Red Pineapple Of Dead escrita por ohhoney


Capítulo 6
Prometa que volta, Abarai Fukutaichou


Notas iniciais do capítulo

-Obrigada, Debby-chan e J_s2_Ulquiorra-chan por comentarem, suas lindas! Espero que estejam gostando da minha vidinha medíocre.
-Que isso, Naomi-chan... Sua vida não é medíocre, ainda mais porque estou nela!
-Como é convencido, não? Comentem para que eu volte com a minha greve de sexo!



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Sentei no chão, coloquei Hime no meu colo e me concentrei. Parecia que ela não me desejava lá, que não queria que eu a visse. Não consegui fazer nada.

-Force a entrada, Hazaki-san – ele pediu, e eu concordei com a cabeça.

Um muro enorme bloqueava a entrada para o palácio de Hime, que se estendia infinitamente no horizonte e subia muito alto no céu.

-Hime! - gritei com todas as minhas forças – O que está acontecendo?

Ninguém respondeu. Com a minha espada, golpeei o muro. Uma rachadura apareceu, porém ela logo se fechou. Merda. Eu precisava passar urgentemente.

-Hime! Deixe-me entrar! - ordenei. Ela era minha zanpakutou, tinha que me obedecer – Você está me evitando, é isso?!

Com raiva, guardei a espada e me preparei. Soltaria um kidou no muro.

-Hadou n° 33: Shakkahou! - a bola vermelha saiu da minha mão e atingiu o muro. Fez um grande buraco, que logo desapareceu. Pude ver um pouco do palácio de Hime por uma rachadura – Então é isso, Hime? - perguntei.

-Vá embora! - ela gritou em resposta.

-Não! Você tem uma coisa que eu preciso! Já que é assim... - abri as pernas e respirei fundo. Pelo menos dessa vez eu não teria que me controlar - Ó, Lorde, Máscara de carne e sangue, toda criação, agitação das asas, tu que usas o nome de Homem! Chama ardente e guerra turbulenta, separa os oceanos, se eleva e cai, caminha em frente em direção ao sul! Hadou n° 33: Shakkahou!

Fui lançada para trás com a força da explosão do muro. Quando me recuperei, vi que as paredes já começavam a fechar. Pulei o último buraco aberto, e logo estava dentro do palácio. Tudo estava silencioso. Corri até a entrada, e lá estava Hime, jogada no meio das almofadas em seu kimono preto e vermelho segurando uma espada branca. Aproximei-me dela.

-O que você quer? - ela perguntou.

-Ensine-me a Bankai.

-Não. Vá embora.

-Não vou sair até que você me ensine!

Em menos de um segundo, nossas lâminas se chocaram, e o rosto belo de Hime apareceu a centímetros do meu.

-Você não manda em mim, Hazaki Naomi.

-Hime... - perguntei – Porque está com raiva de mim?

-Você não entende? Eu escutei a sua conversa com o Yamamoto. O poder da Bankai é perigoso! - ela falou - Eu só quero te proteger! Você não confia em mim?

-Confio, é claro que confio! - berrei, e a afastei para longe – Mas eu preciso desse poder! Como irei ficar segura se não tenho o poder necessário para isso? - lancei.

Ela não disse nada, só me encarou com aqueles olhos penetrantes. Ela gritou e avançou para mim. Defendi-me. Ela realmente estava me atacando. Eu seria morta pela minha própria zanpakutou. Ela sumiu da minha frente. Sua presença evaporou também. Quando a senti de novo, já era tarde demais, só pude sentir a lâmina rasgando a pele das minhas costas. Cambaleei para frente. A dor começou, era aguda e me deixava tonta.

-Hime... Porque está fazendo isso?! - berrei, inconformada.

Ela me atacou mais uma vez. Consegui defender todos os golpes, até que ela me chutou e eu voei para fora do palácio. Uma ou duas costelas estavam quebradas, mesmo tendo defendido o golpe. Ela era forte, e ainda estava intacta. Lutamos por mais algum tempo, eu estava apanhando feio. Mesmo com toda a minha habilidade, eu não conseguia acompanhar o ritmo dela. No máximo consegui acertar seu kimono, e ela em troca abriu um rombo no meu ombro e peito, cortou minha mão direita e minha perna.

Ela não estava tentando me matar. Eu pudia ver isso. Era como se cada vez que ela me atingisse alguma coisa dentro dela se agitava. Mas eu não pudia desistir. Mesmo sem fôlego, cansada e quase sem poder me mexer direito, eu continuei.

-Hime! - gritei, e a ataquei de novo.

Com um soco na bochecha, caí no chão. Não consegui mais me levantar. Eu estava sofrendo pela falta de sangue, meu coração quase não tinha mais o que bombear. É isso então? Eu morreria por uma coisa besta dessas? Hime parou em cima de mim, com a espada apontada direto no meu peito. Ela me olhava.

De repente, eu me toquei. “Eu só quero te proteger, você não confia em mim?”, Hime tinha dito. “Confio”, eu disse de volta. Mas nesse momento, eu não confiava plenamente nela. Eu sentia como se ela fosse me matar. Mas não. Ela disse que queria me proteger, então como me mataria? Tendo finalmente compreendido as palavras, olhei a garota, quase inconsciente, e dei-lhe um sorriso. Ela sorriu de volta com uma expressão aliviada. E fincou a espada no meu peito. Pela primeira vez, não houve dor, não houve nada. Um jato enorme de reiatsu saiu do meu ferimento, e fechei os olhos.

Meu corpo saiu do chão por um segundo, e eu senti alguma coisa boa correndo nas minhas veias. Era forte. Eu me sentia mais forte, mais disposta.

-Obrigada – disse Hime, sorrindo.

Tudo ficou escuro e eu senti minha cabeça bater no chão. Abri meus olhos e vi o céu. Minha visão estava embaçada, e de repente um rosto tapou a claridade. Era Ukitake, olhando para mim preocupado.

-Hazaki-san!

-Eu... - sussurrei, sorrindo – Eu consegui...!

Desmaiei.

Mesmo desacordada eu sentia várias presenças e meu corpo sendo movido. Eu pude me ouvir gritando, mas eu não conseguia me controlar, eu não sabia o que estava fazendo. Tudo ficou calmo.

Minha consciência estava voltando aos poucos. Eu já percebia algumas coisas. Tentei abrir meus olhos. O teto claro me cegou. Forcei os olhos de novo. Eu sentia uma presença na esquerda, e virei minha cabeça lentamente. Aqueles cabelos vermelhos inconfundíveis, os olhos escuros e brilhantes, a mão firme na minha. Ah, Renji.

-Naomi-san! - ele exclamou.

-Oi... - falei. Me sentia ótima.

-Está bem?

-Sim! - sentei e apertei a mão dele – Renji, eu consegui! Consegui minha Bankai!

-Naomi...! - ele disse surpreso, e depois sorriu – Que maravilha, meus parabéns!

-Obrigada – e sorri de volta.

Olhei ao redor. Eu estava em um quarto da área hospitalar de Seireitei. Renji estava todo arrumado, com sua zanpakutou no colo, olhando para baixo. Meu sorriso desapareceu.

-O que foi? - a atmosfera ao redor estava tensa, conseguia ouvir alguém gritando e várias pessoas correndo – O que está acontecendo?

-Hazaki-san... - ele começou – Bom, no dia em que você foi embora do Mundo Real, nós fomos atacados por um grupo especial de Hollows... - e ele continuou falando, meus olhos se arregalavam cada vez mais a cada fato contado – O negócio é que a... A Inoue foi levada para Hueco Mundo – meu coração congelou – E nós estamos indo salvá-la.

-Nós? Nós quem? - minha voz tremeu.

-Eu... E Rukia. Ichigo, Sado e Ichida já estão lá.

BAM! De novo. Aquela garota...

-Eu vou junto – falei determinada.

-Não vai não.

-Como não, Renji? A Inoue é minha amiga!

-Naomi-san, você já olhou para o seu corpo?

-O quê?

Olhei para mim. Eu estava parecendo uma múmia de tão enrolada em faixas que eu estava. Mesmo me sentindo bem, meu peito doía e sangrava um pouco.

-Não importa – falei colocando o pé no chão e me erguendo – Vamos lá.

Dei dois passos e minhas pernas balançaram loucamente. Uma dor subiu desde a sola do pé e eu comecei a tombar para o lado. As mãos de Renji me seguraram firmemente.

-Naomi! Você está louca? Olhe seu estado! - ele me colocou de volta na cama – Não vou deixar você ir e ponto final.

-Mas Renji, eu...! - tentei gritar, mas meu peito ardeu demais, sufocando minha voz.

-Naomi-san... Não se preocupe. Nós vamos resgatar a Orihime. Eu volto, Hazaki Taichou – ele olhou para o relógio na parede – Eu... Tenho que ir agora. Rukia está me esperando.

-Renji – solucei. Não conseguia falar. Duas lágrimas escorreram pelo meu rosto – Renji, é perigoso!

-Eu sei, mas tenho que ir. Desculpe.

-Prometa que volta, Abarai Fukutaichou, sem se machucar muito.

-Prometo, Hazaki Taichou.

Ele olhou para os lados, se inclinou para frente e beijou minha boca. Rapidamente, separou-se de mim e olhou meu rosto. Renji sorriu com aquela cara de BADASS dele, levantou e foi embora. Meu coração se apertou e o peito voltou a doer. Segundos depois, algumas pessoas entraram e fizeram um kidou para fechar o ferimento recém-aberto no meu peito.

Perguntei quando tempo eu havia dormido. Eles responderam um dia inteiro. Merda! Eu estava inútil, não conseguia sequer levantar. Refleti sobre minha vida por algumas horas. Eu tinha que ir para Hueco Mundo imediatamente.

-Hazaki Taichou – Unohana Taichou falou, entrando no quarto – Peço para que não se esforce muito. Seus ferimentos são fundos, não consigo curar todos de uma vez.

-Unohana-san, por favor, me cure logo. Eu preciso lutar...

-Lamento. Mesmo que eu te cure, você não poderá se mexer muito.

-Quanto tempo para os ferimentos fecharem por completo?

-Dois dias.

-O que? - gritei, e logo me arrependi. A ardência no peito voltou – Que merda!

-Quando mais quieta você ficar, mais rápido irá se curar, Hazaki-san.

-Certo.

Depois daquela hora, não pronunciei mais nenhuma palavra, e realmente meu corpo estava sarando. No começo do segundo dia, Kuchiki Taichou bateu na porta do quarto, e disse que ele, Zaraki, Mayuri e Unohana estavam indo para Hueco Mundo como reforços, e me chamou para ir junto. Concordei na hora. Eu podia correr e me mexer, já não sentia mais dor, e Hime estava ansiosa por uma batalha de verdade. Desde que eu cheguei na Soul Society, ainda não tinha lutado contra um inimigo. Eu queria me sentir forte. Queria provar para todo mundo que eu merecia o meu cargo de Capitã Substituta.

Então, no final do segundo dia, eu e mais quatro capitães partimos para Hueco Mundo.

O cara era gigante, e tinha uma dúzia de pernas, com certeza o maior cara que eu já vira. Apertei Hime. Eu e os capitães olhávamos de longe a lutaa de Renji, Rukia e Sado contra aquele cara. Esperávamos o momento certo para atacarmos.

-Vamos – falou Kuchiki Taichou.

Usando nossos shunpos, chegamos lá rapidamente. Unohana e Maiury seguiram outro caminho, provavelmente para ajudar outras pessoas. Os garotos ficaram surpresos ao nos ver, o rosto de Renji se iluminou.

-Kuchiki taichou, Zaraki Taichou, Hazaki Taichou! - os três exclamaram.

-Yo – falei sorrindo.

Olhei para o grande cara. Ele estava furioso. Em um ataque de taiva, ele balançou sua mão perto de nós. Eu abaixei, mas Renji foi atingido pelo soco e foi lançado para trás em uma velocidade incrível.

-Merda – falei, estalando a língua.

Corri o máximo que pude. Posicionei-me atrás dele, meus cabelos voavam feito nuvens. O impacto foi muito grande e ele estava desacordado. Nós íamos bater em uma torre de concreto. Merda. Eu não podia me machucar mais do que já estava. De repente, tive uma ideia. Tudo rolava em câmera lenta; estendi a mão na direção da torre e gritei:

-Hadou n° 33: Soukatsui!

O jato de luz que saiu da minha mão fez nossos corpos perderem velocidade, o suficiente para que não morrêssemos. Concentrei o máximo de reiatsu possível nas costas e esperei pelo impacto. Bati no concreto. Não doeu, porém um grande buraco havia se formado no lugar do impacto. Renji ainda estava inconsciente no meu colo, e dois filetes de sangue escorriam pela sua boca.

Pousei em algum lugar no chão, perto de alguns escombros, e deitei Renji lá. Ele sacudia um pouco a cabeça, então estava vivo. Meu coração bateu aliviado.

-Na-Naomi... - ele sussurrou, abrindo os olhos ainda meio grogue.

-Oi, Abarai. Eu disse que viria, não disse? - e sorri.

-Sua teimosa... - ele levantou e balançou a cabeça – Está curada?

-Hm... É – dei de ombros – Unohana-san fez o máximo que podia em dois dias.

-Dois dias? - ele perguntou, meio espantado – Mas... Mas nós estamos aqui somente a algumas horas...

-Pois é, o tempo na Soul Society passa mais rápido – olhei para trás, e vi o cara grande sendo coberto por pétalas rosas. Kuchiki – Vamos dar um fim nesse cara.

Apoiei Abarai nos meus ombros, e nós chegamos lá perto. De repente, uma nuvem de areia se ergueu, e lá estava Kurosaki. Então ele veio para salvar o dia novamente. Logo depois, Ishida e Inoue chegaram também.

-Hey, Ichigo! - gritei, animada – Acaba logo com esse daí!

-Pode deixar, Hazaki – ele falou, e sacou sua zanpakutou.

Logo, mais alguns inimigos chegaram. Se eu não me enganava, eles eram os soldados “comuns” do exército de Aizen. Mas eram perigosos. Eu estava lutando contra dois ao mesmo tempo, e estava fácil demais. Em um momento, a lança de um deles rasgou minha roupa e fez um pequeno corte no meu braço direito. Merda. Hime se agitou, e partiu a cabeça de um dos soldados na metade. Perto de mim, Sado e Inoue lutavam contra alguns deles. Renji e Ishida tinham ido para outro lugar. Rukia estava ferida.

Estava olhando fixamente para um dos soldados, quando de repente comecei a ficar tonta. Meu senso de equilíbrio não estava funcionando, e minhas pernas tremiam. Ele começou a rir.

-Está rindo do quê, palhaço? - rugi. Ele não respondeu nada.

Me senti muito mal. Minha respiração estava irregular e meu coração batia feito um louco. Minhas pernas falharam e eu acabei ficando de joelhos no chão. O que estava acontecendo comigo? Os ferimentos estavam abrindo? Porque eu me sentia tão mal?

-Pense pelo lado bom, shinigami – falou o soldado, ainda rindo – acho que a dose não foi o suficiente para te matar. Talvez seus membros fiquem dormentes por um tempo, mas acho que é só...

-O que...

Minha cabeça rodava e eu estava vendo tudo dobrado. Mas, mesmo assim, pude identificar o momento de mais tensão na minha vida. Inoue estava lutando contra dois caras. Um deles tinha acabado de quebrar seu escudo. O outro corria em sua direção com a espada apontada para seu peito. Pude ouvir muita gente gritando, mas a garota permaneceu imóvel.

Orihime. Viemos salvá-la, e ela acabaria morrendo em nossas mãos. Depois de tanto trabalho, tanto sacrifício, ela teria uma morte besta dessas. Se pelo menos fôssemos mortos por Aizen...! Eu não pudia deixar que o objetivo da missão, e mais ainda minha melhor amiga, morresse. Eu, Hazaki Naomi, Capitã Substituta do 5° Esquadrão de defesa de Seireitei, não aceitaria falhar em uma missão e perder uma amiga. Mesmo que isso custe minha vida.

Em câmera lenta, pudia ver Inoue arregalando cada vez mais os olhos, assustada. Sado estava socando um inimigo enquanto gritava para ela. Eu tinha... Eu não...

Paf. Esse foi o barulho da lâmina do soldado entrando pelo meu peito. Eu me jogara na frente de Inoue para proteger minha amiga, mesmo zonza e desorientada. Inicialmente, não houve dor, somente um silêncio terrível. Logo depois, meu coração bateu duas vezes, e veio a sensação de pele sendo rasgada. E o ardor. Foi de tirar o fôlego, me deixar imóvel, sem poder falar nem me mexer. Foi a coisa mais dolorosa da minha vida. Mas eu sobreviveria, é claro. Eu já tinha um corte no peito mesmo.

Vomitei um tanto de sangue, involuntariamente. Isso... Isso não era normal. Eu corte no peito não fazia uma pessoa se sentir tão mal. O soldado retirou a espada de dentro do meu corpo, fazendo um barulho molhado. Finquei Hime no chão, e me apoiei nela. Pude ouvir sua voz no meu pensamento “Naomi!! Naomi, você está bem?!”. A dor era grande demais para ser verdade. Olhei para o cara.

-O que... - tentei falar, mas estava difícil – O que diabos é isso...?

-Caramba! - disse um deles, e riu – Caramba, eu consegui matar um shinigami!

-Não... Eu não vou morrer.

-Ahh, vai sim! Olha a quantidade de veneno no seu corte! - e caiu no chão, rindo.

Veneno. Veneno. Como assim, VENENO? Aterrorizada, olhei para baixo. Um líquido verde-claro escorria do meu ferimento. Veneno. Aqueles malditos! Tinham veneno nas espadas!


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Notas finais do capítulo

-Naomi-chan, como você é malvada.
-Eu sei hehehehe, mas sei que você me ama.
-É claro que sabe. Então, minna, comentem para que eu possa chegar a tempo de salvar minha tchutchuquinha!
-Não me chame disse nunca mais, Abarai. Você vai ver! Até o próximo capítulo!