Flashback on

Miami 18 de Dezembro de 1995, 15:30 P.M

– Nancy a mamãe não vem me buscar no parquinho?

– Claro que vem meu anjo. Ela ficou de vim buscar você com seu pai, daqui a pouco eles já estão chegando.

– Olha lá Nancy é o carro do papai. Acho que eles acabaram de chegar.

– Papai! Papai! – Kemilly saltou nos braços do seu pai gritando.

– Oi meu amorzinho- ele a apertou em seus braços em um abraço mais forte do que o de costume e lhe deu um beijo na testa.

– Pai cadê a mamãe? Ela ficou de vir me buscar com você, onde ela está que eu não estou vendo. –Ele a encarou com o olhar fixo porém de expressão triste uma lágrima caiu de seus olhos, e começou a falar.

– Kemilly! sua mãe não vai poder vir te buscar. – Porque não papai? ela me disse que vinha. Aconteceu alguma com ela? Me fala pai o que houve?

– Minha filha eu sinto muito...eu não queria que você passasse por isso...seja forte minha menina, a notícia que eu tenho pra te dar não é das melhores.

Com os olhos já marejando de lágrimas a pequena Kemilly fez a pergunta que cujo á resposta mudaria sua vida para sempre.

– Papai o que aconteceu com a mamãe?

– Me escute Kemilly primeiro eu quero que você saiba que eu sempre amei a sua mãe, mas o destino foi cruel conosco e tirou ela de nós dois. Ela se foi... ela sofreu um acidente de carro e não resistiu...me desculpe filha mais sua mãe está morta.

A pequena Kemilly sentiu que seu chão tinha acabado de desabar sobre os seus pés, e que nunca mais a casa dos Backer’s seria a mesma. Entrou em desespero e logo em seguida foi consolada nos braços de sua baba Nancy, que também estava de coração partido ao ver a sua garotinha de olhos azuis e com tão pouca idade, ser vítima de mais uma peça do destino.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~XX~~~~~~~~~~~~~~

Flashback off

Miami 05 de novembro de 2012, 08:00 A.M

Clinical Center Miami– Atualmente

– Não...Não mãe! Você não pode me deixar...por favor mãe não me deixa.... Acordei com o rosto suado e coberto por lágrimas, e de quebra uma enorme dor de cabeça. Eu não sabia onde eu estava mais pelo silêncio do ambiente, as paredes pintadas em um verde bebe, e os equipamentos que estavam ligados ao meu corpo, eu deduzi que eu estava em um hospital.

– Senhorita vejo que os efeitos da medicação já passou e você acordou, como está se sentindo?- A senhora de estatura baixa, cabelos com leves sinais do tempo e rosto com algumas marcas de expressão falava comigo devia ser a enfermeira.

– Me sinto um pouco tonta, e com dor de cabeça.

– Ah é normal, seu corpo está acordando agora é uma forma dele reagir as medicações, fique tranquila eu vou chamar o Drº Harmon para fazer a avaliação do seu quadro. Você teve muita sorte garota, seria uma pena uma pessoa tão jovem como você perder a vida tão cedo. Por maior que sejam os problemas não vale a pena ariscar nossa vida para ficarmos livre deles.

– Me desculpe mais a Senhora apesar dos seus cabelos brancos, não conhece tudo da vida, é não pode me julgar pelos meus atos. Eu tive os meus motivos pra fazer o que eu fiz, não peço que me entenda apenas que me respeite.

– Tudo bem mocinha, não precisa ficar alterada tem que descansar. Eu também já fui jovem um dia, não quero lhe culpar por nada. Apenas desejo que melhore para aproveitar a segunda chance que a vida lhe deu.

– Ah propósito como eu vim para aqui? Quem me trouxe? – Você realmente é uma garota de sorte... você chegou aqui nos braços do seu anjo da guarda...

– Anjo da Guarda! do que você está falando? Eu não acredito em anjos da guarda. Você pode ser mais clara por favor?

– Ah menina... pois comece a acreditar por que ele existe e é muito lindo por sinal. Espere um momento eu vou chamar o Doutor e avisar ao ‘’seu salva- vidas’’ que você já acordou.

– Espere volte aqui... do que você está falando! – A enfermeira saiu me deixando falando sozinha, e sem resposta. Tudo bem que eu não tinha morrido, mais esse papo de anjo da guarda estava estranho demais. Eu tinha que relevar afinal ela já era uma senhora de idade e com tanto tempo de trabalho podia nem estar com sua mente em perfeito funcionamento.

Minutos depois....

– Olá vejo que a bela adormecida já acordou! – Um loiro de olhos azuis cor de mar, com um sorriso simpático e tímido ao mesmo tempo, braços largos e corpo atlético, entrou no meu quarto. Quando olhei nos olhos dele, quase tive uma queda de pressão de tamanha surpresa. Eu não queria acreditar que o destino tava pregando mais essa peça no meu caminho.

– Você!... Eu não acredito. O que... o que você tá fazendo aqui? Isso é uma pegadinha por que se for ponha- se do meu quarto para fora- Minhas palavras soaram desesperada ao saíram da minha boca.

– Wow... Calma ae garota, você mal acordo e já me recepcionou desse jeito. Você devia ser mais boazinha comigo já que só está aqui graças a mim. Mas pelo visto continua a mesma gata selvagem desde o nosso primeiro encontro naquela noite na balada.

Não podia ser verdade, eu tinha que está tendo uma visão do diabo na minha frente. Ele não podia ser meu anjo da guarda. Justamente ele que quase nos atracamos e trocamos farpas naquela balada. Tinha que justamente ser aquele ogro que eu ficaria grata eternamente por salvar minha vida.

– Que papo esse pra cima de mim garoto! Você tá tentando-me dizer que foi você, aquele ogro, mal educado, arrogante e briguento que me salvou de um afogamento?

– Quanto carinho ao falar de mim... não esperava outra coisa vindo de uma garota esnobe como você. Eu te fiz um favor garota. Você deveria no mínimo me agradecer, eu fiz o que pude pra te salvar, eu me arisque nas águas pra não deixar as ondas te levarem, fiquei dia e noite esperando você sair da sedação e acordar pra segunda oportunidade que a vida tava te dando. Mas vejo que você não mudou, continua a mesma garota mimada de sempre aquela orgulhosa ao ponto de tentar tirar sua própria vida ao invés de lutar por ela.

A confissão dele me pegou de surpresa. Eu lutava com meu orgulho para não acreditar em suas palavras, mas eu não pude segurar minhas emoções e comecei a me alterar com ele.

– Eu não pedir para você me salvar! Eu queria mesmo morrer ao ser salva por você. Você só cruza meu caminho pra me atrapalhar, não preciso da sua compaixão. Você não conhece meus motivos pra dizer que eu não quis lutar pela vida, você é estúpido suficiente para dizer que eu sou apenas mais uma garota esnobe e orgulhosa. Não julgue sem conhecer.

– Você também não me conhece o suficiente para me taxar de ogro! É a propósito meu nome é Derick Harmon e não ogro como você tá cansada de me chamar. Eu gostaria muito de saber seus motivos se você não fosse tão ranzinza e ao invés de brigar comigo você conversasse civilizadamente.

– Derick Harmon! Você tem algum parentesco com o Drº Harmor?

– Tenho sim! Sou filho do Drº Harmon. Eu te trouxe para clínica do meu pai já que eu não consegui localizar sua família, nem sei seu nome direito. Você ficou oito dias sedada já que engoliu muita água e pegou uma Penaumonia forte. teve que ficar aqui internada em observação. Eu gostaria muito que deixássemos nossas diferenças de lado e você me contasse mais sobre você.

– E você ficou esses dias todos aqui no hospital por minha causa?

– Pois é eu sei que você não gosta muito da ideia mais como eu te trouxe, eu fiquei sendo o único responsável por você.

Realmente a vida pode ser supreendente. Eu nunca imaginaria que eu poderia ser grata ao ogro da balada, ou melhor ao Derick meu anjo da guarda. Aos poucos eu fui cedendo e comecei a perceber que ele não era tão idiota quanto eu pensava. Começamos a conversar e eu acabei depositando minha confiança nele, e fui contando tudo que eu tinha vivido na minha casa, até o dia da minha tentativa frustrada de suicídio.

OBS: Não deu pra postar no capitulo anterior, então eu coloquei nesse. A foto do Derick o ''anjo'' só pra esclarecer a foto que eu coloquei dele é baseada na cena do afogamento da Kemilly, então se deliciem com a visão do paraíso....:3