The Simple Plan escrita por Tamiris Vitória


Capítulo 3
Eduardo, o guri abusado.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/291506/chapter/3

Já tinha se passado um mês desde a chegada dos irmãos Mendes a escola, Eric já estava se adaptando bem a tudo e a todos, inclusive ao quarteto que formávamos, éramos uma família e tanto.

Eu havia recebido uma mensagem via Bluetooth de Johnny dizendo para eu ir à sala onde ele estuda com urgência. E eu fui, deixando meus três amigos conversando sobre futebol.Andei pelo corredor e tive o desprazer de ver Carolina e Eduardo conversando bem na entrada da sala.

- E como anda o estômago, Paolla? - Ela perguntou, balançando seus ridículos cabelos loiros, e ele, (eu já disse que não gosto dele?) o insolente lançou-me um suspiro entediado. O que eu fiz pra ele me odiar?

- Isso não é da sua conta, querida. - parei na frente deles e ignorei o olhar de Eduardo. – Com licença.

- Hum, Paolla? - Ele chamou, forçando-me olha-lo. Fora a primeira vez que nos olhávamos tão de perto, Eduardo era um pouco mais alto que eu, ao contrario de Eric, que era do meu exato tamanho.

- O que,Mendes? Vai me jogar o que agora? Pedra? - perguntei, cruzando os braços e jogando a trança que eu havia feito em meu cabelo pra trás. Ele riu. O MALDITO RIU! Eu contei piada?

- Não.

- O que é então? - perguntei, preparando-me para socar aquele babaca.

- Nada, esquece. Você esta viva, se tivesse morrido, ou quase chegando lá eu pediria desculpas! - ele aumentou o tom de voz, aquele MOLEQUE ABUSADO DE NOME EDUARDO MENDES AUMENTOU A VOZ PRA MIM!

- Ô MOLEQUE? - Eu gritei apontando o dedo na cara dele. Carolina se afastou com um sorriso de malicia. – QUAL É O SEU PROBLEMA?

- O meu? - ele perguntou, fazendo-se de cínico. – Você que é LOUCA! Eu ia te pedir desculpas, mais que se exploda você.

- PEGA AS SUAS DESCULPAS E ENFIA NO...!!

- EPAAAA! - Johnny intercedeu, parando entre mim e o abusadinho. – Sem descontrole, Paolla. E você também, Dudu.

E eu finalmente entrei, mas controlando a minha respiração. Como esse garoto me irrita.

De quatro coisas eu tenho certeza:

1ª Eu odeio definitivamente esse garoto.

2ª Nada, mas nada mesmo mudará isso.

3ª Ele me odeia também, eu não sei por que, mas me odeia.

4ª E eu vou descobrir o por quê.

Cheguei na sala atrasada pois o assunto com Johnny durou mais que um intervalo, entrei e o professor Cacá sorriu, ele era um cara maneiro.

- Paolla. Que prazer você por aqui! - ele disse, começando a escrever sua matéria que obviamente era a minha preferida, português.

- Desculpa professor!

Ignorando o olhar dos mal-amado da minha sala, eu sentei-me ao lado de Eric, que me olhou interrogativo.

- Tive a impressão de ter ouvido gritos seus.

- Eu estava discutindo com a peste do seu irmão, e não me pergunte o porquê.

E ele não perguntou, só que em seu rosto havia um certo prazer em saber que eu discuti com Eduardo.

- Paolla!! - estávamos na ultima aula, Eric tinha acabado de voltar do banheiro. A aula era de história. – Pow, você não pode me negar isso!

Breno me lançou um olhar de malícia. É um idiota esse daí.

- Huum... Já chegaram a esses extremos? – Eu dei um pescotapa nele. – Ai, doeu.

- O que? - perguntei, olhando para Eric.

- Vai ter aula de dança aqui na escola, vamos fazer?

- Ha, há, há! Não! Eu sou toda dura. - e era verdade, eu sou péssima em dança.

- Por favor!!!

Ah, começou a sessão torture uma amiga que se sente atraída por você... PARTE I

- É pra dançar o que? - perguntou Tiago.

- Dança de salão. – Respondeu Eric, só que olhando pra mim.

- Ai...! – Gemi baixinho.

- Por favor? – Insistiu, com a carinha mais neném do mundo. Impossível resistir.

E não teve jeito, eu infelizmente não conseguia negar nada para ele.

(...)

O primeiro pensamento que tive ao chegar em casa e ouvir minha avó ouvindo Janis Joplin no último, fora o mais racional de todos: Ela é louca.

- VÓ! - gritei, vendo-a dançar feito uma minhoca eletrocutada. A véia tem mais energia que qualquer adolescente.

- O QUE É CACETE?? - eu bufei e desliguei o rádio. – Chata demais...

- Pelo o amor... Se fosse Green Day. - ela revirou os olhos, velha abusada. Mundo abusado, ta parei. – Preciso fazer um comunicado.

- Você esta grávida?

Minha avó realmente é uma mulher cômica, não sei por que a Globo não a chamou pro Zorra Total.

- Engraçadíssima, só que não... - baixei a cabeça, temendo a reação dela. Decidi então falar tudo rapidamente, me pouparia de perguntas difíceis. – Fareidançaaulasalaode.

- O cu de quem? - suspirei. – Fala direito menina!

- Eu farei aula de dança de salão na escola.

A risada que ela deu fora mais alta que os gritos de Janis Joplin.

- Vó, é sério.

Apoio moral pra que mesmo hein?

A matusalém continuou rindo. Com raiva, eu saltei do sofá.

- Desculpa. – Ela não conseguia se controlar. - Desculpa... Bacana Pam. Mais quem é o menino?

- Oi?

- Ah qual é? Sou velha, só que não sou burra.

Percebe-se, né...

Eu desviei o olhar, e comecei a assoviar, nervosa.

- Menino? Que menino? - perguntei, forçando um sorriso amarelo.

- Pela barba do Raul Seixas, vou sentar porque to vendo que hoje será um dia daqueles... – E ela se sentou no sofá e cruzou os braços, impaciente.

- Ta!! Você venceu!

Difícil morar com uma avó que conhece você dos pés a cabeça. Difícil, muito difícil.

(...)

Ao contar a minha avó toda a história sobre Eric, ela ficou em silêncio, apenas me olhava sem dizer nada.

- E você gosta dele? - Ela perguntou, quebrando o silêncio.

- Sim.

- E ele?

- Não sei.

- Hum, tudo bem. Espero que você não se decepcione. Esse garoto me pareceu pouco confiável.

- Por quê?

- Ele namora, Paolla.

Eu não respondi nada, ela foi pra cozinha e eu subi pro quarto, pensativa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Simple Plan" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.