Sakura estava aflita com a notícia sobre o vilarejo Fu, pois sabia que haveria dois problemas para seu irmão enfrentar: A tropa japoneses e os moradores perigosos do vilarejo

Eu sempre acompanhava Sasori em situações como essa. Tomará que nada aconteça com o meu irmão. Sakura pensava aflita andando de um lado para o outro em seu aposento.

– Preciso treinar, meditar, .... qualquer coisa para distrair a minha mente.

Sakura sempre gostou de treinar na ala leste, pois lá havia um lago raso. Seu irmão brincava dizendo que ela ficaria enrugada de tanto que gostava de ficar em contato com a água. Quando era pequena gostava de brincar naquele lago e com o passar dos anos passou a treinar e a meditar. Para ela a água representava purificação e renovação e era dessa forma que se sentia quando entrava naquele lago. Outra coisa que adorava era a grande cerejeira que ficava próxima ao lago.

Ying Fa

Sua mãe adorava as flores daquela árvore e antes de Sakura nascer dizia ao seu marido que um dia teria uma filha delicada e formosa como as pétalas da cerejeira. E seu nome seria Sakura, pois achava o nome em japoneses mais bonito do que em chinês.

A imperatriz era tão bela e Sakura era exatamente a cópia da mãe. Os mesmos exóticos, para os chineses, olhos verdes brilhantes como as pedras de esmeralda. Sua mãe também possui os cabelos ruivos, mas de um tom mais vibrante de vermelho, porém Sakura nascera com os cabelos na mesma tonalidade das pétalas das flores que sua mãe tanto adorava. Para a família imperial aquele era o sinal de que Sakura era especial, mas tarde veriam que nunca viram alguém ter habilidades nas artes da cura em tão tenra idade.

– Vou aproveitar que aquele sujeito não está aqui e treinarei no lago.

Sakura obedeceu a seu pai e não se dirigiu a ala leste. Na verdade não saia mais da ala oeste, mas não se sentia como uma prisioneira. Seus pais sempre estavam com ela, seu irmão, as criadas. Mas se sentia incomodada com a presença do rapaz. Sabia que um dia se casaria com alguém escolhido por seu pai, mas não pensava muito nisso, pois o seu povo vinha em primeiro lugar e ainda tinha que a cada dia aprimorar as suas habilidades de cura para cuidar de seu povo e, principalmente, de sua família. Desde a chegada de Ren(Sasuke) não tirava os brilhantes olhos negros de sua mente. Ao cuidar de suas feridas na carruagem e depois na ala leste sentiu seu corpo aquecer e a cada noite lembra-se do toque de suas mãos no peito e no abdômen do jovem. Não o via, mas estava a par de todo o progresso da cicatrização e dos efeitos do veneno encontrado em seu corpo.

Lindo

Com um sorriso Sakura vai trocar de roupa para treinar e se dirigi ao lago da ala leste...

Já era noite quando Sakura entrou no lago e se posicionou bem no local desejado. Praticaria um pouco de Tai chi chuan para se acalmar e relaxar o corpo e a mente. Iniciou os movimentos de forma delicada e suave, estava usando o uniforme de treinamento para dias quentes, uma espécie de vestido curto claro com largas mangas de seda que formam desenhos a cada movimento lento e preciso que dava. Seu longo cabelo estava solto e brilhava ao ser tocado pela luz da lua que refletia no lago. Sakura estava tão concentrada que não percebera o tempo passar, muito menos que seu irmão e Sasuke já estavam retornando para a Cidade Proibida.

***

Quando Sasori, Sasuke e os soldados voltaram já era madrugada.

– Ren, já está muito tarde. Amanhã gostaria de ter uma conversa com você. Eu o chamarei para conversarmos em meu escritório. Boa noite

– Sim Alteza. Estarei aguardando seu chamado. Bom descanso e boa noite.

Sasori partiu para a ala oeste. O jovem sucessor ao trono ficara impressionado com a destreza de Ren (Sasuke).

– Muito habilidoso. Conversarei com meu pai amanhã e dependendo de sua resposta Ren ficará ou partirá da Cidade Proibida. – e assim Sasori parte para seus aposentos

Sasuke observava Sasori caminhar na direção oposta a sua e desaparecer de seu campo de visão. Com um discreto sorriso refletia sobre os acontecimentos da “luta” com Sai e na possibilidade de permanecer por algum tempo no palácio.

Parece que vou ficar mais um tempinho aqui. Sasuke caminhava agora para a ala leste. Tenho que descobrir mais sobre as passagens secretas... e a garota de cabelos rosas. Algo me diz que ela sabe de alguma coisa.

A cada passo que dava um suave aroma preenchia o ambiente.

Sakura.

Avistou uma bela e suntuosa árvore e logo reconheceu a coloração das pétalas. O vento balançava seus galhos e algumas pétalas caiam em sua direção. Lembrou-se que no quintal de sua casa havia uma árvore como aquela, e que sua mãe costumava se sentar entre as raízes para ler história e cantar canções para ele e Itachi. Algumas vezes vira sua mãe e seu pai dançando em baixado dela. Caminho em direção à árvore e deslumbrou as pétalas que se desprendiam por causa do vento.

O clã Uchiha será vingado. Eu vingarei a morte de vocês.

Enquanto Sasuke relembrava a sua infância escutou o som de algo se mover sobre as águas. Percorreu o olhar pela área e viu o lago que dava de frente para a cerejeira e então a viu.

– O que é isso? Sasuke focalizava o olhar até ver os cabelos rosados. - A garota!

Sakura estava tão concentrada que não percebeu que Sasuke se aproximava do lago. As longas mangas dançavam entorno do seu corpo, assim como o cabelo que balançava a cada sopro do vento em seu rosto. Um lindo sorriso no belo rosto era percebido por Sasuke e parecia que a jovem estava apreciando a "dança" no lago.

Ao chegar à borda do lago percebera que não era fundo. Do ponto que estava pode ver melhor a jovem e cada detalhe do seu corpo. Parecia não ser muito alta, mas possuía pernas longas, a roupa que vestia parecia estar úmida e colada ao seu corpo, porém por causa dos movimentos que executava as mangas não estavam muito molhadas. Sasuke não sabia se a noite estava quente ou se ao chegar naquele lago à temperatura aumentou, mas a única coisa que tinha consciência era de que não conseguiu desviar o olhar daquela jovem. Entrou no lago e seguiu em direção a jovem e com mais uma leve rajada de vento as pétalas pareciam flutuar entre ambos.

Quando Sakura se virou na direção de Sasuke sentiu um aroma diferente seguido de uma lufada de ar próxima ao pescoço. Abriu os olhos os erguendo na direção da lufada.

Naquele momento ambos arregalaram os olhos. Verdes brilhantes encaravam negros profundos. De repente os dois pareciam ter perdido o fôlego, mas continuavam parados em estado de choque sem se mexerem.

É ele. Ren. Sakura pensava aflita

– Verdes! Os olhos verdes daquele moleque. Você é parente daquele menino Saku?

Sakura se assustou com a pergunta e isso foi percebido por Sasuke.

– Você é Saku?

– Eu-eu... Sakura não conseguia responder.

– A sua falta de resposta já me diz tudo. Você é o garoto. Mas... como?

Sakura reage e tenta fugir, mas Sasuke rapidamente a segura pelo pulso.

– Me solte. Se eu gritar alguém aparecerá e você estará em maus lençóis.

– Calma, eu não vou te machucar. Eu só quero conversar rapidamente com você. Em um movimento rápido Sakura conseguiu libertar seu pulso e golpear Sasuke na altura do ferimento.

– Ai. Eu ainda estou sentindo o ferimento. Ele falou e segurou o punho da jovem bufondo de raiva.

– Solte-me Ren. Eu já o avisei - ela ameaçou.

Sasuke nada disse, parecia hipnotizado pelos lábios de Sakura. Cada vez que ela se debatia mais ele a segurava e se aproximava do rosto dela.

Sakura arregalou os olhos, enquanto fitava aqueles negros tão de perto, sua respiração ficou suspensa enquanto seu coração simplesmente parecia que sairia do peito enquanto sentia a pressão das mãos de Sasuke em seus pulsos.

– o que pretende fa...

Ele abaixou a cabeça e tomou finalmente os lábios da jovem nos seus. Sakura no primeiro instante ficou estática, não acreditando no que acontecia, porém logo entreabriu os lábios retribuindo com a mesma intensidade o beijo. Sasuke enlaçou a cintura da garota ao mesmo tempo em que ela enlaçou o pescoço dele.

A grama verde aos pés da árvore estava coberta de pétalas que caiam a todo o momento, assim como o lago. Ninguém viu o que acabava de acontecer, apenas a lua fora testemunha daquele beijo.