Sasuke já estava na Cidade Proibida há uma semana. Graças à droga na adaga suas feridas demoraram a sarar, o que o permitiu permanecer mais um tempo na Cidade Proibida. Depois de ser instalado na tal ala leste não viu mais o menino que cuidou de suas feridas, mas conversava muito com o imperador e seu filho. Contara que era órfão e que seus pais foram mortos por soldados japoneses, que foi criado até os 14 anos por seu avô e que com ele aprendera artes marciais e a manusear uma espada. Por duas vezes assistiu o treinamento de Sasori e deu algumas sugestões. Parecia que estava ganhando a confiança de pai e filho. Quando chegou ao palácio fora avisado que poderia caminhar e conhecer o palácio, mas que jamais deveria entrar na ala oeste. Já sabia que se tratava da ala real, mas percebera que havia mais alguma coisa além da família real mantida em segredo naquela ala.

Já se sentindo melhor e resolveu que começaria a sua investigação buscando informações sobre essa ala e tentaria entrar. Iniciaria com conversas com alguns empregados, principalmente as criadas, sabia que era um jovem muito bonito e atraente e que com alguns sorrisos conseguiria algum tipo de informação. Com uma criada mais atirada descobrira que havia algumas passagens secretas e se aventuraria a noite em encontrar aquela que o levaria para os aposentos do imperador. Depois de estudar as possibilidades e as informações coletadas partiu em busca das passagens secretas. Percebera que havia indicações nas paredes para cada direção, mas não conseguia decifrar o que significava. Mas algo chamou a sua atenção,o desenho de uma flor que parecia muito com a flor de cerejeira de sua terra natal. Sasuke seguiu o desenho e adentrou um aposento que parecia pertencer a uma jovem. A decoração era bastante feminina e parecia que alguém estava naquele aposento. Silenciosamente ele percorreu o aposento com seus olhos.

Sasuke observava todo o espaço, do teto até o chão, quando seus olhos pousaram sobre uma linda garota de cabelos exóticos. Várias criadas a rodeavam com tecidos finos nas mãos. Uma criada penteava seus longos cabelos rosados, enquanto outra criada banhava-lhe os pés com bálsamo e óleos. A jovem apreciava os cuidados com um grande sorriso de contentamento e conversava animadamente com suas criadas. Depois de dispensá-las a jovem girava delicadamente, como para apreciar a suavidade do tecido, com os olhos fechados e as mãos erguidas para alto. O perfume permeava todo o aposento. Sasuke parecia hipnotizado. Tentava, mas não conseguia desviar o olhar.

Nossa! Como ela é linda. Quem será?

Sakura com um doce sorriso girava sentindo a maciez do tecido em seu corpo quando para ao pensar ter sentido alguma coisa. Sasuke retorna rapidamente para a ala leste e fica imaginando quem seria a bela jovem de cabelos rosados que dançava naquele quarto.

– Quem será essa garota? Será algum parente da família real? Ou talvez noiva de Sasori? Mas como é linda...

Mais alguns dias se passaram e a partida de Sasuke para a casa do tal amigo de família se tornava mais próxima. Não descobrira nada sobre o tal segredo ou sobre a misteriosa garota de longas madeixas rosa.

Rumores sobre uma invasão de tropas japonesas a um vilarejo e Pequim chegaram até a Cidade proibida. Sasuke já estava ciente que esta era a oportunidade de demonstrar “lealdade” e permanecer mais tempo no palácio. Havia boatos de mortos no vilarejo pelo grupo de soldados japoneses. Sasori e alguns soldados da guarda imperial foram verificar o ocorrido.

– Alteza, eu gostaria de acompanhá-los. Eu estava indo para esse vilarejo quando aconteceu o ataque à carruagem. Preciso saber se o senhor Lee está bem. Sasuke se pronunciou. - Eu posso ser útil.

Sasori ficou em silêncio por algum tempo olhando nos olhos de Ren (Sasuke).

Ren parece ser confiável. Até o momento não demonstrou nenhuma contradição em seus atos e comportamento. Ele pode ser util para alguma coisa mesmo.

– Ren, estaremos de saída quando o sol estiver apontando no céu. Estarei esperando-o no portão principal.

– Sim Alteza.

Sasuke retornou para a ala leste com um sorriso vitorioso. Há alguns dia de madrugada recebeu a visita de um falcão mensageiro portando amarrada a sua pata uma mensagem do Capitão Sai.

U.

Já descobriu algo?

Atacaremos o vilarejo Fu em Pequim.

Há muitos assaltantes e assassinos que residem lá, mas pouparemos os inocentes.

O imperador enviará soldados para verificar.

Você deverá estar entre esses soldados e essa será a única forma de demonstrar lealdade e permanecer por mais tempo.

Destrua essa mensagem.

S.

Sasori, Ren(Sasuke) e os soldados seguiram até o vilarejo Fu para averiguar a situação. Havia algumas casas queimadas, cheiro de sangue e fuligem por todos os lados.

– Esse vilarejo é conhecido por ser muito violento. Verifiquem se há sobreviventes ou a presença do inimigo.

Os soldados se separaram e iniciaram a inspeção.

– Ren, o seu amigo vive aqui?

– Sim alteza. Ele dizia saber se cuidar muito bem aqui. Esse lugar é muito violento mesmo. A casa dele fica naquela direção. – Sasuke apontava para a direção de algumas casas queimando.

– Vamos até a casa de seu amigo.

Sasori e Sasuke se dirigiam à última quando um grande estrondo de algo sendo arremessado foi escutado. Jazia um corpo inerte em meio aos cacos de vidro e o rosto de um homem observando o homem inerte no chão com um sorriso no rosto. Na mesma hora Sasuke reconheceu Sai como aquele que atacou o seu “amigo”. O tal senhor Lee era um salteador que roubava os forasteiros. Como eram delitos que não chegavam até a Cidade Proibida poucos sabiam quem era Lee.

– Senhor Lee!

Sasori e Sasuke vão até Sai e o homem.

– Ora, ora. O príncipe chinês aqui no vilarejo de Fu. Esse é meu dia de sorte. Matei alguns safados que tentaram nos atacar e ainda levarei a cabeça do futuro imperador como brinde.

Sasori e Sasuke se colocam em posição de ataque e avançam em direção a Sai.

– Você matou o senhor Lee. Vou acabar com a sua raça.

Sasuke deferiu um chute no rosto de Sai.

Esse Uchiha é muito rápido, ele deve vencer, mas não será tão fácil assim... Sai pensava enquanto se defendia. Sasori foi até o corpo de Lee e verificou que o homem já estava morto. Sasuke avançava cada vez mais com golpes rápidos e certeiros.

– Dá para ser mais devagar. Você que me matar Uchiha? Sai falava sussurrando para que Sasori não ouvisse.

– Isso é pela droga que você me deu. – Sasuke chuta as suas costelas - E isso é pela facada.

– Calma Uchiha. Era a melhor forma de você ficar mais tempo lá. Deveria me agradecer. Precisamos acabar com isso agora.

Sasori presenciou toda a sequência de golpes de Sasuke e percebeu que era um dos melhores lutadores que já tinha visto. Sasuke ainda estava se recuperando e conseguiu lutar de igual para igual com o inimigo.

Sai faz um sinal e uma explosão é ouvida

– Cuidado Alteza! - Sasuke corre na direção de Sasori e o protege com o próprio corpo. Gritos de desespero e dor eram ouvidos. A fumaça das explosões e o sangue que espirrava podiam ser vistos ao longe.

– Obrigado Ren... Soldados! Eles estão fugindo!

O grupo de soldados chineses corre em direção à pequena tropa de japoneses, mas não os alcança a tempo.

– Está machucado, alteza?

– Não Ren, mas infelizmente o seu amigo não resistiu.

– Como? Sasuke fingia estar indignado com a situação de seu “amigo”.

– Não chegamos a tempo. Aquele homem o matou.

– Se a minha saúde estivesse totalmente recuperada eu o mataria.

– Você é um ótimo lutador. Nunca vi alguém lutar de igual para igual e ainda estar debilitado.

Sasuke consentiu as palavras de Sasori com um meio sorriso.

– Soldados, vamos retornar a Cidade Proibida...Tragam os feridos.