Lindsay tinha ficado confusa com as palavras de Brittany, mas decidiu ignora-las. Pois em sua cabeça, talvez a loira naquela altura da noite se encontrava com uma quantidade significativa de álcool em seu corpo, e só tenha dito aquilo por conta disso.

Já havia se passado alguns dias desde o episódio no Jenson. Brittany a cada dia, passava a confiar mais em Clarice, pois a menina se mostrava sempre amiga e prestativa a sua frente.

Santana que não gostava nada disso. Estava odiando ter que dividir a namorada com a outra garota. Tudo o que ela queria era que Clarice sumisse e ela tivesse sua namorada de volta, toda pra ela.

Santana pov

Sei que pode parece possessivo, mas eu só quero que essa garota saia da vida da Britt. Eu sei o que ela quer, e o pior é que a Britt não percebe. Elas saem frequentemente. E vou confessar que isso me faz ficar com uma raiva que chega a não caber em mim, então tenho que falar pra ver se eu não explodo. E quando eu falo algo pra Britt ela começa a dizer que eu estou de implicância com a tosca lá.

Acho que ainda não brigamos porque eu me controlo. Porque se não. Tenho certeza que já teríamos brigado. E eu sei que é isso o que aquela vaca quer. Ela tá fazendo todo esse teatrinho de boa moça, pra vê se eu dou algum vacilo para ela dar o bote.

Mas se depender de mim essa vadia vai cansar de esperar!

Santana pov

Brittany estava perto dos armários falando com Clarice ao telefone.

- Então, você vai ou não? – Pergunta Clarice.

- Pode ser. Mas tenho que ver se não marquei nada com ninguém. – Responde a loira.

- Com ‘’ninguém’’, você quer dizer Santana!? – Fala.

- Exatamente! – Diz Brittany rindo.

- E eu que pensava que era você que mandava nessa relação. – Brinca Clarice.

Brittany deu uma alta gargalhada.

- Que nada! A minha latina tem todo o poder.

- Ahh. – Clair nesses dias vinha aprendendo a se controlar e não dizer nada que desse seu plano por acabado. – Então B, depois você me liga e responde. Certo?

- Tudo bem. Mas tenho certeza de que eu estando ou não, não vai fazer diferença. Eu não sei nada sobre leilão de antiguidades.

- Mas basta você está por perto. É só o que eu quero. – Diz Clarice impulsivamente, mas logo percebeu o que falou e mudou de assunto. – E ai B, você ainda acha que a novata está afim da Santana?

- Não sei. Torço para que não, mas no fundo acho que sim. – Responde a loira. – Acho que o meu maior medo é que elas têm simplesmente tudo em comum. Ela consegue entender melhor como é a vida da Sant. A menina fala não sei quantos idiomas, é rica, bonita, e pelo que eu vejo, é louca pela minha namorada.

- Eu sinceramente acho que ela está. E se eu fosse você, daria uma boa tapa na cara dela. Mas como eu não sou, o que você vai fazer quanto a isso?

- Não faço ideia. – Lamentou Brittany. – Torcer pra que a Sant continue me amando!? E não veja que a Thompson tem muito mais a ver com ela do que eu.

- Ah, qual é B! Você que sabe. Mas você vai comigo no leilão né? É super chato, e você estando lá vai ser diferente.

- Tudo bem. Eu te ligo pra acertar tudo direitinho caso eu vá. – Fala Brittany.

- Certo. Tchau B.

- Tchau Clair.

Clarice pov

Meu Deus como vai ser fácil conseguir o que quero. Tá demorando um pouquinho, mas pelo que vejo está próximo. E é vai ser a novata e a própria Lopez que vão conseguir o que quero.

Clarice pov off

Brittany terminou a ligação e caminhou para fora, perto da ambulância, onde tinha visto sua namorada há alguns minutos.

Santana estava lá, mas Brittany não gostou nada do que viu. Lindsay tinha as duas mãos segurando o rosto da latina. E estavam muito próximas. Sentiu seu coração pular em seu peito apressadamente. Santana não poderia fazer uma coisa dessas com ela.

 Mas antes que ela pudesse fazer ou dizer alguma coisa, para perceberem sua presença que ainda não tinha sido notada, Santana falou.

- Vamos Li. Meu olho tá doendo. – Reclamou a latina. – Deve ter caído alguma coisa.

- Se você ficasse quieta e abrisse o olho, eu poderia ver e assoprar. – Disse Lindsay tentando ver se algo tinha mesmo caído no olho da amiga.

- Tá doendo tanto. Será que eu vou ficar cega? – Dramatizou Santana.

- Meu Deus! Você nem tá parecendo uma das melhores e mais corajosas paramédicas que eu conheço. – Brincou Lindsay depois de uma gargalhada pela a dramaticidade da morena.

Brittany depois de ouvir e entender o que estava acontecendo, respirou fundo e se arrependeu em pensar que a namorada poderia fazer algo assim com ela. Mas ainda sim com raiva da novata pela proximidade da namorada, pois para ela parecia uma coisa desnecessária.

A loira caminhou até as duas e assumiu a situação.

- Deixar comigo Thompson. – Disse Brittany, jogando um olhar nada amigável para a ‘’novata’’, segurando o rosto de Santana e assoprando. – Pronto amor. Tá melhor?

- Tá sim. Mas eu estava bem. A Li que é toda dramática e disse que eu podia ficar cega. – Brinca Santana alheia ao olhar da loira para sua amiga, que já tinha percebido.

- Tá certo que fui eu quem disse isso. Era você que estava quase chorando. Sua mentirosa! – Brincou Lindsay tentando ignorar o olhar de Brittany.

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O expediente tinha acabado e elas estavam no apartamento de Brittany deitadas no sofá, assistindo a algum filme que não estava recebendo nenhuma atenção.

Santana estava por cima da loira. Elas se beijavam de modo lento e sensual. A latina tinha suas pernas encaixadas na melhor posição para que elas ficassem o mais próximas possível. A morena começou a trilhar beijos até o pescoço da namorada, que se encontrava altamente ligada.

Santana massageava levemente um dos seios da loira por cima da blusa, que já começava a arfar por mais contato. Brittany tirou a própria blusa e a da namorada, que riu da pressa da loira, mas continuou, voltando a beijar os lábios de Brittany que pareciam mais deliciosos a cada beijo. A latina estava tão ligada quanto Brittany. Ela pressionou sua perna contra o sexo da loira, que gemeu com o contato, fazendo a morena sorrir de satisfação.

A bolha de êxtase que elas se encontravam foi quebrada quando alguém bate na porta do apartamento.

- Eu não acredito nisso! – Reclama Brittany, que não faz nem menção de levantar para atender a porta.

Santana vendo que a namorada iria simplesmente ignorar, resolveu levantar e ver quem era.

- Ei, aonde você vai? – Perguntou Brittany impedindo a latina de sair da posição em que se encontrava.

- Amor, pode ser o Puck. E vai ser muito constrangedor ele nos ver assim. – Explica Santana.

- Puck está nesse momento fazendo o que provavelmente nós devíamos voltar e terminar de fazer. – Brincou a loira. – Vem cá. Você nem vai lembrar que tinha alguém batendo na porta.

 Brittany puxou Santana delicadamente pelo pescoço até seus lábios.

Bateram na porta de novo.

- Não dá B. – Disse Santana saindo de cima da namorada. – É melhor você ir ver quem é. Pode ser importante.

- Tá bom. – Suspirou fundo Brittany e se levantou caminhando até a porta.

- Ei. Comigo aqui, você não atende a porta assim, de jeito nenhum. – Brinca a latina, jogando a blusa da namorada e vestindo a sua.

Brittany sorrir e veste a blusa. Vai em direção a porta e a abre.

Brittany pov

Não acredito que minha mãe está na minha porta. Pode parecer estranho esse meu pensamento, mas nós não nos falamos já faz uns três anos. Ela tinha saído para uma viagem pelo mundo, com o namorado. A última coisa que eu esperava era minha mãe na minha porta às dez horas da noite enquanto eu estava em um momento íntimo com minha namorada.

- O que a senhora tá fazendo aqui? – Perguntei.

- É assim que você recebe sua mãe depois de três anos? Não foi desse jeito que eu te criei. – Falou ela.

- Desculpa mãe. Mas se nós não nos falamos há três anos é por culpa sua, que sumiu do mapa. Não iria estranhar se alguém chegasse aqui dizendo que a senhora morreu.

- Deixa de ser dramática Brittany. Isso você puxou ao traste do seu pai. Nunca vi como duas pessoas podem se parecer tanto.

- Desculpa se eu queria saber se seu namorado tinha lhe matado em alto mar. – Falei sarcástica. – E não fale do meu pai!

Nós não temos a melhor relação ‘’mãe e filha’’ do planeta, mas também não é a pior. Na verdade minha mãe sempre foi muito ausente na minha vida. Eu morava com meu pai. Eles se separaram quando eu tinha um ano de idade. Eu nunca fui passa finais de semana com ela, pois ela vivia sempre viajando. A via de vez em quando, tipo umas cinco vezes no ano. E depois que meu pai morreu, eu fui morar com ela. Eu já era uma adolescente.

No começo foi muito difícil. Brigávamos muito e por qualquer motivo. Nem eu, nem ela estávamos preparadas. Para ser sincera, minha mãe era meu pai, não ela. Quando perdi ele fiquei muito mal e tendo que viver com uma pessoa que eu desconhecia como mãe ficou tudo ainda pior. Ela não fazia ideia de como interagir comigo.

Conseguimos superar nossas diferenças, mas nós nunca fomos realmente mãe e filha. Infelizmente não conseguimos reparar isso.

- Primeiro, meu namorado era um amor. Segundo, eu lhe disse que não era pra se importar comigo, porque eu estaria bem. Mas agora, eu posso entrar?

- Pode. – Disse dando passagem para que ela entrasse.

A essa altura eu tinha esquecido que não estava sozinha com minha mãe.

- Eu não acredito! Assim que eu volto, olha só quem vejo? É muita falta de sorte encontrar essa latina frustrada aqui. Já disse pra você, Brittany, que tem gente melhor para se ter uma amizade nesse mundo. – Falou minha mãe assim que viu a Sant na sala.

- Falta de sorte é a minha Susan. Pode ter certeza! – Disse minha namorada olhando pra mim.

Elas nunca se deram bem. Na verdade era sempre chato quando elas se encontravam. Quando eu e Clarice namorávamos e ela tinha as crises de ciúme por causa da Sant, ela ia falar com a minha que já não gostava da minha latina e depois disso pior. Ela sempre gostou da Clair. Dizia que eu não poderia ter achado ninguém melhor. Eu sempre ficava sem saber o que fazer, mas pra ser sincera eu ficava do lado da Sant.

Eu já a amava!

Imagina quando minha mãe descobrir que eu terminei com a Clair e estou namorando a Sant. Ela vai falar durante umas dez horas no meu ouvido.

Brittany pov off