Red Pineapple Of Dead escrita por ohhoney


Capítulo 2
Uniforme shinigami levemente aberto no peito


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, aqui vai uma pequena continuação. Espero que gostem! :*



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Cheguei à Mansão Kuchiki, e lá a direita estava o portão do 6° Esquadrão. Dois soldados estavam fazendo a guarda.

-Com licença – falei – Eu gostaria de falar com o Capitão.

-Pode entrar, Hazaki Taichou – falou o guarda da esquerda – Primeira porta.

-Obrigada.

Passei. O jardim era muito bonito, e o cheiro das flores adocicava o ar. Entrei, e meus sapatos ecoavam no corredor vazio. Bati na porta, mas ninguém respondeu. Abri um pouquinho. O Kuchiki Taichou não estava lá. Ótimo. Saí para procurá-lo. Passei por uma janela, e todos estavam sentados lá fora, na parte de trás do jardim. Estavam sentados na grama com os olhos fechados, relaxando. O Capitão passava no meio deles, e virou a cabeça ao me ver passando na janela. Ele veio até mim e falou:

-Como posso ajudá-la, Hazaki Taichou?

-Eu gostaria de saber se... - o olhar frio daquele homem me dava arrepios – Se eu poderia assistir um dos seus treinamentos. Eu sou nova, não sei muito bem o que fazer.

-Claro, pode sentar ali.

Ele apontou para um canto de frente para a turma. Fui para lá, sentei na madeira e olhei todo mundo. Meus olhos varreram o local, procurando por Renji. Lá estava, sentado na 3° fileira, com ótima postura e olhos fechados.

-Atenção – pediu o Capitão – Fim do relaxamento, abram os olhos. A Hazaki Taichou, do 5° Esquadrão veio assistir a um dos nossos treinamentos.

Renji abriu os olhos e me procurou. Corou quando me viu.

-Todos peguem suas Zanpakutous. Abarai Fukutaichou, venha me ajudar.

Tenente? Renji era Tenente? Ah, é claro. Eu que estava hipnotizada demais com o rosto dele para reparar no símbolo que ele levava no braço. Uma repentina sensação de felicidade me preencheu.

Renji levantou rapidamente e parou ao lado do seu Capitão.

-Quero que vocês se dividam em pares! - berrou Kuchiki Taichou – E treinem kidous! Um da dupla atira e outro defende.

E assim foi o treinamento. Faltando dez minutos para começar o meu, tive que sair.

-Kuchiki Taichou, tenho que ir agora. Obrigada por me deixar ver seu treinamento.

-Sem problemas. Renji, acompanhe a Taichou e veja se ela precisa de mais alguma coisa.

-Sim, Taichou.

-Não se incomode com isso – falei, tentando parecer legal. Eu estava nervosa, e não queria que Renji andasse ao meu lado. Eu não sabia do que eu seria capaz.

-Eu insisto. Renji – ele deu um aviso.

Renji correu até mim, guardando sua espada. Ele tentava suprimir um sorriso, e abriu a porta do corredor, dando passagem para mim. Agradeci com um movimento de cabeça e pisei na madeira do corredor. Renji fechou a porta e parou ao meu lado.

-Ahn... Precisa de mais alguma coisa, Taichou? - ele perguntou, tentando parecer calmo e formal, mas obviamente nervoso – Aceita um copo d'água?

-Obrigada, Renji, não precisa – sorri para ele – Vou chegar atrasada para o treinamento do 5° Esquadrão, preciso correr.

-Ah, desculpe-me – ele abaixou os olhos – Quer dizer, é claro. Eu te acompanho.

Caminhamos pelo corredor vazio em silêncio. A coisa que eu mais queria era agarrar aquele garoto, jogá-lo na parede e grudar minha boca na dele. Mas não. Eu era Capitã, e não podia fazer isso com um Tenente. Ponto negativo número 1.

Chegamos na entrada do quartel, e lá me despedi brevemente dele. Eu queria ficar mais tempo com Renji. Queria ouvir a voz dele e sentir sua reiatsu.

Virei. Renji caminhava de volta para o jardim.

-Renji? - chamei alto. Ele virou, meio tenso, e correu até mim.

-Sim, Hazaki Taichou?

-Você não gostaria de, sei lá, supervisionar o treinamento de hoje? Eu não sei muito bem o que fazer, e você pode ser de grande ajuda.

-É-É-É claro! - ele se empolgou um pouco. Ao ouvir essas palavras, meu coração quase pulou para fora do peito – Só vou pedir permissão para o Kuchiki Taichou, um segundo!

-Esperarei aqui.

Ele usou seu shunpo. Alguns segundos depois, apareceu na minha frente novamente.

-Vamos, então? - perguntei, virando para frente. Eu estava um minuto atrasada.

-Sim, senhora.

Usando nossos shunpos, chegamos no quartel. Abri a porta, e algumas pessoas ainda estavam no corredor. Mandei-as para fora. Hinamori já estava lá. Todos conversavam. Eu e Renji caminhamos até a frente da multidão.

-Gente... Oi? Licença... - tentei falar, mas ninguém ouviu. Hinamori separava uma briga.

-Acho que você precisa ser um pouco mais autoritária, Taichou – Renji sugeriu, bem perto da minha orelha.

-Tem razão – respirei fundo, e gritei alto com tom de Capitã– CALEM A BOCA! PRESTEM ATENÇÃO AQUI, SEUS INÚTEIS!

Todos calaram a boca, surpresos, e viraram para mim. Sorri para Renji, que corou um pouco. Pigarreei.

-Então. Meu nome é Hazaki Naomi, mas vocês podem me chamar de Hazaki Taichou – olhei para Hinamori, que fez uma careta – Ou simplesmente Hazaki-sama. Eu sou a Capitã Substituta do 5° Esquadrão, e exijo o mínimo de respeito, ouviram? Vamos iniciar o treinamento diário. Eu convidei o Renji-kun, Tenente do 6° Esquadrão, para dar uma ajudinha. Quero que o tratem com o mesmo respeito que tratam a Hinamori Fukutaichou, sim? - minha voz ricocheteava nas paredes, dando um tom assustador – Formem uma fila única.

Todos foram entrando na fila, devagar. Apressei-os. Caramba, que pessoal lerdo! Será que o afastamento do Aizen fez tudo desandar?

-Andem logo – falei. Vendo que todos estavam em ordem, anunciei – Vamos fazer o seguinte então. Cada um de vocês vai ter que lutar contra mim, Renji ou Hinamori, usando quaisquer técnicas de luta. Obrigatoriamente vocês devem usar kidou. Dados três minutos para cada combate, o seu oponente avaliará seu desempenho. Os que forem reprovados em kidou, façam uma fila atrás de mim. Os reprovados em manejo de espada, atrás do Renji, e os reprovados em movimentação, atrás da Hinamori-chan. Desse jeito, nós podemos treinar exatamente o seu ponto fraco. É isso.

Eu coloquei o despertador de um relógio para apitar a cada três minutos. Eu, Renji e Hinamori nos preparamos. O sinal tocou, e um cara de cabelos claros e lisos ficou parado na minha frente. Ele veio correndo para cima de mim, mas eu sequer desembainhei minha espada. Ele tentou vários golpes, seu manejo de espada era muito bom. Para o azar dele, desviei de todos sem nenhum grande sacrifício. Ele soltou um kidou muito bom, e tive que pará-lo com minha espada para que o quartel não fosse feito em pedaços. Então, o ponto fraco desse era a movimentação. Com certeza Hinamori-chan daria um jeito nele.

E foi assim até que o horário do treinamento chegou ao fim. Eu tinha uma fila enorme atrás de mim. Pelo visto, kidou era o ponto fraco do 5° Esquadrão. Manejo de espada não era o grande problema. Renji suava bicas. Isso me deixava com uma sensação estranha. Hinamori estava cansada. Eu estava inteira, talvez com um pouco de calor.

-Estão liberados – falei. Todos saíram rapidamente, menos Hinamori e Renji.

-Meus parabéns, Hinamori Fukutaichou. Mostrou que seu posto não foi lhe dado em vão – sorri para ela. Ela ficou um pouquinho envergonhada – Pode ir agora, Tenente. Obrigada.

-De nada. Com licença, Hazaki-sama, Renji-kun – e saiu.

Virei para Renji. A luz laranja do Sol poente fazia a cor do cabelo dele ressaltar. Era a chance que eu tinha para beijá-lo. Era agora. Era agora.

-Renji-kun, obrigada por participar hoje.

-Não se importe com isso, Hazaki Taichou.

-Seria pedir muito que você participasse mais vezes?

-N-Não! Magina! Seria um prazer, Hazaki-san. Pode me chamar sempre que quiser.

Nao. Eu não tenho coragem. Eu não conseguiria fazer isso, não aqui. Eu não tinha coragem de beijá-lo. Eu era fraca demais nesse aspecto.

-Imagino que o Kuchiki Taichou imagina que eu esteja o roubando para mim – e ri um pouco. Sim, duplo sentido. Agora se Renji percebeu é outro assunto.

-Ele... - Renji pensou um segundo – Ele não se importa, tenho certeza.

-Ótimo! Posso te oferecer um copo d'água ou algo assim antes de ir embora?

-Uma água seria ótimo, Hazaki-sama.

-Vamos lá então.

Conversando calmamente, pegamos a água no bebedouro do meu escritório. Me toquei das fichas dos shinigamis em cima da mesa. Eu precisava relatar os avanços de hoje.

-Renji, ajude-me aqui. Vá separando as fichas de quem você lutou.

-Claro.

Ele foi passando os papéis, pegando um ou outro. Eu procurei na outra pilha. Terminado o trabalho, fui levar Renji até o portão do meu Esquadrão.

-Bom trabalho hoje, Runji-kun. Seu capitão deve estar orgulhoso de você – falei.

-Se ele notasse em mim... - ele pareceu meio triste – Mas isso é assunto para outra hora. Até amanhã, Hazaki Taichou!

Ele me deu o sorriso mais lindo que eu já vira em toda a minha vida. Meu sangue congelou e eu perdi o ar.

-Até amanhã, Renji...

Ele saiu andando. Fiquei olhando para ele até o último momento. Eu não queria esquecer aquela visão. Eu não queria tirar aquele rosto da minha cabeça. Infelizmente, ouvi Hinamori me chamando, e tive que ir.

-Hazaki-sama – ela me chamou – Eu acho que você não sabe seus deveres de Capitã, então vim informar-lhe. Todo dia após o treinamento, as fichas de cada aluno devem ser atualizadas e no dia seguinte entregues ao Yamamoto Taichou na reunião matinal dos Capitães. Além disso, você precisa voltar para o Mundo Real para pegar algumas coisas suas que ficaram presas por lá.

-Sem problemas. Bom, estou cansada. Vou me retirar agora, Hinamori-chan. Cuide de todos, sim?

-Claro. Bom descanso, Hazaki-sama.

-Você também, Hinamori Fukutaichou.

Renji havia levado as fichas. Um pouco antes do jantar, pedi a Hinamori que preenchesse as dela. No final, eles me devolveriam para que eu pudesse dar uma olhada e acrescentar algumas observações. Deu um trabalho danado.

Deitada na minha cama tentando cair no sono, não conseguia para de pensar em Renji. O que ele estaria fazendo agora? No que estava pensando? Por que eu não parava de pensar nele? O que estava acontecendo comigo? Eu com certeza estava apaixonada. Era triste, mas era verdade. Mas será que Renji achava a mesma coisa?

Algum tempo se passou desde o meu primeiro dia em Seireitei. Por algum motivo, eu conseguia ouvir claramente o que Hime dizia a mim, era como se estivéssemos nos tornando uma só. Incrível. Eu continuava vendo Renji todo dia, mas sua presença era cada vez mais rara, e de vez em quando o máximo era um oi no corredor. E só. Ele parecia muito ocupado ultimamente.

Mas, naquela tarde, depois de ter recusado meu pedido inúmeras vezes, finalmente ele me disse:

-Oi, Hazaki-sama! - ele gritou, chamando minha atenção. Parei, e ele veio correndo até mim – Escute, vou aceitar aquele seu convite.

-Sério? Que maravilha, Renji.

-Eu... Eu quero testar minha força – ele pareceu hesitante ao falar isso – N-Não que eu esteja indo só por causa disso, é claro. Ninguém poderia recusar tal pedido...

-Claro, claro. Então, na hora do almoço a gente se encontra no portão sul, ok?

-Certo. Até mais, Hazaki-sama.

-Até, Renji-kun.

Virei rapidamente o rosto para esconder um sorriso gigante. FINALMENTEEEE! FINALMENTE EU IRIA TREINAR SOZINHA COM RENJI LONGE DE TODO MUNDO! YAY! Eu tinha me preparado psicologicamente nas últimas semanas, então eu estava pronta para chegar no Renji.

Peguei uns bolinhos de arroz e coloquei numa cestinha. Perfeito. Parti para o portão Sul, e lá estava Renji, impecável em seu uniforme shinigami levemente aberto no peito. Ui. Meu coração palpitou incansavelmente. Ele me esperava com um sorriso nos lábios.

-Vamos, Taichou? - ele perguntou, empurrando a grande porta com facilidade.

-Vamos.


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