The Devil Inside escrita por Duplicata Petrova


Capítulo 21
21


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que já fazem mais de três meses, mas minha mente ficou completamente bloqueada. Foram muitos problemas, vestibulares e tals. Eu peço mil desculpas e espero que ainda estejam aqui me acompanhando com a TDI. Well, eu trabelhei muito nesse capítulo e espero do fundo do meu coração que gostem.
Enjoy it :D



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— Eu não posso fazer isso e você não pode deixar aquela mulher fazer isso! Eu sou a psiquiatra, eu cuido da saúde mental do Tyler e ela está destruindo o último resquício de humanidade e bondade que existe nele! — Gritei em meio ao corredor para Devon — Vocês não conseguem enxergar que ele está a ponto de se desligar desse mundo definitivamente.


— É preciso questioná-lo sobre tudo não importa o quanto doa para ele, Laura. — Respondeu em voz baixo de modo tão calmo que tive vontade de socá-lo


— Ok. Está certo, você está certo! Todos vocês estão certos! É preciso prender um assassino. — Retruquei erguendo os braços gesticulando de um jeito exagerado — Dane-se! Eu cansei! Tentei fazer o meu trabalho, tentei preservar a saúde mental do suspeito e não consegui. Eu não sei mais o que fazer. Sinto muito. — Olhei-o nos olhos por alguns segundos e tomei o caminho da saída


No fim do dia, por meio de um telefonema de Devon, fiquei sabendo que Tyler voltou ao seu estado normal — se é que aquilo podia ser considerado normal — e atacou a investigadora.


— Ele atacou-a como um animal! Aquele negócio de chorar e falar do namorado que se matou foi teatro, ele se transformou em uma questão de segundos em um maníaco psicopata e atacou a investigadora. — Comentou "empolgado" David enquanto me acompanhava até a sala de interrogatório


— Eu estou trabalhando com a possibilidade de uma outra doença. Ele tem tendência à psicopatia, já que o pai dele, enfim, você sabe, matou a esposa e cometeu suicídio.


— É bem capaz. Sabe, pode me chamar de frouxo, mas de todos os anos que trabalhei com criminosos, nunca tinha visto um olhar tão assustador quanto o de Tyler. É vazio de qualquer sentimento. Ele faz as coisas e não sente remorso.


Adentramos a sala e o delegado já estava disparando suas ameças contra o suspeito.


— Que tal confessar logo? Eu estou ficando sem paciência com você e seus joguinhos estúpidos, Bennet. — Apoiou-se na mesa fitando o jovem nos olhos — Eu posso afirmar, com toda a certeza desse mundo, que sou o único dentro desse maldito lugar que não tem medo de você. Me olhar desse jeito não vai fazer com que eu pare de te encarar e fazer perguntas. Eu não vou desistir.


Quando percebeu nossa presença, Tyler logo disse:


— Olha só quem está aqui! Dra. Laura, não se cansa? — Sorriu sedutor


— Parece que se recuperou rápido de ontem.


— Ontem? Qual parte de ontem? A qual eu, infelizmente, quase matei a investigadora ou aquela onde o meu teatrinho comoveu você?


— Era tudo mentira. Tudo que falou sobre o outro garoto.


— Eu não menti sobre nada. Eu amava outra pessoa e essa pessoa cometeu suicidio e sim, eu fiquei muito mal porque, apesar de vocês acharem o contrário, eu tenho sentimentos. Eu tentei me matar, mas parece que sobrou alguém sobre a terra que me ama o suficiente para me salvar de mim mesmo.


— Por que não confessa, Tyler? Vai tornar as coisas mais fáceis. — Tentei convencê-lo


— Vocês me falam isso desde que pisei aqui pela primeira vez, mas não conseguem entender que só estão me chateando e quando eu fico chateado as coisas não ficam boas. Sabe, eu não gostei quando você me ofendeu um dia antes do meu aniversário, Devon. E, Dra. Laura, você machucou os meus sentimentos jogando verde sobre o meu relacionamento homossexual.


— Então está dizendo que não vai nos ajudar, que não vai confessar?


— Vocês querem que eu confesse? Ok, eu confesso! Eu matei Audrey Leviscco! Vou repetir em alto em bom som, prestem atenção! Eu, Tyler Bennet, matei Audrey Leviscco! — Proferiu abrindo os braços e sorrindo — Satisfeitos? Eu posso fazer e falar o que vocês quiserem! Eu sou um bom garoto!


— Não estamos aqui para brincadeira, Tyler! — Gritou o delegado agora sem paciência


— Vamos combinar assim: Se você confessar, nós diminuímos a sua pena. O que acha? — Perguntou Morris


— O que eu acho? — Fez uma pausa nos olhando — Eu não sou idiota.


Saí da delegacia e fui me encontrar com um amigo.


— Laura! Quanto tempo que não a vejo na igreja! — Disse o velho homem de batina com os braços abertos


— O senhor sabe as lembranças que esse lugar me trás. Elas não me fazem bem, Padre António, o senhor sabe disso. — Caminhei até ele e abracei-o


— Sim, eu sei. Mas, o que te trás aqui?


— É sobre meu trabalho.


— Precisa de conselhos?


— É. Mais ou menos. Nós podemos conversar em um lugar mais reservado? — Perguntei olhando a minha volta alguns fiéis ajoelhados rezando


— O que está te perturbando? — Me ofereceu uma cadeira para sentar em uma sala repleta de estantes com livros e sentou-se atrás de uma mesa


— Não sei se o senhor ficou sabendo, eu fui recrutada pela polícia por conta de um suspeito com dupla personalidade.


— Eu fiquei sabendo. As notícias correm nessa cidade. — Disse com um leve sorriso — Mas qual o problema? Você sempre me disse que procurava desafios dentro da sua profissão.


— Dentro da igreja católica há a crença de que pessoas podem ser tomadas por forças malignas. — Pausei sem saber como continuar — Eu vou ser direta. Acho que meu paciente está possuído e preciso da sua ajuda.


— O que quer que eu faça? Um exorcismo? — Se manifestou com um pouco de espanto


— Talvez. Eu não sei. Só olhe nos olhos dele e me diga se há algo de errado.


— Exorcismos são ilegais, Laura. E mesmo que não fossem, você precisaria de um especialista em demonologia.


— Por favor. — Levantei e me apoiei na mesa — O senhor é o único que pode me ajudar. Eu não sei o que fazer. Já tentei de tudo e acabei por fazer pesquisas sobre possessões demoníacas. O senhor é uma pessoa muito iluminada por Deus, deve conhecer alguém. — O silêncio que seguiu me deixou agoniada. Se ele recusasse meu pedido eu não sabia mais para onde ir com esse caso


— Tudo bem. Traga-o aqui mais tarde. Estarei esperando.


Eram mais de cinco horas da tarde quando consegui convencer o diretor da clínica a deixar eu levar Tyler em um passeio. Mas tinha uma condição, irmos acompanhados de um enfermeiro e um policial.


— Sério? — Disse olhando desde o piso até o teto todo trabalhado ao estilo gótico


— O quê? — Me fiz de desatenta


— Uma igreja. Me trouxe a uma igreja.


— Você me disse que cresceu no catolicismo e aqui estamos em uma igreja católica! — Disse virando-me para ele e sorrindo


— E o que quer que eu faça? Quer que eu me ajoelhe e reze? Porque você sabe que isso não vai acontecer. — Sorriu de volta e piscou com apenas um dos olhos


— É, eu sei. Também não quero que se confesse.


— Ah, obrigado! — Revirou os olhos — Então o que viemos fazer aqui? Admirar a arquitetura que não foi.


— Viemos conversar com um amigo meu. Só nós dois. — Disse para os dois homens que nos acompanhavam — Algo contra isso, Tyler? — Olhou-me de um jeito estranho. De repente ele tinha ficado extremamente sério


Entramos em uma pequena sala onde Padre António nos esperava junto a um rapaz que parecia não ter mais que seus 35 anos.


— Laura, esse é o Padre Édgar Consuello. — Falou apontando para o homem — Édgar, essa é Laura Simons, psiquiatra e uma grande amiga minha. — Nos cumprimentamos com um aperto de mão. Ele tinha o cabelo encaracolado castanho que emoldurava seu rosto quadrado, olhos também castanhos e marcas de expressão que agora revelam o motivo de estarem lá, um sorriso encantador. Apresentei meu paciente


— Sente-se, Tyler. — Obedeceu, sentou na única cadeira do cômodo — Olhe nos meus olhos e me conte algo que você não deveria saber. — Disse apoiando-se nos braços da cadeira e fitando-o — Anda, fala. — Aquilo parecia não abalar Tyler


— Demonologista. Já estudou ocultismo, estou certo? — Quando o padre mais novo sorriu ele ergueu o rosto e sussurrou— Yo sé mucho acerca de usted.


— Então você fala espanhol? — Soltou uma risada pelo nariz — Ok, vamos brincar. — Afastou-se e bateu suas mãos como uma única palma — Quién es usted?


Mi nombre es Tyler Bennet.


Se oye voces que le diciendo qué hacer?


A veces.


Y ¿qué dicen?


Dime que hacer cosas malas.


— O que eles estão falando? Eu não entendo espanhol. — Comentei com Padre António


— Ele está me dizendo que ouve vozes mas isso não significa nada, ele pode ter esquizofrenia. O que faz a doutora achar que ele está possuído? — Perguntou Édgar


— O comportamento dele. Catatonia, violência, força descomunal, tremedeira, olhar vidrado, entre outros. Eu pesquisei sobre o assunto assim que comecei a desconfiar.


— Eu sinto uma presença ruim no garoto, mas não se pode dizer que é um demônio ou espirito, não se pode dizer que ele está possuído. — Disse o padre mais velho


O Padre Édgar Consuello prendeu os pulsos de Tyler aos braços da cadeira que tentou se soltar rangendo os dentes e espumando pela boca.


— Parece que nosso amiguinho está dando as caras. — Pegou um pequeno crucifixo, fechou os olhos e começou a rezar em espanhol — Padre nuestro, que estás en el cielo, Santificado sea tu Nombre; Venga a nosotros tu reino; Hágase tu voluntad en la tierra como en el cielo. Danos hoy nuestro pan de cada día; Perdona nuestras ofensas, Como también nosotros perdonamos a los que nos ofenden; No nos dejes caer en la tentación, y líbranos del mal. Amén! — Voltou a abrir os olhos chocolate


Tyler permanecia do mesmo jeito, parecia um cão com raiva. Agora gemia de modo grotesco.


— Não funcionou. — Comentei


— Esse é só o começo, Dra. Simons, é só o começo. — Disse o jovem pároco vendo o suspeito arquear o corpo. Junto com a saliva e a espuma escorria sangue, Tyler se engasgava e tossia copiosamente — Vete, demonio! — Gritou apontando o crucifixo de ferro


No! Todavía no! — Gritou em resposta — Yo no me voy, me voy a quedar y matar a todos! Y usted es el primero en la lista. Usted y toda su familia, que sabe dónde viven todos.


Vete, demonio! — Gritou jogou água benta no rosto de Tyler que fechou os olhos com força e grunhiu como se sentisse dor. Édgar segurou a cabeça do possível assassino e sussurrou em seu ouvido — Cuál es tu nombre? — Quando a resposta foi um arfar e o fechar de olhos do que estava preso à cadeira, o padre voltou a gritar — Cuál es tu nombre?


Yo no tengo un nombre específico.


Así que dime uno de sus nombres.


Lúcifer. — Sorriu mostrando os dentes


Uma oração foi entoada e finalizada com "En el nombre del Padre, del Hijo y del Espíritu Santo. Amén". Tyler vomitou, não como no filme O Exorcista, ele parecia fraco. Seu corpo estava amolecido sobre a cadeira e precisei pedir para que o enfermeiro ajudasse-o a caminhar até o carro.


— Então é isso? — Perguntei


— Não exatamente. Esse não foi um exorcismo comum. Que há um demônio rondando Tyler, isso é garantido, existe algo de muito maligno nele. Eu afastei temporariamente o demônio do garoto, ele ainda não está livre. — Pegou algo no bolso do casaco e estendeu para mim — Qualquer coisa me ligue.


— Eu agradeço.


Saímos da igreja às 19 horas e 30 minutos e eu fiquei na clínica até as nove. Ele ainda parecia exausto, fraco, doente.


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Notas finais do capítulo

Eu espero merecer reviews hehe
Beijos e até o próximo capítulo, pessoal



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