O Fantasma e a Mediadora: A terra das sombras escrita por RaySabrina


Capítulo 3
Capítulo 2 parte 1


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, espero que gostem!!!



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Passado alguns dias, a família Ackerman veio residir na casa. Pude ver da janela, agora confortável com as mudanças feitas pelo Sr. Ackerman. Observei a família descer do automóvel, incluindo um animal grande, fiquei surpreso ao perceber que era um cão. Como esperado, eram três garotos, parecendo haver pouca diferença de idade entre eles. Percebendo que a garota não estava entre os meninos, esperava vê-la descer do automóvel, contudo não desceu. Notei todos entrarem na antiga estalagem, que agora tinha aparência de uma casa. Deduzi que ela não estava com a família. Estranhei, estava claro que quem moraria naquele quarto seria uma moça. ¡No entiendo! (Não entendia!)

Ouvia a movimentação dentro da casa, o entrar e sair, para pegarem seus pertences. Havia me acostumado com os sons, me peguei estranhando o silêncio em alguns momentos. Podia ouvir pouco o que falavam, os pais mostravam toda a casa às crianças. Ruídos de passos na escada me alertaram, estavam subindo. Indicavam cada quarto e a quem pertenciam. Passados alguns minutos, o movimento se aproximava de onde me encontrava. Permaneci sentado no acento da janela, olhando fixamente para a porta que abria. Observei a família Ackerman entrar, faltando à garota. O casal estava atrás dos filhos que olhavam o cômodo. O cão da família entrou apressado no quanto, parando bem próximo a mim, saindo do mesmo modo que apareceu, não voltando novamente. Todos estranharam sua atitude, assim como eu. ¿Qué pasó con él? (O que houve com ele?)

Passado a surpresa provocada pelo animal, fitei os garotos. O maior parecia entediado, não demonstrava interesse pelo local. Tinha os cabelos claros, olhos azuis, sonolento. O do meio observava atentamente o quarto, vincando as sobrancelhas, parecendo um tanto irritado, eu não entendia o motivo, o lugar estava hermoso. Parecia muito com o mais velho, um pouco menor e mais vigoroso. O mais novo tinha um olhar esperto, foi o único a andar no cômodo, reparando em cada detalhe. Diferenciava-se dos irmãos, tinha os cabelos acobreados e olhos verdes. Foi inesperado o ver correr em direção à janela me pegando desprevenido, não consegui sair a tempo de seu caminho, passou por mim sentindo o calafrio, parando bruscamente. Afastou-se de imediato, dando passos para trás se detendo novamente, ficando de frente para mim, observando o local pensativo. ¿Se había dado cuenta de mi presencia? (Será que havia notado minha presença?)

Nos minutos que ficaram ali, observei o garoto, que estava concentrado em algo. Seu pai o chamou, fazendo-o desperta de seu transe, para que todos pudessem descer. O menor caminhou até a abertura, parando e olhando em minha direção, depois saindo. Eu olhava fixamente para a porta fechada. Parecia ter notado minha presença. Será que ele havia percebido minha existência? ¿Te he dado cuenta? (Será que me notará?) Também me intrigava a ausência da garota. Os dias passaram, sem que eu entendesse o motivo dela não estar com eles, a curiosidade crescia enquanto ela não chegava. Não decidi o que fazer, resolvendo definir o que faria no momento em que a garota aparecesse. ¿Qué hacer? (O que fazer?)

Dias, semanas e meses se passaram e nada dela aparecer. Aos poucos me acostumei com os Ackerman, apesar de não andar pela casa os observando, evitava fazer. Só no início, não me julguem, tinha que saber como eram, como seria dividir o lugar com eles. Era perceptível o amor entre o casal, eram boas pessoas. Os meninos se diferenciavam um do outro, não só na aparência, como também nas atitudes. Jake, o mais velho, era um tanto vagaroso e parecia estar sempre sonolento, estranhei, jovens deviam ser mais espertos. Em minha época ajudávamos nossos pais, com o trabalho pesado, não era a moleza dos dias atuais. O homem perdeu muito do seu valor. ¡Y cómo! (E como!) Brad o filho do meio, passava a maior parte de seu tempo no quarto que lhe pertencia. Não sabia o que tanto fazia ali, a única vez que fui ao cômodo, encontrei objetos estranhos espalhado pelo local, não tinha conhecimento para que serviam. Era implicante e revoltado, fazendo com que seu pai lhe desse duras repreensões quase todos os dias. ¡ Enojado! (Irritado!)

David, o caçula, era esperto e ativo. Sempre lendo algum livro, o que me agradava. Toda vez que eu ficava sozinho na casa, pegava emprestado um de seus livros, apesar de não pedir realmente. Devolvia o que havia pegado ao lugar que pertencia, portanto ele não percebia que eu havia emprestado. Era o único entre os garotos, que eu não tinha nada contra, apesar de fazer algumas coisas estranhas que eu não compreendia. Como nos últimos dias, que apareceu em meu quarto com um objeto estranho, que fazia muito barulho quando se aproximava de onde eu estava. Estranhei o aparelho, não sabia sua utilidade e também do por que ele usar aquilo. O garoto fez isso varias vezes nessa semana, sempre parecendo assustado após algum tempo. ¡Qué chico raro! (Que garoto estranho!) Os meninos nunca entravam ali, tirando David que vinha fazendo isso essa semana, os únicos a virem era o Sr. e Sra. Ackerman, ele para concertar algo e a mulher para limpar o quarto.

Estabeleceu-se uma rotina, da manhã até uma parte da tarde, a casa ficava quase vazia, isso devido à presença de Max, o cachorro da família. O casal trabalhava e as crianças iam ao colégio. A respeito do cão, quando me aproximava dele, se afastava o mais rápido que podia, estranhei de início, percebendo depois que o animal notava minha presença, achei inusitado. A maior parte do tempo em que me encontrava ali, ficava dentro do quarto, agradecido por não aparecerem por lá. Visitava uma vez ou outra o quarto de David e do casal, os únicos que possuíam livros. À noite a casa ficava agitada com a presença da família, no jantar tinham que estar todos presentes, ao termino, cada um ia fazer o que lhe convinha, como Brad que jogava o tal de videogame, que para mim era algo inútil. Jack ia dormir, David ia fazer coisas estranhas, o Sr. Ackerman ia descansar e a mulher trabalhava até quando estava em casa, o que eu não concordava. ¡La casa es reposar! (Casa é para descanso!)

Apenas nos primeiros dias que eu os observei, depois não aparecendo em locais em que estivessem presentes. Nos fins de semana, quando todos se encontravam em casa, eu perambulava pela praia, voltando quando estavam dormindo. ¡Se quedó solo! (Ficava sozinho!) Habituei-me a eles, contudo não alivia minha solidão e minha tristeza, na verdade estava mais doloroso ficar perto, lembravam minha família, dos dias em que eu estava vivo. ¡Doloroso recuerdo! (Doloroso lembrar!) Era o motivo de não permanecer muito tempo na casa, de aparecer quando não havia ninguém ou quando estavam dormido. Havia vezes que sentia falta do silêncio e da solidão, que tinha antes de chegarem. Apesar de poder ficar em outro lugar, algo me prendia ali, provavelmente por minha morte ter acontecido no quarto. ¡Me han matado! (Terem me matado!)

Após meses, descobri o motivo da moça não ter aparecido. Não podia estudar no colégio em que os meninos frequentavam, por isso demoraria a vir. Tinha algo a ver com transferência, o que eu não entendi. Não estava tão curioso em relação à nova dona do quarto. ¡No importaba más! (Não importava mais!) Assim que chegou de seu trabalho, a Sra. Ackerman veio ao quarto para arrumá-lo, o que estranhei, não era o dia em que limpava o cômodo. Havia notado os dias que fazia a limpeza, nos fins de semana.Fui pego de surpreso quando o fez pela primeira vez, depois percebendo o que ela fazia. Foi o único dia em que fiquei a vendo arrumar. Sempre que chegava com aqueles objetos, saia para caminhar na praia, apesar de ser manhã.

Ela já havia feito essa faxina, como já a ouvi dizer muitas vezes, não estava entendendo, ficava dias sem aparecer ali depois que o local estava devidamente limpo. Será que esqueceu que já havia limpado, eu achava que não. Entonces, ¿qué estaba pasando? (Então o que estava havendo?) Não tinha pretensão de vê-la fazer a arrumação que já havia feito, o quarto estava limpo. Cogitava em ir até a praia, como sempre fazia quando não estava disposto a permanecer ali. Já estava para me desmaterializar, quando o Sr. Ackerman apareceu.

–Esta tudo bem? – perguntou para ela.

–Estou! Só quero ter certeza que está tudo ajeitado pra quando ela chegar, - respondeu.

Sua resposta deixou-me curioso. Quem chegaria? Não fiz o que estava planejando, fiquei onde estava. Sei que é errado ouvir conversa alheias, sempre saio dos lugares quando isso acontece, porém com a chegada da família às vezes não podia evitar, não era sempre que fazia isso, apesar de me envergonhar quando o fazia. Achava que estavam falando da nova moradora do quarto, pelo que diziam, estava chegando.

–Ansiosa?

–Um pouco, - respondeu rápido demais.

Ele a olhou, parecendo questionar sua resposta, o que a fez suspirar e abrir um sorriso nervoso.

–Ta bom, muito nervosa, - disse apreensiva. – Será que ela vai gostar Andy?

–Amor, claro que vai, olha só esse lugar, demos o nosso melhor e convenhamos, fiz um excelente trabalho, - disse, a fazendo sorrir.

A Sra. Ackerman foi até o marido e o beijou, depois saíram juntos do quarto, conversando sobre a garota. Aquela cena foi intima, me senti envergonhado por ter a presenciado, porém minha curiosidade foi maior, não sou perfeito. ¡En absoluto! (Não mesmo!) Então a moça estava vindo! Não disseram quando chegaria. Uma ansiedade e nervosismo que pensei que haviam sumido, voltaram instantaneamente. O que faria quando chegasse? Eu teria que ir embora, sair do lugar em que permaneci por longos anos, por que devia sair? Eu sabia o motivo, apesar de não quere pensar nele, já havia decidido tomar uma decisão quando ela aparecesse. ¿Cuándo será? (Quando seria?)

Apesar de não dever, apareci na hora em que jantavam, fazendo com que Max saísse imediatamente do local. Não podia acreditar que eu estava fazendo aquilo, no entanto precisava saber quando chegaria. Mesmo envergonhado com minha atitude, fiquei os observando enquanto comiam, esperando ouvir o que me interessava. Só no fim do jantar, escutei o que queria, no dia seguinte ela viria morar definitivamente nesta casa, fiquei surpreso. Não teria tempo para me acostumar ou pensar no que fazer, amanhã a garota chegaria. Desmaterializei-me e apareci no quarto, com varias perguntas rondando minha mente. Como seria o dia de amanhã? Como era sua aparência? Que idade tinha? Me di cuenta que no lo sabía. (Notei que nem isso sabia.) E foi assim que passei toda a noite, pensando na nova moradora da casa.


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Notas finais do capítulo

Por favor, comentem, digam o que acharam, se precisa ser melhorado ou se ta bom.
Mais um capítulo postado na data, espero continuar assim!
Feliz natal a todos, espero que tenham um ótimo fim de semana e uma semana melhor ainda.
Até o próximo fim de semana!!!



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