The World Of Evie escrita por CassBlake


Capítulo 3
A Fuga


Notas iniciais do capítulo

Hey, aqui mais um capitulo para vcs >.

Atualizado (19/01/14).



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Cheguei até a porta e a abri devagar, tentando não fazer nenhum barulho. Saí como se não tivesse nada a temer e olhei os dois lados do corredor, estava vazio.

Abri minha boca para falar ao agente Ross que ficasse quieto e me seguisse, mas antes que eu pudesse falar ele passou ao meu lado tomando a frente, a arma firme em suas mãos.

Olhei para as costas largas que agora estavam na minha frente, ele era alto, um metro e oitenta no mínimo, e pelo que pude avaliar tinha músculos definidos por debaixo das roupas. Bem, não importa quão bonito o cara era, ele era meu passe de saída desse inferno e não iria deixar ele me atrapalhar ao nos tirar daqui.

Eu havia tinha formado um plano de fuga para essa noite, a única coisa que fiz foi algumas pequenas mudanças e a maior delas era ter incluído ele no meio.

Não iria deixá-lo acabar com meu plano!

Respirando fundo e tentando controlar minha súbita raiva segurei com força o braço dele, ou ao menos o que eu achava que era força, pois em um segundo eu estava pressionada contra a parede com o olhar duro de Ross sobre mim.

– Não encoste em mim - ele disse com tom de ameaça, sua voz baixa e seu halito batendo em meu rosto.

Senti-me suja pelo modo que ele falou, como se eu fosse uma leprosa ou algo pior, senti meu coração apertar pelo desprezo que ele demonstrava, mas afundei todas essas novas e irritantes emoções, eu não precisava delas, eu não precisa do carinho de ninguém e nem da gentileza daquele homem.

– Escute bem, sou eu quem vai nos tirar daqui, esse foi o trato, eu nos tiro daqui e você me ajuda quando eu estiver lá fora, então se quiser da o fora daqui é melhor sair do meu caminho e parar com essa merda! - disse com raiva o olhando nos olhos, apesar de que para isso eu tive que levantar minha cabeça já que o cara era todo alto e eu era apenas uma coisinha pequenina de um metro e cinquenta e seis.

Ross semicerrou os olhos parecendo irritado, seus lábios pressionaram juntos e ele respirou fundo, como se precisasse se acalmar.

– Ótimo, mas quando sairmos eu vou está na frente, entendeu? - perguntou frio seus olhos nunca desviando dos meus.

O cara realmente me desprezava.

Dando-me um ultimo olhar ele saiu de perto de mim e fez um gesto indicando para eu ir à frente, lancei mais um olhar para ele antes de seguir em frente.

Passamos por mais dois corredores, faltava apenas atravessar o deposito onde estava à maioria da mercadoria ilegal e cruzar mais um par de corredores e estaríamos na sala correta e a apenas um passo de sair daqui.

Andei devagar pelo corredor porque apesar de eu querer sair daqui o mais rápido possível não queria estragar minha chance de fugir agindo sem pensar ou com pressa, afinal estava dando certo, mas um pouco e iríamos sair dali, eu apenas precisava de mais um pouco de paciência.

Onde ela está? Vamos logo seu inútil, temos uma ótima oportunidade de pegar aquela gracinha, sabe o quanto os caras do Ronny estão pagando por ela?

Senti meu sangue gelar e parei no mesmo instante. Oh, droga.

Tem certeza que ela vale a pena a ira do Jerry? O cara pode ser um pé no saco!

Ouvi um xingamento atrás de mim, e não pensei duas vezes antes de virar e agarrar Ross pela mão.

– O que... - ele não terminou de falar.

Apertei sua mão com força quando ele tentou puxar e corri voltando pelo corredor o puxando.

– Que infernos! - ouvi uma exclamação atrás de nós.

Oh, droga.

Virei à direita entrando em um corredor com várias portas, chutei com força a primeira delas, perdi minha respiração por um momento quando minhas costelas protestaram o movimento e me lancei para dentro com Ross logo atrás.

– É isso que você chama de nos tirar daqui? - perguntou irado se soltando da minha mão com repulsa.

Olhei ao redor procurando uma saída, mas a sala não tinha janelas, ou seja, sem chance de escapar por aqui, tínhamos apenas alguns segundos antes deles entrarem na sala, pude ouvir o barulho uma arma sendo carregada e levantei o olhar para Ross. Eu não podia o deixar fazer barulho e chamar o resto dos homens, isso apenas tornaria mais difícil nossa fuga.

Os homens de Jerry eram muito arrogantes, não iriam pedir ajuda e muito menos usar suas armas até que achassem realmente necessário, eles se achavam invencíveis e isso seria uma vantagem para nós, mas mesmo assim não queria ter mais homens vindo para cima de nós, não seria um movimento inteligente.

– Fique aqui e espere o momento certo antes de sair - falei antes de voltar para o corredor.

Fred e Thomas pararam bruscamente na entrada do corredor quando me viram, seus olhos brilhando e sorrisos aparecendo em seus rostos.

– Olha só Fred, parece que achamos nosso prêmio... E ela não estava sozinha, onde está o refém? - perguntou Thomas avançando devagar.

Os dois homens eram irmãos, Thomas podia até ser inteligente, mas Fred não deveria sequer ter um cérebro dentro daquele enorme cabeção. Os dois se vestiam como motoqueiros, tinham algumas tatuagens ridículas e cabelos raspados, a imagem ideal dos criminosos que passavam na tv.

– Eu não sei como ele escapou, não tive escolha a não ser tentar segui-lo - tentei contornar a situação mesmo sabendo que minha desculpa era ridícula até mesmo para Fred.

– Então porque iria correr de mãos dadas com o fugitivo como se fossem dois amantes desafortunados? - perguntou Thomas chegando cada vez mais perto, seus olhos brilhando com zombaria.

Não podia permitir que ele entrasse dentro daquela sala, assim dei dois passos para frente e me encontrei com ele no meio do caminho, apenas poucos centímetros nos separando.

– Ele me agarrou – falei desviando meu olhar dela para Fred e vice versa.

Senti a ponta afiada da faca contra minha pele, o aço frio e reconfortante, a faca estava virada para cima suavemente escondida pelo meu braço.

– Mentira - disse Thomas baixinho antes de suas mãos agarrarem meus longos cabelos com força e o puxar, fazendo meu couro cabeludo doer.

Eu já estava acostumada com isso, com a dor, ser surrada desde que eu era apenas uma criança fez a dor ser familiar para mim. Eu não xinguei pela dor ou gritei, Jerry desprezava pessoas que demonstravam fraqueza, a dor sempre ficava maior cada vez que eu gritava, a surra era sempre mais forte e mais longa se eu soltasse qualquer som, então com o tempo aprendi a aceitar a dor, a não demonstrar fraqueza.

Olhei Thomas nos olhos com uma expressão impassível, sem mostrar dor, sem mostrar medo, mesmo que sentisse ambos.

– Ele fugiu, talvez se você correr um pouco ainda possa alcançá-lo, Jerry não vai ficar feliz se descobrir que o refém dele sumiu enquanto ele estava fora. - minha voz era fria, sem qualquer traço de emoção, meu rosto sem expressão.

Thomas semicerrou os olhos para mim, olhos negros e terríveis me avaliando com cuidado, procurando qualquer indicação de mentira.

– Você o deixou escapar, pequena abelhinha e vai ter que pagar por isso. - seu punho levantando para me acertar no rosto.

– Não – respondi - Vocêvai pagar - conclui levantando a minha mão girando a faca em meus dedos e enfiando-a em sua barriga, ouvi com satisfação seu grunhido de dor e sem qualquer remorso ou piedade puxei a fora apenas para rasgar sua garganta fora.

Virei para o lado tentando evitar alguma parte do sangue, mas ainda assim senti o líquido quente sobre minha pele e então o vi cair no chão com um baque, primeiro sobre os joelhos e depois tombou para frente, o sangue em seu pescoço iniciando uma piscina de sangue ao seu redor.

– SUA VADIA! O QUE MERDA VOCÊ FEZ? - exclamou Fred olhando em pânico para o corpo de seu irmão.

E então a surpresa e o choque passou, e em piscar de olhos ele avançou para cima de mim, mas ao invés de sentir o impacto de um corpo grande se jogando em mim fui empurrada para o lado, meu corpo batendo contra a parede enquanto eu via Ross atacar Fred.

Ele era tão rápido e ágil como eu imaginei que seria, evitando um golpe de Fred com facilidade e então socou o rosto de Fred com tanta força que ouvi o barulho de algo estralar antes de Fred cair no chão inconsciente.

Isso foi rápido, mas estávamos ficando sem tempo.

– Vamos - falei tentando acalmar minha respiração antes de sair do meu lugar na parede e passar junto a Ross dessa vez correndo pelo corredor.

– Infernos, têm certeza que temos que voltar por aqui? - perguntou irritado correndo ao meu lado.

– Sim, temos que passar pelo deposito, a parte da frente e traseira do prédio tem câmeras e Jerry tem homens monitorando, temos sair pelas laterais, assim podemos por alguma distancia entre nós até que eles descubram que fugimos. - expliquei enquanto corria não me importando com o barulho dos nossos pés contra no chão de madeira gasta.

– É melhor que esteja certa!

Não parei de correr até chegar à porta do deposito mesmo que a cada passo minhas costelas apertassem e doessem. Abri devagar a porta do deposito, a maldita porta rangia se fosse aberta bruscamente.

Tracei o caminho por entre as cargas na minha cabeça antes de seguir em frente, o deposito devia ter pelo menos dez metros de altura e havia cargas de todos os tipos empilhadas em torres de quatro a cinco metros, deixando o deposito como um pequeno labirinto para quem não conhecia o lugar.

– Depois daqui vamos por onde? - perguntou Ross atrás de mim.

– Existe apenas mais um grupo de corredores e salas do outro lado, uma dessas salas é o lugar por onde vamos sair. – respondi enquanto nos guiava por meio das caixas.

Ele não fez mais perguntas, e rapidamente alcançamos as portas de ferro sem qualquer imprevisto dessa vez.

A ansiedade corria por minhas veias quando empurrei a porta e passei pelo corredor e por culpa da minha pressa não notei o homem encostado na parede ao lado da porta, nos aguardando.

E por instinto não soltei nenhum som quando seu punho acertou em cheio meu estomago me fazendo cair no chão não só por conta da força do golpe, mas também por conta da dor intensa nas costelas.

– Eu sabia que uma vadia como você iria tentar fugir de novo! - o homem riu, e não tive tempo de reconhecê-lo antes de ele ser tirado bruscamente de cima de mim.

Ross o socou com sua arma, e o empurrou para longe de mim subindo em cima dele o socando com mais força a cada golpe, o homem nem sequer teve tempo de revidar antes de apagar.

– Vamos logo, antes que apareçam mais alguns dos seus amigos! – resmungou se levantado.

Minhas costelas doíam e eu estava com uma forte vontade de vomitar, mais não me queixei das minhas dores, não derramei nenhuma lágrima. Tomando uma respiração profunda mesmo que doesse voltei rapidamente a tomar o caminho para nossa liberdade.

Eu estaria saindo desse lugar!


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Notas finais do capítulo

Espero q tenham gostado e comentem pvf xD

Atualizado (19/01/14).