Adorável Depressão escrita por Cristina Abreu


Capítulo 16
12. O que é o que é?


Notas iniciais do capítulo

Hey, Apple Pies! Hoje é sexta-feira... Não é ótimo?! Depois de uma semana exaustiva na escola... Enfim temos uma folga! Tá... Não vou falar muito aqui e nem nas Notas Finais... Estou desanimada e... Com sono.
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/288539/chapter/16

12. O que é o que é?

Ajudei Tiago a ajustar-se em sua cama com dificuldade. Ele ficara internado por mais cinco dias, apenas. Agora já estava são e salvo em casa. Mamãe entrou no quarto com um sorriso estonteante no rosto. Eu havia me esquecido do quanto ela era bonita e tão, tão parecida comigo.

— Tudo bem, filho? Precisa de alguma coisa? – perguntou nossa mãe. Tiago riu e balançou a cabeça negativamente.

Meu rosto também abriu-se em um sorriso. Tudo estava indo muito bem em minha vida que ela nem parecia mais pertencer-me.

— Com licença, posso entrar? – Carol estava parada na porta. Paula dirigiu um sorriso e ela com a mão, indicou que entrasse.

Sorri para Tiago e ele me deu uma piscadela. Oh, eu nunca vira meu irmão tão feliz! Carol veio até ele e o beijou. Mordi meu lábio e rapidamente me retirei do quarto, puxando mamãe comigo. Quando fechamos a porta atrás de nós, soltamos risinhos.

— Ei, vou sair, ok? – avisei, ainda rindo.

— Tudo bem. Com Alessandro? – seus olhos brilharam. Rolei os meus.

— Hm... Com ele mais tarde. Antes vou ao parque e depois vou encontrar com a Ana... Ela parecia bem séria no telefone. – franzi minha testa. Minha melhor amiga devia ter feito algo de muito errado para ter toda aquela culpa carregada em sua voz.

— O Ale já te pediu em namoro? – suas mãos agarram meu braços, entusiasmadamente.

— Não, mãe! – ri. – Nós só estamos ficando por enquanto.

Cara, isso era estranho. Falar dessas coisas com minha mãe e ainda ver que ela me apoiava. Muito esquisito. Ela, como mãe, não deveria ser superprotetora e impedir-me de sair com qualquer garoto antes dos 30?

— Ah... – ela pareceu decepcionada. – Mas eu gosto do Alessandro. Acho que vocês dois combinam e torço para que fiquem juntos!

Oh, mamãe, você gosta dele porque nunca viu o que ele costumava fazer...

— Ok, mãe... Vamos ver, tá? Até mais. – saí correndo antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa. Aquela conversa estava mais constrangedora do que “A conversa”. Ops. Nós teríamos essa conversa também, agora que eu havia começado a namorar?

Minhas bochechas ganharam um forte rubor e não pestanejei antes de pegar minha bolsa e sair correndo, batendo a porta com força. O vento frio fez bem para a queimação em meu rosto e eu respirei com mais facilidade. Céus... Minha mãe ainda conseguia deixar-me nervosa! Ok... Na verdade, era a minha imaginação idiota.

Balancei minha cabeça e revirei os olhos para mim mesma, continuando a correr e pegando o caminho do parque. Quando cheguei lá, descansei um pouco em um banco de madeira podre até não estar mais arfando, e fui diretamente para a pista de skate. Vitor fazia algumas manobras radicais que me deixaram com o coração na boca, ou qualquer que fosse a expressão usada.

Depois de mais dez minutos observando, Vitor veio até mim com um sorriso triste no rosto. O meu rapidamente se fechou. Qual era o problema? Será que o pai havia voltado e armado confusão?

— Oi. – ele beijou minha bochecha. Senti um frio roçar-me a pele e vi que ele tinha posto mais um piercing, dessa vez no lábio inferior. Revirei meus olhos para ele.

— Mais outro? – guinchei. – Quando é que você vai parar de se furar desse jeito?

— Algo contra? – Vitor retrucou, arqueando as sobrancelhas.

— Não, mas acho que pra você já virou um vício...

— Certo, certo... Esse foi o último, juro. – sorriu e pegou minha mão. Tentei fazer uma careta para ele, mas acabei sorrindo.

— Também, aonde mais você iria por? – resmunguei comigo mesma. Respirei fundo. – Eu tenho novidades.

— Ah, é? Eu também tenho uma...

— Você primeiro! – dissemos juntos e rimos. Notei que o riso de Vitor não tinha mais o mesmo humor. Ele parecia estar bem desanimado.

— Você conta, Katie. – falou, enquanto eu estava distraída. Meneei com a cabeça.

— Hm... Terminei com o Rafael e fiquei com o Alessandro... – corei. Um leve rubor. – Ele me beijou na festa e estava vestido como Fantasma da Ópera... – não pude conter meu riso. – Foi... Perfeito.

— Foi como você imaginou? – Vitor sorriu. Um segredo se passava por trás de seus olhos. Fiquei curiosa e franzi a testa, mas fosse o que fosse, eu nunca perguntaria, e nem ele responderia se eu o fizesse.

— Sim. Aliás, muito melhor do que a minha imaginação. – meu sorriso bobo estava em meu rosto.

— Fico feliz com isso, Katie. – sua mão apertou mais a minha.

— Mas o que você queria contar? Seja o que for, não parece muito animado com a novidade. – observei, erguendo uma sobrancelha.

— E não estou. – Vitor suspirou. – Vou me mudar para longe...

Parei a nossa caminhada, minha boca se abrindo em surpresa. Como assim para longe?! Eu gostava dele! Quero dizer, eu gostava de tê-lo como amigo, e fora ele quem mais me ajudou quando precisei. Agora, como ele poderia estar indo para longe de mim? Tão pouco foi o tempo que passamos juntos...

— Longe quanto? – minha voz tremeu.

— O suficiente para não mais voltar ao parque e falar com você... – fez uma pequena pausa. – Vou para Florianópolis.

— Floripa?! Vitor... Isso é muito, muito mais distante do que “longe”! – gritei. – Eu nunca mais vou ter ver!

O garoto revirou seus olhos cinza para mim. Oh... Aqueles olhos tão gentis e tempestuosos. Eu nunca mais os veria também?

— Não seja tão exagerada, Katherine. Vamos nos ver de novo... Algum dia. Ninguém pode saber do futuro, não é? – ele deu de ombros.

— E se seu destino não cruzar mais com o meu? Você é meu amigo! Não posso perdê-lo... Não mais um! – e eu odiava despedidas.

— Desculpa, Katie. Mas acho que vamos sim nos ver novamente. Tenha um pouco de fé, garota. Além do mais... Você está feliz agora, não está?

Assenti. Era a única coisa que eu poderia fazer. Vitor me puxou novamente pela trilha de terra, abraçando meus ombros.

— O que você vai fazer em Florianópolis? – perguntei depois de alguns minutos em silêncio.

— Meus avós moram lá, e minha mãe quer ficar com eles. Já estão idosos e tal... Então precisam da gente. – suspirou. – Minha mãe já arrumou uma transferência no emprego.

— Isso é uma... Droga! – exalei. – Agora que tudo ficou bom... Que tudo estava perfeito, vou te perder...

— Sabe, existe celular para que isso não aconteça. – ele argumentou. Mexi minha cabeça em sinal negativo.

— Não é a mesma coisa e você sabe disso. Eu odeio ter que falar pelo telefone! – fiz biquinho. – Nenhuma chance de você ficar?

O que diabos eu estava pedindo? Era impossível! Além do que... Por que ele ficaria? Sua mãe, sua família, está lá em Santa Catarina... Aqui em São Paulo Vitor não teria ninguém. Como eu podia ser tão egoísta? Eu nem o queria como meu namorado!

Talvez porque você gosta demais dele para isso.

— Não, desculpa. E não faça essa cara de cachorro pidão! – riu-se, tocando na ponta do meu nariz.

Desmanchei meu rosto em uma careta, o que só provocou mais riso por parte dele. Acabei rindo também, mas era algo forçado, nada natural, como antes.

— Promete me ligar? – implorei. – Todos os dias e não se esquecer que eu existo?

— Como eu poderia, hein? Você é a garota mais chata que eu já conheci na vida! – seus olhos reviraram-se. – Muito, muito chata.

— Olha só que diz... O sujo falando do mal lavado. – mostrei minha língua para ele como uma criança pequena.

— Quer se balançar uma última vez comigo? Daqui a pouco eu já vou ter que ir embora. – falou. Fiquei ainda mais triste. Era gostoso ficar com ele.

— Quero... Quando você vai partir?

— Amanhã à noite. Talvez não seja por muito tempo... Quem sabe nós não conseguimos convencer aquele casal teimoso a viver aqui em São Paulo?

— Quem sabe? – repeti, mas sinceramente, quem ia preferir São Paulo a Santa Catarina? Bem, talvez eu, mas eu sou uma anomalia da natureza.

Sem mal perceber, já estávamos nos balanços desgastados. Sorri. Aquele sempre seria o nosso lugar. Vitor fizera-me abrir os olhos não só para o vento e para a diversão, mas para a vida. E não havia outro lugar senão o parque onde nos encontramos. Então, como eu poderia voltar aqui sem ele?

— Kate... – chamou. Voltei-me para ele e seu rosto aparentava que uma grande batalha interna ocorria dentro dele. – Eu gostaria de fazer uma coisa...

Meu estômago se revirou em expectativa, o que era ridículo.

— Faça, então. – minha voz não foi mais do que um sussurro.

Uma de suas mãos agarrou minha cintura, puxando-me para ele, enquanto a outra afastava meus cabelos negros de minha cara. Vitor abaixou sua cabeça até seu nariz roçar contra o meu.

O momento de hesitação foi melhor do que o beijo em si. Seus lábios tocaram os meus primeiro levemente. Fechei meus olhos e comecei a respirar com dificuldade. Quando o beijo realmente aconteceu, eu já nem sabia mais como puxar o ar ou liberá-lo.

Sua língua invadiu minha boca e se enganchou com a minha. Não tive como não corresponder. Eu queria e precisava. Um único beijo de Vitor. Seus dentes morderam meu lábio e eu estremeci.

Foi cedo demais quando ele me largou e encostou sua testa na minha. Ambos estávamos arfando.

— Obrigado. – sorriu e selou mais uma vez nossos lábios.

— De nada. – sério, aquilo era o melhor que eu podia fazer? Um “de nada”? Eu realmente era uma imbecil.

— Vamos, sua idiota. Vou te empurrar. Escolha um balanço. – Vitor descolou-se de mim.

Sorri e escolhi o mesmo das duas outras vezes. Ele nem precisava ter me empurrado tão alto para que eu sentisse que tocava o céu.

***

Tentei não derramar nenhuma lágrima enquanto ia para a casa de Ana. Eu sentiria a falta de Vitor, mesmo que aquele beijo tivesse me confirmado de que eu não sentia nada por ele além de amizade. Não nesse momento, pelo menos.

Toquei a campainha e só tive de esperar por breves segundos antes que uma Ana cansada atendesse. Sorri para minha amiga e a abracei.

— Tenho muitas coisas para te contar, Ana! – exclamei, quando me separei dela.

— Eu também. – sua voz tremeu. Pisquei. O que havia acontecido? – E o Tiago? Ele está melhor?

— Ah, sim! Muito melhor. – ri. – Ele largou das drogas... Não era um viciado, Graças a Deus! E agora até tem uma namorada, que é um amor! Ah, Ana... Está tudo se ajeitando...

Ana Paula sorriu.

— Que bom, Katie! Você não tem ideia do quanto eu fico feliz por isso. – suspirou. – Mas acho que você vai querer me matar...

— O que você fez? Eu estou curiosa desde aquela ligação. Sua voz está diferente. – falei. – Espero que você nunca tenha que mentir para sua mãe, porque se tiver... Está fodida, amiga.

— Não sou tãããããão ruim assim, vai! – riu. – Vamos, entre. Quero conversar com você lá em cima.

— Hm... Ok. – murmurei, confusa. O que ela aprontara dessa vez? E por que não me contara antes de fazer a cagada? Bem, eu estava preocupada com Tiago, mas podia ajudá-la...

Sua mão agarrou à minha e juntas subimos as escadas. Parecia que não tinha mais ninguém em casa.

— Antes de tudo, eu quero que você jure que não vai me matar. Que não vai brigar comigo ou ficar com raiva de mim. Sabe, não é minha culpa... Essas coisas acontecem e...

— Ai, meu Deus! – gritei, meus olhos se arregalando. – Não me diga que você está afim do Alessandro!

Oh, não. Por favor, não! Se Ana estivesse gostando do Ale... Era óbvio que eu não teria chance alguma com ele. Minha amiga era linda e sabia muito bem o que dizer ou fazer para conquistar alguém. Eu, por outro lado, era uma desengonçada e chata. Sem dizer, feia.

— Não! – gritou-me, rapidamente. – Não é pelo Alessandro. Você tem bosta na cabeça? Achou mesmo que eu gostaria daquele imbecil, retardado? Não tenho o seu mau gosto, Kate!

— Então o que foi? – questionei, mais aliviada.

— Vamos jogar um jogo? – puxou-me para cama e nos sentamos. Franzi minhas sobrancelhas mas concordei.

— Qual?

— “O que é o que é”. – respondeu. Dei risada.

— Esse jogo mais velho do que minha vó! – bufei. – Tudo bem... Só não entendo o motivo disso.

— Vai entender, confie em mim. – Ana puxou e segurou o ar por um longo tempo antes de soltá-lo. – Certo, eu começo.

— Tá... – minha curiosidade aumentava.

— O que é o que é... O seu sentimento pelo Rafael?

Mas o quê?

— Não é assim que se brinca, Ana. – revirei meus olhos.

— Então vamos fazer um jogo diferente. Só responde logo. – ela bufou, irritada. Também fiquei. Quem deveria estar puta da vida era eu, que não sabia de nada.

— Eu amo o Rafael. – disse lentamente. Seu rosto obscureceu. – Minha vez?

Ana apenas assentiu, sem modificar sua cara grave.

— O que é o que é... Que vem te perturbando?

— O medo. – respondeu com lágrimas nos olhos. Apertei sua mão. – O que é o que é... A sua definição para o amor?

Tive de pensar um pouco antes de responder. Eu definia o amor?

— Eu penso nele de formas diferentes. Não sei explicar... Amor é amor. Mas há vários tipos de amor. Tipo o meu por você. É um amor de amizade, que é o que eu mais prezo. – ok, aquilo estava mesmo muito confuso. – O que é o que é... O seu sentimento neste instante?

— Amor. – murmurou. – O que é o que é... O seu amor pelo Rafa?

De novo o Rafael?

— De amizade. – respondi sem hesitação. – O que é o que é...

— Mesmo? – interrompeu-me. Balancei a cabeça. Acho que ela ainda não entendera que eu gostava de Alessandro... – Então você não vai ficar brava se eu... Ahn... Amá-lo de um outro jeito?

Arregalei meus olhos. Somente agora minha ficha caiu. Ana estava apaixonada por Rafael! Ri alto e a abracei, jogando nós duas para o chão. Ela começou a rir comigo, aliviada.

— Você está apaixonada?! – gritei, sorrindo. – Minha amiga está apaixonada?! Aquela mesma pessoa que disse que não ia se apaixonar nunca...

— Nunca é muito tempo. – franziu o nariz e deu de ombros. Concordei.

— Ah, Ana! Eu mal posso acreditar! – bati palmas. – Estou muito contente, amiga! Vocês dois vão ser perfeitos juntos... Se pararem de se provocar, né?

Rimos.

— E você e o Ale? Estão juntos? - perguntou-me por fim.

— Estamos ficando e... Ah, Ana! Vitor me beijou!

— O quê?! Você traiu o Ale? Não tô acreditando nisso, Katherine...

— Vitor vai se mudar. – disse com impaciência. Não queria que ela me jugasse. – E o beijo só me fez confirmar uma coisa...

— Não. Espere. – ela pediu, apontando um dedo para meus lábios. Calei-me, mas sorri. – O que é o que é...

***

Não falei nada para Alessandro sobre Vitor ou o beijo. Ele não precisava saber já que não fora nenhum começo, mas um encerramento. Um doce fim, devo confessar, mas um fim.

A boca de Ale tocou a minha e meus pensamentos ficaram incertos, tanto quanto as batidas de meu coração. Ah, isso era tão, mas tão bom...

Grudei-me mais nele, até que houvesse pouco espaço separando nossos corpos. O garoto riu e colocou meu cabelo atrás da orelha.

— Eu sei que sou irresistível, mas tem pessoas olhando, Katherine. E estamos bem perto da sua casa. Já imaginou se sua mãe vem até a praça e vê uma cena dessas? Ela nunca mais vai me deixar te ver. – sua boca fez uma linha esquisita com o último pensamento.

— Não seja um convencido besta. – falei. – Tiago está em casa e ela vai ficar cuidando dele.

— Hm... Nesse caso... Foda-se. – sua mão agarrou meu queixo e me guiou de volta aos seus lábios. Sorri em meio ao beijo, algo que eu sempre acabava fazendo quando estava com ele.

A gentileza dele para comigo não tinha acabado. Alessandro não quisera mais separar-se de mim depois do baile, como eu pensei que faria. Nunca pude estar mais contente por estar enganada.

Suas mãos fizeram círculos em minhas costas, acalmando minha respiração apressada, mas seus lábios nunca deixavam os meus.

Com Alessandro, eu nunca abri os olhos enquanto beijava.

***

 Cheguei em casa feliz. Mamãe estava cozinhando e pude ouvir a televisão ligada lá no quarto de Tiago. Meu sorriso alargou-se. Tudo estava mesmo indo bem. Finalmente. Também, uma hora isso teria que acontecer. Era impossível passar uma vida daquela forma.

Fora apenas um momento ruim, que já passara. Um fato errôneo que nos ensinara muito. A vida nunca seria plenamente alegre. Ela era feita de desgraças também, e não vivê-las seria pior ainda.

— Kate? Já chegou?

Fui até a cozinha e beijei o rosto de mamãe, que lançou-me um sorriso carinhoso e doce.

— Tudo bem por aqui? Tiago não está reclamando? – perguntei.

— Ele não estava, até que Carol teve de ir. – riu com amor. – Depois, ficou insuportável!

Pelo seu rosto, Tiago não parecia estar assim tão insuportável. Na verdade, ela estava adorando cuidar do seu filho mais velho. E daí que ela não fizera isso antes? Ainda era tempo de arrumar as coisas quebradas.

E isso também se aplicava a mim.

— Mamãe. – chamei, fazendo uma careta.

— O que foi, querida?

— Eu... – respirei fundo. – Posso ligar para o papai?

Sua cara se congelou. Não gostei de ter arrancado seu sorriso, mas depois de alguns minutos, ele retornou com força total.

— Ele vai amar ouvir sua voz. – sussurrou, com lágrimas nos olhos. – O telefone está na agenda.

— Obrigada. – dei-lhe mais um beijo e fui até a sala.

Disquei os oito dígitos timidamente, nervosa. O que Tiago acharia disso? Eu deveria chamá-lo?

Não. Aquilo era algo que eu estava fazendo para mim mesma, não para ele. Se ele não gostasse... Bem, eu não poderia fazer nada. Mas seria um novo desfecho. Mais um de que eu necessitava.

Atenderam-me no segundo toque:

— Paula? – uma lágrima escorreu quando ouvi a voz de Ricardo, meu pai.

— Oi, papai... É a Katie... Tudo bem? – perguntei, hesitante.

Ele riu e eu senti que tudo ficaria bem.

***

Voltei para meu quarto enquanto Tiago falava com nosso pai. Ele viria ver-nos no dia seguinte e eu estava ansiosa por isso. Há muito tempo que eu havia o excluído da minha vida.

Deixei-o de lado por um instante e relembrei-me da brincadeira de Ana, que fizéramos mais cedo. Sorri exultantemente.

Não havia mais lugar para charadas ou questionamentos. Meu “o que é o que é?” já tinha uma resposta sólida. Eu poderia até estar hesitante quanto a ela, mas nada do que eu fizesse a mudaria. Agora, era parte de quem eu era. Do que eu me tornei.

Sua pergunta do “O eu é o que é” fora: “O seu sentimento pelo Alessandro?” E a resposta foi “amor”, simples assim. A temida palavra na qual eu mais me apegava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim!
Por favor... Deixem seus comentários, ok? Nem preciso falar que eles são importantes para mim, né? Porque são, e sem eles, não há história.
Leitores fantasmas... Mais uma vez eu imploro (imaginem-me de joelhos): COMENTEM! Vocês gostariam de alguém que lesse sua história e não comentasse? Não, né? Então eu venho chorando para que vocês deixem-me saber sobre o que acham da história! T-T Por favorzinho.
Ok... falei que não ia me estender aqui... e não vou. Acho mesmo que vou é dormir (sério, amores, meus olhos estão fechando).
Estou aguardando vocês nos comentários! Beeeijos :*
PS: Próximo capítulo sai dia 1... Logo a fic estará acabada T-T



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Adorável Depressão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.