Who Owns My Heart? escrita por Alecrim


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Hihi, um dos últimos capítulos antes do término da temporada.
SMAAAAAAACK
:3



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– Ah não - fechei os olhos - Você sabe que eu odeio me enfiar no meio do povo. Ainda mais nessa época, que vai estar tudo lotado.
– Eu sei - ela mordeu um pedaço do lanche - Mas, por favor. Eu queria decorar a casa esse ano. Ainda mais que você está aqui, e os meus pais não vão poder vir.
– Não? Por quê? - olhei para ela, surpresa
– Coisas do trabalho do meu pai. Parece que vai ter uma festa comemorativa na empresa dele, e é meio que obrigatório ele ir - ela deu de ombros - Mas acho que em janeiro iremos poder ver eles.
– Ah, que bom. Eu estou com saudades deles - sorri, lembrando de quando íamos eu, minha mãe, Cindy, seus pais e Thiago para o zoológio. Era meio bobo lembrar disso, mas algumas coisas da nossa infância ficam marcadas em nossa memória sem nem sabermos o porquê.
– Mas então, vamos amanhã? O Natal já é semana que vem! - ela aumentou o tom da voz, como se implorasse
– Ok, ok - bufei, revirando os olhos - Mas só porque eu gosto de arrumar a árvore.
– Eu sei. Você tem um gosto incrível para as coisas.
– Cindy, não pensa que você vai me deixar mais feliz com isso.
– Mas é verdade - ela falou, esganiçando um pouco a voz
– Tá, deixa disso. Vou lá para o nosso quarto, porque ainda nem coloquei as minhas roupas no lugar - falei, me levantando
– Ah, tem razão. Tem muitas malas empilhadas por lá. Arruma isso logo.
– Ui, alguém está incomodada com a minha presença - passei por ela, bagunçando seu cabelo
– EI! - ela disse, assim que fiz isso
Saí dando risada, e subi. Entrei no quarto, e para a minha infelicidade, Allan ainda estava lá. Por que a Cindy não me avisou? Cacete.
– Oi Mel - ele me olhou
– Oi.
– Estava esperando mesmo você subir. Ouvi você falando com a Cindy.
– Me esperando? - me surpreendi - Por quê?
– Não se faz de idiota - ele foi até a porta, e a fechou. Sua expressão era séria - O que nós vamos fazer em relação ao o quê aconteceu noite passada?
– Ótimo, VOCÊ vem me perguntar isso - revirei os olhos, e cruzei os braços
– É óbvio - ele balançou as mãos - Nós temos que resolver esse assunto juntos.
– Não totalmente - me virei para a cama de Cindy, e me sentei - Eu não tenho culpa nenhuma. Quem tem é você.
– Tá louca? - ele aumentou o tom da voz - Por quê eu sou o errado da história?
– Me explica uma coisa, Allan: por acaso era EU que não estava bêbada? Por acaso era EU que estava comprometida há um dia com uma pessoa?
– Eu te confundi com ela!
– ISSO É IMPOSSÍVEL! - gritei, minha paciência havia se estogado - Nossos cabelos são diferentes, nossos olhos, o formato do corpo!
– Estava tudo muito escuro...
– Então por quê veio justo em mim? Não em qualquer outra? Se fosse pra se confundir, se confundisse em qualquer uma, não em mim!
– A gente não escolhe em quem se confunde - ele também cruzou os braços
– Faça-me o favor, Allan - comecei a dar risada. Eu não conseguia lidar com esse tipo de situação. Eu ria por nervosismo - Essa história está muito mal explicada - olhei para o chão
– Ok, ok - ele bufou - Você quer a verdade?
– Não! Pode mentir, vai lá - ironizei, e olhei para ele cínica
– Foi uma aposta, Mel - ele olhou para o lado
– A - aposta? - minha voz tremeu - Como assim?
– Aposta. Com os meus amigos. Se eu conseguisse transar com você, eles prometeriam que nunca mais iriam me encher para ficar com nenhuma garota enquanto estivesse com a Cindy.
–E... por quê... eu? - eu estava pasma
– Por que você acha? Talvez pelo fato de você ser melhor amiga dela.
Fiquei algum tempo em silêncio, o encarando. Até que comecei:
– Essa é a coisa mais estúpida que eu já ouvi em toda a minha vida - dei de ombros, deixando que algumas lágrimas rolassem pela minha face, às secando rapidamente
– Você... se magoou? - ele riu
– Se eu me magooei? Claro que sim! - aumentei o tom da minha voz - Caralho, Allan! Nós somos amigos desde criança! Como você pôde fazer isso? Só por quê eu estava bêbada? - eu falava cada vez mais rápido, e mais alto
– Mel, calma - ele tentou me interromper
– NÃO! Eu comecei, eu vou terminar. Você não é homem o suficiente? Que tipo de cara se deixa influenciar pelos amigos por causa de algumas garotas bonitas, à ponto de não respeitar a própria namorada? Eles não podem te obrigar a fazer nada, Allan. Absolutamente nada. Ou será que você é fraco, e não consegue resistir à tentação? É isso? - eu já perdia a minha respiração, e a raiva em mim só aumentava - Ou você é um completo imbecil, ou é um imbecil ainda maior, por andar com gente desse tipo.
Ele ficou me olhando. Não existia nenhuma expressão em seu rosto. Lágrimas não paravam de cair dos meus olhos, eu me sentia usada, triste. Magoada, pela minha amiga. Minha melhor amiga.
– Eu acho que... - Allan descruzou os braços - Eu vou descer - ele passou a mão na cabeça, e se virou, abrindo a porta.
Para a nossa surpresa, Thiago estava do lado de fora, provavelmente escutando tudo. E a sua cara não era uma das melhores. Quando Allan ia se pronunciar para dizer alguma coisa, Thiago simplesmente apontou para baixo e disse:
– Desce, Allan. Agora.
– Mas - ele balançou os braços
– DESCE - Thiago gritou
Apenas vi Allan saindo do quarto, para me sentar na cama de Cindy, com o rosto entre as mãos, chorando. Eu estava péssima.
– Ei - ouvi a voz de Thiago bem baixa, ecoando perto dos meus ouvidos - Ei, minha linda. Não fica assim não - ele se sentou do meu lado, envolvendo meu corpo com seus braços - Ninguém merece te ver chorando. Muito menos eu, e inclusive você.
– Você ouviu tudo, não ouviu, Thiago? - eu soluçava enquanto falava - Eu me sinto um lixo! Tanto por mim quanto pela Cindy! Que tipo de pessoa é o Allan?
– Não vamos ficar com raiva do Allan, ok? Ele continua sendo nosso amigo. Sei que ele está errado, mas precisamos dar um tempo para ele se explicar direito.
– Eu sei, eu sei - eu balançava a cabeça positivamente - Mas eu continuo me sentindo mal. Realmente mal.
– Não precisa ficar assim - ele virou meu rosto para em direção à ele, segurando pelo queixo - Agora para de chorar, Mel. Por favor. Você tem tantos motivos para sorrir, você estava tão feliz lá embaixo - ele passou sua mão pelas minhas bochechas, secando as minhas lágrimas
– Obrigada - olhei nos olhos dele
– Pelo o quê, bebê? - ele sorriu, passando os olhos por cada traço do meu rosto
– Por de repente ter se tornado muita coisa que eu nunca pude ter. Por do nada passar a ficar do meu lado em inúmeras situações. Por ter aparecido na minha vida há algum tempo atrás, e nunca ter saído dela.
– "Algum tempo atrás"? - ele repetiu a minha frase - Tá louca? Isso aconteceu há muito, muito tempo, esqueceu?
– Claro que não. Mas é que... parece que foi ontem que estávamos pulando de um lado para o outro com a Cindy, brincando de pega-pega... junto com o Allan - falei ainda mais baixo o fim da frase
– Sim - ele deu risada - Eu me lembro muito bem disso tudo. Mas você não precisa me agradecer, Mel. Se eu faço isso tudo, é porque eu quero. Porque eu gosto de te ver bem.
– Eu também gosto de te ver bem, Thi. Eu realmente gosto - segurei seu rosto com as minhas duas mãos, e beijei sua boca com um selinho, logo em seguida o puxando para um abraço - É tão bom te ter aqui... - suspirei
Pude sentir ele sorrindo, e ele me abraçou de volta, de um jeito realmente reconfortante. Ah, Thiago. Seu filho da puta. Por quê eu gosto tanto de você?
Ficamos assim durante mais algum tempo, e então resolvi me afastar, e logo disse:
– Olha, eu realmente tenho que terminar de organizar as minhas coisas aqui, ok? - enxuguei o restante de lágrimas que existiam no meu rosto
– Tudo bem. Vou descer para ver como está o clima entre a Cindy e o Allan.
Acenei com a cabeça, e dei um sorriso, e então Thiago saiu do quarto, me deixando só.
Agora minha cabeça dava piruetas. Eu tinha passado na faculdade que eu tanto queria, ok.
Descobri que o fato do Allan ter transado comigo só aconteceu por causa de uma aposta ridícula, e agora eu poderia ter estragado a felicidade da minha melhor amiga.
Eu gritei com o Allan, e as atitudes dele podem ter feito com que a nossa amizade nunca mais seja a mesma.
E, bom... eu praticamente havia me declarado para o Thiago.
É, vários acontecimentos para uma noite. Tirando o fato de que eu corria o risco de estar mesmo gostando dele.
Enquanto colocava as minhas coisas dentro da parte do guarda-roupa que Cindy havia separado para mim, esses pensamentos não saíam de jeito nenhum da minha cabeça.
Já estava quase terminando quando fui interrompida pela minha própria melhor amiga adentrando o quarto:
– MEEEEEEL! -ela gritou, que nem uma louca - Então, eu fiz uma lista do que devemos comprar! - ela se jogou na cama dela
– Você tá bem? - me virei para ela
– Ai sua boba! - ela riu - Você sabe o quanto eu fico animada com esse tipo de coisa!
– Sim, eu sei. Mas... você não ficou sabendo de nada?
– Deveria? - ela fechou a cara
– Não - também ri - Só perguntei. Mas e então? O que devemos comprar? - eu disse, mudando de assunto, e terminando de colocar a última peça de roupa organizadamente dentro do armário, e fechando a porta
– Bom, é o seguinte... - ela começou a falar, e eu me joguei na cama, ao lado dela
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Acordamos bem cedinho, e eu decidi tomar um banho enquanto ela preparava um café bem rápido.
Coloquei uma roupa confortável, fiz uma trança bem solta, e desci.
– Meeeel - Cindy gritou da cozinha
– Não grita - falei repreendendo-a - O Allan e o Thiago ainda tão dormindo.
– Ah - ela deu de ombros - deixa pra lá. Enfim, toma aqui uma maçã, e vamos - ela pegou a minha mão e colocou a maçã nela
– Mas... você não ia fazer café? - falei, decepcionada
– Ia, mas eu queimei tudo - ela bufou
– QUEIMOU TUDO? - gritei, me segurando para não dar risada
– Sim, queimei - ela cruzou os braços
– COMO ASSIM? - comecei a rir muito, muito alto
– Eu não tenho prática na cozinha, porra. Você sabe que eu só sei fazer macarrão e miojo.
– MEU DEEEUS - coloquei a mão na boca, com uma tentativa de abafar o riso - Eram só panquecas, Cindy!
– Eu. Não. Sei. Fazer.
– Ok, ok - passei a mão nos meus olhos, secando as lágrimas que começavam a cair por causa da risada, e então suspirei
– Não vi motivo para tanta graça - ela fechou a cara
– Oooown, desculpa - apertei as bochechas dela - Mas é que engraçado demais saber que você fez até aulas de culinária, e não serviram pra nada.
– Vai se fuder - ela bateu nas minhas mãos, tirando-as da cara dela - Vamos logo, ok?
– Tá bom, só vou beber um copo de água. Vai indo lá para o meu carro - joguei as chaves para ela - Mas eu dirijo.
– Afe! - ela exclamou, decepcionada - Tá bom. Mas um dia eu ainda vou dirigir ele.
Dei uma risada, e fui em direção ao filtro da geladeira, com um copo. Coloquei a quantidade de água que eu queria, e me apoiei no balcão.
Olhei para a mesa, e notei que o meu notebook ainda estava lá. Na "correria" de ontem, até esqueci que ele existia, e que o tinha deixado aqui embaixo.
Fui em direção à ele, porque percebi algo de diferente. Um papel embaixo dele. Peguei-o rapidamente e pude ler:
"Oi, Mel. Você provavelmente sabe quem sou eu, não sabe?
Então, eu fui no seu quarto agora há pouco, porém você já estava dormindo, hehe. E estava tão bonitinha, mas tão bonitinha, que resolvi não te acordar.
Eu só queria te perguntar uma coisa, bem importante. Mas acho que vou ter que esperar você voltar das compras amanhã.
Espero que tenha acordado bem, e que tenha um bom dia.
Beijos, Thiago"
Sorri ao ler. Eu não entendia o que estava acontecendo entre eu e ele, e muito menos o que eu poderia sentir por aquele homem.
Ele dava tantos sinais de que a minha companhia para ele era importante, de que EU simplesmente era importante para ele. Tudo o que ele falava, tudo o que ele dizia.
A presença dele havia se tornado realmente especial.
Novamente, minha cabeça dava voltas. Tipo, estaria eu, apaixonada por ele?
– ME-LI-NAAAAAAAA - Cindy gritava do lado de fora da casa
– TÔ INDO - dobrei o papel e o coloquei no bolso da calça
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Notas finais do capítulo

Deixem reviews ou a menina do exorcista vai vomitar verde na cara de vcs, bjs