Start Of Something Good. escrita por story4you
Quando criança, acreditava nos finais felizes, naquele príncipe romântico que me amaria até o fim da vida. Mas não é bem assim. Infelizmente.
Acordei de um sonho bom, onde podia ver a minha felicidade, a de um homem cujo rosto não identifiquei e de duas crianças. Sentei na cama e comecei a pensar... será que é verdade? Será que vou ser feliz? Depois de tudo o que aconteceu na minha vida, será que a vida trará algo realmente valha a pena?
Olhei pro lado, vi meu celular e comecei a relembrar alguns fatos, apenas de olhar as fotos. Como eu era feliz com o Roberto, como éramos bobos juntos, e nos completávamos. Éramos feitos um para o outro e agora? Tudo o que fizemos um pelo outro foi em vão.
A Babi me ligou e eu logo atendi, sabia que ela daria uma bronca por saber que eu não contei pra ela sobre minha conversa com o Roberto, mas não liguei.
-Alô?
-Velho, você não podia ter falado daquele jeito com o Roberto, você jogou tudo pela janela... todas as chances que você tinha de voltar com ele, La.
-eu não to nem ai. – meus olhos marejaram, pois sei que é mentira.
-não, você ta ligando e muito. Tudo bem que a namoradinha dele é perfeita, mas você é maravilhosa. Não tem ninguém que não goste de você.
-eu não quero que todos me amem, contanto que o Roberto ligue pra mim. Não podia dar mole, né Barbara. Não posso demonstrar que ainda caio de amores por ele, tenho que ser valorizada.
-mas também não podia maltratá-lo.
-tudo bem, eu sei que eu errei, mas não tem muito o que fazer agora.
-Laura, to vendo que você não sabe nada sobre amar, né? Recupere a atenção dele. Ele vai te perdoar. Fiquei sabendo que ele está indo pra praia agora mesmo. Ta afim de ir?
-não sei, Ba.
-vamos sim. Te pego em 15 minutos. Esteja pronta!
Peguei qualquer biquíni, com medo de mostrar o que eu realmente estava querendo. Chegamos na praia e ele estava sentado, sozinho, ouvindo musica e olhando fixamente pro mar.
-ah, oi. Você é amigo do Jonas, né? – a Babi indagou.
-sou sim. – ele tirou o fone de um ouvido e olhou pra mim com raiva. – por quê?
-posso deixar minhas coisas aqui? Vamos nadar um pouco.
-tudo bem. – ele recolocou o fone e aumentou o volume, no Maximo.
Reconheci na hora a musica, What about now – Daughtry. Uma das minhas favoritas, não resisti e sentei ao lado dele. A Babi deu uma piscadinha pra mim e foi pro mar.
-posso ouvir com você?
-não. – ele falou e olhou pro lado, pra me evitar.
-desculpa por ontem. Eu estava irritada.
Eu falei em vão, pois ele não me escutou. Então o cutuquei e ele novamente tirou o fone de um ouvido. Repeti minha frase e ele só deu de ombros. Quase o soquei.
Fui ate o mar com a maior cara de bunda. Mas no meio do caminho algo me impediu, alguém tinha pego no meu braço, olhei assustada e vi que era o Rafael.
-o que você ta fazendo? Tá louco? – eu falei brava.
-sai daqui. Rápido!
-quem é você pra mandar eu sair de um lugar publico?
-vai querer arranjar briga com a minha cunhada preferida? – ele indagou e apontou com a cabeça pra Pâmela que estava vindo na nossa direção com um bando de meninas desocupadas.
-droga, será que eu não posso mais viver? Essa menina me persegue, só pode. – fechei a cara mais ainda e cruzei os braços.
-serio, vem comigo. É melhor pra você.
-Rafa, não se preocupa... eu cuido de mim sozinha, ok?
-só quero o seu bem, Laura. – ele pegou no meu braço novamente. Me impedindo de ir sozinha até o Roberto que estava se escondendo da namorada.
Fomos até onde o Roberto estava, peguei minhas coisas com o Rafa e ele me levou até um quiosque próximo.
-fique aqui. – ele ordenou.
Pedi uma coca pro moço e senti a presença de alguém, bem próximo de mim.
-o que faz aqui?
-não quero ver a Pâmela hoje.
- como alguém foge da namorada? Que coisa estranha. – falei com sarcasmo e tomei um gole de coca.
-fica na sua.
Só deu uma risadinha e fiquei deliciando a minha coca.
-amor? Amor! – uma voz melosa soou e eu e o Roberto nos viramos pra ver quem era. Ele fez uma cara de ‘que droga’ quando avistou a Pâmela entrando no quiosque. Ela o abraçou e ele ficou intacto, sem se mover. – o que ela esta fazendo aqui com você? posso saber?
-era o único lugar vago, Pam. – ele fingiu se importar com ela e a abraçou, ainda sentado.
-olha aqui garota. – ela colocou o dedo na minha cara. – não se mete com o MEU namorado porque ele é MEU.
-quem disse que eu quero isso? Pode pegar o resto.
-você pegou o meu resto.
-e agora você pega o meu resto. – pisquei e a deixei irritada.
Ela pegou a primeira coisa de vidro que viu pela frente e jogou em minha direção. Como método de defesa, coloquei meu braço na frente que foi a vitima da palhaçada da azeda. Ele começou a sangrar na hora e eu não sabia o que fazer.
-olha o que você causou Roberto. – olhei de uma forma como se eu nunca o perdoaria.
Sai correndo, peguei um taxi e fui até o hospital mais próximo. No meio do caminho recebi uma mensagem do próprio me pedindo desculpas. Comecei a chorar na hora. Claro que eu o perdôo, mas não conseguiria admitir tão facilmente aquilo. Não respondi. E logo veio outra mensagem dele perguntando onde eu estava. Falei que eu estava indo para o medico. Ele então perguntou qual hospital e eu indiquei.
Cheguei no hospital, fiz meu prontuário e fiquei esperando que me chamassem. Quando me chamaram foi quando o Roberto, a Babi e o Rafa chegaram. O Roberto se prontificou de ficar comigo enquanto o medico fazia tudo necessário pra minha recuperação.
-demorei pois estava terminando com a imbecil da Pâmela.
-pra que isso?
-estou disposto a te reconquistar. Do jeito que você queria.
-Ro... deixa pra lá. Não somos feitos um pro outro. Não mais, você lembra? – eu falei em um tom doce.
-Laura, você é perfeita. Eu te amo.
-não sou perfeita.
-você é perfeita pra mim. Isso basta.
Fiquei sem resposta. Mas o medico logo veio com o curativo, e me retirou da sala dele, eu tive que ir sozinha e não dei a resposta pro Roberto. Fiquei me sentindo culpada, mas logo que saísse estava disposta a falar que SIM eu o queria de volta, com todas as letras e todas as minhas forças, que eram fracas no momento, mas...
Voltei feliz e saltitante e vi que só a Babi estava lá.
-cadê todo mundo?
- foram embora.
-não, não. Isso não pode estar acontecendo!
-o que aconteceu, Laura? Ah, é por isso que o Roberto saiu com cara de decepção?
Contei pra ela, chorando loucamente, que só me abraçou e disse que ficaria tudo bem.
Com o meu braço enfaixado, cheguei em casa e minha mãe quase surtou. Expliquei pra ela que começou a chorar. Não sabia como reagir, então apenas a abracei e falei que estava tudo bem.
Fiquei deitada o resto do dia, assistindo filme e tentando falar com o Roberto que não me atendia de maneira nenhuma. Fiquei desesperada, mas não desisti.
-o que foi querida? – minha mãe perguntou ao perceber que não tirei o celular do lado.
-problemas com o Roberto.
-meu anjo, é assim mesmo. Vai se resolver se for pra ele ser seu, e se não acontecer nada... bem, isso quer dizer que há alguém melhor a sua espera.
A abracei tão forte, que nem sei. Cansada de ver filmes acabei dormindo e acordei cedo para o ultimo ensaio da banda, pois a apresentação era a dois dias.
Acordei animada para fazer o ensaio. Me produzi toda e fui para a escola. Fui a ultima a chegar, mas começamos a cantar. Animados de mais, mesmo com os empecilhos da vida.
-o Roberto vem amanha? – perguntei ansiosa por um sim.
-não. – o Jonas respondeu.
-Como assim? Planejei tudo para que eu fizesse uma declaração pra ele. – quase chorei. Vi tudo embaçado, mas não queria dar meu braço a torcer.
-Laura, ele esta magoado. – o Jonas tornou a falar.
-por favor, o traga amanha. Eu imploro.
-você o magoou não correspondendo as declarações dele.
-eu ia falar, mas não deu tempo. Por favor, o traguem amanha.
-faremos o possível. – falaram como um coro.
Fomos a uma lanchonete como forma de comemoração a uma vitoria nossa. Ainda não tínhamos ganhado, mas meu coração dizia que esse prêmio era nosso.
Fiquei ensaiando por horas após chegar em casa. Minha mãe ficou me admirando e disse que não perderia meu show no dia seguinte, pois mesmo se eu perdesse pra ela eu seria uma vencedora, por ter vencido minha timidez. Ela me abraçou e pediu para que eu fosse dormir e foi o que eu fiz.
Mas acordei cedo no outro dia. Levantei, tomei um banho, coloquei minha roupa e me maquiei. Fiquei sentada, esperando pela minha mãe. Ela chegou a sala com um vestido tubinho vermelho com uma manga caída e um sapato da mesma cor. Ela parecia uma rainha. Fiquei babando e nem percebi como a Luiza estava.
-você está perfeita, mamãe. – a abracei forte. – não sei como o papai te largou.
-tudo muda nessa vida. Alguns sentimentos são cultivados e mudam para melhor, outros são deixados de lado, viram rotina e acabam ficando chatos. Ate que as pessoas se cansam e largam isso.
Quase chorei. Mas fomos indo para o carro e eu abri um super sorriso. ERA HOJE, pensei. Cheguei na escola com o mesmo sorriso e logo avistei o Roberto sentado, meio escondidinho. Notei também que a Luiza o viu e saiu correndo para o abraçar e minha mãe sentou-se ao lado dele.
-De nada. – o Jonas disse. Virei para vê-lo e quase babei com ele parado na minha frente de terno.
-Muito, mas muito obrigada.
Ele me abraçou forte.
-você está apaixonante hoje.
Sorri e comecei a aquecer minha voz...
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