Just a girl escrita por Emilly


Capítulo 8
Por que, Natalia?




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Narrado por Alícia:

Voltei pra casa, e pra variar minha tia ainda não havia chegado. Fui pro meu quarto, fechei a porta e me sentei na cama. Fiquei olhando a conchinha que Gabriel havia me dado. Muitas garotas, a jogariam fora, a quebrariam. Eu sei que a maioria das garotas gosta de ganhar aneis, colares e qualquer coisa cara, mas eu não. Aquela concha, estava tendo um significado enorme para mim, e sem perceber eu a olhava sorrindo. 
Me levantei e a guardei dentro da minha caixinha de música, onde havia uma bailarina em cima da tampa girando. Ganhei essa caixinha do meu pai, quando eu tinha 5 anos, e eu acho ela muito linda. 
Tomei um banho, me vesti. Assim que saí, fitei os cortes e as cicatrizes no meu braço e olhei pra lamina que estava em cima da minha cômoda. Me levantei e peguei ela na mão e fiquei a fitando por alguns segundos. Depois a guardei. Digamos que eu estou "feliz" e não tenho motivos para me cortar. Pode parecer idiota ganhar uma concha que o mar trouxe para a areia, mas eu não sei, eu me sinto bem ao lembrar dele, olhando a concha. 

- Não! Eu não estou gostando dele, certo, Teddy? - Falei pegando Teddy em minhas mãos e o olhando - Isso é apenas uma cisma minha, eu nunca me apaixonei, por que aconteceria agora? - Falei revirando os olhos e depois fazendo uma cara de frustação - Eu sou muito tonta mesmo. - Falei e joguei Teddy em cima da cama.
Ouvi um barulho lá em baixo, e com certeza devia ser minha tia que já havia chegado do trabalho. Apenas ignorei os barulho, não faço questão de conversar com ela. 
Apaguei a luz e me joguei na cama. Fiquei pensando em tudo que havia acontecido, até pegar no sono.
Acordei no dia seguinte como sempre, para mais um dia de tortura e de aula. Me levantei, tomei um banho e vesti uma calça jeans, uma blusa moletom e calcei um all star, mesmo estando calor. Peguei meu fichário, e fui em direção a escola, e por acaso, encontrei Gabriel em meu caminho, tentei me esconder. Coloquei o capuz da minha blusa e abaixei um pouco a cabeça, andando um pouco mais devagar. Ele não estava sozinho, tinha uma garota com ele. Quando ela virou um pouco o rosto, vi que era a Natalia. Eles conversavam e riam o tempo inteiro, e eu já tinha começado a sentir raiva dela, e meu coração apertou.
- Não, não, não. - Falei baixinho a mim mesma, balançando um pouco a cabeça, na tentativa de parar com aquelas reações estranhas, mas não consegui.
Os observei por vários minutos, até que ele a abraçou de lado e depois a soltou. Naquele momento, a raiva que eu sentia apenas aumentou, mas eu tentei me controlar ao máximo. Ela olhou para tras e percebi que ela me viu os observando. Natalia apenas sorriu e mexeu os lábios, dando a entender que disse "ele é meu". Apertei minhas mãos. Nunca havia sentindo tanta raiva dela nesse tempo inteiro. Respirei fundo, e já estavamos chegando perto da escola. Os dois foram para o pátio. Eu fui até o banheiro, sem que eles me vissem e lavei o rosto e já podia sentir meus olhos arderem.
- Tudo bem, Alícia? - Disse com irônia.
Me virei e vi Natalia atrás de mim.
- É uma pena quando a pessoa que a gente ama, não nos ama também, eu sei bem como é isso - Ela disse colocando a mão em meu ombro, enquanto sorria irônicamente - Mentira! Eu não sou como você. - Ela disse e riu.
Ela me empurrou contra a parede, e eu caí no chão, logo em seguida ela saiu rindo.
Passei a mão no meu rosto, e pude sentir as lágrimas rolarem discontroladamente. Apertei meus olhos, fazendo mais lágrimas cairem. Me levantei e lavei meu rosto novamente. Saí do banheiro como se nada tivesse acontecido e o sinal bateu, então fui direto pra sala. Me sentei no fundo, mas dessa vez do outro lado. Abaxei minha cabela e fiquei rabiscando a mesa, enquanto as pessoas chegavam. Depois de vários minutos, percebi quando Gabriel entrou na sala. Ele olhou diretamente para mim, e veio em minha direção, se sentando a minha frente.
- Oi, Alícia. - Ele disse me olhando. - Você esta bem?
- Por que eu não estaria? - Falei friamente.
- Só fiz uma pergunta.
- Tanto faz. - Falei e percebi que ele sorriu.
- Até quando vai continuar com esse comportamento? - Ele perguntou, levantando minha cabeça pelo queixo.
Não o respondi e continuei a rabiscar a mesa, desviando meu olhar do dele.
- Você é difícil em?
- Não.
- Então por que reage assim?
- Odeio ser questionada, eu já disse.
- Ok, mas saiba que com o tempo, eu vou conseguir saber mais sobre você.
- Por que tanta curiosidade sobre mim? - Falei e o fitei.
Me deparei com seus olhos azuis olhando profundamente dentro dos meus, mas eu os desviei rapidamente. Já disseram que os olhos são as janelas da alma? Então, tenho medo de mostrar tudo que eu sinto, através deles.
- Não sei, eu só quero saber. - Ele disse.
- Você não vai conseguir saber mais nada sobre mim. - Falei e ele riu.
- Veremos! - Ele disse, e Natalia se aproximou de nós.
Eu abaixei um pouco a cabeça.
- Biel, quer ir comigo na sorveteria hoje, depois da aula? - Ela perguntou e aquelas reações esquisitas me dominaram novamente, e eu apenas tentei me controlar.
- Ah, pode ser. - Ele disse e sorriu.
- Ok, até depois da aula. - Ela deu um beijo na bochecha dele, me olhou e sorriu ironicamente e saiu. 
Eu não consigo entender por que ela me trata tão mal, eu nunca fiz nada a ela. Ela esta tentando se aproximar do Gabriel apenas para me atingir?


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