The World Of Evie escrita por CassBlake


Capítulo 43
Lembranças...


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas :) Como foi a semana? Estavam ansiosos?
Muito obrigado aos leitores pelos comentários *----------* Está quase chegando em 300 >.

Boa Leitura!!



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Arrependi-me assim que as palavras deixaram minha boca, eu sabia que esse não era exatamente o momento certo para me atualizar, Ethan provavelmente tinha tantas coisas na cabeça quanto eu e era infantil e injusto da minha parte ficar irritada apenas porque ele não queria falar sobre o assunto agora.

Tinha vontade de pedir desculpas, mas meu orgulho me impedia e antes que sequer pudesse questionar a mim mesmo Ethan parou o carro no acostamento com um movimento brusco. O cinto de segurança me segurou contra o banco.

- Que porra, Ross? – perguntei, esquecendo que estava arrependida por mandá-lo se foder.

Ross me lançou um olhar de morte, seus olhos azuis gelo brilhavam em fúria. Ele apertou o volante com força antes de soltar e soca-lo.

- Sinto muito se não quero sobrecarregar você com mais noticias de merda! – falou furioso.

- Não estou sobrecarregada! – gritei de volta.

Eu não estava sobrecarregada!

- Infernos, Evie! Você casou, sua tia morreu e você matou um homem, tudo em um curto espaço de tempo! É meio obvio que você está sobrecarregada! Agora uma vez na sua vida faça o que digo e, por favor, fique quieta, não me faça perguntas até que chegarmos a um lugar seguro, pode fazer isso? – perguntou segurando meu queixo para me manter olhando para ele.

Estreitei meus olhos para ele deixando ele visse minha frustração e irritação, ao invés de responder eu apenas revirei meus olhos para ele e tentei me afastar tirando sua mão de mim, mas antes que eu pudesse me afastar completamente ele se inclinou e me beijou na testa e então nos lábios, minha mão agarrou sua blusa automaticamente e quando ele estava prestes a se afastar eu o puxei de volta, nem um pouco satisfeita com apenas um beijo. Senti seu sorriso contra meus lábios antes dele afundar sua mão nos meus cabelos e me beijar com força e fome, não havia nada de delicado nesse beijo, era selvagem e eu adorava.

- Vamos chegar lá dentro de 4 horas se o transito estiver bom e então podemos conversar ok? – perguntou se afastando apenas o suficiente para me olhar nos olhos.

- Tudo bem – respondi pressionando meus lábios uma ultima vez contra os seus e voltando para meu lugar.

- Obrigada – falou voltando a nos colocar em movimento.

[...]

A viagem seguiu sem nenhum problema, permaneci calada e apenas observei a linda paisagem ao nascer do sol, era tudo lindo, a natureza era linda, eu estava maravilhada com todo o cenário e não desperdicei meu tempo dormindo apesar de estar cansada, mas a paisagem não era o único motivo que me manteve acordada, eu não queria deixar Ethan “sozinho”, e apesar de não falarmos, às vezes ele segurava minha mão na sua, entrelaçando nossos dedos enquanto dirigia com uma única mão.

O transito aparentemente não estava bom e pelo xingamento de Ethan uma das rodovias que iríamos pegar estava fechada, então tivemos que desviar o caminho pelo menos duas vezes. Olhei o relógio no painel que indicava que eram oito e meia da manhã, suspirei querendo perguntar quando iríamos parar, eu definitivamente tinha me acostumado a fazer refeições regulares.

- Vamos parar no próximo posto – falou Ethan como se tivesse lido meus pensamentos.

- Já tenho permissão para falar? – perguntei com uma pitada de sarcasmo.

- Eu nunca disse que não poderia falar – respondeu com um sorriso diabólico no rosto e diversão brilhando em seus olhos.

- Disse sim, disse que era para ficar quieta e não fazer perguntas – respondi.

- Pedi para não fazer perguntas inoportunas, não te proibi de falar. – respondeu ainda com aquele maldito sorriso no rosto.

Mordi o lábio e virei de volta para a janela, decidida a ignora-lo.

Pouco depois de meia hora paramos em frente a um grande posto de gasolina, havia um loja de conveniência e um restaurante, no estacionamento do restaurante tinha uma certa quantidade de veículos, mas não o suficiente para que o lugar estivesse realmente cheio, mas não foi isso que chamou minha atenção, e sim as câmeras de vigilância.

Jerry podia não gosta muito da tecnologia, mas isso não significa que seus subalternos não iriam utiliza-la para me encontrar.

- Tem muitas câmeras de vigilância. – falei para Ethan.

- Aqui, olhe isso – olhei para Ethan e vi um aparelho do tamanho de uma caixa de fósforo em sua mão – Esse aparelho vai interceptar o sinal das câmeras e enviar tudo para Loki, então não precisa se preocupar em ser filmada.- explicou guardando o aparelho no  bolso.

Fiquei aliviada em saber disso, então sem mais espera tirei meu sinto de segurança e saí do carro. Era fantástico esticar as pernas, dei um passo para frente e logo senti a mão de Ethan deslizar pela minha cintura, sai de seu aperto e sem lançar um olhar para ele andei até a porta do restaurante, pude ouvir sua risada antes da porta se fechar.

O restaurante não era muito grande, havia algumas mesas em frente à janela, os bancos eram vermelho e tinham forma de U, havia banquinhos em frente ao balcão onde algumas pessoas comiam panquecas ou tomavam café. Escolhi uma mesa no canto, que nos dava uma ótima vista da porta de entrada e do estacionamento e sentei, logo Ethan sentou na minha frente, ainda com um sorriso no rosto.

Cretino!

Uma garçonete vestindo um uniforme curto se aproximou da nossa mesa com um cardápio na mão, ela tinha cabelos escuros com algumas mechas douradas, usava salto e muita maquiagem no rosto. Quando ela viu Ethan seus lábios marcados em vermelho sorriram e seus olhos brilharam em interesse, ela nem sequer me olhou quando colocou o cardápio na frente de Ethan e se inclinou nos dando uma ótima visão de seus seios que estavam espremidos pelo sutiã de renda.

- Estamos servindo o especial pela metade do preço hoje – ronronou descaradamente para Ethan.

Fiquei completamente surpresa com sua atitude descarada e antes que eu conseguisse reagir ela disse:

 - Basta de chamar quando estiver pronto – ela piscou para Ethan e saiu rebolando.

- Então, que vai querer? Panquecas ou omeletes? Tem bolo de chocolate também... – comentou Ethan olhando o cardápio normalmente como se a puta da garçonete não estivesse acabado de flertar descaradamente com ele na minha frente.

Tentei controlar meu ciúme enquanto respondia da maneira mais calma que podia que queria panquecas, Ross acenou e olhou uma ultima vez o cardápio antes de chamar a garçonete.

Ela chegou rapidinho, com um sorriso malicioso no rosto e novamente fui ignorada.

Senhor! Não existe ninguém com uma vagina que não tente roubar meu homem?

- Já decidiu o que vai ser? – ela perguntou, por um momento esperei ela pegar um bloquinho de papel e uma caneta, mas a única coisa que ela fez foi colocar a mão no ombro de Ethan.

Nenhuma mulher toca no que é meu.

- Tire a mão do meu marido, se não quiser ficar sem ela – falei com uma voz fria para a garçonete atirada, ela apenas me olhou surpresa e acho que estava prestes a falar algo, mas antes que ela pudesse dizer lhe dei meu melhor sorriso maníaco. – Queremos panquecas, bacon, suco de laranja e bolo de chocolate – falei e então fiz um movimento com a mão, que vi muitas mulheres fazerem em filmes, dispensando a vadia.

Ela olhou para mim por mais um momento antes de sair.

- Bem, pelo menos você não quebrou o nariz dela – disse Ethan mordendo os lábios para não rir.

C-R-E-T-I-N-O!

- Talvez você não tenha a mesma sorte – respondi irritada.

E então ele riu alto, um maldito sorriso que me fez estremecer de desejo por ele e se possível, ama-lo ainda mais.

[...]

Depois das emoções do café da manhã e mais um pouco de estrada finalmente chegamos a uma casa de campo de dois andares, ela era branca, com jardins cuidados e uma garagem grande onde tinham dois Ranger Rover preto e duas motos, Ethan estacionou nosso carro no único espaço vazio e me levou para dentro. De dentro da casa notei algo, que todas as janelas tinham grades, os moveis eram simples, mas tinha tínhamos televisão a cabo e uma cozinha grande cheia de mantimentos. Os quartos no andar de cima continham apenas o essencial, cama, cômoda e um banheiro.

- Estamos sozinhos aqui? – perguntei para Ethan jogando minha mochila no chão do quarto.

- Não, mas não vão nos incomodar até que tenhamos dormido – falou fechando a porta atrás dele e jogando sua própria bolsa no chão.

Sem falar mais nada ele me puxou pela mão até a cama, tirou minhas botas para mim e me deu um beijo, antes de tirar os próprios sapatos e deitar ao meu lado. Ele passou um braço em volta da minha cintura e eu me acomodei contra ele e antes que pudesse ter um segundo pensamento eu estava dormindo.

“- Tudo culpa sua! Eu sabia! Sabia que não deveria ter acreditado em você! – gritou Lara.

Lara nunca gritava, apenas quando estava sendo estuprada, e tirando essas terríveis ocasiões ela nunca, definitivamente gritava, nunca. E agora ela estava gritando com Jerry, ela tinha um olhar maníaco nos olhos e uma arma na mão que estava apontada para Jerry.

- CULPA SUA, PORRA! PERDI MEU BEBÊ, POR SUA CULPA! VOCÊ JUROU QUE SERIA DIFERENTE, DISSE AMARIA MEU BEBÊ– gritou mais alto dessa vez.

Jerry não parecia se importar com a arma, ele apenas riu alto. Eu sabia que Jerry tinha obrigado Lara a fazer um aborto alguns meses atrás, eu me lembrava de como ela ficava acariciando sua barriga quando estava cozinhando, eu sentia ciúmes do bebê em sua barriga, apenas um feto, mas um feto que recebia mais amor do que já recebi dela.

- Sua vadia! Você realmente achou que eu poderia amar? – ele teve uma crise de risos, o pensamento de que Jerry amasse era hilária até mesmo para mim e assim como meu pai eu ri.

Meu riso atraiu a atenção de Lara para mim pela primeira vez desde que ela tinha entrado na sala de Jerry, eu apertei meus lábios para parar de rir, meu dente da frente estava doendo e os cortes nos meus lábios ardiam quando eu ria, mas eu estava grata por Jerry não ter quebrado meus dentes, meu corpo estava coberto apenas com o sangue e pequenas pedrinhas de sal que Jerry jogou nas minhas feridas, ele esqueceu o vinagre hoje.

- Quem é ela? – gritou Lara apontando sua arma para mim.

Em algum lugar em mim senti dor, por minha própria mãe não lembrar quem eu era, mas eu sabia que nos últimos meses ela tinha roubado drogas do Jerry para tentar aplacar a dor de perder seu bebê, e agora a droga tinha destruído sua mente, se antes ela já não era nada além uma casca, agora até mesmo a casca estava quebrada, faltando pedaços...prestes a desmoronar completamente.

- Sua filha, a única coisa certa que você fez! Não assim tão certo, posso dizer, a garota está dando trabalho, ela não quer fazer o que eu mando. – comentou Jerry antes de ficar na minha frente, me protegendo da mira de Lara.

NÃO! Isso era errado! Jerry não me protegia, ele não fazia isso! Jerry machuca, mata e destrói, como o próprio satanás, ele gosta de ver sofrimento!

- EU.NÃO.TENHO.FILHOS! – afirmou Lara.

Jerry se virou para mim, me desamarrando da cadeira, ele não parecia se importar que Lara tivesse uma arma, ele apenas de se abaixou e liberou meus pés, então fez o mesmo com minhas mãos.

- Você não é mais de utilidade para mim! – falou para Lara.

Jerry me deu um sorriso de lobo, colocou uma P-245 em meu colo e disse baixinho:

- Mate-a, ou eu vou fazer isso – o sorriso que ele me deu me fez saber que ele iria mata-la da pior maneira possível.

Olhei a arma no meu colo quando Jerry saiu da minha frente, permitindo que eu pudesse ver Lara novamente. Seu cabelo loiro estava uma bagunça, ela tinha olheiras e seu rosto tinha uma cor feia, estranha, mórbida. Ela já estava morta por dentro.

- JERRY SEU PORRA! ESTOU FALANDO COM VOCÊ! – ela gritou quando viu Jerry sair da sala, nos deixando sozinha, mas antes de fechar a porta ele sorriu para mim, deixando a morte de Lara em minhas mãos.

Lara apontou a arma para a porta e apertou o gatilho, mas nada aconteceu e percebi o porquê de Jerry não estar preocupado antes, a arma de Lara não estava carregada.

Peguei a arma no meu colo com a mão esquerda, senti o nó na garganta, eu queria gritar, queria pegar Lara e leva-la para longe, tentar salva-la, mas isso era impossível! Uma vida fora daqui era impossível.

- AH! JERRY! – Lara gritou e continuou apertando o gatilho, como se em sua cabeça a porta fosse Jerry e sua arma realmente estivesse carregada.

Observei Lara por mais alguns segundos em sua completa loucura, então fechei os olhos e me preparei...

Um...

Dois...

Três...

...Me preparei para matar minha mãe.

Então abri os olhos e apesar da imagem ser turva mirei em sua cabeça e apertei o gatilho.

O barulho do tiro me fez gemer, o barulho de seu corpo caindo no chão me fez querer atirar em mim mesma, mas eu era covarde e lancei a arma para longe de mim, consumindo o resto das minhas forças em apenas ter aquela maldita arma longe de mim. Puxei meus cabelos enquanto gritava com ódio, ódio de mim mesma por mata-la, ódio de Jerry por me obrigar a fazer isso e ódio de Lara por ser estúpida o suficiente para se envolver com Jerry.”

Abri os olhos, minha respiração estava rápida e Ethan me segurava em seu colo, seus lábios se moviam, mas eu não escutava nada, ele me olhava com preocupação . Meu estomago embrulhou e me afastei de seus braços, eu era suja, eu era ruim, não merecia que Ethan me amasse, que cuidasse de mim. Tropecei para fora da cama, corri para o banheiro e cai de joelhos em frente ao vaso, vomitando enquanto que a lembrança da morte de Lara me levava para o inferno.


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Notas finais do capítulo

Entãooo? O que acharam?? Suspeitavam disso? ou estão surpresos? rsrsrs, bem, aguardo os comentários >.

Kiss ~Cass