Red Pineapple Of Dead escrita por ohhoney


Capítulo 1
Eu amo homens de cabelo comprido!


Notas iniciais do capítulo

Oi! (: Primeira fic que eu posto aqui, espero que vocês gostem, seus lindos hihi *-* Bem, eu sou completamente viciada em Bleach, principalmente no Abarai-kun, aquele gato *¬* Enfim, leiam!



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–Oi, Ichigo – falei, passando pelo garoto ruivo, que voltava da escola sozinho.

–E aí, Hazaki – ele respondeu, passando por mim.

Eu estava encostada no muro perto da casa dos Kurosaki. Ichigo era a única pessoa com quem eu realmente gostava de conversar.

–Como foi a aula hoje? - perguntei, jogando a franja para o lado.

–Bem... Desculpe, estou com um pouco de pressa. Depois nós conversamos. Até mais.

–Até.

Ichigo virou a esquina e entrou em sua casa. Suspirei. Ótimo. A única pessoa que eu pudia conversar não queria falar comigo. O que fazer agora?

Fui rondar por aí. Estava na avenida principal, olhando as lojas. Como eu queria um sorvete! Do nada, uma criança saiu correndo na minha direção. Por sorte, ela passou por dentro de mim. Abanei um pouco a roupa, e continuei andando. Ao longe, vi uma garota. Baixinha, cabelos curtos e pretos, com uma roupa também preta e uma espada na cintura. Certamente ela se destacava no meio de tanta gente. Caminhei em sua direção.

–Hazaki – ela falou, ainda parada no lugar.

–Quem é você?

–Meu nome é Rukia. Eu sou uma shinigami.

–O que diabos é isso?

Shinigami? Como aquela garota conseguia me ver? Ninguém conseguia me ver, só o Ichigo. Por isso eu ficava esperando ele sair da escola para falar comigo.

–Sou eu quem te leva para a Soul Society.

–Não estou nem aí – e continuei andando.

Rukia me seguiu, correndo com suas pernas pequenas.

–Tenho que te levar, Hazaki.

–Não quero ir. Estou bem por aqui.

–Ótimo – ela falou, cansada. O-ou.

Alguma coisa dentro de mim apitou, e eu, por instinto, virei para ver o que estava acontecendo e desviei para a esquerda quando vi a espada de Rukia. Ela passou exatamente onde estava minha cabeça.

–O que significa isso? Está tentando me matar? - falei, tentando ficar calma.

–Você já está morta, lembra? - ela riu – Eu só vou te levar para o que é considerado o “paraíso”.

–Não, obrigada,

–Você não tem escolha.

–Pelo o que eu sei, ainda mando em mim.

Ficamos nos encarando por alguns longos segundos, enquanto várias pessoas nos atravessavam.

–Facilite meu trabalho, por favor.

–Vá embora.

Continuei meu caminho, virando para a direita na direção da loja de doces. Eu adorava ficar lá dentro, o cheiro do açúcar me fazia sentir viva novamente. De repente, senti uma sensação estranha. Um vento bateu nas minhas costas, e tudo começou a rodar. Meus olhos perderam o foco.

–O que que...

–Vá logo, garota – ouvi a voz de Rukia falando bem ao longe.

A última coisa que eu vi foi a calçada enquanto eu caía de cara nela. Não senti dor nem nada parecido. Só escuridão. E frio.

Eu não dormia desde o dia em que morri. Espíritos não conseguiam dormir. Então eu vagava por aí. Mas agora eu sentia uma calma muito boa dentro de mim. Eu estava relaxada.

–Ei. Ei. EI!

Alguém berrou na minha orelha. Filho da mãe, eu estava curtindo meu momento de paz.

–Acorda aí, preguiçosa. Vai ficar assim pra sempre? Levanta essa bunda mole de uma vez.

Abri meus olhos, e vi um cara careca me olhando de cima, com o rosto colado ao meu. Ao me ver acordar, ele saiu de perto e eu vi o céu azul. Sem prédios. Onde eu estava?

Levantei, meio assustada. Olhei em volta. Várias casinhas de madeira, uma do lado da outra. No meio, uma rua de terra, e eu estava jogada bem no meio dela. O cara que me acordou me olhava de lado, com uma espada em cima dos ombros. Outra pessoa estava ali, um outro cara de cabelos médios com aspecto gay.

–Quem é você? - perguntei – Onde estou?

–Ikkaku – o careca apontou para si – Yumichika – apontou para o outro cara – Bem-vinda a Rukongai.

–Que merda é Rukongai?

–Soul Society, sabe? Caraca, que menina mais desinformada! Mas pelo menos ela é bonita... Ganhou pontos - disse Yumichika, sacudindo os cabelos.

–Cale a boca – levantei e olhei direito ao meu redor. Várias pessoas nos olhavam, curiosas.

–Rukongai é o lugar em que as almas vivem – disse Ikkaku – Está vendo aquele muro? - ele apontou ao longe, e vi uma pequena parede branca – Lá é Seireitei. Onde os shinigamis vivem. Nós somos simplesmente lixo.

Sem dar muita importância para ele, saí andando. Estava em um bairro muito pobre, e pelo visto muito perigoso também. Muitos homens musculosos, cheios de cicatrizes e horríveis olhavam para mim com uma cara engraçada. Meu sistema de alarme estava pronto para soar a qualquer instante.

–EI! NÃO ME DEIXE FALANDO SOZINHO! - gritou Ikkaku, desembainhando a espada – QUER MORRER, GAROTA?

–Deixe-me em paz, seu idiota – falei, e continuei andando.

–Qual seu nome? - gritou Yumichika, ao longe.

–Hazaki. Naomi Hazaki.

–Oi! Volte aqui! - gritou Ikkaku, e vários passos soaram no chão.

Virei em uma esquina, e um homem com o dobro da minha altura e largura surgiu na minha frente. Quase bati em sua barriga, mas recuei a tempo.

–Oi, gracinha – ele sorriu com seus dentes podres.

–Com licença – falei, tentando passar pela direta, mas ele entrou na frente.

–Vamos conversar ali no canto?

O cara pegou minhas mãos e me levantou no ar. Tentei ficar calma. Se eu me desesperasse, ele aproveitaria muito mais.

–Solte-me.

–Ah, vamos lá...

–Solte-me, agora – o cara começou a andar em direção a um beco escuro, ainda me segurando pelos pulsos no ar – Solte-me!

–Cala a boca, gatinha.

Balancei, tentando me soltar. Aquelas mãos eram muito grandes, envolviam meus dois pulsos juntos na palma de uma delas.

–Hey! - alguém gritou atrás de nós – Ô gordão, larga a menina!

O cara virou lentamente, e lá estavam Ikkaku e Yumichika. O careca segurava sua espada em uma das mãos, e sorria diabolicamente para o gordo.

–Que que você disse? - falou o homem que me segurava.

–Solta a garota, gordão idiota – Ikkaku ameaçou.

O cara se negou a me soltar. Ele colocou uma das mãos envolta de mim e me apertou. O ar sair dos meus pulmões formando um grito. Eu sentia meus ossos estalando e meu corpo comprimindo. Meu coração ecoava nos meus ouvidos, estava ficando sem ar e tudo começava a escurecer.

Caí no chão. Desesperada, dei uma golfada de ar bem funda, recuperando o fôlego. Olhei para cima, e o grande cara tinha sangue escorrendo na mão e gritava de dor. Ikkaku sorria, e sua espada pingava sangue.

Yumichika correu até mim e me ajudou a levantar, mas não consegui. Meu peito doía.

–Maldito! - gritou o gordão, e veio para cima de Ikkaku.

Eles correram um em direção ao outro. O careca pulou para as costas do gordão, e o acertou nas costas com sua espada. O gordão tentou virar e pegá-lo, mas o careca foi mais rápido. Acertou-lhe várias vezes, e o fez cair com um soco. O chão tremeu.

–Ei, você está bem? - Ikkaku perguntou a mim, chacoalhando a espada para tirar o sangue.

–Sim. Obrigada. Onde você aprendeu tudo isso? - perguntei, tirando o cabelo do rosto.

–Sozinho – ele ergueu a mão para mim, e eu a peguei. Ele me puxou para cima – Viver em Rukongai exige muito de nós. Melhor aprender a se defender sozinha.

–Ótimo, então me ensine.

–Mas... É perigoso! - disse Yumichika – Tem certeza? Uma garota delicada como você...

–Não sou delicada. Muito menos idiota para saber que é perigoso. Mas eu quero me virar sozinha por aqui, então ensine-me.

Ikkaku me olhou por um tempo, pensativo.

–Então vamos.






–Hey, Hazaki, parece que os shinigamis estão vindo – disse Yumichika, passando a mão nos cabelos – Termina logo isso daí.

–Cale a boca, idiota.

O cara tentou me atingir pela esquerda, mas eu simplesmente dei um passo para o lado. A lâmina passou a centímetros de mim, balançando minha roupa com o vento. Eu ainda nem tinha desembainhado minha espada, ela certamente não merecia ser manchada com sangue inútil. O cara veio correndo e gritando pra cima de mim.

–Shinigamis à vista, Hazaki! - gritou Ikkaku, pulando para um canto e se escondendo.

–Merda.

Esperei o cara chegar bem perto de mim, a ponto de tocar minha face com seus punhos, e abaixei. Passei o pé entre suas pernas, derrubando-o no chão. A reiatsu dos shinigamis estava chegando cada vez mais perto, e percebi que eles estavam na mesma rua que eu, talvez me vendo. Saquei minha espada e a enfiei na cabeça do cara. Pronto. Corri o máximo que pude, entrando na escuridão.

–Ei! - ouvi os shinigamis gritando.

Meu alarme apitou, e virei rapidamente, defendendo o golpe que recebia pelas costas. O barulho do encontro de duas espadas soou no ar, e vi um par de olhos castanhos me olhando fixamente.

Afastei-me dele, enquanto sentia o outro shinigami se aproximando pela esquerda. O que me atacara era um homem de cabelos curtos espetados e pretos, muito bonitinho até.

–Não quero lutar com você. Quero te fazer uma proposta.

Uma proposta? O que poderia ser? Já vi muitas pessoas serem mortas pelos shinigamis nesse tempo que passei aqui em Rukongai. Fiquei desconfiada. Cerrei meus olhos.

–Que proposta?

–Você e seus dois amigos, Ikkaku e Yumichika, virem para a escola de shinigamis em Sereitei – falou o loiro, aquele que vinha pela esquerda. Ele parou ao lado do moreno, e ambos trocaram olhares.

–Não, obrigada – respondi de imediato.

–Mas... - falou o moreno – Vocês têm grande potencial. Não podemos permitir que gente habilidosa como vocês morra em um lugar de merda como Rukongai. Vocês podem se tornar shinigamis talentosos!

–Não me interessa – falei, guardando a espada.

O loiro, de repente, estava em cima de mim. Ele veio com os punhos fechados, tentando acertar meu rosto, mas eu só balancei um pouco a cabeça e consegui desviar. Enquanto seu punho estava passando ao meu lado, o agarrei e o prendi atrás das costas do shinigami. Ele berrou de dor.

–Eu juro que não te mato porque não quero confusão com Seireitei.

Soltei o cara, virei e saí andando.

–Tá vendo? É por isso que te queremos em Seireitei!

Tá certo que eu era a guerreira mais habilidosa de Rukongai, depois de Ikkaku talvez. Na verdade, nunca lutamos para saber quem era mais forte. Só sei que derrotei muitos dos considerados os “mais fortes”. Ganhei sem nenhum corte muito profundo.

–Hazaki! - gritou Ikkaku, aparecendo das sombras.

–Que foi, hein?

–Eu vou – ele falou, sério.

–Eu também – disse Yumichika.

–O que?

Como assim esses putos iriam a Seireitei?

–Ikkaku, você mesmo disse que não iria a Seireitei nem que te pagassem!

–Eu sei, mas ouvi que o tal do Zaraki Kenpachi foi para lá, então preciso ir também. Eu vou derrotá-lo.

–E eu tenho certeza de que lá o shampoo deve ser melhor do que o daqui – disse Yumichika, se olhando no reflexo de sua espada.

Ótimo. Eu não gostaria de ficar sozinha em um lugar como Rukongai, ainda mais sendo mulher. O que fazer? Eu não gostava de shinigamis, mas lá eu tinha a oportunidade de ficar mais forte. E ficar mais forte era essencial para minha sobrevivência. Depois que eu morri naquele acidente de carro, eu com certeza passei a dar mais valor para a vida, principalmente sabendo que quando se morre na Soul Society, não há mais nada depois.

–Perfeito, vou também. Mas deixo algo bem claro: faço isso por mim mesma, e não pelos shinigamis.






Coloquei meu uniforme de shinigami. Estava um pouco amassado, mas eu não dava a mínima. Hoje iríamos treinar nossos kidous, mais especificamente o Shakkahou (uma bolinha de poder espiritual vermelha que explodia) e Soukatsui (uma bola de fogo azul). Pelo menos eu era excelente em kidou, então não tinha nenhum problema.

Fomos todos para o campo de treino. Os alvos estavam muito longe dessa vez. Entrei na fila, e quando chegou a minha vez, o professor falou:

–Por favor, Hazaki, tente não explodir metade da escola dessa vez.

–Vou tentar, mas não prometo nada.

Como fazer kidou com a mão inteira gerava destruição em massa, tentei fazer com a ponta do dedo indicador. Uma bolinha vermelha começou a surgir. Ela aumentou até ficar do tamanho de uma bola de tênis. Com meu poder espiritual, lancei-o para frente, atingindo exatamente o meio do alvo à 500 metros de distância. Uma nuvem de poeira gigante ergueu-se no ar, e um vento muito forte sacudiu meus cabelos, mas permaneci imóvel. Será que o estrago foi tão grande assim?

A poeira abaixou, e vi uma grande cratera no chão.

–Ótimo – resmungou o professor – Agora vá lá consertar os alvos. E rápido.

–Tá, tá...

Usei meu shunpo e cheguei lá em dois segundos. Peguei as placas de metal e as finquei no chão. A que eu acertei estava destruída. WOW. Era difícil arranhar uma placa dessas, imagina destruí-la.

Depois de arrumar tudo, voltei rapidamente à fila do Soukatsui. Esse era mais fácil de controlar do que o outro: era só usar o pode espiritual para dominar e controlar o fogo e a explosão.

Chegou minha vez. Agora, o campo era bem maior, e vários buracos preenchiam o chão. Respirei.

Estendi a mão direita, e foi me concentrando.

–Você precisa dizer o encantamento, Hazaki – falou a professora, olhando sua prancheta.

–Acho melhor não – se eu falasse, talvez toda a academia de shinigamis fosse para o ar – Não quero matar todo mundo.

–Pare de se achar. Se não recitar, vai reprovar direto.

–Tá. Se alguém morrer, não me culpe.

–Tanto faz.

–Grande rei, aquele que é coroado, veste uma máscara de sangue, e possui dez mil asas, com verdade e justiça, raspe suas garras contra uma parede de um sonho que desconhece o pecado. Hadou n° 33: Soukatsui!

Meus pés afundaram no chão e deslizei para trás por causa da força do kidou que saiu da minha mão. Fiquei cega por um instante ao ver todo aquele azul preenchendo meu campo de visão. Pude ouvir algumas pessoas gritando e vidro sendo quebrado.

Pronto, acabou. Abri meus olhos novamente, e um grand canyon se estendia a minha frente. Tá, eu sabia que quando se recita o encantamento o poder do kidou aumenta, mas eu não pensava que aumentava tanto assim. Ai, meus shinigamis, com certeza a academia estava destruída. Virei para trás, e meia dúzia de pessoas ainda estavam em pé, o resto estava jogado no chão, igual a professora. A academia estava intacta, mas todos os vidros estavam quebrados. Uou.

–Po-pode ir, Hazaki... - falou a professora, levantando do chão e arrumando os óculos.

Esses eram os últimos testes. Passei pelo povo caído e fui direto para a sala esperar os resultados. Sentei na minha cadeira, enquanto mais e mais alunos entravam pela porta. Logo, estava lotado. Eu estava dormindo na mesa quando senti a reiatsu do professor.

–Prestem atenção, todos! - ele berrou, e logo todos ficaram em silêncio – Vou anunciar agora as notas finais, mas antes digo: ¾ de vocês não passou. Quando eu disser seu nome, dirija-se à sala no final do corredor.

E ele foi falando todos os nomes daquela lista. Todos. Menos o meu. Ele não falou meu nome. Como assim eu não passei? Eu era a melhor da sala em kidou e minhas notas de espada eram boas! Se até o Ikkaku e o Yumichika passaram, principalmente o Yumichika, porque eu não passei? Fiquei decepcionada.

–O resto de vocês está dispensado. Entreguem seus uniformes e zanpakutous na diretoria.

Levantei, triste, e já fui tirando a parte de cima do meu uniforme. Merda. Merda. Mas eu não entregaria minha zanpakutou. Não mesmo. Eu tinha gostado dela e ela de mim. Ela até me disse seu nome: Hime. Sim, só hime (princesa). Achei até que fofo. Eu sentia o poder dela fluindo quando a segurava. Sentia que ela me protegeria.

–Hazaki, você fica – falou o professor, analisando as fichas.

–O quê? Porque?

–O Yamamoto Taichou quer falar com você. Fique aqui.

–Mas...

Ele saiu. O velho. O velho vem falar comigo. Isso não podia ser bom sinal. Será que eu receberia um bronca por ter arruinado a academia de novo? Eu nunca tinha visto o Yamamoto Taichou antes, mas quem viu disse que ele tem uma reiatsu assustadoramente gigantesca, e a calma dele nos deixa mais nervoso ainda. Eu estava nervosa.

Sentei na minha cadeira, coloquei o uniforme, dei uma espanada e deixei meu sinal de percepção ligado a toda potência, só esperando. Ouvi som de vozes no corredor, com certeza a de Ikkaku e Yumichika.

A reiatsu. A reiatsu estava se aproximando lentamente. Mesmo longe, era o suficiente para me fazer perder um pouco do ar por causa da pressão. Os passos ecoavam no corredor, e ouvi os dois garotos cumprimentando o capitão. Era agora ou nunca.

–Ah, então você está aqui...

–Yamamoto Taichou – falei, e abaixei minha cabeça em sinal de respeito.

O velho entrou e ficou lá na frente.

–Venha até aqui, Hazaki Naomi.

Ele sabia meu nome! Fiquei super honrada e corei. Corri até ele e parei ao seu lado. Eu suava frio. O que aconteceria comigo?

–Que tal darmos uma volta por Seireitei? O que acha?

–Acho... Ótimo. Vamos lá.

E partimos em direção a Seireitei.


–Aqui é o Centro de Pesquisa, onde o Mayuri Taichou trabalha. Vamos ver agora as instalações do 5° Esquadrão.

Fomos andando pelo corredorzinho de madeira, quando viramos uma esquina e demos de cara com um homem grande, cabelos espetados, cara de mau e uma garotinha nos ombros.

–Kenpachi – falei, colocando a mão na minha zanpakutou.

–Ohh, Hazaki! Então você e seus amiguinhos conseguiram entrar para Seiteirei? Maravilha!

–Então vocês se conhecem? - perguntou o Yamamoto Taichou.

–Claro! - Kenpachi riu – Essa daí era uma das mais fortes de toda Rukongai!

–E pelo jeito continua – Yamamoto Taichou olhou para mim com aqueles olhos pequenos cobertos pelas sobrancelhas – Ela foi a única desse ano a passar com 10 em todas as disciplinas.

–Oh. Não é surpresa para mim...

–Desculpe, Kenpachi Taichou. Temos que ir agora, nosso tour ainda tem vários pontos...

–Sem problemas.

Eu não conseguia relaxar. Aquele homem deu uma surra no Ikkaku. Eu não absorvia a ideia de viver pacificamente com um cara que quase matou meu amigo. Nós seguimos reto, enquanto Zaraki Kenpachi ia na direção oposta.

Paramos na frente do quartel do 5° Esquadrão.

–E aqui estamos, 5° Esquadrão.

–Senhor.

Falei. Aquilo estava preso na minha garganta desde o começo do passeio.

–Sim?

–O senhor não veio somente dar um passeio comigo.

Ele pensou por um instante.

–Não. Eu vim te mostrar Seireitei, pois quero que você fique como capitã substituta do 5° Esquadrão.

O... O que? Como assim? Eu mal acabara de me formar! Eu nem tinha bankai ainda, eu certamente não estava no nível de Capitão.

–Yamamoto Taichou...

–Eu sei o que você deve estar pensando, mas é só até acharmos um substituto. O ex-capitão, Aizen Sousuke, fugiu para Hueco Mundo após a luta contra os invasores.

–Que invasores?

–Kurosaki Ichigo e seus amigos.

Ichigo. Ichigo. Como assim Ichigo tinha vindo à Soul Society? Ele morreu? Apoiei-me em minha zanpakutou para não cair no chão.

–Ichigo?

–Você o conhece? Ele é um garoto bem especial.

–Sim! Ele era meu amigo no mundo real! Como...?

O Capitão me explicou. Então Ichigo virou substituto de shinigami... Interessante. Eu sabia que aquela Rukia era encrenca. Ela que me mandou pra cá.

–Então, você aceita?

–Claro, porque não.

–Perfeito. A Hinamori Fukutaichou vai te apresentar ao esquadrão. Pode entrar – ele puxou a porta, e vi várias pessoas no corredor imenso. Todas olharam para mim. Engoli em seco e entrei. Todo mundo parou de conversar, e me observaram. Permaneci neutra.

–Alguém pode me dizer onde eu encontro a Hinamori Fukutaichou?

–Quem é você? - perguntou um homem de cabelos compridos.

–Hazaki Naomi, Capitã substituta. Preciso falar com essa Hinamori.

–Capitã substituta? - todos falaram.

–Ah! Você deve ser a Hazaki-chan! - falou uma garotinha de cabelos negros que saiu de uma porta à esquerda. Ela veio sorridente até mim, e apertou minha mão. Meu nome é Hinamori Momo, eu sou a Tenente do 5° Esquadrão. Vou te apresentar o quartel.



–E esses são seus aposentos – Hinamori abriu a porta.

O aposento era grande. Tinha uma pequena sala com uma janela para o jardim, um sofá e uma mesinha. O quarto com uma cama grande no meio, um armário e um espelho na lateral. Era bem diferente dos aposentos dos outros, considerando que eu era Capitã substituta. Hinamori estava meio triste.

–Obrigada, Hinamori – coloquei uma mão em seu ombro – Porque está triste? Eu não vou ficar aqui por muito tempo, não se preocupe.

–Não, não... Não é por sua causa. É que o Aizen-sama...

–Eu sei da história. Vocês eram próximos?

–Sim! Ele era meu ídolo! Aizen-sama me inspirava, ele era genial... - seus olhos se encheram de lágrimas.

–E por isso você não quer ver ninguém o substituindo.

–Não, não é nada contra você, Capitã...

–Eu vou embora logo, só até acharem um substituto. Então esforce-se para consegui esse posto, Hinamori Fukutaichou.

–Sim, Hazaki-sama. Pode deixar – ela sorriu – Suas coisas chegarão em breve, daqui duas horas o treinamento diário acontecerá no jardim do quartel, se você pudesse comparecer seria ótimo para te introduzir ao pessoal.

–Com certeza. Pode ir agora, Tenente.

–Sim, Hazaki-sama.

Hinamori saiu, e eu fiquei sozinha. Acendi as luzes. O lugar tinha muito pó, parecia abandonado. Fui tomar um banho.

Devo ter ficado uma meia hora dentro daquela banheira, só mergulhada na água quente. Quando comecei a passar frio, resolvi sair. Fui para o quarto, e em cima da cama estavam empilhados alguns uniformes shinigamis. Vesti um deles e fui para fora. Eu ainda tinha uma hora e meia até o treinamento.

Caminhando pelo corredor, vi uma plaquinha em cima de uma porta à direita. Estava escrito “escritório do Capitão”. Sem bater nem nada, entrei. Aquela sala estava limpinha, iluminada e fresca.

–Oh, Hazaki Taichou! - disse uma garota, saindo de baixo da mesa com um pano na mão.

–Relaxa, vou deixar você limpar.

–Já terminei, Capitã. Pode ficar aqui.

–Essa é minha sala?

–Sim, senhora. Já estou indo – e correu porta afora.

–Não esqueça do treinamento! - gritei.

Olhei direito para a minha sala. Era espaçosa, e uma grande mesa de madeira no meio, com uma pilha de papéis empilhados no centro. Uma estante com muitos livros preenchia toda a parede da direita.

Sentei na cadeira atrás da mesa. Até que era confortável. Estar no comando de uma divisão parecia muita responsabilidade para mim, mas até que eu gostava de ser chamada de Hazaki-sama ou Hazaki Taichou. Simplesmente soava bem.

Apoiei meus pés em cima da mesa e relaxei. Fechei meus olhos, e estava quase cochilando, quando ouço alguém bater na porta.

–Entre – falei, colocando os pés para baixo, pegando um papel da pilha e o analisando, para pelo menos fingir que eu estava fazendo alguma coisa.

–Com licença, Hazaki Taichou – falou uma voz masculina meio rouca – Meu nome é Abarai Renji... - silêncio.

Olhei para cima, encontrando o olhar dele. BOOOOOM! Alguma coisa dentro de mim explodiu com muita força. Meu pulmão se encheu de ar involuntariamente, como que para oxigenar meu cérebro, que estava pifando. Os olhos. Os olhos. O cabelo. Ai, meu shinigami, eu amo homens de cabelo comprido. Aquele tom vermelho era de matar. As tatuagens aparecendo sob o uniforme um pouco aberto no peito...

Acho que ficamos em silêncio uns cinco segundos, até ele pigarrear e continuar falando com aquela voz rouca linda de fazer meus joelhos tremerem.

–Meu... Meu nome é Abarai Renji – Renji, Renji, Renji, Renji, ficava ecoando na minha cabeça. Ele corou – Er.. O Kuchiki Taichou, do 6° Esquadrão, pediu para que eu viesse entregar os relatórios...

–Que... Que relatórios? - minha voz saiu esganiçada por causa da falta de ar.

–Os... Relatórios do 5° Esquadrão. Essas são as fichas de cada um daqui, e como você é nova seria melhor que você desse uma olhada antes do treinamento...

–Claro... - falei, suspirando, olhando para aquele ser divino. Percebendo o jeito patético em que me encontrava, retomei a pose e falei firme – Claro. Muito obrigada, Renji.

–De nada. Com licença, Hazaki Taichou.

Meu coração batia dolorosamente no peito, minha boca implorava pela dele. Ficamos nos encarando mais alguns segundos. Levantei, dei a volta na mesa e peguei os papéis da mão dele. Nossa pele se tocou por um segundo, e um calor muito estranho subiu pelas minhas costas. Minha cabeça ficava sussurrando “controle-se, controle-se”. Dei um sorriso de despedida para ele. Renji virou-se, abriu a porta, e antes de fechá-la por completo deu mais uma olhada para mim. Corou muito ao ver que eu também olhava para ele. Fechou a porta.

Minha respiração estava acelerada, meu coração batia a mil, minhas mãos suavam e meu rosto pegava fogo. O que diabos significava isso? “Abarai Renji, 6° Divisão. Abarai Renji, 6° Divisão...” Minha cabeça dizia, enquanto eu sentava na mesa. Passei os olhos pelos papeis, e depois no relógio. Uma hora ainda. O que eu ficaria fazendo? Já sei!

Levantei da minha cadeira rapidamente, larguei os papeis em cima da mesa e corri para o lado de fora do 5° Esquadrão. Se eu me lembrava bem do tour do Yamamoto Taichou, o 6° Esquadrão ficava bem aqui ao lado, perto da mansão dos Kuchiki. Eu tinha que ver Renji de novo. Eu queria que aquela imagem ficasse gravada nas minhas pálpebras.



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Notas finais do capítulo

Bem, esse é o primeiro capítulo! Lembrando que é uma fic curtinha, não tem muita coisa. Depois eu posto o segundo capítulo, beijos! :*