Entre Livros E Maldições escrita por Witch


Capítulo 2
Storybrooke


Notas iniciais do capítulo

Bem, uma vozinha me incentivou a continuar ;D



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Henry Swan estava entediado. A cidade não parava um segundo. Pessoas perdidas sem saber para onde ir, lembranças se misturavam e o pior de tudo: estavam todos furiosos.

Há um ano, ele e Emma Swan, sua mãe, vieram para Storybrooke para, de acordo com Emma, “tentar a vida numa cidade pacata e segura”. Na sua primeira semana de aula, Mary Margaret, sua professora, lhe deu um livro e tudo aquilo começou.

Todos naquela cidade eram amaldiçoados e pertenciam ao mundo dos contos de fadas. Emma era a Salvadora e filha de Mary Margaret e David Nolan, mas não exatamente... Era complicado.

- Ogros foram vistos ao norte. – disse Grumpy seguidos dos outros seis anões.

- Ouvimos barulhos estranhos de lobos a oeste. – disse Granny já preparada com  a besta.

- Ou seja, a maldição quebrou e estamos sendo atacados por criaturas que não deveriam existir? – indagou Emma ainda incrédula.

Graham estava a sua direita e August, a sua esquerda. Ela não queria olhar para nenhum dos dois. Sentia sua cabeça doer e todo seu corpo ardia. Storybrooke estava uma bagunça e ela estava no meio de tudo.

- Vai dar tudo certo, Emma. – disse David ou Charming, ela ainda não tinha se conformado com isso.

- Estamos do seu lado. – confirmou Mary Margaret ou Snow ou qualquer outra coisa.

- Mas eu não entendo. – interrompeu Henry. Emma o olhou. – Por que a maldição não quebrou completamente? Por que não estamos no mundo certo?

Ninguém soube responder.

- O que eu realmente quero saber. – começou Charming – É quem lançou a maldição.

- Não é obvio? – indagou Graham – Foi a Rainha. Não há outra pessoa com poder o suficiente para isso.

- Mas onde ela está? Por que fazer uma maldição assim se ela não pode desfrutar disso? Não faz sentido. – disse Snow. – Eu conheço Regina e ela não passaria a oportunidade de nos sofrer, então nada explica a não presença dela na cidade.

- Ou a de Rumpelstiltskin. – completou Charming.

Emma sentia a cabeça pulsar.

- Vamos dar uma pausa por hoje. – disse August preocupado – Continuem com as patrulhas e se os ogros atacarem, estaremos prontos.

Grumpy se retirou da sala e Emma, exausta, sentou perto de Henry.

- Deveríamos ter ficado em Boston. – ela admitiu. Ele abriu um sorriso.

Emma suspirou novamente e contemplou fugir com Henry daquela maldita cidade cheia de criaturas mágicas.

Ora, ninguém podia culpá-la! Acabara de descobrir que era filha da Snow White com o Prince Charming!

- Eu posso cuidar do norte sozinho. – disse Graham ameaçadoramente.

- Eu tenho certeza de que seus lobos não vão suportar os ogros sozinhos. – respondeu August.

Charming pensou em intervir, mas desistiu. Eram dois “machos” lutando pela atenção da fêmea, ora, ele também era homem, entendia dessas coisas. Ruby ria, enquanto Snow revirava os olhos.

- Temos que nos organizar. – começou Snow – e brigar não vai resolver nada.

Emma sabia que no fundo, ela teria que escolher entre os dois, mas sinceramente, no momento, tudo que queria era deixar Henry seguro.

- OGROS! – Ouviram os gritos vindo de fora.

Todos correram até a origem do grito, assustados e armados.

O ogro estava felizmente sozinho e olhava ao redor desorientado.

- Ainda bem que são cegos. – disse August tocando no ombro de Henry.

- Por quê? Não teria coragem de lutar com algo que possa ver? – provocou Graham se posicionando mais perto de Emma.

A loira estava quase gritando para aquela competição idiota acabar. Henry a abraçava com força pela cintura, completamente aterrorizado.

- Mãe... – ele gemeu.

Charming já estava com a espada em riste e Snow já preparava o arco e flecha.

- Quando eu... – antes que Emma pudesse terminar, o som de um motor interrompeu a conversa.

O carro vinha de fora de Storybrooke e tinha capturado a atenção do ogro, mas impressionantemente ele não correu para atacar, só recuou alguns passos. Aquilo fez Snow levantar uma sobrancelha.

- Quem faria um ogro recuar? – indagou Grumpy apertando a picareta na mão. Não sabia o que era mais perigoso: o ogro ou quem estava no carro.

Se fosse ela naquela carro, pensava Emma, ela com certeza não estaria naquela calma ao ver o Ogro imenso parado no meio de uma cidade rodeado de cidadãos armados. Ela já teria virado o volante e fugido dali.

- Não pode significar coisa boa. – suspirou Charming.

O jaguar negro e extremamente caro, pensou Emma, estacionou tranquilamente e no lugar permitido, em frente a Granny’s. A porta se abriu e saltos negros foi a primeira coisa que Emma viu, o resto do corpo, que veio logo depois, fez com que ela abrisse a boca despercebidamente.

A mulher parecia não ligar para os olhares, as armas nem mesmo com o ogro parado no meio da cidade a olhando. Ela só parou perto do carro, olhou ao redor e torceu os lábios irritada.

- Ela não está aqui, nem mesmo ele. – disse simplesmente e suspirou.

- Regina.

Emma só olhou quando Snow tomou a dianteira e se dirigiu a desconhecida.

- Snow. – veio a resposta num tom debochado. Ela tirou os óculos escuros e continuou. – Bela cidade. – e abriu um sorriso cruel.

Puro deboche. A cidade estava cheia de buracos e lugares quebrados pelos ataques de ogros.

- O que está fazendo aqui?

Emma estranhou o tom de Mary Margaret e ninguém parecia muito feliz com a presença daquela mulher na cidade.

Regina, ainda com o sorriso debochado, olhou para o ogro, depois olhou para eles.

- Creio que estou salvando a vida de vocês. – com isso, ela voltou os olhos para o ogro. – Eu sempre detestei ogros. Feios e maus cheirosos. Shoo.

E o ogro virou-se e saiu correndo de volta para a floresta.

- Se eu soubesse que era fácil assim, eu já teria feito isso. – comentou Emma. Realmente, ela achava que era quase impossível derrotar os ogros sem sofrer perdas, mas ela estava errada.

Foi só então que Regina percebeu a loira protegida por dois homens, um ela reconheceu: Graham, o seu caçador que de repente criou um coração... Homens.

- E você é?

- Emma. Emma Swan. – respondeu se aproximando. Snow a puxou pelo braço.

- Emma? – olhou para Snow – A sua Emma? – soltou uma risada – Então, você realmente a colocou no armário!

Foi Charming que tomou a dianteira.

- Era o melhor a se fazer. Era isso ou condená-la a sua maldição!

Aquilo não pareceu ser o melhor a se falar e o sorriso sumiu.

- Não fui eu que lancei a maldição. – respondeu contra-gosto. – É por isso que vim aqui, atrás dos responsáveis.

- Não sabemos quem foi. – disse Emma. Não estava gostando de tantas pessoas pulando entre ela e a desconhecida. – E eu ainda não sei quem você é.

- É a Rainha Má. – disse Henry ainda encostado em August.

Regina sorriu. O rapaz não parecia estar muito assustado, o que não se podia dizer de todos os outros habitantes.

- Só Regina. Não sou Rainha aqui. – Só Rainha do Macabro, mas ela não precisava contar para o menino isso.

Houveram outras perguntas vindas de Snow e Charming, mas Regina os ignorou. Afastou-se do carro e fechou os olhos, só sentindo a magia fluir livremente em suas veias. O sentimento era divino, como sempre.

- Midnight. – chamou.

O familiar surgiu do meio da fumaça roxa e sua forma imensa de pantera arrancou exclamações dos espectadores.

- Procure-os. Me traga qualquer rastro de magia que eles deixaram nessa cidade. Eles apagaram a memória de todos aqui.

A pantera envolta na fumaça grunhiu e desapareceu.

- O que foi? – indagou a bruxa para os espectadores com olhos arregalados. – Nunca viram um familiar?

Emma abriu um sorriso. Mas, Snow a cutucou.

- Não sorria para o inimigo.

Emma revirou os olhos.

- Os únicos inimigos aqui são os ogros.

- Um conselho: - começou Regina novamente olhando para Snow. – Vocês deveriam colocar uma barreira mais forte. Ogros ficam especialmente mais agressivos em noite de lua cheia.

Charming começou a dar ordens e a cidade começou a se movimentar novamente.  Henry se desvencilhou de August e se aproximou da mãe.

Graham não tirava os olhos da Rainha e já se preparava para agir como um escudo entre a fúria daquela mulher e Emma. Mas Regina só abriu um sorriso sarcástico para o homem, quase debochado.

- Por que deveríamos confiar em você? – indagou Snow se aproximando com cuidado. Charming ainda não tinha saído do seu lado.

Regina riu.

- Não deviam. – respondeu balançando os ombros. – Estou aqui por questões pessoais apenas. Aliás... – parou e olhou ao redor claramente não impressionada. – A minha viagem foi longa, onde é o seu melhor hotel?

- Você vai ficar? – indagou Graham.

Ela levantou a sobrancelha, divertida.

- Desde quando cachorros têm a permissão de falar?

Ele grunhiu e August riu. Os dois se olharam com raiva.

- Não temos hotel. – disse o escritor. – Mas a Granny’s aluga quartos.

Regina torceu os lábios e olhou para o restaurante-pousada.

- Maravilhoso. – respondeu irritada. – Tendo água quente e eletricidade...

E sem esperar resposta, entrou no restaurante.

Ruby e Granny se entreolharam e correram atrás da Rainha. Snow não disse nada, eles tinham coisas mais importantes para fazerem.

- Chamem as fadas! Precisamos de uma barreira mais forte! – gritou.

Emma ainda olhava para a entrada do restaurante. Graham discutia com August sobre a Rainha, mas loira realmente não se importava. De repente, percebeu que estava com fome.

- Vamos comer algo, Henry?

O rapaz abriu um sorriso e concordou. Ignorando os dois homens discutindo, Emma e Henry foram em direção ao Granny’s. 

--------

Regina não estava satisfeita. Midnight apareceu no meio da lanchonete-restaurante-pousada, (ela não tinha se decidido por um nome ainda) e as noticias não foram boas. Não havia sinal de magia negra, sem ser a dela, na cidade. Então, provavelmente Rumpelstiltskin não estava preso em Storybrooke como os outros.

As suspeitas aumentavam.

- Olhe ao redor. – ordenou ao seu familiar. – Na floresta, em cidades próximas, ele deve ter vindo aqui... Nem que seja por alguns segundos.

A pantera grunhiu e sumiu. Ela ignorou os olhares curiosos e temerosos. O macbook pro estava ligado a sua frente, o aplicativo de texto estava aberto, mas ela não sentia mais vontade de escrever. Faltava ainda mais dois capítulos para o fim do livro, era muito pouco para quem já tinha escrito 30 capítulos, ainda sim...

Suspirou. Desde a festa da publicação da coletânea “Meia Noite”, Regina tinha se preparado para uma guerra. Ela tinha esperado ser recebida em Storybrooke por Rumpelstiltskin furioso e pela pessoa responsável para Maldição Negra. Mas, não, tudo que ela encontrara era um bando de imbecis perdidos lutando contra ogros.

- Ele vai voltar eventualmente. – sussurrou para si mesma.

Assim que ajeitasse suas coisas no quarto, Regina planejava andar pela cidade. Ela precisava achar Maleficent e Belle. Urgentemente.

- Você é escritora?

Regina se assustou com a pergunta e virou para o lado. O garoto, Henry, a olhava com curiosidade.

Abriu um sorriso.

- Sou sim.

- Como o August! – exclamou – O que você escreve? Eu posso ler? – e sem esperar respostas, sentou-se a mesa junto com a escritora.

Ela riu e tomou um gole do cappuccino.

- Eu escrevo suspense, fantástico e terror. Creio que seus pais não deixariam alguém da sua idade ler os meus livros.

- Por que não? – ele indagou indignado.

Ela teve vontade de rir, mas se segurou.

- Eu posso ser um pouco cruel nas minhas histórias.

Ele não pareceu surpreso.

- Você é a Rainha Má.

- Sim, eu sou.

Eles se calaram.

- Ela roubou a maldição de você, não é? – indagou o rapaz.

Regina franziu as sobrancelhas e o sorriso sumiu. Ninguém sabia disso.

- Como você sabe disso?

- Está no meu livro. – ele respondeu calmamente. – É por isso que você está aqui, não é? Para lutar contra ela e quebrar a maldição por completo?

- Eu estou aqui só atrás dela. Você sabe o que aconteceu depois que a maldição foi quebrada?

Ele apertou os lábios e balançou a cabeça negativamente.

- Imaginei. Alguém sabe?

Ele balançou a cabeça novamente.

Ela suspirou.

- Mas eles vão voltar. – assegurou ao menino. – Eu tenho certeza absoluta.

Ele concordou.

- Henry! – chamou Snow. – Emma!

Emma estava discutindo com Grumpy e Graham numa das mesas afastadas e a loira nem tinha percebido onde o rapaz estava.

- Henry, venha aqui! – pediu Charming.

Ambos ficaram preocupados quando viram o rapaz na presença de Regina. A Rainha não disse nada, mas abriu um sorriso triste.

O rapaz se levantou, não entendendo todo o desespero.

- Quando ela voltar... – começou, mas logo se calou.

- Não precisa se preocupar. – ela garantiu. – Como eu disse, eu vim resolver problemas pessoais. Será bruxa contra bruxa.

Ele abriu um sorriso e correu para a família. Snow e Charming estavam preocupados e quase alarmados, Emma não entendia todo o desespero.

Regina voltou a atenção ao aplicativo de texto. Salvou e abriu um outro arquivo, cujo nome era “E éramos um”.


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Notas finais do capítulo

Thank you!



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