Vigaristas escrita por Juh, Amanda, Taís


Capítulo 8
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Notas iniciais do capítulo

Sejam bem- vindos novos leitores!!!

Obrigada pelos reviews!!!

Boa leitura à todos!



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AAAAAIIIIIIEEEEEEEEEEEEEEEEE...

Até a minha alma doía, não sei se estava tetraplégica ou petrificada com aquele olhar furioso de Sasuke, que me olhava de cima — completamente espatifada no chão.

— Que raios de lugar é este? — perguntei enraivecida pela dor que me incapacitava de me levantar.

Percebendo minha dificuldade, Sasuke me tomou em seus braços adentrando comigo naquele lugar sinistro.

Pude perceber que o lugar era uma perfeita continuação da casa que eu julgava não ser muito grande — bem iluminada e tinha móveis.

Colocou-me deitada num sofá enorme e muito mais confortável do que aquele em que durmo por sinal. Tsc!

— É isso o que acontece quando mete o bedelho onde não deve. — repreendeu-me.

— A culpa é minha se sua casa tem continuidade debaixo do chão? — perguntei tentando me levantar, mas só tentei mesmo, logo afundei no sofá novamente.

— Espero não ter que chamar o Lee... Como se sente? — perguntou de má vontade.

— Sabe... Eu nunca fui atropelada por uma manada de elefantes, nem batida dentro de um liquidificador ou esmagada pela pata de um tiranossauro, mas acho que a sensação deve ser a mesma. — conclui e ele bufou, dando a entender que eu pudesse estar exagerando (eeeeu?). Em seguida, pegou o celular que estava em seu bolso da calça, fazendo com que meu sensor de perigo soasse. — Eiiii... Ele por acaso é médico?

— Especialista em químicas, mas tem noções médicas também... — deu de ombros.

— Eu já me sinto bem, olhe só... — disse me sentando no sofá e abrindo os braços, com um sorrisinho amarelo no rosto.

— E a sensação de ter sido torturada na guerra dos espartanos, onde foi parar? — Sasuke perguntou irônico percebendo minha malandragem. Argh!

— Ops, e não é que passou? — disse e ele revirou os olhos.

— Ande logo então, já passou da hora de crianças irem dormir...

— Não sou criança coisa nenhuma, Sasuke! Quero conhecer aqui... — disse dando uma olhada em volta.

— Então por que é tão chorona? — ele perguntou se levantado como se não estivesse realmente interessado.

— Quê? Eu suportei a dor desse baque que levei sem derrubar uma lagrimazinha sequer... Como ousa dizer isto? — perguntei indignada. Por que diabos ele vive querendo me inferiorizar, heim? Argh!

— Não há nada mais feio em uma mulher que seus olhos inchados... — Sasuke disse com seu sorrisinho de canto zombeteiro, dando-me as costas e seguindo o corredor extenso diante da sala em que estávamos.

Tratei de passar os dedos nos cabelos e massagear o rosto com as mãos. Argh. Me esqueci completamente de que estava parecendo um dragão! Odeio chorar, odeio!

Levantei-me para segui-lo.

No final do corredor, havia uma escada da qual ele subira para pressionar o teto pra cima, abrindo-o como se fosse uma tampa.

Em seguida, desceu me encarando ao estender sua mão para mim, como quem diz: “pegue logo sua idiota”. Fiquei olhando-a por um instante e a segurei sentindo algo estranho com o contato de sua pele na minha...

Ele me ajudou a subir, deixando-me somente quando saímos exatamente do chão abaixo da escada de sua sala.

Fiquei meio imersa, pois nunca tinha visto algo assim a não ser nos filmes.

Dei uma olhada para trás, vendo-o fechar a tampa e logo prossegui subindo as escadas, indo direto pro quarto; peguei uma toalha qualquer e fui para o banheiro... Não queria encarar a água gelada, mas também não queria encará-lo com esta cara de derrotada. Tsc! Desde quando se importa em como ele a vê, Sakura? Argh!

Então começou a sessão de tortura gratuita.

Primeiro o pé, perna, costas, cabeça...

Ui, ui, ui... Argh!

Comecei a pular feito maluca pra que meu corpo quente pudesse se habituar a água estupidamente gelada. 




I'm wide awake
Estou bem acordada

I'm wide awake
Estou bem acordada

Yeah, I was in the dark
Sim, eu estava no escuro

I was falling hard
Eu estava caindo com força

With an open heart
Com um coração aberto

I'm wide awake
Estou bem acordada

How did I read the stars so wrong?
Como pude ler as estrelas de forma tão errada?

(...)

I wish I knew then
Queria saber naquele momento

What I know now
O que eu sei agora

Wouldn't dive in
Não mergulharia de cabeça

Wouldn't bow down
Não me curvaria

Gravity hurts
A gravidade machuca

You made it so sweet
Você tornou isso tão doce

Till I woke up On the concrete
Até que acordei no concreto

Já ouviram dizer que quem canta, seus males saem correndo? Pois então... Mentira do caramba!

Sasuke já esmurrava a porta, me mandando calar a droga da minha boca ridícula, e sair de uma vez, porque ele queria tomar banho também, e eu estava desperdiçando toda a água do planeta. Tsc!

Troquei-me rapidinho e sai de lá, afinal não se pode brincar com um homem que tem uma casa debaixo de uma casa, certo?

Meus pés encharcados deixavam pegadas molhadas pelo chão. Ergui o olhar aos poucos em sua direção, já me preparando pra bronca que certamente viria, mas Sasuke ainda não tinha percebido...

Ele estava ocupado tirando sua camisa e jogando-a em qualquer canto enquanto sustentava sua cara de mau humor...

Passou por mim esbarrando em meu ombro, e eu podia jurar que fora proposital! Desequilibrei-me e quase cai — pela segunda vez. Argh!

Já disse que ele tinha quase dois metros e tinha músculos por todo o corpo? Pois é! Não que eu fique reparando, claro que não fico, mas eu era uma leve pena perto daquele homem, e isso quer dizer que se continuar esbarrando em mim, não vou durar muito tempo viva. Tsc!

Forrei meu sofazinho me acomodando, enquanto fazia uma retrospectiva do meu dia conturbado. Pensei nas meninas da boate, no Konohamaru, nos caras fortes que estão envolvidos com Sasuke, e principalmente, no que eles queriam comigo...

Antes que eu pudesse chutar um palpite, Sasuke saiu do banheiro usando somente uma bermuda cor preta, com os cabelos que caiam pelo rosto respingando água pelo chão, que fora molhado antes por minhas pegadas...

Ele não olhou em minha direção, e foi direto para sua cama, apagando a luz.

Depois de um longo tempo, me revirando naquele sofá sub-humano, perguntei-me se Sasuke, que não fazia um barulhinho sequer, já estivesse dormindo.

Quem não petisca se arrisca, não é mesmo?

— Sasuke... — chamei na escuridão.

— Cala a boca e vai dormir. — respondeu seco e imediato.

— Posso confiar?

— Do que está falando? — rosnou ele.

— Em Naruto. Naruto, Lee, Neji e Shikamaru... Eles são seus amigos não são?

— Não.

— Não?

— Não deve confiar.

— Por quê? Eles não são seus amigos?

— Sim. Mas não são confiáveis.

— Nunca ouvi falar em amigos que não são confiáveis.

— Não disse que eu não confio neles, disse que não são confiáveis. — Sasuke respondeu e eu bufei com a falta de precisão nas respostas. Era um saco conversar com este homem, viu!

— Assim não dá! — resmunguei em voz alta só que pra mim mesma. Mas não desistiria das respostas. — Eles trabalham com você, são sua... Equipe?

— Sim. — ele respondeu sem mais explicações.

— Eles querem que eu faça parte, não é? — perguntei, mas ele nada respondeu. Prossegui. — Você... Vai deixar?

— Não. — respondeu com firmeza.

— Por quê?

—...

— Por quê? — perguntei novamente.

— Porque você não serve! — respondeu como se eu fosse pouco mais que uma roupa, uma coisa. Argh, que raiva!

— Não foi o que eles acharam! — disse rispidamente e me levantei, indo até o banheiro.

Lavei o rosto na esperança de parar de ferver em meio à fúria. Sequei-me na toalha dele que ainda estava pendurada ali e respirei fundo...

Ao sair do banheiro, um pouco mais calma, levei um forte susto ao dar de cara com Sasuke, que sem me dar tempo algum, apertou meus braços pressionando-me contra a parede.

— Eles trabalham comigo. Você não. Entendeu, agora? — perguntou entredentes numa carranca de seriedade e frieza. Seu hálito quente e feroz batia em meu rosto, fazendo-me estremecer.

— Entendi. — confirmei e balancei a cabeça positivamente. Não estava a fim de provocar a fúria daquele homem mais do que já havia provocado, isto é.

— Tenho algo a propor... — disse sem desviar um segundo sequer do contato visual penetrante que estávamos tendo. Assenti com a cabeça novamente e ele prosseguiu... — Você mora comigo, portanto, terá de conviver com eles... Pra todos os efeitos, você é minha mulher!

— Por- por que eu faria isso? — indaguei, então Sasuke me largou  se afastando, e foi até seu closet, fazendo-me temer com o que voltaria dali... Vai que tinha uma passagem secreta pra Nárnia também! Eu não duvidava de mais nada.

Acompanhei com os olhos o movimento de suas costas largas e nua, virando-se novamente rumo a minha direção... E logo aquele olhar hostil dele estava sobre mim novamente. Por Deus! Ele é lindo... Digo, o brilho dele... Sim!

O brilho daquele lindo cartão de crédito em sua mão estendido pra mim!

Tínhamos um acordo.

E eu... Um cartão de crédito!

OMG... Quanta felicidade!!!

Passei a noite toda fazendo uma listinha mental do que compraria no dia seguinte. E não era coisa pouca não!

Também estava ciente de que o homem ao meu lado não tinha dormido nada durante a noite, logo, quando amanheceu o dia, percebi que ambos havíamos demorado mais que o normal para acordar; mesmo Sasuke, que nunca dormia, mas inexplicavelmente sempre acordasse cedo...

Quando me espreguicei naquele sofazinho filho da mãe, o vi em sua cama esfregando os olhos, dando sinais que também acabara de despertar, diferente de mim, em uma cama fofinha e maravilhosa... Desigualdades à parte, notei quando seus olhos me alcançaram e de repente sua expressão ficou cautelosa.

Esforcei-me pra tentar escutar alguma coisa, mas logo o perturbador da paz se manifestou...

— Sasukeeeee, acorda seu mané! Você tem compromisso hoje... — Naruto gritava na sala. Como sua voz ficava cada vez mais audível, concluímos que estava subindo as escadas.

— Vem, Sakura. — Sasuke me chamou... Pra deitar em sua cama? É isso mesmo, produção?

— O quê disse? — perguntei sem acreditar.

— Vem logo, inferno! — rosnou em pura ameaça e eu rapidinho me levantei do sofá indo até sua cama, um pouco constrangida, afinal, estava em uma camisola lilás de seda, que não era lá muito comprida.

Sem saber se ele me queria debaixo de suas cobertas, me retive ajoelhada no colchão, esperando por uma orientação... Só então me preocupei com a aparência de meu rosto e cabelos, pois Sasuke estava descendo e subindo seu olhar sério a mim... Devia estar pavorosa! Argh...

— É sua vez de visitá-los, Sr. Uchiha... — Naruto dizia cada vez mais próximo. No mesmo instante, Sasuke se moveu segurando abruptamente meu pulso e puxando-me sem delicadeza para debaixo de seu lençol, e embrulhou-me ao me envolver com seus braços. Novamente a sensação de queimar contra sua pele se fazia presente, mas antes que pudesse pensar, Naruto entrou no quarto parando a nos olhar; em seguida sorriu, mas não de vergonha por importunar a intimidade do casal, talvez outra sensação que no momento não pude identificar.

— Por que diabo tem que vir a minha casa a esta hora? Acaso não sei de meus compromissos? — Sasuke resmungou com o mesmo tom irritado de sempre.

— Oh, me desculpe. Bom dia, Sakura! — Naruto o ignorou, voltando seus olhos para mim.

Eu tinha absoluta certeza de que estava feito um pimentão, mas não por Naruto nos ver ali, talvez fosse pela mão de Sasuke em minha barriga enquanto a outra pousava em minha perna por cima do lençol. Seu cheiro forte estava me embriagando, eu precisava dar o fora daquela cama logo...

— Bom dia, Naruto — respondi timidamente.

— Já disse que você é bonita demais pra ele? — Naruto indagou, descendo descaradamente seu olhar para meu traje e Sasuke no mesmo instante levantou ainda mais o lençol para cobrir a camisola em que estava vestida. Naruto sorriu satisfeito com sua provocação.

— Calma Uchiha, você também não é de se jogar fora... — Naruto disse em tom brincalhão.

— Da o fora daqui, Naruto! — Sasuke rosnou e eu senti a vibração de sua voz percorrer meu corpo.

— Eu iria propor um café da manhã, mas já vi que vocês estão ocupados demais com a lua de mel, então to indo nessa... — Naruto disse se direcionando a porta, mas parou e voltou a olhar para Sasuke... — Faça um esforço e não se atrase Uchiha, é sério. — advertiu Sasuke, em seguida deu uma piscada pra mim sorrindo faceiro e desapareceu de nossa vista.

No mesmo instante, Sasuke me largou com rispidez, como se tivesse colocando as mãos em brasa, e levantou-se da cama sem olhar para mim.

Eu fiquei com meus malditos olhos pregados naquelas costas exposta se afastar de mim... Estávamos tão perto. Repreendi o pensamento me afundando naquele travesseiro macio, mas ao lembrar-me do cartão de crédito prontinho pra ser gasto que esperava, saltei daquela cama.

Chapinha, secador, baby liss, maquiagem, roupas, sapatos, jóias, bolsas, cremes...

Pensando bem, minha lista estava muito pequena! Até tentei me lembrar de mais itens, só que minha mente foi bloqueada com um pensamento repentino que me ocorreu... Aquele cartão realmente tinha crédito? Ou era uma armadilha de Sasuke para me fazer passar vergonha? Ele que não ousasse...

Depois de uma rápida produção, desci as escadas indo até a cozinha. Sasuke estava sentado lendo um jornal com sua xícara em mãos; sentei-me na mesa de frente para ele, a fim de tomar sua atenção, mas ele não ergueu o olhar... Era impressão minha ou ele tentava me evitar a qualquer custo?

— Este cartão tem dinheiro mesmo, né? — perguntei desconfiada, analisando o nome gravado em cor de ouro no cartão de crédito... Sasuke Uchiha. Será que ele matou o verdadeiro Sasuke e se faz passar por ele? Como se tivesse lido meus pensamentos, revirou os olhos e finalmente colocou o jornal de lado. — Q- quero dizer, ele é seu mesmo? Não é roubado não?

— A ladrazinha de merda aqui é você. Só trabalho com coisas grandes, me entende trombadinha? — debochou encarando-me com aqueles malditos olhos. Tive vontade de jogar o café de sua xícara naquela cara sem nenhuma imperfeição ou poros, mas me contive.

— Ok, só queria confirmar... — falei entre dentes, me levantando da mesa. Quem se importa se o cartão é ou não roubado? A essa altura do campeonato não dá pra ligar se o dinheiro é sujo, pois as novas coleções de verão não podem mais esperar!

— Tente não fazer nenhuma idiotice típica de você, Sakura. — provocou Sasuke quando eu já estava dando às costas. Virei-me para encará-lo.

— Já disse que odeio você?!

— Oh, acabou de dizer — ele respondeu se fazendo de ofendido e colocando a mão no peito teatralmente. Argh! — E por sua sinceridade, não posso deixar de lhe falar a respeito dessa sua cor horrorosa de cabelo... Por que justo rosa?

— Se quer saber, rosa está na moda! — respondi erguendo o queixo. Ele que não pense que está me inferiorizando! Pois não está mesmo... Tsc!

— Entendo... Então é a moda, não é? Sei a próxima cor que estará na moda do próximo Verão, quer saber Sakura? — ele perguntou sorrindo de canto... Espremi os olhos, deixando claro que não cairia na sua gracinha...

— Não.

— Verde cor de merda, combina perfeitamente com o que você tem na cabeça. Você deveria aderir a essa nova cor. — sugeriu com seu falso ar amigável. Ridículo!

— Vai se ferrar, Sasuke! — ralhei saindo de uma vez da presença daquele monstro. Argh!

...

Assim que pisei de Louboutin no shopping, senti aquela brisa gostosa que trazia consigo o cheirinho de... Compras!!!

A primeira parada foi numa loja de jóias. Precisava repor as da mamãe que tive de penhorar, e também ter a certeza de que o cartão realmente tinha crédito. E não era um blef de Sasuke... Aquilo estava recheado de crédito!!!

Fiz minhas unhas, também dei uma passada no cabeleireiro, paguei por uma sessão de massagens, fiz limpeza de pele, passei por mais algumas lojas e quando dei por mim, mal conseguia segurar as inúmeras sacolas que de repente brotaram em minhas mãos!

Ainda estava insatisfeita, mas com este cartão milagroso de Sasuke em posse, voltaria a fazer compra amanhã mesmo! E também já me sentia cansadinha...

Decidida a voltar pra casa, não pude deixar de me sentir fisgada por uma loja de móveis e artigos para casa bem diante de mim. Logo na vitrine, um lindo vaso com flores de cerejeiras... Achei que aquela casa chinfrin merecia uma marquinha minha!

Levei um relógio de parede super chique, cortinas novas, tapetes persa, e um quadro que era fajuto, mas por hora, serviria. E outras coisinhas que também me seriam bem úteis.

Já não tinha mais braços e mãos para segurar tantas sacolas, só sendo a Sheeva do Mortal Kombat pra conseguir...

Quando estava saindo do shopping, pronta para pegar um taxi, me matando para segurar as sacolas... Eis que me aparece um carro, muito familiar, devo acrescentar.

Locomovia-se com baixa velocidade, quando de repente parou ao meu lado. Os vidros escuros abaixaram, e então o dono abaixou seus óculos escuros lançando-me seu olhar azulado... Naruto!

— Vejo que o Sasuke abriu a carteira para você, Sakura... — observou me olhando da cabeça aos pés, depois sorriu de canto. Sim, eu estava magnífica!

— E você não acha que eu posso ter comprado tudo isso... — fiz menção às sacolas — com meu próprio dinheiro ou...

— Roubado a carteira dele? — ele completou abrindo um largo sorriso, e depois balançou a cabeça negativamente. — Nãaao! Ta pra nascer alguém que vai conseguir extorquir o Sasuke! E eu já li sobre você, sua família no jornal... Já sei de tudo! Só não sei como conseguiu se casar com o cabeça dura do Sasuke, isso ainda é um mistério para mim.

— Longa história...

— Acho que tenho tempo de sobra para escutá-la... — sugeriu, suspirando para ver a hora em seu relógio caro.

Ué, ele não ia fazer sei lá o que com o Sasuke?

Saco, não sei o que ele quer saber, mas não posso abrir minha boca para contar minha história e de Sasuke a ele. Na verdade, não podemos contar nossa história pra ninguém!

Imaginei Sasuke me enforcando e rapidinho me orientei; só então percebendo que minha distração fizera minha sacola cair no chão.

Mas olha só que coisa? Todas as outras ficaram com inveja e se jogaram também! Tsc!

Num piscar de olhos e aquele loiro já estava me dando uma ajudinha, ao recolher todas as sacolas enquanto eu supervisionava de canto caso uma delas caísse. Tarefa difícil. Tsc... O que seria dele se eu não estivesse aqui, não é mesmo? Só então algo me ocorreu...

— Naruto, você me seguiu? — perguntei e ele sorriu novamente com um brilho divertido no olhar.

— Bem... Eu até imaginei que você estaria aqui. Mas te seguir, te seguir, tecnicamente...

— Seguiu ou não? — cruzei os braços para encará-lo. Não estava com raiva, mas tinha uma imagem de durona a zelar, claro!

— Você vai ficar na dúvida... — respondeu. E isso é um sim! — E você, Sakura, vai me contar enquanto te dou uma carona, sua história e a do Sasuke? — ele perguntou abrindo a porta do carro para mim.

— Acho que vou deixar esse mistério ser desvendado por você mesmo... Enquanto não descobre, você vai ficar na dúvida... — respondi com as mesmas palavras que ele usou e entrei no carro.

O caminho de volta para a casa do Sasuke não estava batendo com o caminho que o Naruto fazia. Confirmei isso quando ele parou seu carro em frente a uma casa, da qual não conhecia. Confusa, olhei para Naruto, ele me deve alguma explicação! Que raio de lugar é esse?

— Ei, eu disse que ia te dar uma carona, não especifiquei que era para a casa do Sasuke! — defendeu-se dando um sorriso amarelo, antes mesmo de eu o acusar de alguma coisa.

— Onde estamos? — perguntei. Já estava me arrependendo de ter aceitado aquela maldita carona.

— Relaxa, é a minha casa. Pode confiar, nada vai te acontecer... — disse na tentativa de me acalmar. Desci do carro cautelosa, quando ele abriu a porta para mim. Se o Naruto não for confiável to lascada, dessa vez não tem Sasuke nenhum pra me salvar. — Só vou pegar uma encomenda para o Sasuke e te levo pra casa, ok?

Assenti com a cabeça e então ele segurou firme em minha mão, arrastando-me consigo até sua casa. Por um momento, pensei em tirar minha mão da dele, porque não pega bem uma mulher casada andando de mãos dadas com outro cara, certo? Mas a mão do Naruto me trazia segurança, não estava mais desconfiada dele, e fora que o meu casamento com o Sasuke é uma farsa. Ele nem se importa comigo, nunca se importou.

Então porque essa sensação de adultério? Tsc! É só uma pegada de mão sua boba, não tem nada demais nisso!

Naruto como pressentindo meu desconforto, soltou minha mão para pegar a chave da porta, e no mesmo instante pude escutar que havia gente na casa. Estranhei aquilo, mas não disse nada. Virei-me para encará-lo.

— Você esta dando uma festa? — perguntei.

— Ah, não. São só os rapazes que adoram se reunir na minha casa. Não se preocupe, vou pegar o que preciso e a gente dá o fora daqui! — respondei e eu assenti.

Quando ele destrancou e abriu a porta, pude escutar a falação dos rapazes em outro cômodo. A casa de Naruto por dentro era espaçosa, arejada, com um toque de cores quentes bem requintado.

Ironicamente me fez lembrar a casa na qual eu deveria estar neste exato momento, — a casa de Sasuke; que era totalmente o oposto, sem móveis, sem vida e completamente sem graça! Argh... E porque é que estou pensando nisso? Tsc!

Naruto me conduziu até a sala, e pude distinguir as vozes com mais claridade.

Lee estava de costas para mim todo eufórico, fazia gestos e mais gestos contando com entusiasmo uma história.

Todos prestavam tanta atenção nele, que nem nos notaram ali.

Detestei aquilo; eu gostava de ser o centro das atenções!

Mas o que mais me irritou de verdade, foi o fato de que ele não falou comigo quando fomos apresentados, e agora estava todo pomposo, falando pelos cotovelos!

Naruto pigarreou alto para que os meninos percebessem nossa presença.

Lee olhou para trás e quando me viu parada ali, arregalou os olhos como se tivesse acabado ver um fantasma — o que nem de longe era uma verdade; acabei de passar por uma série de tratamentos de beleza e sei muito bem o quão linda estou!

Mas pude jurar que quando me viu, sua expressão e postura mudaram imediatamente; encarou-me espantado e engoliu de volta as palavras que ia dizendo. Eu hein!


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Notas finais do capítulo

O que acharam???

Deixem um review *--*

BeeeijOs :)