Adorável Depressão escrita por Cristina Abreu


Capítulo 15
11. Palhaços de circo.


Notas iniciais do capítulo

HEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEY!
E aí, como estão??? Vocês não perguntaram de mim, mas eu estou beeeem cansada. Andei pela Liberdade e Sé... Tô morta feat enterrada. Não, mentira. Se eu estivesse debaixo da terra, não estaria postando esse capítulo para vocês.
O daora é que tá chovendo em mim (nossa, por que eu falei isso aqui? Não liguem, sou retardada).
Mas então... Estão curiosos para saber o que aconteceu com o Tiago? Sim? Sim? Não? :c
É melhor que estejam, porque eu vou contar nesse capítulo u.u
Agora deixa eu calar essa boca (ahn? Mas eu não estou teclando?) retardada. Aproveitem o capítulo.



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11. Palhaços de circo.


Minhas lágrimas fluíam livremente. Eu não tinha mais consciência de onde estava, e nem queria saber. A dor me preenchia por inteiro e eu tentava prender-me a ela, pois era a única coisa que havia me sobrado nesse momento.


Senti braços me envolvendo, mas não liguei. Não queria conforto algum agora. Não quando não pude dá-lo ao meu irmão. Por que eu fora tão má com ele? Devia ter me mantido ao seu lado, mesmo com todos os seus problemas. Devia ter tido um pouco de fé e paciência. Se tivesse feito alguma daquelas coisas, não estaria aqui agora, chorando inconsolavelmente.

— Kate. – ouvi alguém dizendo. A voz estava demasiado longe para eu reconhecê-la.

— Katherine... Está me escutando? – por que não me deixavam em paz? – Kate, você está gelada...

Só me mexi quando vi um jaleco branco vindo até nós. Meu peito se apertou de medo. O que o médico traria seriam boas ou más notícias? Eu não estava preparada para a segunda opção.

— O que... O que aconteceu? – surpreendi-me com minha voz. Parecia uma estranha falando. Calma e controlada. Nada parecido com que estava se passando dentro de mim agora.

— Tiago está estável... Controlamos a hemorragia e já é quase certo de que ele não corre risco de vida. – o médico sorriu. Respirei fundo, aliviada.

Meu irmão fora trazido para este hospital quase morto. Um carro o atropelara quando estava atravessando a rua. O motorista estava bêbado e dirigia muito acima do limite de velocidade. Mas não era ele que havia passado por uma cirurgia de emergência. O desgraçado fugiu e não prestou socorro. Tiago ficara lá, deitado, sozinho e com frio, sangrando!, por muitos minutos antes de alguém achá-lo.

— Eu posso vê-lo? – perguntei, já me levantando. Quem quer que estivesse me abraçando, se afastou um pouco. – Por favor?

— Lamento... Ainda não. Apenas a sua mãe pode ficar com ele, na UTI, mas assim que ele receber um quarto, o que eu espero que seja amanhã, você poderá vê-lo. – mordi meu lábio. Droga. – Aconselho que volte para casa e durma um pouco...

Eu apenas assenti. Não queria ir para casa. Queria ficar lá, mesmo que não tivesse o direito de ver meu irmão. Ele só precisava saber que eu estava lá por ele, que não o abandonaria.

— Kate... – a voz suave me chamou novamente. Virei-me lentamente, me deparando com Rafael. Era óbvio que mamãe o havia chamado. Ela ainda estava pensando que estávamos juntos, mas bem... E daí que não estávamos? Ele ainda era meu melhor amigo.

— Rafa! – atirei-me em um abraço, chorando em seu ombro. Rafael apenas me abraçou de volta e ficou acalentando minhas súplicas salgadas, que saíam em forma de lágrimas.

— Obrigada por estar aqui. – sussurrei quando consegui me acalmar. Não vi, mas senti seu sorriso.

— Você achou mesmo que eu não iria vir? Só porque acabamos o namoro? Você vai ser minha amiga para sempre. – disse, apertando-me mais. – E isso é mais importante, né?

Balancei a cabeça e me desfiz de seus braços. Enxuguei meus olhos e dei um meio sorriso. Eu não precisava mais ter o medo de perder Tiago ou Rafael. Amanhã, quando eu visse Ti, tudo estaria bem.

— Kate... – Rafael começou. – Você está...

— Hm? – o instiguei a continuar.

Meu melhor amigo respirou fundo e me encarou gravemente. Eu vi a dor estampada em seus olhos gentis e me odiei por isso. Era por minha causa que ele sofria. Não importava o quanto eu o amasse... Ele sempre me amaria mais. Pena que eu não poderia acompanhá-lo nesse sentimento.

— Você está com o Alessandro, né? – soltou tudo de uma vez. Fiz uma careta e mordi meu lábio.

— Sim... Ele... Ele... – o que eu poderia dizer? Não havia nada para reparar o que aconteceu.

— Eu sei, tudo bem. Ele já me contou tudo. Ontem à noite. – Rafael respirou fundo.

O que o idiota tinha feito?! Por que ele fora falar com Rafa logo após terminarmos? Ele não sabia o mal que ia causar? Ah, Alessandro, por que você sempre é um idiota?!

— Ah, é? – tentei não mostrar minha irritação para Rafael.

— Uhum, mas, Kate, é sério... Está tudo bem. – o sorriso dele mostrava outra coisa bem diferente. – Eu sempre soube que você era apaixonada por ele, e não por mim. Acho que nunca seria diferente para nós.

— Eu sinto muito, Rafa. – suspirei. – Eu tentei... E achei que estava conseguindo, mas...

— Mas você só estava tentando enganar a si mesma, camuflar o desejo de uma felicidade com outra totalmente diferente. – concluiu. Franzi minha testa. Rafael riu. – Isso nunca funcionaria.

— Desculpe não ter sido sincera. – repeti. Eu tinha que desculpar-me de algum jeito.

— Esquece, Katie. O importe é que você seja feliz agora. Se ele fizer alguma coisa, é só me chamar que eu o mato. – sorri fracamente. Sim, Rafael sempre estaria lá para proteger-me.

— Ok. – murmurei e bocejei. Estava cansada e meus olhos estavam inchados. – Ah, Rafa? Eu já gostei de você. Desse tipo diferente de gostar. Quando a gente era criança.

— Eu já gosto de você assim desde que nos conhecemos. – ele riu. – É uma pena que nós crescemos.

Ri também e soltei outro bocejo. Agora que a adrenalina e o medo se afastavam de mim, sentia-me muito cansada.

— Você quer que eu te acompanhe até sua casa? Já está quase amanhecendo e você precisa dormir um pouco.

— Você ficou aqui comigo por todo esse tempo? – pisquei, espantada. Estávamos ali desde as dez da noite. Assim que minha mãe me falou o que havia acontecido, corremos para cá, onde Tiago fora trazido. Ele já estava em cirurgia de emergência e cada momento desde então foi um pesadelo para nós duas. Mesmo sabendo que o risco que ele corria era quase nenhum agora, eu só me tranquilizaria após vê-lo.

— Sim, é óbvio que sim. Eu não iria deixar você sozinha, não é? – Rafael deu de ombros. – Mas acho que devíamos ir embora e voltar mais tarde... Aí você poderá vê-lo.

Neguei com a cabeça. Eu já havia prometido que não sairia do hospital enquanto ele não corresse mais risco algum.

— Eu vou ficar aqui, mas você tem que ir. Já está muito tarde. – bocejei de novo. – Vou dormir numa dessas poltronas mesmo e esperar que ele seja liberado da UTI.

— Tem certeza, Kate? E eu posso ficar com você...

— Não. Vá pra casa, Rafa. Prometo que vou te avisar assim se acontecer alguma coisa ou eu me sentir muito sozinha. – sentei-me na poltrona desconfortável e me ajeitei da melhor forma nela. - Mas não estou mais com medo. Ele vai sair logo... Eu sei que vai.

Rafael sorriu e se inclinou, dando-me um beijo na bochecha.

— Sim, Kate. Ele vai. Tente dormir, ok? Nos falamos mais tarde. – fiquei vendo-o até que desapareceu atrás da porta de entrada. Relaxei no meu assento e fechei meus olhos.

Dormi quase instantaneamente. Sem sonhos.


Fui acordada um pouco mais tarde. Alguém estava mexendo em minha cabeça. Abri meus olhos e vi que era Alessandro. Um sorriso se espalhou por minha cara. Ele estava me ajeitando cuidadosamente em seu colo.


— Oi. – sussurrei. Seus olhos se voltaram para os meus.

— Oi... Volte a dormir, Katherine. – sussurrou de volta e se abaixou sobre mim, beijando meus lábios. – Gostei de vê-la tão calma.

Soltei um risinho baixo e voltei a fechar meus olhos. Dormi rapidamente, sentindo o calor do corpo de Alessandro emanando até mim.


Algumas horas mais tarde, alguém me balançou. Mesmo sonolenta, soube que era minha mãe. Logo abri meus olhos e encarei os seus. Paula estava sorrindo e aparentava cansaço.


— Você tem algumas coisas para me contar, né? – ela riu. Suspirei, aliviada. Se ela estava rindo, Tiago já estava bem melhor. – Ti veio para o quarto, quer vê-lo?

Levantei-me do colo de Alessandro e por um momento tudo ficou negro. Aquilo sempre acontecia quando eu me levantava rápido demais. Mamãe foi para segurar meu braço, mas Ale já estava fazendo. Sorri para ela.

— Sim, para as suas duas perguntas. – mais lentamente, me levantei da poltrona e indiquei que minha mãe fosse à frente, dando um pequeno aceno a Alessandro. – Como ele passou a noite?

— Bem, querida. – mamãe suspirou. – Ele dormiu como um anjo. Só acordou agora a pouco e recebeu alta da UTI. O médico disse que ele só precisa se manter em repouso e não se mexer muito.

Ri. Só. Para Tiago, aquilo seria um inferno. Meu irmão sempre fora muito ativo, motivo pelo qual eu também era. Sempre estava tentando acompanhá-lo quando éramos crianças.

Quando chegamos a uma porta branca, minha mãe a indicou. Esperei que ela fosse entrar comigo, mas Paula apenas balançou a cabeça negativamente. Respirei fundo, preparando-me para ver meu irmão cheio de equipamentos, e entrei, segurando minhas lágrimas. Tiago estava deitado em uma cama, ligado a aparelhos, mas já respirava sozinho. Oh, ele parece tão frágil!

— Oi, Ti. – sussurrei, beijando-lhe a testa. Tiago sorriu e apertou minha mão. – Como você tá?

— Bem. – sua voz estava rouca por causa do tubo que o ajudara respirar. – Só não me lembro do que aconteceu...

— Tudo bem, Ti. A gente sabe. E por incrível que pareça, dessa vez a culpa não foi sua! – ele revirou os olhos, mas continuou sorrindo.

— Eu estava indo atrás da Carol. – confessou, corando. – Depois tudo ficou escuro e eu não lembro mais de nada.

— Então você criou coragem, hein? – meu sorriso cresceu. – Meu irmãozinho está apaixonado?

Tiago franziu o nariz e gemeu. Ele tinha cortes por todo o corpo, mas eu tentava ignorar isso. Assim como também ignorava a perna engessada no alto. Não queria ver a extensão de seus machucados. Isso só me faria mal.

— É, acho que sim... Acho que parei de tentar ser um palhaço. – falou. – Fingir algo que não sou... Tentar ser feliz com modos que só me trazem mais desgraças. Finalmente, eu te ouvi, Katie.

— Como assim? – fiquei curiosa. Tiago filosofando era bem raro. – “Acho que parei de tentar ser um palhaço”?

— Você, por exemplo, sempre dá uma de palhaça, rindo até mesmo de si própria. E ninguém percebe, porque não estão nem aí. Mas seus sorrisos... Bem, você não é feliz. Não é só porque dá umas risadas e faz piadas irônicas que isso faz com que você seja a mais alegre de todos. Você pode se fingir de palhaça, mas nem todos eles são felizes.

Desviei o olhar porque não conseguia lidar com isso. É, a verdade machuca.

Acho que há um momento em que todos se perguntam se são felizes nessa vida. Uns têm plena certeza que sim, outros pensam um pouco mais, ficam mais hesitantes. Esses ponderam, se lembram de sua vida, mas geralmente a resposta final também é positiva.

Eu tento não perguntar-me sobre isso por enquanto. Não haveria nada como resposta, apenas um sorrisinho mentalmente cínico.

Porém, se eu tivesse um espelho em minhas mãos e pudesse ver meus olhos, saberia a resposta da questão. Eu não acreditava que fosse plenamente feliz. O que eu sentia, era que minha vida se constituía de alguns, poucos, momentos felizes.

Quem me entende, sabe que há uma diferença enorme. E Tiago o fazia e jogava isso na minha cara.

— Kate. – Tiago chamou. Voltei a olhar para ele, corando. – Você também deveria parar de tentar fazer isso. Você não gosta do Rafael... Não adianta querer ser feliz com ele...

— Eu já parei. – choraminguei. Algumas lágrimas rolaram silenciosamente. Mesmo com dor, Tiago ergueu o braço e as secou. – Aconteceu ontem... Eu acabei com ele e beijei o Alessandro...

— Uau. Sério? – Tiago sorriu. – Então por que está chorando?

— Porque eu acho que eu... Que eu o amo. E isso não devia estar acontecendo, Ti. Não tenho idade para isso...

— É claro que você tem idade para essas paixonites, mana. – ele bufou. – O estranho seria se você não tivesse. E quanto ao amor... Qual é o problema? Se ele te machucar, você sabe que eu mato, né? Então, tudo vai ficar bem.

Ri em meio ao choro.

— Aliás, um dia você vai saber distinguir um amor do outro. – continuou. – Existem muitos tipos de amor. Não se preocupe com isso agora. Você não precisa.

— Ah, Ti! – deixei minha cabeça encostar-se ao colchão duro do hospital. – Eu fiquei tão preocupada com você! Pensei que havia morrido. Mamãe não parava de chorar e...

Solucei.

— Ei, tudo bem, Katie. Não chore. Desculpa pelo susto... Prometo que agora serei um bom menino. – riu e afagou meus cabelos.

— É bom mesmo. – falei e sequei as lágrimas, que ainda teimavam em escorrer.

— Hm... Katie? – levantei minha cabeça. Seus olhos brilharam. – Será que você podia ligar pra Carol? Eu queria que ela viesse aqui, já que eu não posso ir pra lá por algum tempinho...

Beijei sua testa e me levantei da cadeira onde havia me sentado. Andei até o lado oposto do quarto branco e esterilizado. Lá havia uma pequena mesa com um telefone. Peguei-o do gancho.

— Qual é o número, Romeu da perna quebrada?

***

Só deixei Tiago quando Carol entrou, sabendo que ela o manteria seguro. Sorri para a namorada do meu irmão e saí. Alessandro ainda estava me aguardando na sala de espera. Meu sorriso aumentou quando nossos olhos se encontraram, e estendi minha mão, que ele pegou e apertou.

— Vamos comer alguma coisa? – perguntei. – Estou morrendo de fome...

— Claro, Katherine. – por que eu não me importava mais de ser chamada pelo meu nome completo? Bem, ao menos, não ligava quando era ele que me chamava daquele modo.

— Vamos a alguma lanchonete que tem por aqui... Não quero a comida do hospital. – estremeci. Era uma droga tudo o que eles serviam na lanchonete daqui. Lembro que, quando criança, sempre ficava doente e meu pai trazia-me neste mesmo hospital, e eu o fazia ir até o outro lado da rua para comprar alguma coisa.

Sorri. Meu pai não era um mau pai. Ele sempre fora atencioso quando estava casado com a minha mãe. Era uma pena que eu o afastara de vez. Quem sabe um dia Tiago e eu estivéssemos prontos para vê-lo novamente?

— Que horas são? – perguntei.

— Hm... Duas horas. – ah, era por isso que eu estava com tanta fome. – O que você quer comer?

— A gente pode ir ao McDonald’s? – meu estômago roncou. Alessandro assentiu, rindo, e passou o braço pela minha cintura. Corei.

Quem diria que o Ale podia ser assim tão... Romântico? Sempre que eu o via com outras garotas, ele parecia bem diferente. Mais... Hm... Indiferente? Sim, com as outras ele era frio. Mesmo enquanto tocava-lhe os lábios.

Livrei-me dessa imagem. Eu não queria mais vê-lo com outras meninas. Queria que ele fosse só meu e queria pertencer a ele, também. O que era muito irônico de acordo com os meus antigos padrões de vida.

Era isso que nunca pude aceitar: que fosse de alguém, que me sufocassem, que dependessem tanto assim de mim porque... Bem, porque eu nunca atendi às expectativas. Só me afogava cada vez mais quando tentavam me puxar.

Por esse motivo que, quando Rafael me pediu em namoro, ficara desesperada. Odiava essa ideia de “somos um do outro”. Agora, se Alessandro me pedisse isso, eu fecharia meus olhos e o beijaria na hora.

Sim... Tudo estava mudando dentro de mim. E isso estava me assustando.

Ale sorriu e não pude impedir-me de corresponder ao seu sorriso.

***

Quando fui para casa trocar de roupa, minha cabeça já estava pegando fogo. Durante todo o almoço com Alessandro – que continuava sendo um fofo -, fiquei pensando no que estava acontecendo, sem encontrar uma resposta. Seria aquilo tudo uma ilusão? Será que a Ana estava certa e eu estou mesmo perdendo a noção da realidade?

Decidi que antes de voltar ao hospital, descansaria um pouco, afinal, Tiago tinha Carol. Eu estava irritadiça e exausta. Queria um pouco de sossego e silêncio.

— Kate? – minha mãe chamou. Esqueci-me de que ela também viria repousar.

Paula apareceu ao pé da escada, e me encarou com um brilho nos olhos. Se eu não estivesse com meu mau-humor, teria sorrido. Mas agora, tudo o que eu precisava era ficar em paz.

— Vamos, me conte tudo! – pediu. – Eu vi que Alessandro estava lá, e... Oh, vocês estão namorando?!

— Não. – respondi. – Ele não me pediu em namoro.

E provavelmente não iria fazer. Ale não era disso, não é mesmo? E bem, ontem ele deveria ter ficado bêbado, e hoje, com pena de mim.

Garota, custa acreditar em si mesma? Quem sabe se ele não te ama verdadeiramente? Dê uma chance ao seu final feliz!

Revirei meus olhos para meu subconsciente. Eu deveria mesmo estar ficando louca para ralhar comigo mesma.

— Ah, mas aposto que ele vai! – mamãe sorriu. – Finalmente, Katie!

— Hm... Licença. – pedi. Se eu continuasse naquela conversa, minha cabeça explodiria.

— O que foi, querida? Ele fez alguma coisa...?

Ela seguiu-me enquanto eu subia as escadas rapidamente. Respirei fundo e fui ao banheiro, tomar um analgésico.

— Não, mãe. Por enquanto, tudo está bem. – respondi.

— Por enquanto? – sua tez franziu-se em confusão.

— É... Eu não sei o que vai acontecer no futuro, né? – lavei meu rosto e tirei minhas roupas pesadas. Antes de ir para o hospital ontem, enfiara uma camiseta e calça jeans rapidamente. Querendo sentir-me acolhida, coloquei meu pijama curto de ursinhos. Era fofo e eu parecia uma criança com ele. Acho que era isso de que eu precisava.

Isso e falar com a minha melhor amiga. Agora que eu me lembrava, Ana não havia aparecido no hospital, o que era muito estranho, mas... Tudo estava estranho, então, que se foda. Eu falaria com ela mais tarde.

Mamãe riu, distraindo-me de meus pensamentos sem nexo.

— Não se preocupe. Só viva o agora. Você gosta dele, não gosta?

— Gosto. – quis sorrir, mas não o fiz. Desde quando me tornara uma risonha?

Ela ficou quieta, apenas sorrindo. Bufei e fui para minha cama. Pensei que ela entenderia a deixa e me deixaria em paz, mas ela não o fez.

— Pode me deixar sozinha, mãe? – pedi sem nem olhá-la. Ouvi seu suspiro baixinho e depois a porta se fechou. Não duvidava que me arrependesse por isso – ela tinha mais experiência e poderia me ajudar com minhas dúvidas, não é mesmo? -, mas no momento não me importei. Estava sozinha e tudo estava silencioso.

O mais delicioso dos silêncios era quando você o conquista. E eu havia conquistado o meu.

Ao menos, neste instante.


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Notas finais do capítulo

Felizes? Aliviados? Infelizes? Decepcionados?
Digam-me o que acharam, poooooor favor!
A fic já está nas retas finais *chora*. Mais três capítulos e acaba! Então, eu imploro do fundo do meu coração... Deixem suas opiniões sobre a história. Tenho 98 leitores, mas não são todos que comentam. Vamos lá, Apple Pies, eu preciso saber o que vocês acham, e não custa nada mandar-me um review, né???
Mas sério mesmo que vocês pensaram que eu iria fazer algo com meu personagem favorito? '-'
Beeeem, amores da Cris... Ela está partindo. Só volta na semana que vem. E nos comentários de vocês, é claro (que lindo, eu estou falando sobre mim mesma na 3ª pessoa. Isso que é maconha).
AH! Mas antes de eu ir... Queria avisar que postei o trailer da minha nova fanfic: http://www.youtube.com/watch?v=q5wXR9w1Y-w
Vocês poderiam ver e dizer-me o que acharam?
Beijos :*