Just a girl escrita por Emilly


Capítulo 9
Você se importa comigo?




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Narrado por Alícia:

A professora chegou e começou a dar a aula, e passou um trabalho, para ser feito em duplas e infelizmente ou talvez felizmente, a minha dupla era o Gabriel. Pensei que essa seria a oportunidade perfeita para ele me questionar, eu precisava conseguir fazer esse trabalho sozinha, ele já sabe demais sobre mim. Me levantei e fui até a mesa da professora.
– Senhorita Sam, eu posso fazer o trabalho sozinha?
– Alícia, você sempre quer fazer as coisas sozinha, e percebo que você esta muito distante de seus colegas.
– Por favor? Eu queria mesmo fazer o trabalho sozinha. - Falei.
– Não, Alícia. Pense que essa será uma oportunidade de fazer pelo menos um amigo.
Ela disse. Revirei os olhos e voltei pro meu lugar, e continuei a copiar a lição que estava na lousa.
Gabriel se virou e me fitou.
– O que é? - Perguntei.
– Na sua casa ou na minha? - Ele perguntou.
– Tanto faz. - Falei.
– Ok, na sua então.
– Por que na minha?
– Você não disse que "tanto faz'?
– Ah, ok.
– Amanhã as 14:00 me encontre na praia, e de lá fazemos o trabalho. - Ele disse e eu assenti, sem tirar os olhos do meu caderno.

As aulas passaram meio devagar hoje, mas finalmente o sinal bateu. Peguei meu fichário e fui até o meu armário, precisava pegar alguns livros para fazer o trabalho com o Gabriel. Peguei alguns dele, e assim que estava quase fechando o meu armário, um grupo de garotos passou pelo corredor, e um deles se aproximou de mim. Quando percebi ja estava dentro do armário. Bati na porta, na tentativa de que eles abrissem e me tirassem de lá, mas foi tudo em vão.
– Alguém abre, por favor! - Falei um pouco alto, batendo na porta, na tentativa de que alguém me ouvisse e me ajudasse. Até que alguém o abriu, essa pessoa foi a Natalia, acompanhada pelo Gabriel.
– Você esta bem, Alícia? - Gabriel se aproximou de mim.
– Claro que ela esta, Biel. Vamos, depois de passarmos na sorveteria, podemos ir ver um filme. - Ela disse.
– Nos vemos mais tarde, Alícia. - Ele disse e os dois foram embora.
Senti meus olhos arderem. Peguei os livros e me controlei. Fechei meu armário e corri pra casa. Subi pro meu quarto e larguei tudo em cima da cama, e logo em seguida corri pro banheiro com uma lamina na mão. Chegando lá, sem pensar duas vezes, passei a lamina no meu braço, fazendo um corte não muito profundo, soltando a lamina no chão logo em seguida. O sangue escorria pelo meu braço e pingava na pia. Lavei o ferimento, até que parasse de sair sangue e limpei, para que minha tia não visse.
Voltei pro meu quarto, fechei a porta e me joguei na cama. Abracei Teddy, e pude sentir as lágrimas rolarem pelo meu rosto.
– Teddy, eu preciso de ajuda. - Falei abraçando forteTeddy - Eu nunca senti isso antes, o que esta acontecendo comigo? - Falei apertando meus olhos, fazendo mais lágrimas cairem.
Fiquei deitada por quase meia hora. Eu não consigo tirar ele da minha cabeça, tem sido assim nesses ultimos dias. Ele esta mexendo com os meus sentimentos de uma forma que nem eu sei explicar, é uma mistura de raiva com um outro sentimento, que eu não conhecia até agora, e eu não sinto. Eu NÃO posso estar apaixonada por ele, eu não posso me prender a ninguém agora, eu não posso me apaixonar, por que eu com certeza sairei machucada no final, eu não gosto dele, não, não, NÃO!
Me levantei e joguei meu travesseiro com toda a minha força no chão.
Lavei meu rosto, e me joguei na cama e acabei dormindo.
– Eu sei que você gosta de mim, Alícia, não precisa mais esconder isso!
– Eu não gosto de você! Eu te odeio!
– Sério? Então você não vai se importar se eu disser que eu e a Natalia estamos namorando, né? - Ele disse rindo com irônia.
– Vocês estão o que? - Perguntei meio confusa.
– Namorando! - Natalia apareceu do nada, ficando de frente pra mim. - Perdeu, Alícia! Você achava mesmo que ele gostava de você? Se olha no espelho garota! - Ela riu.
Meus olhos começaram a arder, e eu já podia sentir as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.
.

Acordei assustada exatamente as 3:00 horas da manhã. O meu coração estava a mil, e meus olhos cheios de lágrima. Me olhei e percebi que ainda usava a roupa da escola. Ótimo, perdi toda a tarde de ontem. Me sentei na cama e fiquei olhando pro vazio por alguns instantes.
– Eu estou ficando louca, Teddy. - Falei baixinho o abraçando meio assustada.
Eu não entendi como aquele sonho conseguiu mexeu tanto comigo. Olhei a faixa que havia colocado no meu braço, e ela estava vermelha de sengue, por conta do corte. Me levantei e fui até o banheiro. Joguei a faixa no lixo e lavei o corte que havia feito horas atrás. Voltei pro meu quarto e procurei outra faixa na gaveta, assim que encontrei e enrolei em meu braço, cobrindo o corte. Me deitei novamente e abracei Teddy. Fechei meus olhos e depois de vários minutos adormeci.
Acordei no dia seguinte com o meu braço doendo um pouco. Me levantei e me arrumei pra escola. Hoje eu e o Gabriel vamos fazer o trabalho juntos, acho melhor eu pensar duas vezes em tudo que eu for falar, pra não acabar falando demais sobre mim. Eu não entendo por que tanta curiosidade sobre a minha vida, ninguém nunca se importou comigo antes.
Peguei meu fichário e fui em direção a escola.
– Ei, Alícia! - Ouvi a voz de Gabriel.
Me virei e o vi correndo em minha direção.
– O que foi? - Perguntei, ao vê-lo parado na minha frente.
– Nada. - Ele disse.
Continuamos a andar até a escola.
– Estou curiosa pra saber a onde você mora - Ele disse.
– Vai ser a primeira e a ultima vez que você vai entrar lá.
– Se depender de mim, não vai. - Ele disse.
Ficamos em silêncio, até chegar na escola. Fui até o meu armário, e Gabriel ainda não havia desgrudado de mim.
– Por que esta me seguindo? - Perguntei, ainda colocando algumas coisas dentro do meu armário
– Precisa de motivo pra querer te seguir?
– Sim.
– Errado! - Ele disse.
– Me deixa em paz garoto! - Falei, me virando e ficando de frente pra ele. Me deviei dele, e o sinal bateu. Indo pra sala me peguei sorrindo, mas voltei ao meu estado normal rapidamente. Assim que todas as aulas terminaram, fui até meu armário pegar mais alguns livros. O fechei e fui direto pra casa.
Apenas troquei de roupa, e pesquisei sobre o assunto na internet e procurei nos livros. Depois de mais ou menos 2 horas, olhei no relógio e estava quase na hora de encontrar Gabriel em frente a praia, pra gente estudar. Peguei meu notebook, os livros e o meu estojo e levei tudo pra sala, de lá ele não passa. Não quero que ele vá pro meu quarto, nem a minha tia entra lá, na verdade ela mal entra em casa.
Assim que levei tudo pra sala, apenas atravessei a rua, já que a praia ficava em frente a minha casa, e fui até onde o sempre encontro. Assim que ele me viu sorriu, e eu não sei o que deu em mim, mas sorri também.
– Olha, ela sabe sorrir. - Ele falou rindo.
– Idiota... - Revirei os olhos voltando ao meu estado normal.
Fomos até a minha casa. Entramos e eu peguei o notebook e o entreguei.
– Pesquisa ai, que eu vou olhar nos livros. - Falei me sentando no sofá, e ele se sentou ao meu lado. Ficamos fazendo o trabalho, e terminamos depois de uma hora.
Gabriel pegou minha mão e me levou até a praia.
– Por que me trouxe aqui?
– Por nada, não quero que fique o dia trancada dentro de casa, só isso. - Ele disse, e acho que meus olhos brilharam.
Ele me levou mais para me perto do mar, e me fez sentar na areia. Ele logo se sentou ao meu lado e me fitou.
Era muito estranho o que estava acontecendo. Desde o acontecido que não tenho motivos para sorrir, mas depois de conhece-lo, eu me pego sorrindo do nada como uma boba. Ninguém nunca havia me feito tão bem como ele, ninguém nunca conseguiu mexer com os meus sentimentos como ele, e eu não tenho certeza do que eu sinto, eu só sei que esses sentimentos são todos positivos. Ainda não seu a diferença entre a "amizade" e o "amor", espera, amor? Eu nem sei o que é isso, nunca senti, a única coisa que sei sobre ele, é que as pessoas amam, e fazem de tudo para agradar a pessoa amada, mesmo não sendo correspondidas. Elas sofrem, mas mesmo assim não conseguem deixar de amar. Pelo que eu vejo, o amor é um sentimento único e só quem ama, sabe o quanto faz bem esse sentimento, coisa que eu ainda não sei, ou talvez coisa que eu nunca conheça. Como disse, pretendo viver até os meus 18 anos, ou seja, pretendo viver apenas mais dois anos de minha vida.
– Alícia, agora falando sério, ok?
– O que você quer? - Virei o meu rosto, olhando diretamente em seus olhos.
– Você...
– Oi Biel - Alguem o interrompeu.


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