Já fazia um mês que eu e Derick estávamos namorando. Nosso namoro por enquanto estava sendo a distância, ele mora em Malibu e como ainda tem a faculdade nos no vemos a cada fim de semana. Mas nos falamos diariamente via Skype e telefone, eu não podia reclamar muito da situação já que não tinha contado nada ainda par o meu pai, mas fui pega de surpresa pelo Derick que me disse que esse final de semana, ira vim me ver e queria ter uma conversa com meu pai para informá-lo que estamos juntos. Eu nunca fui muito a favor destas formalidades, tanto é quando eu namorava com o Evan meu pai só ficou sabendo um mês depois que eu tinha acabado. Mas com o Derick era diferente ele gosta que as coisas sejam feitas do jeito certo, e por mais que não me importasse muito tenho que respeitar essa vontade dele.

O único problema era que eu ainda não tinha uma relação boa com meu pai, e fazia de tudo para evitar conversar come ele. Mas hoje seria diferente eu tinha que conversar com meu pai custasse o que custasse. Sai do meu quarto e fui em direção ao quarto dele, bati na porta e nada dele responder, a porta estava entre aberta puxei a maçaneta e entrei, pra meu alívio ou melhor pra aumentar meu nervosismo ele não se encontrava lá. Ainda no corredor pensei em adiar mais um pouco, e tentar dar uma desculpa esfarrapada para o Derick dizendo que meu pai não estaria em casa esse fim de semana, mas eu não podia ficar adianto encara-lo para sempre e eu teria que enfrentar a verdade querendo ou não. Assim desci as escadas e fui em direção ao escritório dele.

Respirei fundo bati na porta,ouvi ele dizendo que podia entrar. Entrei tensa e apertando meus dedos para controlar meu estado de ansiedade. Ele se encontrava sentado em sua mesa mexendo em seu MacBook, chamei sua atenção ao pronunciar a frase: ‘’ Pai eu gostaria de conversar com você’’ ele imediatamente levantou seu olhos na minha direção, esboçando surpresa. Levantou-se e fechou o computador vindo até mim e me puxando para um abraço seguido de um beijo em meus cabelos. Eu não esperava por essa recepção, e não tive muito o que reagir, sendo guiada por ele até a cadeira para que eu ficasse mais a vontade.

– Filha eu não esperava que um dia você fosse entrar aqui e me pedir para conversarmos- ele falou com um sorriso tímido em seus lábios.- Pois é pai as coisas tomaram um rumo diferente entre nós dois, e sobre isso que eu queria conversar.

– É tão bom te ouvir me chamando de pai novamente- ele acariciava minhas mãos, me fitando em seus olhos estavam a sinceridade que eu um dia tanto desejei ver.- mas pode falar o que te trouxe até aqui?

– Bem...eu...- Nesse momento eu fitei o chão procurando as palavras certas- Eu queria te pedir perdão pela maneira como eu venho te tratando.- Eu te entendo filha você estava muito magoada comigo.

– Eu seu pai, mas é que reconheço que fui muito cruel te tratando com tamanha indiferença da minha parte, eu não queria que tudo tivesse sido assim, mas naquele momento eu não conseguia controlar minha raiva. Eu fui imatura e tenho que reconhecer seus esforços para tentar reconquistar minha confiança...me desculpe pela minha infantilidade, é que foi muito doloroso saber da maneira trágica como minha mãe morreu, eu to tentando me recuperar mais é muito difícil superar a falta que ela me faz.- nesse hora eu já não cotia minhas lágrimas e soluços que escapam em meio a minha voz falha. Mas eu tinha que desabafar tudo de uma vez por todas.

– Minha Kemilly! você não tem que me pedir desculpas por nada, eu sabia que iria ser complicado para você saber a verdade, eu reconheço minha parcela de culpa nisso tudo. O tempo que você passou sem se aproximar de mim, foi fundamental para eu perceber o valor que você tem na minha vida. Eu sempre fui muito disperso em relação a você, e te deixei ser criada pelos empregados. Esse foi o meu erro irreparável, mas nunca é tarde para se recomeçar, e assim como você me pediu perdão eu te paço a oportunidade de me deixar ser o pai para você que tanto desejou...eu te amo muito minha filha, eu gostaria de te provar isso. Me a da chance de exercer meu papel de seu pai.- ele também estava com lagrimas nos olhos, meu pai que sempre fui frio e distante estava, como criança frágil e indefesa diante de mim, tinha dor em seu olhar, e um suplicio para ser perdoado por mim.

– Mais é claro que sim pai...não é tarde para recomeçarmos do zero!- saltei da minha cadeira em direção ao seu colo, fazia tento tempo que não recebia carinho da parte do meu pai. Eu não podia mais agir como uma criança mimada. Tinha que provar que também o amava. Ele sem hesitar me envolveu em um abraço cheio de saudades e amor paternal. Ficamos assim abraçados por alguns minutos, até nos recuperarmos de nossa melancolia e voltarmos a conversas como pai e filha, sobre tudo que aconteceu durante o tempo que ficamos em nos falar. Até que no meio de nossas conversas e sorriso eu interrompi...

– Pai! Tem mais uma coisa que eu queria conversar com você- ele me fitou erguendo uma sobrancelha esperando pelo que eu iria dizer.- mais alguma coisa? O que filha?

– É que...eu...eu to namorando uma pessoa- falei mordendo os lábios de tanta aflição, esperando a reação dele.- COMO ASSIM NAMORANDO? DESDE QUANDO VOCÊ TEM IDADE PARA NAMORAR? E QUE É ESSA PASSOA QUE NÃO TEM AMOR A VIDA?- Nesse momento ele alterou um pouco a voz, cruzando os braços mostrando seu nervosismo, e me encarando com seu olhar questionador. Não esperava menos vindo dele, apesar de tudo meu pai era muito conservador e controlador em relação a família.

– Pai calma! Deixa eu explicar!- disse tentando acalma-lo- Pois bem..eu estou esperando as respostas!

Juro que quase não tive coragem de contar toda minha historia com o Derick para ele, mais eu tinha que arcar com minhas responsabilidades e não iria fazer a fraca diante da situação. Contei para o meu pai como tudo começou entre mim e o Derick, de como ele me salvou do afogamento, como cuidou de mim no hospital e como já fazia um mês que estávamos juntos. Ele escutava tudo atentamente sem retirar os olhos de mim,volta e meia ele colocava a mão no queixo e cruzava as pernas, como se estivesse analisando toda situação que era contada. Terminei de contar e fiquei a espera de suas palavras que vieram logo em seguida.

– Kemilly ! você passa um tempo sem falar comigo e me traz uma noticia dessas...quando pretendia me contar no dia do seu casamento?, ou melhor divórcio porque da outra vez eu só fiquei sabendo já do termino do namoro- ele estava sendo dramático e irônico ao mesmo tempo, o velho humor do senhor Thomas Backer tinha voltado.- Pai eu tava com medo de te contar porque sabia que você iria reagir desse jeito.- E como você quer que eu reaja sabendo que minha filha que até ontem era uma criança, cresceu e já tem um par de calças de olho nela...

– Pai por favor...deixa de ser tão careta! E tenta ser mais compreensivo, como o senhor falou antes seja o pai que eu tanto desejei.- disse o lançando o meu olhar ao estilo gatinho carente do Sherek , eu tinha que convencê-lo a aceitar meu namoro.- Isso é chantagem emocional não vale!- ele virou o rosto para o lado fingindo que não se importava. - Paiiiiii....por mim vai!- Eu estava adorando a cena do meu pai com ciúmes de mim.

– Esta bem filha!- Ele disse levantando os braços em sinal de rendição.- Mas antes eu quero ter uma conversinha com esse aproveitador de garotas indefesas.- ele tinha que alfinetar para finalizar.- Que ótimo pai! Por que ele está vindo esse final de semana para conversar com o Senhor.- fiz cada de inocente com meu melhor sorriso cínico nos lábios.

– MAS O QUE? ENTÃO JÁ ESTAVA TUDO TRAMADO... VAMOS VER SE ELE PASSA PELA MINHA PROVA DE FOGO!

– Pai!- eu o olhei repreensivo e falei o puxando pelo braço para fora do escritório. Hoje nos teríamos nosso primeiro almoço em família.

http://s1302.photobucket.com/user/littleDih/media/Things%20of%20Kemilly%20Backer/tumblr_m1igswLLoC1r9n0vm_zpsca4ad134.gif.html?sort=3&o=13