Entre Livros E Maldições escrita por Witch


Capítulo 5
Two sides of the same coin


Notas iniciais do capítulo

Não revisei! Já me desculpo pelos erros x-x



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O ogro no centro de Storybrooke era diferente dos demais. Normalmente, os ogros eram grandes e, ou muito musculosos ou muito gordos, mas esse era diferente. Ele era menor do que os demais, tinha um porte atlético, mas menos musculoso, estava melhor vestido (os ogros até agora eram enrolados em restos de roupa ao redor da cintura cobrindo somente o essencial, aleluia) e o mais importante, ele não estava agressivo e não parecia que iria atacar.

Snow não sabia o que pensar sobre aquele comportamento. Ela saberia lidar com um ogro agressivo atacando sem parar, mas com um ogro parado e calmo? O que fazer? O dia tinha sido bom, sem ataques de ogros ou de outras criaturas, Regina também não tinha feito nenhum tipo de ameaça. Estava tudo bem até esse ogro estranho adentrar a cidade... Andando. Ela não sabia que ogros podiam andar, ainda mais tão calmamente.

Charming e Frederick, com espadas nas mãos, rodeavam o ogro estático. Nenhum dos dois sabia o que fazer, mas sendo os príncipes e cavalheiros que eram, eles precisavam tomar a dianteira.

– Não acho uma boa ideia. – disse Ruby olhando o ogro com confusão. – Ele não parece querer lutar.

– Eu também acho isso. – disse Snow. – Mas não podemos esperar o ogro se decidir.

Grumpy foi procurar Emma e Graham. Snow se sentiu completamente confusa quando lhe disseram que Emma estava na mansão emprestada a Regina. Tudo bem, parecia que August estava com a bruxa, mas mesmo assim... Emma poderia ter mandado Graham e Grumpy ou até mesmo Charming para ir ver o que estava acontecendo, ou melhor, simplesmente esperar o escritor voltar e questioná-lo sem levantar as suspeitas de Regina.

Snow preferia ignorar a sensação que a consumia por dentro. Algo estava para acontecer e ela tinha certeza que tinha a ver com Emma. Se era bom ou não, Snow não sabia dizer, talvez fosse um pouco dos dois.

– O que você quer?! – gritou Charming.

O ogro, como esperando, não respondeu, nem sequer se mexeu. Ele só ficava lá, parado, estático, como uma estátua.

–Cuidado, Charming! Não sabemos o que ele vai fazer.- disse Frederick.

Snow preparou a flecha, pronta para atirar. Mesmo se a flecha não fizesse o efeito desejado, Charming teria tempo o suficiente para se aproximar e fazer um estrago maior... Um dos dois lados iria sofrer algum tipo de perda e Snow faria de tudo para que esse lado fosse o dos ogros.

– O que vocês pensam que estão fazendo?! – veio a exclamação furiosa da bruxa.

Regina não corria, uma rainha não corre, mas andava rápido e estava furiosa. Emma, seguida de Graham e August acompanhavam a bruxa. Grumpy já vinha armado, preparado para se juntar a Charming no campo de batalha.

– Mande seu marido estúpido abaixar a espada. – vociferou Regina para Snow.

Snow abaixo o arco, mas não dirigiu a palavra a Charming.

– Snow. – pediu Emma, olhava para o ogro parado e para o pai rodeando a besta. – Regina disse que eles viriam para fazer um acordo.

– Essa coisa não parece querer falar. – respondeu Snow irritada. Por que Emma se recusava a ouvi-la, mas acreditava em tudo que Regina falasse? – Emma, Regina não é confiável.

Emma revirou os olhos. Aquela conversa de “Regina não é confiável” estava começando a cansá-la, afinal a única pessoa que poderia sequer começar a resolver a situação era a não confiável Regina, certo?

– Mande-os recuar! Agora! – exclamou a bruxa furiosa quando Charming e Frederick se aproximaram mais do ogro. – Se ele fugir antes de me dar respostas, eu juro, vocês vão se arrepender.

Havia muitas coisas que Snow queria falar para Regina, ah, muitas respostas, muitas acusações, muitos xingos, mas sua parte mais racional a forçava ficar no silêncio. Eles estavam presos em Storybrooke, criaturas estranhas e mágicas apareciam o tempo inteiro, as pessoas estavam em pânico, quem saísse da cidade perdia as memórias, ninguém se lembrava do prefeito ou de quem os amaldiçoou (julgando, claro, que Regina não mentira quando disse que ela não tinha lançado a maldição). Não havia respostas nem meios possíveis para conseguir essas respostas.

Regina era a única que sabia quem estava por detrás da maldição e por quê. Ela provavelmente também era a única que sabia como voltar para a Floresta. Antagonizá-la num momento crucial como aquele não era a melhor solução e como uma líder, o que ela tinha que ser, Snow deveria olhar para o bem coletivo ignorando completamente seus preconceitos.

Mas, era Regina.

– Charming! – gritou. O homem ouviu e se virou.

Snow viu quando os olhos deles se arregalaram ao ver Regina perto dela e de Emma. O homem imediatamente se virou para Frederick e sem pensar duas vezes recuou.

– Onde está Henry? – indagou Emma olhando ao redor.

Já estava escuro e Henry deveria estar com Charming. Sentiu um aperto na garganta ao imaginar o filho sozinho naquela bagunça.

– Está com Ruby. – respondeu Snow sorrindo. – Não sou tão irresponsável assim, Emma.

Com Charming de volta e a uma distância segura do ogro, Snow pôde respirar. Estava viva com a filha e o marido, estavam todos bem. Iria se virar para Regina e exigir algum tipo de resposta, mas o ogro foi mais rápido.

Ele finalmente se mexeu e a bruxa abriu um sorriso sinistro. Snow soube que algo não muito bom resultaria daquilo.

Regina estralou os dedos e um grito furioso emergiu, vindo do outro ogro.

– Você o está libertando?! – exclamou Emma.

– Calma, senhorita Swan. Eu sei o que estou fazendo. – respondeu Regina sorrindo.

Emma só pôde olhar quando os dois ogros se encontraram no meio da cidade. Os dois se olharam e trocaram algumas palavras em uma linguagem estranha, que mais se assemelhava a ruídos. Regina tomou a dianteira e olhou firmemente para o ogro menor. Eles trocaram olhares.

Houve silêncio por algum tempo.

– Entendi. – disse Emma. Aproximou-se da bruxa. – Eles com certeza são os responsáveis por tudo isso.

Regina assentiu.

Snow olhou para Charming, que balançou os ombros. As pessoas ao redor estavam silenciosas.

– Mas o que diabos está acontecendo? – indagou Grumpy não gostando daquilo que via.

Regina e Emma sorriram ao mesmo tempo e assentiram. O ogro menor repetiu o gesto e junto com o grande ogro, se retiraram.

– Bem, isso foi interessante. – disse Emma balançando os ombros. Virou-se para Snow e Charming – Vocês ouviram? Acham que existe algum personagem que se assemelha com o que ele disse?

Os dois se olharam, com as sobrancelhas franzidas e com clara confusão.

– Do que você está falando, irmã? – indagou Grumpy. - Ninguém falou nada até agora. Vocês só estavam olhando para o ogro.

– Claro que não. – disse Emma. Dessa vez, ela era a confusa. – Ele estava falando sem parar.

Regina olhava a discussão com divertimento.

– Emma, não ouvimos nada. – disse Charming.

Houve murmúrios.

– Regina, o que houve? – indagou Snow com a expressão fechada. Não gostava de ser deixada de lado.

A bruxa balançou os ombros.

– Ogros sacerdotes ou khasalaer, de acordo com a língua deles. – olhou com desdém para Snow e Charming. – conseguem se comunicar com humanos. São muito perigosos, conseguem entrar na nossa mente. Intrometidos, mas úteis.

– E por que ele só falou com vocês duas? – indagou August. Ele se mantivera em silêncio o tempo inteiro, só observando como o bom escritor que era.

Graham, como o Xerife, tinha sido arrastado por algumas pessoas mais cedo. Ele tinha que organizar a defesa da cidade e ter certeza de que estavam todos bem.

Regina respirou fundo e se virou para o escritor.

– É óbvio. – respondeu. – O khasalaer só se comunica com os líderes, ele não perde tempo o resto.

Emma abriu um meio sorriso mesmo sem querer, afinal ela tinha insultado todo mundo, mas Emma achou irônico. De todas aquelas pessoas, o ogro tinha escolhido ela para ser receptora da mensagem? Ele poderia ter escolhido Charming, Snow, até mesmo Frederick, mas ele a escolheu, ela, Emma, a pessoa que não conhecia nada daquela terra mágica e estranha! Não só isso, mas ele também tinha escolhido Regina, o exato oposto da loira, especialmente relacionado a magia.

Era como se o sacerdote estivesse escolhido os dois lados da moeda, o bom e o mau, para contar a sua história.

– Emma é a salvadora. Ela está na profecia. – começou Snow. Emma revirou os olhos, por que eles faziam questão de colocá-la num altar? – Mas por que você?

Regina sorriu e balançou os ombros.

– Digamos, que eu tenha uma história com os ogros. Eles sabem melhor do que me desafiar.

E se envolvendo numa fumaça roxa, Regina desapareceu.

Emma respirou fundo e se voltou para as pessoas que a rodeavam.

– Vão para casa! – disse. – Os ogros não vão atacar hoje e provavelmente não mais. Eles não querem uma outra guerra contra a Regina! Podem descansar! A partir de amanhã, vamos reconstruir a cidade até darmos um jeito de voltar para onde vocês pertencem. Descansem. Nós merecemos isso.

E sem esperar as perguntas, Emma correu para o Granny’s. Precisava ver o filho.

Charming e Snow se entreolharam e seguiram a filha. As pessoas se retiram pouco a pouco. Ainda estava cedo, então todos esperavam por uma noite pacifica e tranqüila.

August ficou parado por um tempo no mesmo lugar. As pessoas se retiravam suspirando, algumas já tinham certeza de um tempo de paz, outros ainda estavam receosos.

Ele estava achando tudo absurdamente interessante.

==

– O que o ogro disse? – indagou Henry assim que Emma o libertou do abraço de urso.

A loira riu.

– Você só consegue pensar nisso? Eu estava muito preocupada com você!

Henry sorriu.

– Não tem que se preocupar. Ruby bateria em qualquer um que tentasse me machucar.

Ruby riu e Emma a agradeceu.

– Sem problema, Em. – disse piscando. – Sempre que precisar!

– Então, o que o ogro disse? – insistiu Henry.

Emma suspirou.

– Eu vou contar para todo mundo. Calma.

Granny’s estava lotado, novamente. A maioria das pessoas tinha seguido Emma, curiosos com o que o ogro poderia falar. Snow e Charming não tiravam os olhos da filha, ansiosos e completamente preocupados.

Emma suspirou, limpou as mãos suadas na jeans velha e pediu a atenção de todo mundo.

– O ogro não falou muito. – ela começou. Todo mundo se calou. – ele disse que tinha informações e que os trocaria pelo ogro capturado. Regina concordou. Depois, ele só disse que não sabiam exatamente quem os tinha liberado nesse mundo, mas uma mulher criou um portal pelo qual eles atravessavam. Ela prometeu para o rei deles poder em troca da destruição da cidade.

Houve exclamações.

– Antes que vocês se desesperem, me deixem terminar! – estava cansada e deuses, com muito sono. – Eles disseram que ela não os tinha avisado sobre uma bruxa do nosso lado e que por isso, os ogros não estavam querendo continuar com o acordo. Especialmente, se tratando da Regina. Pelo que eu pude entender, ela travou uma guerra contra elas no passado e eles não a tratam com muito amor.

– Foi a Guerra pelo Lago. – respondeu a Mãe-Superior. – Todos conhecem a guerra pelo lago.

Houve suspiros e murmúrios.

– Foi nessa guerra que começamos a temer a Rainha por tudo que ela é. – continuou. – Uma guerra tola de duas semanas, mas depois disso, ninguém, com exceção de Snow e Charming, ousou desafiá-la.

– Não importa. – disse Emma cansada. – Eles têm medo dela e isso é bom para nós. Ele nos deu a descrição da mulher e nos disse que ela estava acompanhada de um estranho homem. Eles provavelmente são os culpados de tudo isso. – olhou ao redor e suspirou – amanhã eu darei as características dos dois e vamos começar a procurar pelo culpado.

– Pode ter algo a ver com o Mr. Gold. – comentou Charming. – Não nos lembramos dele, mas August sim.

Mais murmúrios. Uma garota com longos cabelos ondulados tomou a dianteira do grupo desorientado.

– Belle? – indagou Ruby surpresa e temerosa.

– Acho que eu posso ajudar a encontrar o Gold. – disse Belle. Mexia com as mãos e as passava pelo vestido curto e negro. – Eu sou a única que pode.



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Notas finais do capítulo

*-*



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