sei lá?

–Na verdade elas são minhas amigas. Arme deve saber o que está acontecendo comigo. Por favor, chame-as.

–Elas estão em aula agora.

–Em aula? Como elas estão em aula? Elas não têm aula! Isso é impossível! Mas mesmo assim, mande uma carta, peça para que venham urgentemente ao meu encontro nesse lugar estranho.

–Carta? Ai Deus! – Ronan pôs a mão na cabeça – Eu irei ligar, tá?

–Ligar? O que é isso?

–Do meu celular!

–Hã? – Elesis se ajeitou na cama e percebeu sua vestimenta.

–Depois eu explico... – Ronan foi interrompido.

–Aaaah! – a ruiva gritou, se encolhendo mais ainda na cama.

–O que foi dessa vez?

–Cadê meu vestido?

–Vestido? Quando você usa vestido?!

–Eu estava usando um! Ontem à noite, um vermelho!

–Bem, eu não saí com você ontem à noite, até porque você foi atropelada e não estava usando vestido nenhum.

–E como eu me vestia? – Elesis temia ouvir a resposta.

–Ué, uma calça e uma blusa.

–Calça? Como eu usaria algo masculino?

–Não, a sua era feminina, uma calça jeans escura, eu acho.

–Não me recordo de estar de calça, lembro-me muito bem de usar um vestido, o que me dificultou montar no Alado.

–Como você iria montar no Alado?!

–Ele é o meu cavalo! Um puro-sangue! Você é surdo?! Eu já disse isso!

–Não! Ele é o meu cachorro, um Poodle, no qual eu fui louco o bastante para deixar você dar o nome a ele de Alado!

–Cachorro?! Que magia vocês usaram para transformar meu cavalo num cachorro?!

–Nenhuma magia! Eu... Eu vou pirar se continuar nesse quarto! Espera um instante, eu já volto.

–Espera! Não pode me deixar sozinha num lugar desses! E desliga esse mo... mano... moni... Essa coisa com coração! Sei lá!

A ruiva ficou observando tudo, estava assustada, olhou da janela e quase caiu pra trás ao ver carros, prédios altos, pessoas com vestimentas estranhas e diferentes, uma correria, pessoas falando num objeto que Elesis não identificou, aliás, ela não estava conhecendo muita coisa. Como ela saiu do séc. XIX e foi parar no séc. XXI?

–Ai meu Deus! O que aconteceu?



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Notas finais do capítulo

Gostaram? Ainda terá muita confusão com a ruiva, que não conhece nada do séc. XXI e irá enlouquecer a todos com o seu jeito de séc. XIX. Será bem divertido. Comentem :3