We Found Love escrita por Jessie Austen


Capítulo 23
O Passado


Notas iniciais do capítulo

~2ª FASE DA FIC~



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Após uma viagem exaustiva, Thor chegou à Vanaheim. Depois de cinco dias, tinha fome e muita sede, já que todo o alimento que havia encontrado tinha dado para seu companheiro, o cavalo.

O importante era chegar até ali e isso ele conseguiu. Tinha mais pressa do que qualquer coisa.

Era uma manhã fria e bonita, quando finalmente encontrou a civilização à beira do mar.

– Por favor, por favor...levem-me até Frey. Gerda. – pediu para um grupo de jovens que lavava roupas e o viram desmaiar após dizer tais palavras.







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Thor abriu os olhos e uma claridão quase o cegou. Após se acostumar tal luz percebeu que estava deitado em uma cama, em um quarto simples e pouco mobiliado.

Uma senhora o observava atentamente perto da porta.

– Onde estou? – perguntou molhando os lábios.

– Em Vanaheim.

– Isso eu sei...procuro por Frey.

– O senhor esta voltando de viagem junto com a senhora. Tente se alimentar...- ela disse se aproximando e lhe entregando uma espécie de papa de aveia.

– Obrigado. Obrigado por me acolher.

– Qual o seu nome, filho?

–Thor...

– Você é mesmo o Filho de Odin? Não posso acreditar! O deus do trovão...achávamos que estava... que estava morto.

– Assim como meus pais? – perguntou.

– Eu sinto muito. Meus senhores não devem demorar...

– Na verdade, nós já chegamos. – respondeu uma voz masculina.

Neste momento, Frey entrou no quarto. Este tinha um porte grande, cabelos escuros, vestes simples brancas e traços finos. A mulher fez uma reverência e os deixou, fechando a porta.

– Sou eu quem você procura. – ele disse sentando-se perto do asgardiano.

– Frey, Loki pediu que eu o procurasse...mas não me contou o por quê. Quero que me ajude a tê-lo de volta, mas não sei como pedir isso. – seus olhos cheios de lágrimas.

– Provavelmente Loki lhe deixou uma carta?- este lhe perguntou calmamente. Havia tranquilidade em sua voz.

– Sim, mas sabe...eu não tempo para cartas, quero dizer. Depois eu a leio, mas eu quero busca-lo e, se realmente você pode fazer isso, apenas fale...se caso não, voltarei para Jotunheim agora mesmo.

– Loki me disse sobre o seu temperamento. É engraçado como tudo bate.- Frey sorriu – Vejo que você o ama. Muito. Saiba que ele também te amava.

– O quê? Como assim me amava? Ele está vivo...ele está em Jotunheim...e eu vou salvá-lo.

As feições do anfitrião tornaram se tristes e baixando a cabeça disse:

– Eu sinto muito em ser a pessoa a te dizer isso. Mas Loki está morto.

O asgardiano quis matar aquele ser à sua frente. Mas não tinha força. Quis gritar, mas se esquecer de como usar sua voz. Quem era ele para dizer que Loki estava morto? Não! Ele estava ali por um motivo, um único motivo: salvá-lo.

– Laufey não o perdoou por deixa-lo fugir, Thor. – Frey continuou sem conseguir olhá-lo – Eu sinto muito. Loki era um jotun maravilhoso. Raro nos dias de hoje.

– Você não o conhece. Não sabe do que ele é capaz, ele fugiu...aposto. Ele virá para cá? Este é o plano? – o loiro se levantou da cama e começou a andar para um lado para o outro. Parecia que tinha levado um soco e não conseguia respirar direito.

– Eu sei do que ele era capaz, do que vocês eram capazes juntos. E é por isso que eu vou ajuda-lo.

O loiro então jogou todas as coisas que estavam em uma pequena escrivaninha no chão, socando com força a parede.

– Eu vou matar Laufey! Eu o odeio! – gritou com toda a sua força caindo de joelhos, enquanto chorava.

– Acalme-se. Tudo ficará bem...

– Como? Como? Eu acabarei com todos os gigantes. Um por um...eu juro!
– Loki me pediu para acalmá-lo. Thor, eu preciso que você respire e preste atenção em mim. – Frey pediu enquanto sentava no chão perto dele, que agora apenas chorava.

– Em anos eu não conhecia um amor como o de vocês, sabia? Desde quando conheci a minha amada Gerda. Vamos, levante-se meu jovem. E não chore mais...vou contar como posso ajuda-lo.

Thor então, com ajuda, se sentou na cama novamente.

– Provavelmente você não me conhece. Mas eu controlo o tempo. Moro aqui em Vanaheim e sou o responsável pela a paz e a prosperidade desse reino. Thor, eu acredito na paz...na união. Eu acredito em você e Loki. Eu acredito que o amor de vocês possa fazer o amor ressurgir entre os asgardianos e os gigantes...não sei se você sabe, mas minha amada Gerda era um gigante também. – sorriu, mas Thor continuava a chorar silenciosamente.

– Apenas me diga, como farei para suportar viver sem o Loki? – perguntou.

– Você não viverá sem ele, Thor! Não...isso não seria ajudar, certo? Você, vocês dois terão uma nova chance...

– Nova chance?

– Sim. Eu farei você voltar...voltar no tempo. Voltar...e tentar de novo. E acertar desta vez.

– Você me fará voltar no tempo? Quando?

– Quando você achar que for o certo...é só me dizer.

– Sim...sim, me leve agora para o passado. Eu imploro!

– Sim, eu farei. Mas preciso te alertar com duas coisas. – respondeu Frey.

– O que for preciso. O preço que for...eu pago. – Thor disse sem hesitar.

– Não é necessário me pagar. O sacrifício que Loki fez por você, para mim...é maior do que qualquer preço. Eu quero ajudar. Mas me ouça agora: você voltará para dias que já viveu. Serão iguais, mas entenda...não serão os mesmos. Porque você, bem...você já não é mais você. Não mude absolutamente nada a não ser que tenha certeza.

– Como assim?

– Não tente tirar a vida de Laufey na primeira vez que o ver, por exemplo. Não trate o Loki daqueles dias, como se fosse trata-lo se o visse agora.

– É impossível. – concluiu o loiro.

–Não é, mas é extremamente difícil e por isso e tantas outras coisas que muitos enlouqueceram ao mexer com o passado. E eu queria poder ajuda-lo quanto a isso, mas não posso.

Thor enxugou as lágrimas e refletiu por alguns instantes. Encarou aqueles olhos castanhos pela primeira vez e sentiu paz.

– Eu prometo que não vou errar de novo. E desta vez tudo dará certo. Farei isso por Loki e por nosso filho.

– Não vou arriscar. Tome, coma este pedaço de pão. – Frey sorriu lhe entregando uma pequena quantia que mais parecia um biscoito.

Thor o engoliu apressadamente. Levantando-se, o deus de Vanaheim foi até o outro cômodo e voltou com uma imensa espada.

– Thor...esse pão o fará dormir e acordar, você já estará no passado. Ele te dará mais sobriedade também. Seja você...não o que motiva neste momento. Você esta fazendo isso por amor. Não por ódio ou vingança. É pelo Loki e seu filho. Você se lembrará disso?

– Sim, eu irei. – o loiro jurou.

– E leia a carta de Loki quando assim você achar que deve. Então, para quando quer voltar? Para algum momento, algum dia em especial?

– Eu quero voltar para o começo. Desta vez, eu farei tudo certo.

– Uma ótima escolha. – Frey sorriu e bateu a espada nos dois ombros de Thor que perdeu seus sentidos neste momento.







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Thor sentiu uma brisa quente cobrir seu rosto. Levantando-se bruscamente viu seu quarto. Seu quarto quando ainda não havia feito o pacto.

Olhando para o lado viu sua veste especial pendurada. Sim, a cerimônia ocorreria naquela noite. O pacto entre Jotunheim e Asgard iria acontecer naquela data ele conheceria Loki.

– Meu filho! Já dormiu demais não acha? – Frigga brincou entrando no quarto.

Não podia acreditar. Sim, era melhor que um milagre que ele tivesse voltado.

– Mãe. Eu te amo...- disse abraçando a rainha que respondeu ao abraço sorrindo.

– Eu também. Seus amigos estão lá embaixo...te esperam.

Thor lembrou que na noite anterior ao pacto havia deixado Frandal, Sif, Hogun e Volstagg completamente preocupados, já que estava revoltado por ter que se unir com alguém vindo de Jotunheim.

– Oh, sim. Não devo demorar. – o loiro sorriu.

Arrumando-se rapidamente, se encontrou com os quatros na entrada do palácio. Havia muito movimento naquele dia por causa dos últimos preparativos.

– Meus amigos! – o deus do trovão disse abraçando um por um.

– Thor, você está bem? Ontem você parecia triste, quer dar uma volta por aí? – Frandal perguntou preocupado.

– Eu estou ótimo. Quero dizer, melhor do que ontem...é engraçado como mudamos e sequer percebemos, não? - sorriu fazendo os outros quatro se entreolharem.

O restante da tarde no campo de trigo passou lentamente, mais do que o normal.

Thor concluiu que viver o mesmo dia duas vezes era extremamente cansativo, pois a ansiedade e o fato de saber o que ocorreria no segundo seguinte, deixava tudo muito monótono.

Lembrava-se de seu comportamento naquele dia. Cheio de rancor, ódio e preconceito. Recordava-se de seu discurso. “Eles não passam de monstros, é isso que são. Toda essa guerra, antes mesmos de nossos pais nascerem é apenas uma amostra do que são capazes. Pois eu o tratarei da maneira que ele merece, com infinito desprezo” ele havia dito e agora, como se arrependia por cada palavra.

Mas estava ali para mudar isso. E faria cada minuto valer a pena.

Ao voltar para o palácio, trocou-se enquanto se encarava no grande espelho do seu quarto. Não havia passado mais de dois anos, mas agora tal cena parecia ter sido séculos atrás. Envergonhou-se ao lembrar como era mimado e infantil naquela época.

Respirou fundo ao ouvir os sinos finalmente tocarem ao longe anunciando o inicio da cerimônia. Seu corpo tremia por inteiro.

Antes de entrar no imenso salão, ouviu as milhares de vozes da realeza dos dois reinos reunidas.

– Que entre o representante do reino de Asgard, Thor Odinson, príncipe deste reino. – lhe anunciaram, fazendo-o entrar acompanhado de quatro soldados.

Ao se aproximar do trono, avistou Odin e Laufey sentados e isso o fez prender a respiração. Ele não podia se esquecer de quem era, não podia estragar tudo agora.

Cumprimentou de maneira séria ao seu pai e desprezou Laufey o máximo que conseguiu. Olhando para a sua mãe, viu que esta sorria completamente sem graça e isso o fez sorrir de volta.

O pai de todos e o rei dos Gigantes então discursaram até que as luzes se apagaram e Loki foi anunciado.

Thor fechou suas mãos ao ver a porta se abrir ao longe e cinco vultos entrarem. Ao ver o jotun em sua versão asgardiana, seus olhos se encheram de lágrimas. Ele precisava ser forte.

O moreno parou ao seu lado, com aquele seu típico olhar misterioso e Thor teve a certeza de que foi naquele instante que ele havia se apaixonado.

Loki lançou um olhar em sua direção e o encarou com desprezo e Thor conteve o riso.

Havia se esquecido de como o jotun havia agido naquele momento de primeiro contato.

– Olá, Loki. – Odin disse não obtendo resposta - Preciso que vocês agora juntem suas mãos esquerdas em cima deste manto.

O tecido branco de fios de ouro em cores vermelha e verde foi entregue aos dois. Thor o segurou primeiro e Loki o seguiu.

– Certo. Agora preciso que um segure a mão do outro.

O loiro entrelaçou com força seus dedos com os de Loki. Sentir aquele toque frio e macio novamente era inebriante e Thor temeu em perder o controle naquele instante.

Seus olhos se encontraram e ele enxergou nervosismo naqueles lindos olhos verdes que o fitavam.

– Já está na hora. Pode ser feito. – Laufey anunciou.

O pacto se repetiu da mesma maneira como da primeira vez. Era difícil para Thor acreditar que estava ali de novo. Que tinha novas oportunidades, novas escolhas agora, um novo destino.

Assim que as luzes se acenderam enquanto a multidão aplaudia. Ambos se olharam mais uma vez e o loiro temeu que Loki visse as lágrimas de felicidade que escorriam por seu rosto, mas o jotun apenas se afastou rapidamente, limpando suas mãos em suas vestimentas e fazendo Thor sorrir.


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Notas finais do capítulo

Não, não me odeiem. Sim, foi extremamente horrível escrever sobre a morte de Loki. T.T
Mas lembrem-se, ela não existe, já que Thor voltou para o início dessa história, certo? :B
Depois de muitas viagens com o Doctor Who (meu mais novo vício), eu precisava escrever algo assim para o mundo Thorki.
Espero que tenham gostado do rumo que a fic tomou, valerá a pena!;D
Um beijinho e boa semana! *_*



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