I Surrender escrita por QueenD, Summer


Capítulo 27
Capítulo 27 - Sou Gorda ou uma Tábua?


Notas iniciais do capítulo

Oláa leitores lindos ♥
Então, esse capítulo nem era pra estar sendo postado agora. Eu estou postando sem a Summer ver (Apesar de ter deixado uma mensagem no facebook dela), passei todo o final de tarde e início de noite o escrevendo.
Hoje á tarde nós duas estávamos na escola e a Summer disse "Feliz dia das bruxas" aí eu "AH! Hoje é o aniversário do Blake" e então eu achei que seria legal postar o capítulo da segunda parte do aniversário do Blake no dia do aniversário dele.
O motivo pra termos demorado pra postar foi por esse final de ano estar super corrido na escola e por não termos chegados aos 30 reviews (Esse primeiro é o motivo não só desse, mas alguns de capítulos anteriores também). Gente, não é possível que de 230 leitores 30 não possam gastar uns cinco minutos mandando reviews.
Por isso agradeçam a diva da Ferrars que mandou uma recomendação (Uhuu) e as lindas que comentaram no capítulo passado. Ainda não terminei de responder os reviews, mas prometo que logo responderei todos.
Ah, e que todos os novos leitores sejam muito bem vindos! :D



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Capítulo 27 - Sou Gorda ou uma Tábua?

Acho que o mais constragedor de toda aquela situação foi olhar para Blake e descer do seu colo. Ou não, talvez a hora em que eu percebi que um dos casais que se agarravam ali eram Nate e Milla e que eles nos encaravam com suas bocas completamente borradas de batom, também teve o aglomerado de pessoas que começou a se formar por conta dos gritos histéricos de Ashley.

Sinceramente, eu não sabia sequer o que pensar de tudo que estava acontecendo, eu tinha travado e não conseguia dizer uma palavra ou mover um músculo.

– Não acredito no que eu estou vendo! - Ashley Vagabunda fez o drama de sempre, usando a parede como apoio, como se a qualquer momento fosse desabar no chão. - Acho que eu vou desmaiar.

– Nem nós estamos acreditando nisso. - Milla falou do canto onde ela e Nate estavam. Como se eles pudessem dizer alguma coisa

– Se desmaiasse estaria fazendo um favor à todos. - murmurei ignorando o comentário da minha amiga.

– Você é igualzinha à ela. - disse apertando os olhos em uma imitação de maquiagem perfeita da Natalie Portman em O Cisne Negro.

– O quê? - perguntei genuinamente confusa.

– Você é igual sua mãe, Sophie. - A raiva que ela tentava esconder em vão transbordava dos seus olhos. - Alexandra roubou o homem que eu amava e agora você está roubando meu filho de mim. A sorte foi que eu consegui recuperar David e também não vou deixá-la levar Blake.

– Quem você pensa que é para falar da minha mãe? - falei com a mandíbula contraída. Tudo que eu queria era voar no pescoço de Ashley.

– Alguém que é capaz de fazer tudo pra tirar o que me incomoda do caminho. - Sorriu cinicamente, como Blake tinha o costume de fazer.

– Espera, espera. - Coloquei as mãos em minhas têmporas, fechando os olhos por um segundo. Nem me lembrava mais de estar constrangida por Blake estar bem do meu lado. - Você está insinuando que minha mãe foi assassinada á mando seu?

– Pode interpretar o que quiser, querida. Apenas quero que tenha em mente que eu tenho grande influência sobre David e poderia dizer para ele fazer o que eu quisesse se isso - fez um gesto apontando para mim e Blake. - que está acontecendo entre vocês, seja lá o que for, não parar.

Franzi o cenho. Ou Ashley era completamente maluca para começar a dizer que eu estava tomando Blake dela ou ela era mais megera do que eu pensava.

– Chega dessa palhaçada, Ashley. - Blake, que até então eu tinha esquecido estar ali, falou.

– Eu só estou defendendo o que é meu.

– Você está sendo patética. E pode acreditar, eu realmente não queria ser seu filho. - Cruzou os braços com o rosto numa carranca. - Não quero que se dirija à mim como seu filho.

– Isso não é justo comigo! - Ashley fez um bico de criança.

– Justo? Sabe o que não é justo?

Aspirei o ar com força, tomada por uma vertigem.

Não, não. Agora não, por favor.

– Não é justo você abrir as pernas e dar pra todos os caras que via pela frente quando ainda era casada com o meu pai. Isso não é justo. Não é justo você achar que se ficar me tratando como uma criança vai conseguir recuperar todo o tempo que perdeu só pensando em foder com David.

Parecia que o mundo tinha congelado para Ashley e ela encontrava-se estática.

– Quer dizer, não só David. Tiveram outros. - Blake sorriu de lado numa mistura de sarcasmo com fúria. Eu nunca o vira tão bravo. - Você acha que era burro por não perceber, Ashley?

– Blake - disse com a voz aguda como giz sendo riscado na lousa. Mas ele parecia não ter ouvido, pois continuou falando.

– Quem vai garantir que quando David está viajando você ainda não chame um daqueles seus amigos para passar a noite aqui?

– Eu nunca faria isso, eu amo David.

É incrível o poder que essas palavras ditas por Ashley me deixam mais tonta ainda. Eu não posso ter um blecaute aqui, na frente de todo mundo. Uma vez na rua perto de Blake foi o suficiente. Vou andando para a saída da cozinha meio me arrastando com o ombro contra a parede.

– Não sabia, putas tinham sentimentos.

– Wow, vai com calma cara. - Ethan disse saindo do meio do pequeno círculo que tinha se formado ao nosso redor.

Blake respondeu algo que eu não consegui ouvir direito.

Tudo que eu conseguia pensar eram nas palavras de Ashley insinuando que ela havia mandado matar minha mãe.

Mordi o lábio inferior quando minhas pernas ameaçaram ceder. Eu não queria ter um blecaute na frente de todo mundo.

Alcancei as escadas achando nesse momento bem conveniente ela ser perto da cozinha. E para a minha - rara - sorte não tinham várias pessoas amontoadas no decorrer de todo lance de escadas. Me agarrei ao corrimão subindo cada degrau com a dificuldade de um bebê de um ano que ainda estava aprendendo a andar.

A lembrança do meu blecaute naquela escada parecia ter voltado para me atormentar.

O assassinato da minha mãe sempre foi um mistério nunca resolvido. Quem garantia que com um quantia generosa Ashley não tenha deixado a perícia dar o laudo oficial. Como na época eu era uma criança, David evitou dar os detalhes, mas eu jamais soube sobre os acusados do caso.

Se Alexandra morreu por algo tão banal quanto a futilidade e egocentrismo de Ashley, quem cometeria um assassinato seria eu. E não mandaria matarem por mim, eu mesma me encarregaria de todo serviço.

A lembrança da bala encravada dentro do peito da minha mãe e o sangue escorrendo sem parar e espalhando-se pelo chão me fazem perder o fôlego. O único médico que eu fui para consultar sobre os meus blecautes disse que quando não queremos lembrar de fatos traumatizantes para nós, o nosso cérebro aciona um mecanismo que nos faz os esquecer. Porém é em momentos como esse que eu me recordo com detalhes daquele dia.

Nem percebi quando minhas pernas perderam as forças e minhas mãos desgrudaram-se do corrimão. Somente quando eu já estava sendo amparada pelos braços de alguma pessoa eu notei que estava desmaiando.

A única coisa que pude ver foi uma cabeleira loira e a voz de Nate gritando por ajuda antes de perder os sentidos.
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O grito que escapou da minha garganta foi tão aterrorizante que se eu estivesse vendo a cena no ponto de vista de outra pessoa, teria ficado assustada. Sempre ficava apavorada com os meus pesadelos, por isso toda vez que eu acordava era um alívio ver que tudo fora apenas um sonho.

Dessa vez eu não conseguia me lembrar de muita coisa. Sei que havia minha mãe, Ashley e muito, muito sangue. Fiquei aliviada outra vez por não ter mais um pesadelo na enorme lista para me perturbar.

Primeiro reparei em Blake ao meu lado e me toquei que eu não teria acordado se ele não tivesse me despertado sacudindo-me com as mãos pelos ombros.

– Você está bem?

Depois vi que estava deitada na minha cama, no meu quarto. Ainda encontrava-me vestida com a fantasia de chapeuzinho vermelho e provavelmente eu devia estar no mínimo aterrorizante com a maquiagem desfeita.

Por último processei o fato de Blake estar com o corpo praticamente sobre o meu com a testa franzida, segurando meus ombros com o rosto próximo do meu (Não que isso seja algo demais depois do amassos que demos na cozinha) e em cima da minha cama.

Ignorei sua pergunta, dizendo estupidamente:

– O que você está fazendo em cima da minha cama?

Meu humor não estava dos melhores e saber que Blake encontrava-se olhando para uma réplica exata da mulher do capeta com o cabelo bagunçado, maquiagem borrada e provavelmente com bafo por conta da bebida que por sinal estava dando sinais do seus efeitos me fazendo sentir náuseas e a garganta seca como se eu não comessa há semanas.

Minha língua coçava para falar sobre a briga de mais cedo com Ashley, mas não o fiz. Nem eu nem ele estávamos prontos para entrar nesse assunto.

– Acordando você disso - revirou os olhos.

– Disso? - fiz uma careta. - Você fala como se eu tivesse alguma doença.

– Não foi minha intenção. Aliás, se você quiser pode voltar a gritar e espernear.

Seria muita ilusão da minha parte pensar que escutaria um pedido de desculpas quando ouvi a primeira frase?

– Como eu posso ter certeza de que você estava aqui somente para me acordar? - Eu não queria perguntar isso, mas também foi a única coisa que pensei para dizer na tentativa de não deixar o assunto acabar.

– Pelo amor de Deus, Sophie - revirou os olhos novamente. - Estamos morando na mesma casa há mais de três meses. Se eu quisesse estuprar uma tábua como você ou fazer seja lá o que essa sua mente deturpada pensa, já teria feito muito tempo atrás.

– Você me chamou de quê?

– Tábua. T-á-b-u-a. Uma palavra, três sílabas, três vogais e duas consoantes.

– Argh - Tampei meu rosto com minhas mãos. Eu não estava no pique para discutir com Blake e sua enorme babaquice. - Você não tem ideia do quanto eu te odeio.

Ele não respondeu. Sabia que ainda estava ali por conta do seu peso sobre meu corpo. Abri frestas entre meus dedos para espiá-lo. A falta de iluminação no quarto com somente um abajur aceso não permitiu que eu conseguisse enxergar muita coisa, mas o que eu vi foi um Blake com os olhos azuis fixos em mim. Pega o olhando, fechei as frestas, sentindo-me corar.

Uma hora Blake diz que eu sou gorda, por isso preciso parar de comer. Outra que eu sou uma tábua. Quando preciso ele está lá por mim, mas sempre me rejeita com alguma das suas respostinhas babacas. É protetor e tem ciúmes, mas nunca deixa de me provocar. Me beija e depois age como se nada tivesse acontecido. Me chama de tábua, mas quando eu digo que o deio fica calado.

Eu definitivamente não o entendo.

Você não me entende?

Mordi os lábios, o rosto queimando de vergonha com mais intensidade. Não era para a frase sair em voz alta.

Inspirei e soltei o ar pela boca lentamente. O ar quente batendo na minha mão e voltando contra meu rosto.

– Não, não entendo - falei baixinho. - Você age de formas muito diferentes para que eu possa entender.

– Sophie.

Blake afastou minhas mãos do meu rosto e me encarou por alguns segundos. Seus olhos pareciam cintilar iluminando um pouco a escuridão ao nosso redor. Ele abriu a boca para falar alguma coisa, mas depois a fechou. Repetiu a processo e eu não consegui deixar de pensar que era a primeira vez que eu o deixava sem saber o que dizer. Por fim, falou:

– É melhor você descansar.

Pisquei, confusa.

– Eu não estou com sono.

– Não discuta comigo e vá dormir.

– Você está me tratando como uma criança. - Foi a minha vez de revirar os olhos.

– Talvez porque você aja como uma - E o Blake de sempre voltou. - Eu vou estar aqui até você acordar amanhã, não se preocupe com os pesadelos.

Constrangida demais para respondê-lo, virei para o seu lado contrário.

– Huh, Blake?

– Hum?

– Feliz aniversário.

– Feliz dia das bruxas. - Senti o sorriso em sua voz ao dizer isso.

Ele mexeu-se na cama e em seguida passou um braço pela minha cintura, me puxando para mais perto de si. Sua respiração batia em meu pescoço. Para dois adolescentes que haviam sido ameaçados por uma louca se continuássemos juntos, estávamos bastante despreocupados.

Não sei se foi por Blake estar dormindo ao meu lado, o fato de sua respiração no batendo contra meu pescoço fazendo-me sentir relaxada ou o meu repentino estado de felicidade. Sei somente que eu não tive nenhum terror noturno quando peguei no sono. Talvez eu tivesse achado minha cura.


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Notas finais do capítulo

[QueenD]: Cara, eu gostei tanto de escrever essa cena deles dois no quarto dela.
A Summer fez 15 anos esse mês (Dia 22) e dia 26 foi festa. Que orgulho dessa plincesinha de Deus que nasceu para alegrar a nossa vida s2s2s2s2 Agora ela já é um machinho completo, awn.
[Summer] Agora sou uma mocinha, Queen já tá na hora de criança ir pra cama rum. Ahhhh meu vestido foi tipo aaaaaaaaa, não o massa é que foi tipo surpresa esses traidores cof cof Queen não me contaram nada. Prossigamos, hoje é um dia extremamente depressivo para nós que moramos no Brasil e não temos festa de Halloween e não podemos fazer aquelas coisas ninjas com abóboras ou ir pra festas fantasiadas de roupas super ninja ohhhh vida.