O Fantasma e a Mediadora: A terra das sombras escrita por RaySabrina


Capítulo 12
Capítulo 8 parte 2


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo, boa leitura.



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-Minha nossa! – Suzannah girou, ficando de frente para mim. Olhando-me irritada. – Por que ainda está por aqui? Achei que tinha dito para você se mandar.

Usava vestis estranhas, na cabeça tinha um tipo de pano, usava camisa negra, assim como a calça e seus sapatos. Aonde iria vestida daquela maneira? Me parece que él huiría. (Parecia-me que ia fugir.) Já era tarde, notei quando entrei e me posicionei ali. Havia um objeto em cima de uma mesinha, próximo a sua cama, que marcava as horas. Debería estar durmiendo. (Devia estar dormindo.)

-Não acha que já é um pouco tarde para sair, Suzannah? – Questionei tranquilamente.

-Hmm – emitiu, enquanto tirava o tal pano de sua cabeça. Sabia que estava irritada. – Olha só, sem querer ofender, Jesse, mais isto aqui é meu quarto. Que tal você tentar se mandar? E que tal deixar que eu cuide da minha vida?

Se não queria me ofender, deveria ser mais cordial. Sabia que era a atual dona do quarto, tive que me acostumar com isso. Sentia que tinha mais direito, no entanto era um cavalheiro. No expulsar a una dama. (Não expulsaria uma dama.) E ela já havia deixado claro, que não me queria aqui. Entretanto pressentia que estava indo fazer algo perigoso, se meteria em problemas. No podía permitirse. (Não podia permitir.)

-Sua mãe não vai gostar de saber que você está saindo tão tarde da noite, - ficou surpresa com meu comentário.

-Minha mãe? – me olhou confusa. – Que é que você sabe da minha mãe?

-Gosto muito de sua mãe – fui sincero. – É uma boa mulher. Você tem muita sorte de ter uma mãe que a ame tanto. Acho que ela ficaria muito preocupada em ver que você está se expondo ao perigo.

-Me expondo ao perigo... – Disse atordoada.

-É isso ai!

-Tudo bem. Segura esta agora, Jesse. Há muito tempo eu saio de noite e minha mãe nunca disse uma palavra sobre isto. Ela sabe perfeitamente que eu sei cuidar de mim.

Pensei no que disse. No pouco que convivi com sua mãe, parecia se preocupar muito com Suzannah, não ia permitir saísse tarde da noite. ¿Qué hojas madre? (Que mãe permitiria?) Estava mentido, sua mãe não iria deixar que hermosa saísse a esse horário. E imaginava aonde iria e o que pretendia fazer. Muy arriesgado. (Muito arriscado.)

-Sabe mesmo? – Protestei, ergui uma sobrancelhas, para dar ênfase a minha pergunta. Olhou-me pensativa, estava certo que sua mãe não sabia, o que me fez rir de sua incoerência. – Acho que não, hermosa. Não neste caso.

Deixei sair, o apelido que dei a ela, não consegui conter. É uma bela moça, com uma personalidade muito forte. Achava saber se cuidar, no entanto me parecia delicada e frágil. Aunque no se muestra. (Apesar de não demonstrar.) Suzannah levantou as suas mãos em minha direção.

-OK. Para começo de conversa: não fale comigo em espanhol. Número dois: você nem sabe aonde eu estou indo, de modo que sugiro que largue do meu pé.

Havia notado que não gostava quando eu falava espanhol. Tal vez por no entender. (Talvez por não entender.) E apesar de não ter certeza, tinha o palpite de saber aonde iria e quem estava indo ver. O que devo afirmar ser muito perigoso. Arriesgado. (Arriscado.)

-Mas eu sei perfeitamente aonde você está indo, Suzannah. Você está indo para o colégio para tentar falar com aquela garota que está tentando matar o rapaz, aquele de que você parece estar... gostando. Mas estou lhe avisando, hermosa, você não aguenta com ela sozinha. Se tiver mesmo de ir, devia levar o padre com você.

-O quê? Como pode estar sabendo de tudo isso? Por acaso você está... me perseguindo?

Cometi um erro, ao lhe dar todas essas informações. Estava muito surpresa, não imaginava que eu soubesse tanto, assim tirando conclusões precipitadas. Não faltava com toda verdade, mais perseguir, era um termo muito forte. Só queria saber se estava bem no colégio. Não queria vigiá-la. Aunque aparecen. (Apesar de aparentar.) Resolvi me fazer de desentendido.

-Não sei o que significa esta palavra, perseguindo. Só sei que você está se expondo ao perigo.

-Você anda me seguindo – acusou, apontando um dedo para mim. – Vai dizer que não anda? Tenha dó, Jesse, eu já tenho um irmão mais velho, não preciso de outro não. Não preciso que ande por aí me espionando...

O que? Estava me comparando com seu irmão? Aquele que estava sempre dormindo, não notando nada do que acontece ao seu redor. ¡Por Dios! (Por Deus!) Não me pareço nada com ele.

-Oh, claro – fui irônico, não havia gostado da comparação. – Esse irmão cuida muito bem de você. Quase tão bem quanto cuida do próprio sono.

-Espera aí! – disse enfática. – Ele trabalha de noite, está sabendo? Está economizando para comprar um Camaro!

Do que falava? O que é um Camaro? Yo no entendía. (Não compreendia.) Levantei a mão e estalei os dedos, no intuito de mostrar que aquilo não importava.

-Você não vai a lugar nenhum – se não podia ver que o que fazia era perigoso, não permitiria que saísse.

-Ah, é mesmo? – me provocou, virando e indo até a porta. – Tente me segurar, bafo de cadáver.

Bafo de cadáver... aquilo foi ofensivo, não gostei de seu comentário. Eu podia estar morto, no entanto não tinha bafo de cadáver, ou tinha? Sus palabras hieren. (Suas palavras magoaram.) Irritado com que disse, fechei a tranca que havia na porta, que estava lá há muito tempo. O senhor Ackerman não havia a tirado, era a enferrujada e antiga tranca. Muy útil en el momento. (Muito útil no momento.) Tentava me aclamar, não me irritar pelas palavras desagradáveis que Suzannah havia dito. Hermosa estava parada há algum tempo olhando para a sua mão, parecia muito surpresa. Girou a maçaneta, tentando inutilmente abrir a porta. Respirou fundo, parecendo um tanto pensativa, antes de se virar e olhar para mim.

-OK! Jesse, isto não é nada legal.

Não queria ofende-la com minha atitude e nem ser desagradável. Estava envergonhado com minha atitude, não era de meu grado, agir desse modo, no entanto tinha que evitar que corresse riscos. Estava indo ao encontro de um fantasma muito perigoso, que estava cheio de ódio. Un fantasma rencoroso. (Um fantasma rancoroso.) Algo ruim aconteceria a Suzannah, se fosse sozinha. Apesar de toda a vergonha que sentia, não permitiria que se colocasse em perigo, por mais que tivesse de ser rude com ela. Garantizar su seguridad. (Garantindo sua segurança.)

-Eu não posso... – fui até ela. – Suzannah, não vá. Essa mulher... essa garota, a Heather, não é como os outros espíritos que você pode ter encontrado. Ela está cheia de ódio. Se puder, vai matá-la.

Tentava fazer com que entendesse a minha atitude. Explicar a ela, o quão perigoso seria se fosse ao encontro dessa garota. Sentia que se Suzannah fosse até ela, algo ruim aconteceria. Cosa seria. (Algo grave.)

-Aí mesmo é que eu devo acabar com ela, não? Vamos lá, abra a porta.

Pensei que a faria entender, mais não, hermosa entendia tudo errado. Sorriu para mim, como se fosse normal ir enfrentar um espírito perigoso, natural. Por que era tão teimosa? ¿Por qué no escuchan? (Por que não me ouvia?) Achava mesmo que conseguiria enfrentá-la sozinha. Talvez pudesse saber o que estava fazendo, já havia enfrentado muitos espíritos de onde veio. No entanto, Suzannah não era muito boa em conversa com fantasmas, e isso atrapalhava qualquer tipo de comunicação. No iba a hacerlo bien. (Ela não iria se sair bem.) Não permitiria que fosse, por mais constrangedor que fosse para mim, ser tão mal educado com ela. Sentia-me envergonhado, estava pedindo gentilmente. Contudo não iria deixá-la se arriscar assim.

-Como quiser – passou por mim.

Não podia passar através de mim, como faziam as outras pessoas, conseguia me tocar. Observei hermosa ir até a janela. Não podia crer no que estava vendo, Suzannah iria mesmo sair pela janela? O que passava com ela, não tinha noção de como era perigoso o que estava fazendo? Poderia se machucar caso caísse. Puede ser grave. (Poderia ser grave.) Vi quando passou uma perna para o lado de fora, e assim que o fez, fui até ela e segurei seu pulso, com um pouco de força. Não pude evitar fazer, apesar de estar tentando a todo custo não tocá-la, mais hermosa não estava colaborando. Chica obstinada. (Garota teimosa.) Virou seu rosto para mim, tentando enxerga na penumbra que era seu quarto.

-Suzannah... – disse suavemente.

A única palavra que consegui pronunciar. Era uma última tentativa de convencê-la a ficar. Não me disse nada, ficou parada. Gostaria de saber o que pensava, o que sentia. Notei quando olhou para seu braço, segui a direção de seu olhar, percebendo que ainda a segurava, a soltei imediatamente. Había tocado. (Havia a tocado.) Estava sendo rude e tocá-la revivia muitos dos sentimentos, enterrados em mim. ¿Qué estaba pasando? (O que estava acontecendo?) Não conseguia me mover, mesmo quando a vi passar pela janela, nem quando atravessou o telhado e de alguma forma, conseguiu chegar ao chão sem se machucar. Não acreditava que havia a tocado, tinha a sensação de estar vivo. Sai de meu transe, e voltei para dentro do quarto. Estava muito confuso.

Não sabia o que fazer, deixá-la em paz ou ir atrás dela. Fiquei parado no meio do quarto, pensando na conversa que tivemos, tentando entender o que havia acontecido. Fiquei pouco tempo ali, não sabia quanto tempo havia se passado, desde que foi ao encontro de Heather. ¿Porque tenía que poner en riesgo? (Por que tinha que se coloca em risco?) Desmaterializei e fui para o telhado, ela já havia partido há muito tempo. Olhei para o céu, a lua cheia iluminando o mar, uma noite bela, no entanto perigosa, para uma certa moça. Por que não podia me ouvir? Por que ser tão cabeça dura? Tive que falta com minha educação. Mesmo assim, conseguiu um jeito de escapar, de sair do quarto trancado. Por que se colocava tanto em risco, será que não conseguia ver o perigo em que se metia, não pensava em sua mãe e família? Respirei fundo, passando a mão pelo cabelo. Por que tinha que ser tão teimosa, por que hermosa?

Estava frustrado, por não consegui convencê-la a ficar. Contudo o que podia fazer contra sua vontade, ela sabia se virar. Viveu anos em outra cidade, convivendo com fantasmas, lidando com espíritos de todo tipo, deveria saber lidar com Heather. ¿Lo es? (Será?) Entretanto já havia visto como Suzannah resolvia as coisas, não era nada amistosa. Não sabia se hermosa já havia enfrentado algum espírito tão rancoroso, como Heather. ¿There? (Havia?) Estava irritado com Suzannah, por ser tão imprudente, magoado com suas palavras, foi cruel e eu só estava tentando ajudá-la. Mesmo que não tenha a pedido, não foi educado falar aquilo. “Bafo de cadáver”, por mais que tivesse morto, me sentia muito ofendido.

Andei lentamente até ao lugar que ficava, sentei no galho da árvore, encostei-me ao tronco. Notei que ainda não havia ido, Suzannah estava parada em frente a casa. Pensé que se había ido. (Pensei que já havia ido.) Devia tentar impedi-la novamente? Hermosa já havia feito sua decisão, não mudaria de idéia, tinha certeza disso. Observei ir para o local onde guardavam os automóveis, iria pegar um deles? Esperei ouvir o ruído do carro, só que não ouvi barulho nenhum. Estranhei de início, até a ver em cima de um objeto, que achava que eu reconhecia. Tentei lembrar o nome, já havia ouvido os garotos falarem sobre aquilo. Ela estava em cima de uma bicicleta, uma coisa de metal, com rodas, as pessoas muitas vezes pareciam felizes em andar naquilo. Intrigava-me o fato de conseguirem andar naquilo. Vi quando saiu em grande velocidade pela ladeira, balançando muito. Tinha a impressão que a qualquer momento cairia, quanta imprudência. ¿Apreciaba el peligro? (Apreciava o perigo?)

Respirei fundo, indeciso. Será que estaria bem sozinha, ou estaria encrencada, como eu imaginava que estaria. Ao menos conseguiria chegar ao colégio, o que eu duvidava, pelo modo como saiu com aquela coisa. Deveria ir, ou deixá-la resolver, como disse que faria, no entanto tinha minhas duvidas quanto a isso. ¿Qué estaba pasando? (O que estaria acontecendo?) Estava cada vez mais inquieto com o passar do tempo, não conseguia deixar de pensar nela, por mais que me forçasse, a preocupação me tomava. Não conseguia entender por que de estar tão preocupado com ela. Talvez fosse o fato de poder me ver, anos sem falar com ninguém que não se assustasse, agora tinha Suzannah. Passado alguns minutos, esperando que retornasse, estava a ponto de ir até missão, saber se estava bem. Se me visse, ela não iria gostar, contudo podia estar em apuros. Não aguentei ficar na duvida, queria comprovar que estava tudo bem com hermosa. ¿Es capaz de convencer a Heather ir? (Conseguirá convencer Heather a ir?)

Desmaterializei e apareci na missão, estava na entrada do colégio, o local estava vazio, o que já era esperado. Ao longe podia ouvir o barulho das ondas chocando-se nas pedras. Olhei para adentro do portão, para ver se encontrava algum indicio de que ela esteve ali, não notei nada. Dentro da missão, não havia indício de que Suzannah havia estado lá. Olhei ao redor e não avistei nada. ¿Dónde estabas? (Onde estava?) Resolvi dar uma olhada ao redor da missão. Talvez tivesse ido para na parte posterior do prédio. Estava muito escuro, malmente iluminado pela luz do luar. Andando pelo local, avistei a bicicleta que hermosa havia trazido, atrás de uma grande lata. Havia escondido, para que ninguém a encontrasse, caso passasse por ali. Olhei ao redor, para ver se a encontrava, notei uma janela com o vidro quebrado. Os cacos espalhados pelo chão, indicio de que esteve ali. Se allanó el lugar, no lo podía creer. (Invadiu o lugar, não podia crer.)

Aproximei-me da janela, tentando ouvir algo, nada. Fiquei alerta, quando senti o ódio emanado no local. Muy. (Muito.) Era Heather, tinha certeza, hermosa não estava segura, diante a toda essa ira. Desmaterializei e apareci dentro do lugar que tinha a janela. Era uma sala, cheia de mesas e cadeiras em fileiras, parecia ser onde os alunos tinham aulas, assim imaginava. Olhei para a porta, estava aberta, não a fechou quando saiu. Ainda conseguia sentir a raiva de Heather. Fui para fora da sala, parei no corredor onde havia estado ontem, estava iluminado, apesar de ser tarde. Las lámparas no deben ser desconectados. (As lâmpadas não deviam estar desligadas.) Não sabia que direção tomar, decidindo ir aonde parecia se concentrar a raiva.

Andei pela galeria, me aproximando do que parecia ser o pátio da missão. Olhando para lá, nem pude acreditar no que via, a cabeça da escultura do Junipero Serra, flutuava próximo de Suzannah. Eso era peligroso. (Aquilo era perigoso.) Olhei ao redor para ver quem estava fazendo aquilo. Heather estava próximo ao banco, totalmente enfurecida, tinha perdido o controle. O que hermosa havia feito? Esperava que saísse correndo, no entanto não se movia, ficou parada olhando para cabeça da escultura. O que estava esperando para fugir dali? ¡Sal ahí fuera! (Saia dai!) Observei a cabeça mergulha na direção de Suzannah. Não esperei para ver se fugiria dali ou não, desmaterializei e apareci próximo a ela. Sem esperar, a empurrei projetando hermosa no chão. Esperava que levantasse e saísse correndo, só que mais uma vez me surpreendi com Suzannah. Ficou parada, olhando o céu, como se o estivesse admirando, o que me irritou. Será que não percebia o perigo em que havia se metido.

-Levante-se - falei rudemente, próximo de seu ouvido. – Pensei que você era boa nisso!

Assim que terminei de falar, a cabeçada da escultura foi jogada próximo de Suzannah. Muy cerca. (Muito próximo.) Olhei para hermosa, que parecia estar muito assustada. Sem perder tempo ajudei a levantar, o que felizmente o fez sem relutância e com um pouco de rudez, a empurrei na direção do corredor, para que voltasse a sala que havia arrombado. Estaba en gran peligro. (Estava em grande perigo.)


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Notas finais do capítulo

Olá pessoal, sei que é meio chato ler textos sem muita fala, mais é que o Jesse é complicado, ele é um fantasma, que pode ser visto por duas pessoas até esse momento e não convive com eles, por isso é difícil ter falas. Espero que compreendam.
Obrigada pelos comentários e continuem comentando e fazendo essa pessoa aqui feliz, é muito bom saber a opinião de vocês.
Erros avisem.



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