Eu estava sem jeito, não sabia como agir com ele, afinal ele sempre foi tão quieto, e o fato de ele ser um deus grego aos meus olhos não ajudava em nada.

Sentei-me no sofá, com a bolsa no colo e fiquei a observar a casa, até que ele veio até mim e perguntou se eu não preferia guardar a bolsa no quarto de hospedes, eu assenti e ele começou a me guiar pela casa, apesar de eu já saber de cor o caminho até lá.

Chegando lá, ele abriu a porta para mim e esperou que guardasse as minhas coisas, mas eu apenas joguei a bolsa sobre a cama.

-Fique a vontade

-O-brigada

-Está com fome? Já que ia dormir aqui hoje, Esme e Alice foram ao supermercado, comprar algumas coisas para você comer hoje a noite, posso fazer algo para você se quiser.

-Você cozinha?- perguntei muito surpresa-

-Sim- ele riu, provavelmente da expressão que eu havia feito

-....-Fiquei completamente sem reção e boquiaberta depois dessa, afinal, para que vampiros cozinhariam?! Sendo assim, como ele aprendeu?

Ele devia ter lido novamente minha expressão e adivinhado meus pensamentos, pois começou a explicar:

-Bom, na minha antiga vida, meus pais eram muito ocupados, afinal, a vida não era fácil, então, as vezes eu precisava ajudar minha mãe, afinal não queria que ela fizesse tudo enquanto eu não fazia nada, não era justo, e apesar de não me lembrar de grande parte da minha vida humana, me lembro muito bem de como cozinhar, e pensei que poderia fazer isso por você, já que não é educado deixar as visitas trabalharem.

-Ah, entendo

-E então, você quer comer algo?

-Sim, seria bom.

Ele sorriu em resposta e me acopanhou até a cozinha. Chegando lá, pegou os ingredientes necessarios e começou a cozinhar.

-Porque não se senta na bancada, assim se eu for colocar algo que não é do seu agrado, você me avisa e eu tiro.

-Tudo bem.

Me sento em um banco e começo a observa-lo a cozinhar, ele parece estar se divertindo, afinal, estava sorrindo enquanto o fazia, era muito bom ve-lo sorrir, seu sorriso era tão lindo, e ele estava fazendo um ótimo trabalho, afinal a comida tinha um cheiro maravilhoso. Levou pouco tempo até que tudo ficasse pronto.

-Pronto, prefere comer aqui ou na sala de jantar?

-Aqui está bom, obrigada

-Tudo bem

Ele arrumou a bancada, colocando o prato e os talheres e em seguida me serviu.

-Bom apetite, espero que você goste

-Obrigada.

Comecei a comer, enquanto ele sentou perto de mim e ficou me observando, a comida estava deliciosa, e eu estava mesmo com fome, afinal, não havia comido nada a tarde inteira, pois estava ocupada fazendo as coisas para me distrair e não pensar nesta noite

Não demorou muito para que eu terminasse, embora ele parecesse não se cansar de ficar ali, me observando.

-Já terminou?

-Sim, obrigada, tudo estava delicioso- sorri timidamente para ele-

-Fico feliz em saber

Ele começou a retirar o prato, e então comecei a ajuda-lo, ele já tinha feito muito por mim, e eu não queria ficar parara só olhando

-Não precisa se incomodar- ele disse

-Não é incomodo, só quero ajuda-lo- disse enquanto levava a louça para a pia e começava a lavar.

Todo o processo levou no maximo uns 15 minutos, afinal era pouca a louça suja.

Voltamos para a sala, e nos surpreendemos ao ver que estava nevando e que havia esfriado muito por causa disso. Então, ele acendeu a lareira, que logo começava a criar um calor muito agradavel por toda a sala .

-Porque não me conta um pouco mais de você- ele diz quebrando o silencio.

- O que especificamente gostaria de saber?

-Porque está sozinha hoje? Digo, você não quer um namorado no momento?

-Não é bem isso- eu disse constangida por ele ter entrado neste assunto- É que, eu sou mais na minha mesmo, não tem nenhum garoto da escola que tenha chamado a minha atenção a esse ponto, além do que não se trata apenas de aparencia..é meio complicado sabe.

-Hm.. entendo

- E você, por que está sozinho?- tomei a coragem de perguntar, afinal, mulheres atras dele era o que nao faltava.

-É complicado também- ele riu- Mas acho que é dificil achar alguém para mim, afinal, temos toda essa história de vida dupla e duvido que alguém queira um vampiro assim tão perto.

-Mas existem outras vampiras..- eu retruquei.

-Sim, mas em sua maioria elas não são vegetarianas como nós, além do que nenhuma delas me chamou a atenção.

-Entendo também.

-Se importa se eu tocar?

-Não, na verdade, eu adoraria te ouvir tocar- a presença dele era muito confortavel e calma, estava gostando muito de estar ali nessa noite-

Ele se dirigiu até o piano, se sentou e começou a tocar, uma nova melodia, talvez não fosse nova, afinal eu não conhecia todas as suas músicas, mas esta era ainda melhor que a ultima.

-Gosta dessa?- ele me perguntou

-Sim, é muito linda- eu disse, já deslumbrada pelo momento

-Sente-se aqui comigo..- ele pediu

Me sentei ao seu lado, enquanto ele continuava tocando, agora a musica estava mais agitada, mas ainda assim perfeita.

-Sabe- ele começou dizendo- Esta aqui eu compus outro dia, a noite, pensando em uma pessoa especial.

-Ela é uma pessoa de muita sorte...- eu soltei sem querer.

-Você acha?

-Sim, vai ganhar uma linda musica, feita especialmente para ela, pela pessoa que gosta dela... é um presente muito especial..-disse com uma pontada de tristeza no coração.