The Simple Plan escrita por Tamiris Vitória
Já tinha se passado um mês desde a chegada dos irmãos Mendes a escola, Eric já estava se adaptando bem a tudo e a todos, inclusive ao quarteto que formávamos, éramos uma família e tanto.
Eu havia recebido uma mensagem via Bluetooth de Johnny dizendo para eu ir à sala onde ele estuda com urgência. E eu fui, deixando meus três amigos conversando sobre futebol.Andei pelo corredor e tive o desprazer de ver Carolina e Eduardo conversando bem na entrada da sala.
- E como anda o estômago, Paolla? - Ela perguntou, balançando seus ridículos cabelos loiros, e ele, (eu já disse que não gosto dele?) o insolente lançou-me um suspiro entediado. O que eu fiz pra ele me odiar?
- Isso não é da sua conta, querida. - parei na frente deles e ignorei o olhar de Eduardo. – Com licença.
- Hum, Paolla? - Ele chamou, forçando-me olha-lo. Fora a primeira vez que nos olhávamos tão de perto, Eduardo era um pouco mais alto que eu, ao contrario de Eric, que era do meu exato tamanho.
- O que,Mendes? Vai me jogar o que agora? Pedra? - perguntei, cruzando os braços e jogando a trança que eu havia feito em meu cabelo pra trás. Ele riu. O MALDITO RIU! Eu contei piada?
- Não.
- O que é então? - perguntei, preparando-me para socar aquele babaca.
- Nada, esquece. Você esta viva, se tivesse morrido, ou quase chegando lá eu pediria desculpas! - ele aumentou o tom de voz, aquele MOLEQUE ABUSADO DE NOME EDUARDO MENDES AUMENTOU A VOZ PRA MIM!
- Ô MOLEQUE? - Eu gritei apontando o dedo na cara dele. Carolina se afastou com um sorriso de malicia. – QUAL É O SEU PROBLEMA?
- O meu? - ele perguntou, fazendo-se de cínico. – Você que é LOUCA! Eu ia te pedir desculpas, mais que se exploda você.
- PEGA AS SUAS DESCULPAS E ENFIA NO...!!
- EPAAAA! - Johnny intercedeu, parando entre mim e o abusadinho. – Sem descontrole, Paolla. E você também, Dudu.
E eu finalmente entrei, mas controlando a minha respiração. Como esse garoto me irrita.
De quatro coisas eu tenho certeza:
1ª Eu odeio definitivamente esse garoto.
2ª Nada, mas nada mesmo mudará isso.
3ª Ele me odeia também, eu não sei por que, mas me odeia.
4ª E eu vou descobrir o por quê.
Cheguei na sala atrasada pois o assunto com Johnny durou mais que um intervalo, entrei e o professor Cacá sorriu, ele era um cara maneiro.
- Paolla. Que prazer você por aqui! - ele disse, começando a escrever sua matéria que obviamente era a minha preferida, português.
- Desculpa professor!
Ignorando o olhar dos mal-amado da minha sala, eu sentei-me ao lado de Eric, que me olhou interrogativo.
- Tive a impressão de ter ouvido gritos seus.
- Eu estava discutindo com a peste do seu irmão, e não me pergunte o porquê.
E ele não perguntou, só que em seu rosto havia um certo prazer em saber que eu discuti com Eduardo.
- Paolla!! - estávamos na ultima aula, Eric tinha acabado de voltar do banheiro. A aula era de história. – Pow, você não pode me negar isso!
Breno me lançou um olhar de malícia. É um idiota esse daí.
- Huum... Já chegaram a esses extremos? – Eu dei um pescotapa nele. – Ai, doeu.
- O que? - perguntei, olhando para Eric.
- Vai ter aula de dança aqui na escola, vamos fazer?
- Ha, há, há! Não! Eu sou toda dura. - e era verdade, eu sou péssima em dança.
- Por favor!!!
Ah, começou a sessão torture uma amiga que se sente atraída por você... PARTE I
- É pra dançar o que? - perguntou Tiago.
- Dança de salão. – Respondeu Eric, só que olhando pra mim.
- Ai...! – Gemi baixinho.
- Por favor? – Insistiu, com a carinha mais neném do mundo. Impossível resistir.
E não teve jeito, eu infelizmente não conseguia negar nada para ele.
(...)
O primeiro pensamento que tive ao chegar em casa e ouvir minha avó ouvindo Janis Joplin no último, fora o mais racional de todos: Ela é louca.
- VÓ! - gritei, vendo-a dançar feito uma minhoca eletrocutada. A véia tem mais energia que qualquer adolescente.
- O QUE É CACETE?? - eu bufei e desliguei o rádio. – Chata demais...
- Pelo o amor... Se fosse Green Day. - ela revirou os olhos, velha abusada. Mundo abusado, ta parei. – Preciso fazer um comunicado.
- Você esta grávida?
Minha avó realmente é uma mulher cômica, não sei por que a Globo não a chamou pro Zorra Total.
- Engraçadíssima, só que não... - baixei a cabeça, temendo a reação dela. Decidi então falar tudo rapidamente, me pouparia de perguntas difíceis. – Fareidançaaulasalaode.
- O cu de quem? - suspirei. – Fala direito menina!
- Eu farei aula de dança de salão na escola.
A risada que ela deu fora mais alta que os gritos de Janis Joplin.
- Vó, é sério.
Apoio moral pra que mesmo hein?
A matusalém continuou rindo. Com raiva, eu saltei do sofá.
- Desculpa. – Ela não conseguia se controlar. - Desculpa... Bacana Pam. Mais quem é o menino?
- Oi?
- Ah qual é? Sou velha, só que não sou burra.
Percebe-se, né...
Eu desviei o olhar, e comecei a assoviar, nervosa.
- Menino? Que menino? - perguntei, forçando um sorriso amarelo.
- Pela barba do Raul Seixas, vou sentar porque to vendo que hoje será um dia daqueles... – E ela se sentou no sofá e cruzou os braços, impaciente.
- Ta!! Você venceu!
Difícil morar com uma avó que conhece você dos pés a cabeça. Difícil, muito difícil.
(...)
Ao contar a minha avó toda a história sobre Eric, ela ficou em silêncio, apenas me olhava sem dizer nada.
- E você gosta dele? - Ela perguntou, quebrando o silêncio.
- Sim.
- E ele?
- Não sei.
- Hum, tudo bem. Espero que você não se decepcione. Esse garoto me pareceu pouco confiável.
- Por quê?
- Ele namora, Paolla.
Eu não respondi nada, ela foi pra cozinha e eu subi pro quarto, pensativa.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!