No instante em que os lábios de Sasuke tocaram os seus, um tremor percorreu todo o corpo de Sakura. Mas sentiu-se oprimida por uma corrente de sensações estranhas. Sua boca estava quente e seu beijo foi inesperadamente terno. Seu aroma forte envolveu-a de tal forma que a deixara totalmente entorpecida.

Os dedos masculinos que estavam debaixo de seu queixo se estenderam para agarrar sua mandíbula, inclinando sua cabeça para satisfazer melhor o prazer dele, enquanto sua outra mão deslizou ao redor de suas costas para atraí-la mais perto. Ela levantou suas mãos defensivamente, e estas constataram a barreira de seu peito.

Ele estimulou os lábios dela com sua língua, e Sakura abriu sua boca em choque ante essa sensação, empurrando-o inutilmente com seus punhos. E então a língua do intruso estava dentro de sua boca, saboreando-a, devorando-a. E embora uma pequena voz dentro de si lhe advertiu não deveria permitir aquele beijo e brigar com o rapaz, Sakura encontrava-se impossibilitada em resistir.

Não... Não... Não posso... Isso é errado... Pensava Sakura, mas seu corpo não o repelia.

Quando Sasuke sentiu as mãos tímidas da jovem em sua nuca gemeu roucamente entre os lábios de Sakura. Esse gemido pareceu despertá-la e no mesmo momento a bela jovem acertou um tapa na face do Uchiha. Sakura se sentia ultrajada pela atitude do rapaz. Já Sasuke, sentindo o rosto dolorido pelo golpe, voltou o olhar para a rosada. Ônix e esmeraldas se fitavam intensamente. Raiva, frustração, curiosidade... Atração. Sasuke percebeu esses sentimentos no olhar da jovem.

– Quem você pensa que é? Sakura falava ainda trêmula. - Coloque-se em seu lugar, seu intruso.

Sasuke sorria discretamente para a jovem e isso pareceu acender a raiva dela ainda mais.

– Retire-se imediatamente!

Sasuke não falou absolutamente nada, apenas abaixou a cabeça e se retirou para os aposentos da ala leste. Mas o singelo sorriso de lado ainda era perceptível.

Cereja. Ela tem gosto de cerejas

Sakura ainda arfava de raiva enquanto via o belo moreno se distanciar. A jovem princesa resolveu se retirar do lago e retornar para os seus aposentos. A rosada entrou em seu quarto rapidamente e retirou a roupa de treinamento nervosa e se questionando.

– Idiota! Você é uma idiota Sakura... Como? Como não percebeu a presença dele?

Já de roupa trocada deitou em sua cama e relembrou dos acontecimentos de minutos atrás

– Ren, isso não ficará assim. Porém ao mencionar o nome do rapaz a jovem princesa toca seus lábios relembrando dos beijos trocados com o belo intruso, as mãos que apertavam a sua cintura, o calor que emanava do corpo forte do jovem, o seu cheiro e os seus olhos. Olhos tão negros que a hipnotizava e a encantava. Ainda com os dedos tocando os lábios Sakura adormeceu.

***

– Bom dia Majestade. Sasori cumprimentava seu pai enquanto o mesmo degustava de seu café da manhã.

– Bom dia meu filho. Sasori e Sakura eram tão transparentes com relação aos pensamentos e atitudes que o imperador sabia quando algo atormentava seus filhos. – Percebo que deseja conversar.

– Sim, meu pai. Mas gostaria que fosse em seu escritório. É algo importante.

– Claro,Sasori. Acompanhe-me no café e discutiremos o assunto em meu escritório então.

– Onde estão mamãe e Sakura? Indagou Sasori ao perceber a ausência das duas

– Sua mãe se juntará a nós para o café. Ela disse que já estaria descendo, já sua irmã acredito que ainda esteja dormindo.

Ao lembrar-se da irmã, também recordou da conversa com o pai sobre o afastamento da irmã nas missões que pai e filho faziam.

– Pai, sei que a Sakura não gostou da nossa decisão e temo que ela cometa alguma imprudência.

– Não se preocupe. Sakura jamais foi imprudente, ela pode ser persuasiva quando acredita que sua ação será de grande ajuda. Sua irmã é inteligente e obediente demais. Sim filho?

– Sim pai. Sasori enquanto terminava o seu café avistou sua mãe e sua irmã sorrindo e conversando. As duas eram tão belas e tão parecidas, para pai e filho pareciam dois anjos.

– Bom dia, meus amores. A imperatriz se dirigiu a seu filho e seu marido.

– Bom dia, papai. Bom dia, Sasori. Sakura os cumprimentava com um belo sorriso. – Sasori, quando você poderá treinar comigo?

– Desculpa-me maninha, mas estou tratando de assuntos importantes no momento. Não poderei treiná-la.

– Tudo bem. Sakura falava um pouco triste, pois adorava treinar com seu irmão.

– Sayuri, Sakura tomem o café. Lyn fez o bolo favorito de vocês... Vamos Sasori.

Sakura e sua mãe acompanharam com o olhar os dois se afastarem.

– Sakura, você sabe do que se trata esse assunto que eles conversarão?

– Não mamãe. Desde o dia que papai conversou comigo e me proibiu de acompanhá-los que não falam muitas coisas sobre a guerra comigo. Apenas o essencial, mas algo me diz que é sobre o forasteiro que nos ajudou do ataque.

– Hum... Sayuri refletia sobre o que sua filha acabara de dizer. - Termine o seu café que iremos estudar algumas técnicas de cura.

– Sim.

***

– Fale Sasori. Do que se trata?

Já acomodados no escritório do imperador, Sasori iniciou a conversa.

– Pai, gostaria de conversar sobre o Ren.

– Sim? O que tem o forasteiro?

– Estava pensando em integrá-lo as tropas chinesas. Aquele garoto tem talento para as artes militares. Eu vi a destreza dele na luta, ainda que ferido. Mas eu gostaria de me encarregar disso, eu mesmo gostaria de treiná-lo, pois não confio totalmente nele. Quero ficar com meus olhos atentos a esse rapaz.

O imperador ouvia as palavras de seu filho e refletia sobre qual seria o destino do jovem Ren.

– Também não confio plenamente nele, mas tenho uma dívida com esse rapaz. Por hora, permitirei que faça isso, mas qualquer coisa me reporte. Ok Sasori?

– Sim Majetade. Sasori sorriu para seu pai e se retirou do escritório.

***

Sasuke sonhava com uma bela jovem de exóticos cabelos rosados que beijava todo seu corpo. Com paixão, com desejo, com fervor, com amor... Suas mãos passeavam lentamente por todo aquele corpo desnudo que se encontrava embaixo de si. Sentia as unhas da jovem arranharem levemente suas costas despidas, assim como o restante de seu corpo, e sua boca sussurrar seu nome ás vezes em tom baixo...ás vezes em tom quase num grito devido a excitação que sentiam naquele momento.

Uma de suas mãos acariciava a cintura da jovem, enquanto a beijava nos lábios e, com a outra mão, acariciava seus longos cabelos. Interrompeu o beijo em sua macia boca, descendo seus lábios para o pescoço, o que causava arrepios na pele da garota... Logo seus beijos se tornaram mais ousados, causando mais suspiros de prazer por parte dela. Foi aí que desceu seus beijos para os seios, escutando-a gritar seu nome com paixão...

– Ren!? Senhor Ren!

Sasuke acordou sobressaltado com a criada o chamando. Ainda sentia o corpo entorpecido pelo sonho e pelas lembranças da noite anterior.

– Droga!

– Senhor Ren?! Vossa Alteza o aguarda na sala de treinamentos

– Demorarei poucos minutos. Avise-o que já estou a caminho.

– Sim senhor.

Levantou-se da cama e se encaminhou ao banheiro para um banho gelado e se dirigir ao encontro com Sasori

***

– Gostaria de conversar com você. Sasori se adiantou ao ver Ren se aproximando.

– Sim alteza?

– Gostaria de fazer uma proposta para você... Sente-se, por favor. Sasori indicou uma cadeira para que Sasuke se sentasse. Vi sua desenvoltura em luta e gostaria de integrá-lo ao nosso exército. Aqui na Cidade Proibida possuímos os melhores equipamentos e armas e eu mesmo o treinarei. O que acha Ren? Aceita?

– Alteza, sou órfão e não tenho para onde ir. Essa será uma grande oportunidade e acredito que meus pais ficariam orgulhosos de mim em fazer parte de um exército tão importante. É claro que aceito.

– Então, estamos de acordo... Começaremos amanhã. Certo? Sasori ofereceu a mão para Sasuke como para concretizar o acordo.

– Sim alteza.