Amor Do Presente Ou Do Passado? escrita por Mary e Mimym


Capítulo 4
Adaptando-se ao tempo Contemporâneo do século XXI


Notas iniciais do capítulo

Gente!! Mais um capítulo dessa história doida *u*, bem Elesis acordou e já conheceu mais um pouco do século XXI e ficou bem impressionada, o que será que a ruiva vai aprontar agora?



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Ronan voltou ao quarto e viu Elesis em pé, olhando pela janela.

-Está melhor agora?

-Ah! – a ruiva se virou e logo se sentou na cama, cobrindo-se – Acho que sim... Mas não conheço nada aqui. É tudo estranho, me deixa com medo.

-Você? Com medo? Nossa... – o azulado se aproximou – É... Sua roupa está ali, é só se trocar, eu a levo pra casa. Tá?

-Então me levará para casa? Para minha mãe e meu pai? Mesmo se eu encontrar o infeliz do filho do Marquês estarei feliz.

-Bem... É... Seus pais não estão na sua casa, você mora sozinha em seu apartamento. E não encontrará nenhum filho infeliz do Marquês. Porque isso não existe mais!

-Mas falou que me levaria para minha casa! E meus pais estão nela!

-Não! Você mora sozinha! Em seu apartamento!

-Moro em uma mansão com meus pais! Minhas amas e Bernard!

-Não! Você mora sozinha! Sem pais, sem amas e sem o Bernard!

-Não grita comigo, seu azul abusado!

-Não altere a voz! Que coisa! E não desminta o que eu digo!

-Mas o que diz não é verdade! E você também fale baixo, não estamos num hospital?

-Até que enfim você concordou com algo que eu disse!

Os dois se encararam, Ronan percebeu que Elesis não estava no seu perfeito estado.

-Desculpa... A pancada foi grande, você deve ter ficado com a memória falha, sei lá. Depois marcarei com o médico mais um exame.

-Eu só quero voltar pra casa... – a ruiva disse um tom triste.

-Não fica assim, tudo vai se resolver. – o azulado sentou na beirada da cama. – Eu só vou ver mais alguns pacientes e venho te buscar para irmos.

-Tá...

Ronan se levantou e saiu. Elesis pegou sua roupa que estava na cadeira.

-Como eu visto isso? – ela disse analisando a calça.

A ruiva se trocou, com um pouco de dificuldade, reclamou da etiqueta que estava na parte da frente. Ela tinha posto errado, colocou a blusa ao contrário, depois de várias tentativas conseguiu colocar de forma correta. A calça foi menos problemática, porque ela já havia vestido uma quando cavalgava, mas não sabia qual era a parte da frente e esqueceu-se de fechar o zíper.

Colocou o tênis, que foi o que mais achou fácil de por. Ficou sentada na cama esperando por Ronan, o mesmo não demorou e ao entrar ficou assustado.

-Elesis? É você mesmo?

-Claro que sou eu!

-Está com as pernas cruzadas... – estranhou o azulado.

-As meninas do seu tempo não ficam assim?

-Ficam... Do nosso tempo ficam assim, mas você não.

-Como não!? Sou uma dama! E mesmo não gostando devo me comportar como tal.

-Fizeram um transplante de cérebro em você, só pode. – sussurrou Ronan.

-Hã?

-Nada. Vamos?

-Sim. – Elesis se levantou e acompanhou o azulado.

-Ér... – Ronan ficou meio sem jeito de avisar.

-Fala.

-Seu zíper está aberto.

-Meu o que?

-Seu... – o azulado olhou para o lado – Seu zíper, o que fecha a sua calça.

-Ah! – Elesis olhou e logo fechou, ficou bem corada depois disso. – Como você viu?

-Assim que você se levantou da cama, eu... – a ruiva deu um tapa no braço dele. – Ai! Por que fez isso!?

-Para deixar de ser safado! E não olhar para onde não deve!

-Mas foi de relance, eu... Quer saber? Vamos logo.

Enquanto saiam do quarto, Ronan foi parado por uma enfermeira.

-O paciente do quarto 202 já está com alta?

-Sim, eu vou acompanhar a minha amiga, então pode avisá-lo pra mim?

-Claro. – a enfermeira saiu e o azulado olhou para frente e viu a ruiva olhando da janela.

-Ei! Elesis! – ele correu até ela. – O que está fazendo?

-Como iremos sair daqui? Olhei as portas e estão todas fechadas. Vim ver a altura pela janela e não aconselho pularmos.

-Não... Não iremos pular. – Ronan caiu na gargalhada.

-Por que está rindo? – a ruiva permaneceu séria.

-Iremos pegar um elevador. Vamos.

-Elevador?

-É... Acho que as portas fechadas que você viu, são eles.

-Hum... E onde pegamos isso?

-Apertando esse botão e esperar que a porta se abra. Entendeu?

-Não. É algum tipo de bruxaria?

-Não! É só um modo de facilitar nossa vida.

A porta do elevador abriu e Ronan entrou, Elesis continuou parada.

-Vamos?

-Eu não vou entrar nisso! – a ruiva cruzou os braços.

-Você mudou, mas continua teimosa! Anda Elesis!

-Não! Estou com medo!

-Não precisa ter... – a porta do elevador ia se fechando, mas Ronan ficou no meio dela, a impedindo de fechar.

-Ai meu Deus! Socorro!!! Ele ficou preso! Esse elevador está matando ele!! Gente!! Alguém ajuda aqui!!

-Elesis! Para de escândalo! – Ronan voltou para o elevador e apertou um botão que impedia a porta de fechar por um tempo.

As pessoas que passavam por aquele corredor olhavam assustadas para Ronan e Elesis.

-Tá tudo bem, não se preocupem. – o azulado sorria meio sem graça e tentava amenizar o escândalo que a ruiva fez – Ela bateu forte com a cabeça, mas já está tudo bem.

-Você está bem?

-Elesis, entra logo aqui!

-Eu te fiz uma pergunta!

-Sim, estou!

-Ufa! Pensei que essa coisa ia te esmagar.

-Não se preocupe, não me machucou muito, é que na hora que eu ia te puxar, a porta fechou.

-Viu?! Essa coisa é perigosa! Eu não vou entrar!

-Ela vai fechar de novo! Entra logo!

-Não!

-Então tá, fique aí sozinha! Sem ninguém que a conhece!

A ruiva ficou com um pouco de receio, realmente ela não conhecia ninguém, muito menos o lugar, só o Ronan, e bem pouco, mas sentia que poderia confiar nele.

-Tá bom. – ela estendeu a mão.

A porta ia fechar de novo, e Ronan novamente apertou o botão para que permanecesse aberta.

-Não vai me guiar segurando minha mão? – Elesis permaneceu com o braço esticado.

-Vem logo! – Ronan a puxou pelou pulso.

-Seu bruto! Como ousa tratar uma dama como eu assim?

-Primeiro você não é uma dama, segundo eu estou atrasado e terceiro... Não há terceiro, porque eu já estou muito estressado para pensar numa terceira justificativa.

-Quando meu pai souber como tratas uma dama, irá lutar contra você até que me respeite como um cavalheiro!

-Tá bom, quando o seu pai chegar de viagem, o que eu acho que irá demorar, ele empunhará da sua bainha uma bela espada, me ameaçará e eu a tratarei como dama, combinado? – Ronan falou ironicamente, mas Elesis absorveu isso como uma verdade.

-Ok.

O azulado apenas balançou a cabeça, desaprovando o que estava acontecendo.

Ele finalmente apertou o botão para o estacionamento, onde estava seu carro. Quando o elevador começou a descer. Elesis deu um grito.

-Aaaaaah! Vamos morrer! Para essa coisa!! Iremos colidir com o chão! Oh não! Será meu fim! E eu pensei que casar-me com o filho do Marquês seria meu fim, mas discordo totalmente! Aaaaaaah!

-Elesis! Para de gritar! – nesse momento o elevador parou e um médico entrou.

-Bom dia.

-Bom dia?! O senhor acabou de entrar aqui e fala bom dia?! Iremos morrer e o senhor acha que isso é bom?!

-Ér...

O médico decidiu sair do elevador e esperar por outro, ficou espantado com a reação da ruiva.

-Acho melhor leva-la para um psiquiatra. – aconselhou o médico.

-Farei isso Dr. Marcos, por deixar. – Ronan sorriu mais uma vez meio sem graça.

A porta do elevador fechou e ele começou a descer novamente.

-De novo não! Por que eu não saí junto com o médico?! – a ruiva se encolheu no canto.

Ronan revirou os olhos e deu um longo suspiro. Logo chegaram e a porta se abriu.

-Vamos?

-Já chegamos à minha casa?

-Não, chegamos ao estacionamento, preciso pegar meu carro.

Os dois saíram, Elesis olhou a porta se fechando, ficou com medo do que passou. Chegou mais perto do azulado e segurou a mão dele.

-O que está fazendo? – ele se soltou dela.

-Fiquei com medo. Quase morremos lá dentro.

-Tá tudo bem, é só um elevador. Olha Elesis, você está muito diferente. Está estranha, eu estou começando a ficar com medo de você.

-Já disse que essa não é a minha época, não sei nada daqui.

-Ok... Como eu já disse, a pancada foi forte, mas a sua memória deve voltar logo. Não se preocupe, pelo menos se lembra de algumas coisas. Isso é bom. Eu cuidarei de você até que melhore, combinado?

-Tá bom.

Ronan pegou a chave do carro e apertou, fazendo o alarme desarmar.

-O que foi isso? – perguntou a ruiva, impressionada.

-Meu carro.

-É como uma carruagem?

-Ér... Quase isso... Os dois são um meio de transporte, então...

-Onde estão os cavalos?

-Estão no motor, mas o meu não é tão potente.

-Você colocou os cavalos no motor? O que?!

Elesis correu até o carro que havia piscado. Ficou procurando onde ficava o tal motor.

-O que está fazendo? – Ronan foi até ela.

-Onde estão os cavalos?

-No motor! É a potência do carro.

-Mostre-me!

-Tá... – o azulado abriu o capô e a ruiva ficou espantada com o que viu.

-Como colocaram um cavalo aí?

-Elesis! Entenda de uma vez! O cavalo que me referi foi à potência! Cavalos são rápidos, então por isso falamos isso...

-Então não existe um cavalo, é uma linguagem figurada?

-Isso!

-Poderia ter dito isso.

-Eu tento te dizer tanta coisa... – Ronan suspirou, deu a volta e abriu a porta do seu lado, ao sentar percebeu que Elesis continuava a frente do veículo. 

O azulado apoiou o braço no volante e inclinou a cabeça para trás, de encontro ao banco. Depois saiu do carro, deu a volta e abriu a porta do carona para ela.

-Entra.

-Obrigado. – a ruiva sorriu.

-A cabeça. – assim que ele avisou, Elesis se abaixou mais e entrou.

-Obrigado, de novo.

-Tá. – Ronan deu novamente a volta e sentou, fechou a porta e ligou o carro.

 A ruiva segurou a mão do azulado.

-Tá tudo bem, eu só vou andar.

Ela o soltou e respirou fundo. O carro deu partida e saiu do estacionamento. Quando chegou à rua, Elesis ficou olhando tudo um tanto surpresa.

-Geralmente você ignora tudo, nunca ficou tão impressionada.

-É tão diferente. O que é aquilo? – a ruiva apontou para o semáforo – Tem bolinhas coloridas.

-É o sinal. Aprendemos sobre ele quando estudamos no primário, sabe? Quando somos crianças, o verde é pra seguir, o amarelo para prestar atenção e o vermelho parar.

-E por que você passou pelo sinal com ele vermelho?

Ronan colocou a mão no rosto.

-Porque você me distraiu e eu acabei ultrapassando o sinal, espero que não tenha levado uma multa.

-Multa?

-É... Quando infringimos uma lei, no caso ultrapassar o sinal vermelho, levamos uma multa, perdemos pontos na carteira.

-Hum...

Ronan virou numa esquina e conforme o carro virava, Elesis fechava os olhos.

-Vamos cair, vamos cair...

-Não vamos cair. Eu só virei a rua. – Ronan riu.

-Por que as mulheres não usam vestidos longos? – a ruiva mudou de assunto.

-Elas usam, mas geralmente quando tem festa ou algo assim. Agora de manhã elas se arrumam para trabalhar. Como muita gente faz.

-As mulheres trabalham?

-Sim...

-Uau! No século XIX nós apenas cuidamos da casa, aprendemos o mínimo do que devemos saber.

-É... Mas estamos no século XXI. Nunca pensei que gostasse tanto de história a ponto de pensar em viver essa época.

-Eu não penso, eu vivo! Eu sou de lá. Alguma coisa me fez acordar nesse lugar estranho.

-Na verdade foi o seu acidente que mudou sua cabeça, mas iremos resolver isso.

Ronan começou a parar e estacionar no meio fio da calçada. Desligou o carro e saiu. Deu a volta e abriu a porta para Elesis.

-Está se comportando como um cavalheiro.

-Vem logo. – ele a puxou.

-Ai! Grosso!

-Seu jeitinho de dama está me irritando.

-Iiih! Vossa autoria comigo está passando dos limites!

-“Vossa autoria”?! Minhas filha, não falamos assim não, tá?!

-E como vocês falam?

-Ah! Sei lá, tipo... nós falamos de um jeito formal ou até mesmo informal, usamos gírias e tudo mais.

-Gírias?                       

-É... Mano, véi, cara, tipo... entre outros. Temos muitas gírias, você mesma fala várias, quando não está estudando, é claro. Nas conversas entre amigos.

-Eu estudo?!

-É... Na mesma faculdade que eu, mas não fazemos as mesmas coisas.

-Claro! Tu és um homem e eu sou uma mulher.

-Tu és... Ai Deus! Vamos parar de conversar aqui fora. Bem vinda ao seu apartamento. – Ronan deu passagem e Elesis começou a andar.

-Lire e Arme também estudam junto com a gente?

-Sim, as duas são da sua sala.

-Acho que vou gostar dessa vida... – sussurrou Elesis.

-Oi?

-Nada.

A ruiva parou a frente de um grande portão e olhou para cima.

-Isso é gigante.

-Há maiores. É só um prédio comum.

-É lindo... Como iremos subir nisso?! – ela o olhou.

-Elevador. – Ronan sorriu.

-Não! Recuso-me a entrar naquilo!

-Ah! Qual foi?! Você não quer subir as escadas, não é?

-Claro que sim! É até melhor. Na minha casa, onde eu realmente moro, até chegar ao meu quarto eu subo muitos degraus de escada. É até um ótimo exercício, acho que deveria fazer.

-Acho que não...

-Eu já disse! Não irei de elevador!

-Tá bom!      

Um senhor passava e se espantou com o berro que Ronan deu.

-Acho que não deveria gritar com uma dama. – disse o senhor.

-Desculpa... – Ronan cruzou os braços e bufou.

-Obrigada. O senhor é bem gentil, me lembra de Bernard. Até que enfim eu encontrei um cavalheiro nesse lugar estranho. Desculpe perguntar, mas o senhor é um Conde?

-Não, minha jovem. – o senhor riu – Mas agradeço pelo “cavalheiro”.

-De nada. E pode deixar, se ele gritar novamente com a minha pessoa, eu o agredirei, mesmo não sendo uma forma de uma dama, filha de um Duque, agir.

-Não se preocupe, ela não é louca. Mesmo falando assim. – disse Ronan.

-Tudo bem, a achei graciosa e divertida. E não grite mais com ela.

-Tá, pode deixar.

O senhor se despediu de Elesis e foi embora.

-Muito gentil. Adorei conhecê-lo.

-É... Muito legal. Agora vamos?

-Nossa! Quanta animação!

Ronan apertou o interfone e o porteiro abriu o portão.

-Isso que foi magia!

-Não usamos magia! Para com isso!

-Como você se comunicou por essa caixa com números? – Elesis ficou analisando o aparelho, ignorando a impaciência do azulado.

-É um interfone.

-Inter... o que?

-Interfone! Não vou explicar o que é isso! Vamos! – Ronan a puxou, estava com pressa.

-Ai! – a ruiva parou.

-O que foi agora?

-Iremos de escada?

-Sim, iremos, mesmo seu andar sendo lá em cima.

-Andar?

-É... O seu é o nono.

-Nossa...

-Você não entendeu, né?

-Não muito. Mas você disse que vamos subir muito, então vamos logo.

-É... Poderíamos ir de elevador, sabe? Mais rápido...

-Não!

Os dois entraram no prédio e o porteiro os recebeu.

-Bom dia, senhorita Elesis. – ele já sabia que a ruiva iria passar sem falar com ele, como de costume, mas se espantou.

-Bom dia, caro nobre.

Ele ficou surpreso pela jovem ter falado com ele e não tê-lo ignorado.

-Está tudo bem, senhorita Elesis?

-E por que não estaria?

-Como você é impaciente, não trata com educação as pessoas, apenas as ignora. – disse Ronan.

-Eu?! Impaciente e mal educada?!

-É... Um pouco dos dois. – o azulado virou o rosto, para que a ruiva não o visse rindo dela.

-Como eu poderia ser assim!? Perdoe-me se o tratei mal.

-C-claro... N-não se preocupe com isso. – o porteiro deu passagem para os dois. - Tenham um bom dia.

-Obrigado. O senhor também.

-Você, chame-o de você, não senhor. – disse Ronan.

-O nome dele é Você?

-O meu nome é Jaime, senhorita Elesis.

-Ah! É bem mais bonito do que Você.

-Eu falei “você”, porque é uma forma de tratamento. Como você o vê todo dia, não precisa chama-lo de senhor, até porque ele é jovem. Entendeu?

-Sim, começarei a chama-lo de você, mas ainda prefiro pelo nome.

-Faça o que você quiser. – Ronan a olhou já nervoso com a demora da ruiva.

-E eu não o conhecia.

-Não?! – indagou Jaime.

-Ah é... Ela bateu forte com a cabeça. – lembrou-se o azulado.

-Ah! Eu soube que a senhorita havia sofrido um acidente. Mas não sabia que tinha sido grave.

-Pois é... Mas ela já vai voltar ao normal. – disse o azulado.

-É... É o que todos dizem... Eu sofri um acidente, mas não me lembro de nada sobre isso.

-Chega de papo, vamos? – Ronan puxou o pulso da ruiva.

-Foi um prazer em conhecê-lo, Jaime!

O jovem apenas sorriu e estranhou o que a menina disse. Mas continuou seu trabalho. Os dois subiram as escadas e Ronan ficou reclamando que eles poderiam ter ido de elevador até chegarem ao andar onde a ruiva morava.

-Nossa! Só sabes reclamar!

-Eu reclamo, porque poderíamos...

-“Poderíamos ter vindo de elevador...” e blá, blá, blá. Já ouvi isso várias vezes, não cansa de repetir a mesma coisa?

-Está falando como uma adolescente... Isso é bom, eu acho.

-Só falei o que é fato! Você está me estressando também.

-Então somos dois estressados! E... Você falou “você” ao falar comigo.

-Hã?

-Deixa...

-Eu quero entrar logo, não quero ficar nesse corredor.

-Só um instantinho.

-Parece com o lá de casa, tem vários quartos.

-É... Mas não é só um quarto. Tem cozinha, banheiro, uma varandinha, enfim, é um apartamento.

-Tudo isso atrás de uma porta? – perguntou Elesis surpresa.

-É... Deixa-me ver qual é a chave do seu apartamento. – Ronan tirou da calça um molho de chaves e ficou procurando por uma. – Essa!

-Você tem a chave do meu apartimento?

-É apartamento, tá?

-É difícil lembrar-me de todas essas palavras estranhas, tá?! – Elesis cruzou os braços – Mas você ainda não me respondeu.

-Tenho... Você me deu uma cópia.

-E por que eu faria isso?!

-Porque você confia em mim. Você havia viajado e deixou o Alado sozinho, aí eu sempre vinha aqui para cuidar dele. E você acabou me dando o cachorro.

-Hum... E por que eu te dei?

-Porque você não dava atenção ele.

-E por que eu não dava atenção ao Alado?!

-Porque você não se importa muito com as coisas... – o azulado falou num tom baixo, mas Elesis ouviu.

-Perdoe-me.

-Tá tudo bem, vamos?

Ronan abriu a porta e a ruiva ficou maravilhada com seu apartamento.

-Esse é o seu lar.

-Nossa! É lindo. Cada mobília, a cor, a decoração, tudo é lindo. É claro que eu mudaria algumas coisas. Como... – antes de Elesis terminar, Ronan a interrompeu.

-Vou abrir a janela, tá abafado aqui.

-Tá...

-Vou abrir a da sacada também, tá?

-Fique a vontade.

-Fala o que você ia falar.

-Ah sim, o que é... – Ronan a interrompeu de novo.

-Desculpa, acho que meu celular está tocando.

-Hã?

-É... O aparelho que eu uso pra ligar...

-Ah é... Você falou sobre ligar para as minhas amas.

-Amigas.

-É!

-Droga! Eram elas mesmas, mas eu deixei sem som, só vibrou. – disse o azulado segurando o celular – Toma, quando tocar me avisa, mas pode atender se quiser. Acho que foi a Arme que ligou.

-Tá... – Elesis ficou olhando o aparelho e ficou com receio.

Ronan terminou de abrir o apartamento e quando se virou para falar com a ruiva, o celular tocou.

-Aaaah! Isso tá vivo! – Elesis jogou o aparelho pela janela.

Ronan ficou paralisado, não acreditou na cena que vira. A ruiva estava ofegante e sentou-se no sofá.

-Como você me dá uma coisa que fica tremendo na minha mão?!

-Vo-você jogou meu celular pela janela... – o azulado respirou fundo – VOCÊ JOGOU MEU CELULAR PELA JANELA!!!

Elesis, que havia sentado no braço do sofá, caiu no mesmo apavorada com o jeito que Ronan falou.

-Como!?! Por que fez isso!? Sua louca!! – o azulado continua esbravejando de raiva – Meu celular! Você o fez voar, sendo que ele não sabe! E eu estou fazendo piada com isso... Ai meu Deus! Eu estou junto de uma louca!

-Para de gritar!                                                             

-E por que eu falaria baixo, quando uma louca joga meu celular pela janela!!?

-Assustei-me com ele!

-Não! Ele é inofensivo! Não te assustaria! Qual é, Elesis!? Você também tem um celular, sabia?!

-Não! Eu não tenho! Não sei o que é isso!

-Mesmo assim, sabendo ou não, você não deveria ter atirado ele pela janela! Jogasse-o no chão, pelo menos!

-Eu me assustei muito, desculpa! – a ruiva estava abismada com tudo, se encolheu no sofá, as lágrimas começaram escorrer em seu rosto. – E-eu fiquei com medo e o joguei para longe de mim, infelizmente caiu da janela.

Ronan pôs as mãos na cabeça, deu uma olhadinha pela janela, com esperança de ver o celular, mas não viu nada. Respirou fundo e olhou para a ruiva.

-Tá tudo bem... Eu compro outro, estava precisando mesmo. – disse ele se aproximando dela.

-D-desculpa, não queria tê-lo jogado pela janela. Foi sem querer... – Ronan ficou com um aperto no coração, ajoelhou-se a frente dela e secou suas lágrimas da menina.

-Eu já disse, tá tudo bem...

-Mas você ficou bravo comigo, eu sinto muito.

-Eu sei que gritei, mas foi no momento de desespero, você jogou meu celular longe, fez o bichinho aprender a voar e ele acabou tendo um encontro nada romântico com o chão.

Os dois riram do que o azulado falou, Ronan ficou feliz ao ver o sorriso da ruiva.

-Prefiro te ver assim...

Elesis corou um pouco e se levantou.

-Bem... Eu queria tomar um banho, tive um dia cansativo hoje e matei um celular.

-Ok. – Ronan riu.

-Pode me levar até meus aposentos?

-Quarto?

-Sim.

-Vem comigo. – Ronan segurou a mão dela e a puxou.

Elesis chegou ao seu quarto e ficou impressionada com a bagunça.

-Eu sou assim?

-É... Um pouco desorganizada. – Ronan coçou a cabeça.

-Um pouco? – a ruiva usou ironia na voz.

-Bem, ali é o seu armário, como pode ver, tem roupas, é óbvio e ali naquela porta é o banheiro.

-Eu tenho um banheiro no meu quarto?

-Sim...

-Obrigado. – disse a ruiva adentrando o quarto.

-Bem... Eu vou usar seu telefone da sala, vou ligar para as meninas, vou tentar falar com o Jin também.

-Jin?! – Elesis o olhou assustada.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? '-' Deu pra rir um pouco? XD Comentem :3